Para Augusto Comte, a relatividade filosófica consolidou-se com dois resultados das investigações científicas ocorridas entre os séculos XV e XIX, um astronômico, o outro biológico: o duplo movimento da Terra e o caráter inato dos pendores altruístas.
Enquanto o duplo movimento da Terra, com caráter objetivo, tirou o ser humano da condição de "centro do universo" (ou, na mitologia judaico-cristã, de "rei da criação"), o altruísmo inato, com caráter subjetivo, permite que se sistematize o esforço de cada um sobre si mesmo em benefício dos demais, ou seja, permite ao mesmo tempo que a sociabilidade aconteça e que se elabore a síntese subjetiva altruísta seja elaborada
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“L’innéité des penchants bienveillants et
le mouvement de la terre constituent les
principaux résultats de la science moderne, comme posant les deux bases
essentielles, l’une subjective, l’autre objective, de la vraie relativité”
(Comte, Système de politique positive,
v. IV, p. 20).