No dia 14 de São Paulo de 171 (3.6.2025) realizamos nossa prédica positiva, dando continuidade à leitura comentada do Apelo aos conservadores (em sua Primeira Parte, consagrada à "doutrina apropriada aos verdadeiros conservadores").
Antes da leitura comentada, abordamos rapidamente o volume de Ramiro Marques, O livro das virtudes de sempre.
A prédica foi transmitida nos canais Positivismo (aqui) e Igreja Positivista Virtual (aqui e aqui).
Devido a problemas na conexão da internet, a transmissão via Youtube foi interrompida logo após a metade e restabelecida em seguida. A versão indicada acima é a que se realizou via Facebook.
As anotações que serviram de base para a exposição oral encontram-se reproduzidas abaixo.
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Prédica simples
(14 de São Paulo de 171/3.6.2025)
1. Abertura
2. Exortações iniciais
2.1. Sejamos altruístas!
2.2. Façamos orações!
2.3. Como somos uma igreja, ministramos os sacramentos: quem tiver interesse, entre em contato conosco!
2.4. Precisamos de sua ajuda; há várias maneiras para isso:
2.4.1. Divulgação, arte, edição de vídeos e livros! Entre em contato conosco!
2.4.2. Façam o Pix da Positividade! (Chave pix: ApostoladoPositivista@gmail.com)
3. Datas e celebrações:
3.1. Dia 15 de São Paulo (4.6): Live AOP com Valter Duarte Ferreira Fº: “Economia, obstáculo epistemológico”
4. Sobre o volume O livro das virtudes de sempre, de Ramiro Marques (São Paulo, Landy, 2001)
4.1. O autor era um pedagogo português, professor de ética e filosofia moral, viveu entre 1955 e 2023
4.1.1. Lamentavelmente, como era português nós, no Brasil, não o conhecíamos (afinal, fazemos questão de ignorar e desprezar a realidade portuguesa, no que também lamentavelmente há uma reciprocidade do outro lado do Atlântico); apesar disso, ele desenvolveu uma importante carreira interna e externa (como se pode ver aqui)
4.2. O livro aborda a ética de Aristóteles, apresentando-a como real, útil e prática – e adequada e necessária para os dias de hoje
4.2.1. O argumento centra-se na concepção de “virtude”, que é a realização do bom e que se encontra no meio de dois vícios opostos (geralmente, a falta e o excesso de algum comportamento)
4.2.2. A abordagem do autor tem, entre outras, duas grandes qualidades: (1) aborda o conjunto das obras éticas de Aristóteles (ele relaciona quatro, no total) e (2) ele não degrada Aristóteles ao reduzi-lo a Platão (como fez Giovanni Reale, em seu Introduçãoa Aristóteles (Rio de Janeiro, Contraponto, 2012))
4.3. Parece-me que vale a pena citar esse livro devido a diversos motivos:
4.3.1. Em primeiro lugar, as reflexões ético-morais de Aristóteles são extremamente próximas das de Augusto Comte; não por acaso, nosso mestre nomeou o mês da filosofia antiga (o terceiro mês do ano) com Aristóteles e incluiu dois livros do estagirita na Biblioteca Positivista (a Ética Nicomaquéia e a Política)
4.3.1.1. Em particular, apesar dos fortes elementos teológico-metafísicos, a ética aristotélica é profundamente humana, realista e direcionada para a vida em comum (especialmente a vida cívica)
4.3.2. Em segundo lugar, desde o final do século XIX o Ocidente vive marcado pelas reflexões ético-filosóficas e clínicas profundamente metafísicas e obscuras de Freud e de Nietzsche, que tinham concepções profundamente negativas e destruidoras do ser humano
4.3.2.1. A esses dois deve-se juntar também Marx, compondo um trio de pensadores que exerceu as mais danosas influências filosóficas, sociais e políticas sobre o Ocidente, conduzindo a perspectivas negativas, contrárias à esperança, ao progresso, à fraternidade, à harmonia, favoráveis ao conflito, à disputa, à desesperança
4.3.2.2. Freud, em particular, defendia uma concepção de ser humano como sempre doente, sempre problemático, dependente de “terapias” que exigem dedicação permanente (vários dias por semana), duram a vida inteira e, portanto, não curam nem resolvem nada, exceto a conta corrente dos psicanalistas
4.3.2.3. A reafirmação da ética aristotélica – que, como indicamos, é largamente compartilhada pelo Positivismo – oferece um sopro de esperança e bom senso na reflexão ético-moral dos indivíduos e das sociedades, afirmando a possibilidade e a necessidade de reflexão e condução autônoma do comportamento, com vistas tanto à felicidade individual quanto ao bem comum
4.3.3. Em terceiro lugar, embora no âmbito das nossas prédicas isto não tenha tanta importância, o livro foi escrito também com a preocupação de orientar os professores em sala de aula que desejem ou que tenham que abordar reflexões éticas, sejam em disciplinas específicas, seja de maneira “transversal”
4.4. Todavia, apesar dessas qualidades, convém notar que a abordagem do autor apresenta alguns graves defeitos filosóficos de fundo, nomeadamente a crença em concepções absolutas e, daí, tanto a rejeição do relativismo quanto o gravíssimo equívoco de que o relativismo consiste na ausência de parâmetros
4.4.1. Esses defeitos filosóficos do autor vinculam-se a concepções teológicas (católicas, em particular); mas, felizmente, elas têm um aspecto um tanto secundário no conjunto do livro e não afetam a competente exposição do pensamento de Aristóteles
5. Leitura comentada do Apelo aos conservadores
5.1. Antes de mais nada, devemos recordar algumas considerações sobre o Apelo:
5.1.1. O Apelo é um manifesto político e dirige-se não a quaisquer pessoas ou grupos, mas a um grupo específico: são os líderes políticos e industriais que tendem para a defesa da ordem (e que tendem para a defesa da ordem até mesmo devido à sua atuação como líderes políticos e industriais), mas que, ao mesmo tempo, reconhecem a necessidade do progresso (a começar pela república): são esses os “conservadores” a que Augusto Comte apela
5.1.1.1. O Apelo, portanto, adota uma linguagem e um formato adequados ao público a que se dirige
5.1.1.2. Empregamos a expressão “líderes industriais” no lugar de “líderes econômicos”, por ser mais específica e mais adequada ao Positivismo: a “sociedade industrial” não se refere às manufaturas, mas à atividade pacífica, construtiva, colaborativa, oposta à guerra
5.2. Uma versão digitalizada da tradução brasileira desse livro, feita por Miguel Lemos e publicada em 1899, está disponível no Internet Archive: https://archive.org/details/augustocomteapeloaosconservadores
5.3. O capítulo em que estamos é a “Primeira parte”, cujo subtítulo é “Doutrina apropriada aos verdadeiros conservadores”
5.4. Passemos, então, à leitura comentada do Apelo aos conservadores!
6. Exortações finais
6.1. Sejamos altruístas!
6.2. Façamos orações!
6.3. Como somos uma igreja, ministramos os sacramentos: quem tiver interesse, entre em contato conosco!
6.4. Precisamos de sua ajuda; há várias maneiras para isso:
6.4.1. Divulgação, arte, edição de vídeos e livros! Entre em contato conosco!
6.4.2. Façam o Pix da Positividade! (Chave pix: ApostoladoPositivista@gmail.com)
7. Término da prédica
- Augusto Comte (port.), Apelo aos conservadores (Rio de Janeiro, Igreja Positivista do Brasil, 1898): https://archive.org/details/augustocomteapeloaosconservadores.
- Augusto Comte (port.), Catecismo positivista (Rio de Janeiro, Igreja Positivista do Brasil, 4ª ed., 1934).
- Giovanni Reale (port.), Introdução a Aristóteles (Rio de Janeiro, Contraponto, 2012).
- Ramiro Marques (port.), O livro das virtudes de sempre (São Paulo, Landy, 2001).