Este blogue é dedicado a apresentar e a discutir temas de Filosofia Social e Positivismo, o que inclui Sociologia e Política. Bem-vindo e boas leituras; aguardo seus comentários! Meu lattes: http://lattes.cnpq.br/7429958414421167. Pode-se reproduzir livremente as postagens, desde que citada a fonte.
10 fevereiro 2010
Eqüidade entre Augusto Comte e John Rawls
http://www.bpsr.org.br/english/arquivos/BPSR_v3_n1_feb2010_03.pdf
25 dezembro 2009
Comemorações do ano 222 (2010)
Tipo* | Vida | CALENDÁRIOS | |
Positivista | júlio-gregoriano | ||
440-370 | 16.Aristóteles | 13.março | |
80-160 | 19.Aristóteles | 16.março | |
1510-1590 | 22.Gutenberg | 3.setembro | |
1731-1810 | 17.Bichat | 19.dezembro | |
1337-1410 | 15.Dante | 30.julho | |
1655-1710 | 23.Gutenberg | 4.setembro | |
1553-1610 | 6.Frederico | 10.novembro | |
1160-1216 | 21.Carlos Magno | 8.julho | |
1740-1810 | 28.Gutenberg | 9.setembro | |
1710-1738 | 22.Shakespeare | 1.outubro | |
130-160 | 19.Arquimedes | 13.abril | |
1776-1810 | 20.Bichat | 22.dezembro | |
110-190 | 25.Aristóteles | 22.março | |
640-559 | 8.Aristóteles | 5.março | |
1660-1734 | 23.Bichat | 25.dezembro | |
1560-1641 | 16.Frederico | 20.novembro | |
640-550 | 7.Aristóteles | 4.março | |
1610-1690 | 13.Dante | 28.julho | |
1599-1660 | 12.Dante | 27.julho | |
540-500 | 9.Aristóteles | 6.março |
FONTE: “Apêndice” de Apelo aos conservadores (autoria de Augusto Comte; Rio de Janeiro: Igreja Positivista do Brasil, 1899), organizado por Miguel Lemos.
NOTAS:
- Os nomes em itálico indicam os tipos adjuntos, considerados titulares nos anos bissextos.
- Os nomes em letras maiúsculas indicam chefes de semana ou de mês.
- As datas de vida reproduzem as indicadas por Miguel Lemos no “Apêndice” ao Apelo aos consevadores; algumas delas podem ter sofrido correção desde 1899, a partir de pesquisas historiográficas.
- Os artigos da Wikipédia foram selecionados basicamente em português, mas em diversos casos ou só havia em outra(s) língua(s) ou eram melhores em outra(s) língua(s) (francês e inglês, mas também espanhol e italiano).
13 dezembro 2009
Chico Alencar: A corrupção não é culpa do "sistema"
Vejam o discurso abaixo do Dep. Chico Alencar, enviado por um amigo do Rio de Janeiro. O Deputado argumenta que a corrupção que vivemos não é culpa do "sistema", mas das pessoas e, acima de tudo, dos valores que permitem, aceitam ou toleram as práticas criminosas e antirrepublicanas. Além disso, o Deputado critica - coberto de razão - que não adianta pôr a responsabilidade pelas canalhices em uma abstração chamada "sistema político", que deveria ser modificada, fazendo-se abstração dos motivos pessoais e dos valores que orientam as pessoas.
Embora o Chico Alencar seja da extrema-esquerda de origem marxista, nesse discurso ele apresenta-se radicalmente positivista: afinal, para o Positivismo não faz sentido, não é razoável querer mudar as instituições antes ou no lugar da mudança dos valores. A crise que vivemos não é "institucional" , ela é ética no sentido mais profundo; o que faz uma república algo "republicano" não são as instituições, mas os valores e as práticas dos cidadãos.
Gustavo.
* * *
http://www.chicoale ncar.com. br/chico2004/ chamadas/ pronuncs/ pronunc20091203c .htm
A culpa não é só do sistema |
Virou costume se dizer que todos os escândalos de corrupção acontecem por causa do sistema político e da falta de uma reforma profunda nele. Sim, o sistema político-eleitoral brasileiro, mantido intacto tanto na era FHC quanto no período lulista, instituiu uma espécie de "democracia empresarial" e de "eleições de negócios". Nós, do PSOL, repetimos sempre que os partidos são, com poucas exceções, ajuntamentos de interesses difusos para fruir das benesses do poder, viabilizando aumento de patrimônio de suas figuras mais importantes. Adesistas sempre, com programas que servem apenas para encher papel. Por isso, cada vez mais, incidem pouco ou nada no dia a dia das pessoas, anestesiadas pela despolitização galopante. A não ser quando, com suas malfeitorias reveladas, os "políticos", ancorados nos seus partidos, provocam indignação cidadã, como a que move, neste momento, os que ocupam a Câmara Legislativa do Distrito Federal, protestando contra o detrito federal que ali, e nas instâncias do Executivo, se produz. Os mandatos são meios de vida e não serviço, representação. Quando o primeiro escândalo de corrupção do governo Luiz Inácio da Silva emergiu das imagens de Waldomiro Diniz, então braço direito do então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, extorquindo o dito empresário Carlos Augusto Ramos, também conhecido como o bicheiro Carlinhos Cachoeira, de imediato todas as vozes se levantaram em defesa de uma reforma política "profunda". |
08 dezembro 2009
"Julie & Julia", uma história positivista
Essa história pode ser vista como positivista, especialmente para Julie, a personagem dos anos 2000. Ela resolve fazer todas as receitas do livro de culinária francesa que Julia escreveu; são 524 receitas em 365 dias, cujos resultados Julie põe em um blogue que criou especificamente para isso. Enquanto faz as receitas, Julie conversa com Julia - é claro que essa conversa é subjetiva e isso fica dito e subentendido durante todo o filme.
No final do filme, Julie dialoga com seu marido: as conversas que manteve com Julia e o esforço de fazer todas as receitas fizeram dela (Julie) uma pessoa melhor. Mas Julia não gostara muito do blogue de Julie, o que entristeceu a última - ao que o marido comenta que a Julia perfeita existe apenas na cabeça de Julie e é essa Julia perfeita, idealizada, que torna Julie melhor.
Por que esse filme pode ser positivista? Por dois motivos.
Em primeiro lugar, porque é uma história puramente humana, de seres humanos que procuram solucionar seus problemas e, ao procurarem satisfazer algumas necessidades pessoais, melhoram a vida dos outros e encontram nisso sua satisfação. Isso é desenvolver o altruísmo, seja diretamente, seja por meio da regulação do egoísmo.
Em segundo lugar, porque vemos claramente, em particular no diálogo que esbocei acima, que os seres humanos vivos sofrem o tempo todo a influência subjetiva de quem está distante e de quem já morreu. Essa influência subjetiva está em nossas cabeças - objetivamente, não existem "espíritos" -, mas ela é fundamental para fazer de nós quem somos. Essas idealizações ocorrem necessariamente: seja porque elas ocorrem naturalmente, seja porque nós precisamos delas. Além disso, em particular, essas influências subjetivas são idealizadas por nós e, ao idealizarmos, nós procuramos melhorar, aperfeiçoarmo- nos, procurando seguir o exemplo subjetivo.
O Positivismo não é um grande sistema científico e cientificista: ele é, sim, um grande sistema de aperfeiçoamento do ser humano, por meio do desenvolvimento do altruísmo e da compressão do egoísmo: é isso que o filme apresenta. É por isso que ele é positivista.
27 novembro 2009
As críticas de Augusto Comte à Economia Política
http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/politica/article/view/11794/11038
O resumo e as palavras-chave são os seguintes:
RESUMO: O objetivo deste artigo é apresentar as críticas de Augusto Comte à Economia Política de sua época, bem como as propostas de reforma social daí advindas. O arcabouço metodológico consiste em categorias propostas pela História das Idéias, em particular por M. Bevir e Q. Skinner. O que poderíamos chamar de “teoria econômica comtiana” está presente na sua “Estática Social”, na parte relativa à propriedade e aos elementos materiais da sociedade, e na sua “Dinâmica Social”, no que se refere às inter-relações entre as mudanças políticas, sociais e econômicas ao longo da história. Essa teoria econômica dialoga tanto com os liberais quanto com os “comunistas”, ao afirmar, por um lado, a necessidade da propriedade, mas também, por outro lado, a subordinação da propriedade às necessidades sociais e ao criticar severamente o individualismo. Daí resultam conseqüências diretas e indiretas: por um lado, a sociedade não é redutível ao “mercado” e o Estado não pode ser omisso frente às flutuações econômicas; por outro lado, os conflitos de interesses mais imediatos de proletários e “patrícios” não podem ignorar a origem social da riqueza, sendo necessárias medidas morais e legais para regular e resolver esses conflitos. Nesse sentido, Comte é também um prenunciador do Estado de Bem-Estar Social ou, pelo menos, um teórico da justiça social.
PALAVRAS-CHAVE: Augusto Comte, Positivismo, Sociologia, crítica à Economia Política, holismo metodológico, justiça social.