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13 novembro 2024

Sobre os feriados cívicos nacionais

No dia 9 de Frederico de 170 (12.11.2024) realizamos nossa prédica positiva, fazendo a leitura comentada do Catecismo positivista, em sua décima terceira conferência, dedicada ao entendimento da importância sociológica da Revolução Francesa, à descrição da situação francesa e européia após a Revolução e a possibilidade e a necessidade do Positivismo nesse quadro. 

Aliás, com essa leitura, concluímos a leitura comentada do Catecismo positivista - o que é motivo de comemoração!

Na seqüência apresentamos algumas considerações sobre o livro Identitarismo, de Antônio Risério.

No sermão fizemos alguns comentários sobre os feriados cívicos nacionais.

A prédica foi transmitida nos canais Positivismo (aqui: https://youtube.com/live/0YpQV3zl3eY) e Igreja Positivista Virtual (aqui: https://www.facebook.com/IgrejaPositivistaVirtual/videos/581961184387101).

Os tempos da prédica foram os seguintes:

00min 00s - início

03min 20s - exortações

10min 59s - efemérides

15min 53s - comentários sobre o livro Identitarismo, de Antônio Risério

25min 17s - leitura comentada do Catecismo Positivista

01h 01min 45s - sobre os feriados cívicos nacionais

01h 42min 30s - exortações finais

01h 49min 57s - término da prédica

As anotações que serviram de base para a exposição oram encontram-se reproduzidas abaixo.

*   *   *


Sobre os feriados cívicos nacionais

(9 de Frederico de 170/12.11.2024) 

1.       Abertura da prédica

2.       Exortações

2.1.    Sejamos altruístas!

2.2.    Façamos orações!

2.3.    Façam o Pix da Positividade! (Chave pix: ApostoladoPositivista@gmail.com)

3.       Efemérides

3.1.    Dia 12 de Frederico (15 de novembro): Proclamação da República (1889); Glorificação de Benjamin Constant

3.2.    Lembrança: dia 18 de Frederico (21 de novembro): Live AOP com Sebastiano Fontanari: “Relato de uma viagem a Paris”

4.       Comentários sobre o livro Identitarismo (São Paulo, LVM, 2024), de Antônio Risério:

4.1.    Antes de mais nada, para evitar qualquer má interpretação, qualquer ambigüidade negativa, qualquer má fé: é importante afirmar e reafirmar que somos contra o racismo, o desrespeito e a violência contra mulheres, contra homossexuais etc.

4.1.1. Somos contra essas discriminações e essas violências porque somos a favor do altruísmo, da fraternidade universal, da dignidade humana etc.

4.1.2. Assim, ao criticarmos o identitarismo, não negamos que ele tenha razão em um certo fundo moral e prático; mas o conjunto de suas idéias e dos sentimentos que ele manifesta para combater violências e discriminações – esse conjunto é errado e inaceitável

4.2.    O presente livro de Antônio Risério apresenta de maneira clara e sintética suas concepções sobre o identitarismo em geral e sobre o identitarismo neonegro, racialista, em particular indicando (1) que ele é racista em geral e racista contra brancos e mulatos, (2) que ele é influenciado nesse sentido, de maneira intensa, pelo movimento negro dos EUA, que tem alas contrárias aos ideais de Martin Luther King e intensamente racistas e (3) que agências dos EUA, como a CIA por meio da Fundação Ford, estimulam ativamente esse racismo e esse ativismo no Brasil, para diminuir a impressão de que os EUA são problemáticos em termos raciais

4.2.1. Outros livros de A. Risério foram menos sistemáticos, seja porque apresentaram argumentações iniciais, seja porque ele adotou excessivamente um estilo ensaístico

5.       Leitura comentada do Catecismo positivista

5.1.     Décima terceira conferência, sobre a evolução histórica da religião, em particular sobre a crise social, política, intelectual e moral que conduziu à Revolução Francesa

6.       Sermão: sobre os feriados cívicos nacionais

6.1.    Como estamos em uma semana cívica, com um belo feriado nacional, e como esse feriado implicou uma alteração profunda de regime político, que instituiu um novo sistema de feriados, vale a pena considerarmos quais os feriados estabelecidos pela república e os atualmente vigentes

6.1.1. É necessário notar que consideraremos apenas os feriados nacionais, sem considerar os estaduais nem os municipais, devido à quantidade e à particularidade desses outros feriados

6.1.2. O objetivo deste sermão é apenas indicar os feriados cívicos: os existentes ao longo do tempo e a proposta positivista

6.2.    Algumas observações gerais iniciais:

6.2.1. O Positivismo é de fato uma religião, ou seja, abarca o conjunto da existência humana, em termos da natureza humana (afetiva, intelectual e prática), seja em termos de âmbitos da existência (privada, doméstica, cívica, universal)

6.2.1.1.             Assim, o Positivismo é também uma religião cívica, mas não uma religião civil: celebramos os vínculos cívicos, embora rejeitemos convictamente o papel de religião oficial de Estado

6.2.2. Os feriados cívicos são uma forma de culto público, em que o Estado pode e deve celebrar e estimular determinados valores coletivos

6.2.2.1.             Essa concepção de celebrações cívicas não ofende a separação entre igreja e Estado – embora, claro, as celebrações em si devam respeitar a laicidade do Estado

6.2.2.2.             Os valores celebrados devem ser os laços sociais da fraternidade cívica, da fraternidade universal, da paz, da justiça, do entendimento entre as nações

6.2.2.3.             Dessa forma, a violência e a guerra; o particularismo e o exclusivismo; o clericalismo – tudo isso deve ser proscrito e rejeitado nas celebrações cívicas

6.3.    Durante o Império houve dois decretos de feriados[1]:

6.3.1. Lei de 9 de setembro de 1826: dias de festividade nacional (https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LIM/LIM.-9-9-1826.htm)

1)      9 de janeiro: Dia do Fico

2)      25 de março: Constituição do Império

3)      3 de maio: Descobrimento do Brasil

4)      7 de setembro: Independência do Brasil

5)      12 de outubro: Aclamação do Imperador

6.3.2. Decreto n. 501, de 19 de agosto de 1848: dias de “festa nacional” e “feriados nas estações públicas” (https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-501-19-agosto-1848-559966-publicacaooriginal-82475-pl.html):

1)      25 de março: Constituição do Império

2)      7 de setembro: Independência do Brasil

3)      2 de dezembro: Aniversário do Imperador

4)      Domingos e “dias santos de guarda” (dias em que os fiéis são obrigados a irem à missa)

6.4.    As celebrações oficiais e cívicas do Império eram relativamente poucas

6.4.1. Essas celebrações eram um misto de datas cívicas com autocelebrações dos próprios monarcas

6.4.2. É possível entender essa pobreza de feriados do império devido às celebrações da Igreja Católica, que, afinal de contas, era um órgão do Estado

6.5.    Assim que a república foi proclamada em 15 de novembro de 1889, tratou-se de estabelecer a separação entre igreja e Estado; tal separação demorou porque Rui Barbosa, com sua característica vaidade, quis os louros para si e, a título de consultar o arcebispo Dom Macedo Costa, atrasou dois meses o decreto e propôs, com um juridicismo e um anticlericalismo tanto agressivos quanto característicos, o Decreto n. 119-A, de 7 de janeiro de 1890

6.6.    Após a separação entre igreja e Estado – uma semana – estabeleceram-se os feriados nacionais, de caráter cívico, por meio do Decreto n. 155-B, de 14 de janeiro de 1890

6.6.1. Esse decreto (disponível aqui: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1851-1899/D155-Bimpressao.htm) é ao mesmo tempo simples, claro e inspirador; por esses motivos, é possível e vale a pena citá-lo na íntegra (a formatação é minha; a ortografia foi atualizada):

DECRETO Nº 155-B, DE 14 DE JANEIRO DE 1890

Declara os dias de festa nacional.

O Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil, considerando:

-        que o regime republicano baseia-se no profundo sentimento da fraternidade universal;

-        que esse sentimento não se pode desenvolver convenientemente sem um sistema de festas públicas destinadas a comemorar a continuidade e a solidariedade de todas as gerações humanas;

-        que cada pátria deve instituir tais festas, segundo os laços especiais que prendem os seus destinos aos destinos de todos os povos;

Decreta:

São considerados dias de festa nacional:

1)      1 de janeiro, consagrado à comemoração da fraternidade universal;

2)      21 de abril, consagrada à comemoração dos precursores da Independência Brasileira, resumidos em Tiradentes;

3)      3 de maio, consagrado à comemoração da descoberta do Brasil;

4)      13 de maio, consagrado à comemoração da fraternidade dos Brasileiros;

5)      14 de julho, consagrado à comemoração da República, da Liberdade e da Independência dos povos americanos;

6)      7 de setembro, consagrado à comemoração da Independência do Brasil;

7)      12 de outubro, consagrado à comemoração da descoberta da América;

8)      2 de novembro, consagrado à comemoração geral dos mortos;

9)      15 de novembro, consagrado à comemoração da Pátria Brasileira.

6.6.2. É fácil perceber que esse decreto foi inteiramente vazado em termos positivistas e com claro sentido cívico

6.6.2.1.             Basta examinar os “considerandos”, que afirmam a fraternidade universal, a continuidade e a solidariedade (“ordem e progresso”) humanas, os destinos comuns a todos os povos

6.6.2.2.             Dos nove feriados, apenas um (2 de novembro) é propriamente religioso; mas, ainda assim, sua justificativa é universal (“comemoração geral dos mortos”)

6.6.3. O que significa esse “sentido cívico”?

6.6.3.1.             Significa a valorização de laços válidos para todos os cidadãos brasileiros, baseados na liberdade, na fraternidade e na dignidade do ser humano e vinculando os cidadãos brasileiros entre si e o Brasil aos povos americanos, ocidentais e mundiais

6.6.3.2.             Como indicamos há pouco, os “considerandos” já evidenciam esses valores fundamentais

6.7.    As celebrações positivistas podem ser vistas neste folheto:

6.7.1. As celebrações da Igreja Positivista do Brasil compreendem 15 datas, em que há coincidência de oito celebrações cívicas brasileiras, seis especificamente religiosas do Positivismo e uma em que há coincidência no motivo mas não na data (a celebração geral dos mortos)

6.8.    O sistema republicano de celebrações naturalmente sofreu inúmeras alterações ao longo dos últimos 135 anos; entretanto, com freqüência essas modificações não ocorreram para aperfeiçoá-lo, pois o republicanismo, o civismo e a fraternidade universal foram substituídos e/ou justapostos por outros valores contrários – clericalistas e particularistas

6.9.    Vale notar que foi Getúlio Vargas, em um dos seus atos iniciais como Presidente da República, que suprimiu o 13 de maio, juntamente com o 14 de julho e o 12 de outubro (ainda que felizmente instituindo o 1º de maio e, lamentavelmente, o clericalista 25 de dezembro), por meio do Decreto n. 19.488, de 15 de dezembro de 1930 (https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-19488-15-dezembro-1930-508040-republicacao-85201-pe.html)

6.10.                     Os atuais feriados nacionais foram estabelecidos em uma série de leis e decretos ao longo das décadas; para facilitar seu compêndio, podemos consultar os decretos e as portarias do Ministério do Planejamento que estipulam os feriados e os dias de ponto facultativo para os servidores públicos federais civis (por exemplo, a Portaria n. 8.617, de 26 dezembro de 2023) (https://www.in.gov.br/EN/WEB/DOU/-/PORTARIA-MGI-N-8.617-DE-26-DE-DEZEMBRO-DE-2023-533937211)

6.10.1.   Essa portaria estabelece 18 datas feriadas e de ponto facultativo; os feriados propriamente ditos são estes:

1)      1º de janeiro: Confraternização Universal

2)      29 de março: Paixão de Cristo

3)      21 de abril: Tiradentes

4)      1º de maio: Dia Mundial do Trabalho

5)      7 de setembro: Independência do Brasil

6)      12 de outubro: Nossa Senhora Aparecida

7)      2 de novembro: Finados

8)      15 de novembro: Proclamação da República

9)      20 de novembro: Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra

10)  25 de dezembro: Natal

6.10.2.   Desses dez feriados nacionais, apenas cinco são efetivamente celebrações cívicas da fraternidade universal, da liberdade e da dignidade humanas; três são celebrações clericalistas e duas são celebrações particularistas que poderiam ser positividas (Finados e Zumbi)

6.10.2.1.          Vale lembrar que o Dia de Finados mudou de nome, de Festa Geral dos Mortos (nome cívico e universalista) para Dia de Finados

6.10.2.2.          Também vale lembrar que o dia 20 de novembro é uma data identitarista proposta pelo movimento racialista negro, sob inspiração (ou melhor, sob orientação) direta do movimento racialista e particularista dos Estados Unidos; essa data foi estabelecida contra o 13 de maio (fraternidade dos brasileiros) e celebra, antes de Zumbi, a “consciência negra” (o que é algo totalmente particularista, antiuniversalista, antifraterno – e, na medida em que rejeita a miscigenação brasileira e cria e celebra o mito do Brasil de “duas ‘raças’”, é também racista)

6.11.                     Em suma:

6.11.1.   Após mais de 135 anos de República, os feriados nacionais descaracterizaram-se como celebrações cívicas, da fraternidade universal, e tornaram-se uma colcha de retalhos incoerente e que estimula o particularismo e o facciosismo

6.11.2.   O calendário cívico republicano, de 14 de janeiro de 1890, era mais amplo, mais coerente, mais generoso, mais fraterno, mais altruísta

6.11.2.1.          Não por acaso, o Decreto n. 155-B era de forte inspiração positivista

7.       Exortações finais

8.       Término da prédica

 


[1] Obtivemos esses dados inicialmente no blogue Blog do PC (https://blogue-do-pc.blogspot.com/2012/11/os-feriados-no-brasil-imperio-1822-1889.html; acesso em 10.11.2024).

08 agosto 2024

Sobre a Revolução Francesa

No dia 23 de Dante de 170 (6.8.2024) retornamos das férias e retomamos as prédicas positivas, com a leitura comentada do Catecismo positivista, em sua duodécima conferência, dedicada à exposição da evolução histórica do desenvolvimento humano e das religiões (tratando em particular do fetichismo e do politeísmo).

Na parte do sermão abordamos a Revolução Francesa, especialmente a interpretação sociológica, intelectual e moral desse grande evento.

Antes do sermão indicamos as efemérides ocorridas durante as nossas férias, no mês de Dante.

A prédica foi transmitida nos canais Positivismo (aqui: https://l1nq.com/pOEvx) e Igreja Positivista Virtual (aqui: https://l1nk.dev/VmAjo).

As anotações que serviram de base para a exposição oral estão reproduzidas abaixo.

Os horários da prédica são os seguintes:

00 min 00 s - início da prédica

3 min 44 s - exortações iniciais

22 min 18 s - efemérides

32 min 28 s - leitura comentada do Catecismo positivista

57 min 43 s - sermão sobre a Revolução Francesa

2 h 13 min 43 s - término da prédica

*   *   *


Sobre a Revolução Francesa

(23.Dante.170/6.8.2024)

1.       Início

2.       Exortações iniciais:

2.1.    Sejamos altruístas!

2.2.    Façamos orações!

2.3.    Façam o Pix da Positividade!

2.3.1. Chave pix: ApostoladoPositivista@gmail.com

3.       Efemérides:

3.1.    8.Dante (22.7): 201 anos de nascimento de Georges Audiffrent (1823)

3.2.    13.Dante (27.7): 150 anos de nascimento de João David Pernetta (1874)

3.3.    15.Dante (29.7): 800 anos de nascimento de Joinville (1224)

3.4.    16.Dante (30.7): 500 anos de nascimento de Camões (1524)

3.5.    20.Dante (3.8): 34 anos da transformação de David Antônio da Silva Carneiro (1990)

3.6.    26.Dante (9.8): 300 anos de nascimento de Klopstock (1724)

3.7.    27.Dante (10.8): 200 anos da transformação de Byron (1824)

3.8.    27.Dante (10.8): 107 anos da transformação de Miguel Lemos (1917)

3.9.    28.Dante (11.8): 51 anos da transformação de Luís Hildebrando de Horta Barbosa (1973)

3.10.                     12 a 28 de Dante (26.7 a 11.8): Olimpíadas de Paris

4.       Leitura comentada do Catecismo positivista: duodécima conferência, dedicada à evolução histórica da religião, em particular com o fetichismo e com o politeísmo

5.       Sermão: sobre a Revolução Francesa

5.1.    Esse tema foi sugerido por um novo adepto e também pelas Olimpíadas de 2024, que se realizam atualmente em Paris e que apresentaram, em sua abertura, referências à Revolução

5.1.1. A mascote das Olimpíadas, nesse sentido, é o barrete frígio, chamado no evento de “Frige” (“Phryge”), na versão comum e na versão para-olímpica

5.1.2. O barrete frígio tornou-se o símbolo tanto da Revolução Francesa quanto, por extensão, dos revolucionários, dos jacobinos e dos republicanos

5.1.3. O barrete frígio é um chapéu vermelho com abas na frente das orelhas e uma ponta acima da cabeça; ele é “frígio” porque teve origem na Frígia, que é uma região no centro da Turquia

5.1.3.1.             Desde o início da Revolução ele foi recuperado e adotado pelos sans-culottes, isto é, pelo comum do povo

5.2.    Neste sermão não nos ocuparemos das várias fases da Revolução nem das suas personagens

5.2.1. Isso não se deve a que as fases e as personagens não sejam importantes – bem ao contrário –, mas porque o que nos interessa aqui é o exame sociológico, político, filosófico e moral da Revolução

5.2.2. Vale notar que Augusto Comte e os positivistas sempre deram grande atenção à Revolução, às suas fases e às suas personagens

5.2.2.1.             Augusto Comte dedicava grande atenção em particular à fase da Convenção Nacional (1792-1795) e elogiava muito Danton e seu grupo

5.2.2.2.             Augusto Comte tratou longamente da Revolução:

5.2.2.2.1.                   Nos opúsculos de juventude (por exemplo, na Sumária apreciação do conjunto do passado moderno, de abril de 1820, e no Plano dos trabalhos científicos necessários para reorganizar a sociedade, de abril de 1822-1824)

5.2.2.2.2.                   Nos capítulos históricos da Filosofia positiva (lição 55, do v. V, e lições 56 e, principalmente, 57, do v. VI) (1841 e 1842)

5.2.2.2.3.                   No Discurso preliminar sobre o conjunto do Positivismo (segunda e terceira partes) (1848, 1851)

5.2.2.2.4.                   No v. III da Política positiva (especialmente o cap. 7) (1853)

5.2.2.3.             Os positivistas, especialmente os franceses, também trataram muito da Revolução:

5.2.2.3.1.                   Pierre Laffitte: A Revolução Francesa

5.2.2.3.2.                   Dr. Robinet: Dicionário da Revolução Francesa, Memória sobre a vida privada de Danton, Condorcet, Movimento religioso durante a Revolução, O processo dos dantonistas etc.

5.2.2.4.             Augusto Comte também incluiu na Biblioteca Positivista a obra História da Revolução Francesa, de François Mignet (1824)

5.3.    No âmbito do Positivismo, a Revolução Francesa é importante (1) como culminação de um amplo processo histórico, (2) como um evento específico e, a partir dessas referências, (3) como início de uma nova era

5.3.1. Além disso, como indicaram alguns sociólogos, a Revolução Francesa é o evento que (4) estimula a fundação da Sociologia e, nesse sentido, a fundação do Positivismo

5.3.2. Vale notar que a interpretação positivista é – como, aliás, de resto, todas as interpretações positivistas – “multidimensional”, abarcando aspectos políticos, sociais, intelectuais e morais

5.3.3. As concepções positivistas sobre a Revolução Francesa – seja pela importância que a Revolução tem para o Positivismo, seja pelos amplos desenvolvimentos teóricos (sociológicos, políticos, morais), seja pelos amplos desenvolvimentos historiográficos – valem por si sós, não devem nada a ninguém e podem e devem ser levadas extremamente a sério

5.3.3.1.             Em contraposição à amplitude moral, intelectual e prática das concepções positivistas sobre a Revolução, ao longo do século XX afirmaram-se e tiveram fama outras perspectivas mais restritas e menos generosas:

5.3.3.1.1.                   O marxismo, com uma interpretação ao mesmo tempo economicista e centrada nas disputas políticas

5.3.3.1.1.1.  Apesar das evidentes e enormes limitações morais e intelectuais próprias ao marxismo, ele tem o mérito de entender a Revolução em um sentido histórico mais amplo, ultrapassando o estrito contextualismo historiográfico liberal

5.3.3.1.1.2.  Muito da interpretação marxista do século XX dedicou-se a entender a Revolução Francesa como um prenúncio – e, daí, como uma justificativa – da Revolução Russa de 1917

5.3.3.1.2.                   O liberalismo, com uma interpretação estritamente política, ou melhor, politicista

5.3.3.1.2.1.  Um dos grandes nomes do revisionismo liberal, de corte politicista, foi François Furet, para quem se deve entender a Revolução estritamente em termos políticos e (ultra)contextualistas, ou seja, desprezando o entendimento sociológico mais amplo

5.3.3.1.2.2.  Embora corretamente criticando a justificativa da Revolução Russa, o fato é que esse revisionismo liberal empobrece e degrada a interpretação histórica, sociológica, intelectual e moral mais ampla da Revolução Francesa – chegando ao ponto de criticar a República e de justificar a monarquia! (Por exemplo, a colega de Furet, a historiadora Mona Ozouf, em Varennes, a morte da realeza (Companhia das Letras, 2009))

5.4.    Como indicamos acima, a Revolução Francesa é a culminação de um amplo processo histórico; esse processo corresponde ao que Augusto Comte chamava de “duplo movimento moderno”, que, por sua vez, é a etapa final da tripla transição ocidental

5.4.1. A tripla transição ocidental é o multimilenar processo de desenvolvimento das características humanas realizado no Ocidente, em que, após o rompimento da ordem estacionária e conservadora das teocracias, o Ocidente desenvolveu sucessivamente os aspectos vinculados à inteligência (na Grécia), à atividade prática (em Roma) e aos sentimentos (na Idade Média)

5.4.2. Após a tríplice transição ocidental, com o desenvolvimento das características da natureza humana, ocorrido sob a teologia, passa a ocorrer a transição do absolutismo para o relativismo, com a decomposição do antigo regime (teológico, militarista) e a constituição da nova sociabilidade (positiva, pacífica)

5.4.2.1.             Assim, embora a explosão revolucionária tenha ocorrido especificamente na França, o amplo movimento social, político, filosófico e moral de que ela foi ao mesmo tempo o clímax e uma etapa é um movimento plenamente ocidental, ou seja, supranacional

5.4.2.2.             Além disso, devido aos seus fundamentos e às suas implicações, não apenas é supranacional e, nesse sentido específico, é civilizacional, como, de maneira mais ampla, é também um acontecimento universal

5.4.2.3.             Da mesma forma, na medida em que o Positivismo é a realização dos mais nobres ideais da Revolução – ideais que não puderam e que não conseguiriam realizar-se durante a Revolução –, o Positivismo assume com clareza uma significação universal, que se realiza clara, explícita e conscientemente nas elaborações de Augusto Comte (daí resultando, aliás, muito do ódio nutrido contra o Positivismo por seus adversários, como os reacionários teológicos, como os reacionários metafísicos (idealistas e liberais), como os revolucionários metafísicos (marxistas, por exemplo) e outros)

5.4.3. Nos termos de Pierre Laffitte (A Revolução Francesa, p. 9), a Revolução Francesa foi uma “crise social”, no sentido de que foi um esforço abortado, pois, do lado negativo, destruiu o Antigo Regime, mas, do lado positivo, apenas se propôs o problema e algumas bases, sem que a questão tenha sido de fato resolvida

5.4.3.1.             O resultado disso foi que a Revolução Francesa, por mais importante e gloriosa que tenha sido, também foi incompleta (Laffitte afirma que seu desenvolvimento foi “vicioso”)

5.4.3.2.             Mas, de qualquer maneira, desde 1789 a crise era tanto inevitável quanto indispensável:

5.4.3.2.1.                   Por um lado, ela evidenciou a caducidade do Antigo Regime, que mantinha instituições desacreditadas e que impedia o desenvolvimento humano

5.4.3.2.2.                   Por outro lado, ela também evidenciou os elementos e as exigências do novo sistema

5.4.3.2.3.                   Além disso, ela também evidenciou que e o quanto os princípios críticos (metafísicos, isto é, voltairianos e rousseaunianos) são incapazes e incompetentes para reorganizar a sociedade

5.4.3.3.             Augusto Comte (Política, I, p. 66 – Discurso preliminar, segunda parte, “Destinação social do Positivismo”) indica que o desenvolvimento efetivo da doutrina construtiva só foi possível a partir do impulso revolucionário (o que, por outro lado, significa que a doutrina construtiva teve que se basear na doutrina negativa)

5.4.4. No trecho abaixo (Política, I, p. 85 – Discurso preliminar, segunda parte, “Destinação social do Positivismo”), Augusto Comte resume o sentido da Revolução e – mais importante – indica que o programa revolucionário mantém-se: “É assim que a extensão total da grande crise põe em plena evidência o verdadeiro caráter geral já assinalado pelo exame direto de sua natureza central. Todas as altas considerações sociais, tanto exteriores quanto interiores, concorrem então para provar que a segunda parte da revolução deve sobretudo consistir em reconstruir, em todo o Ocidente, os princípios e os hábitos, de modo a constituir uma opinião pública cuja irresistível preponderância determina em seguida a formação gradual das instituições políticas convenientes a cada nacionalidade, sob a comum presidência do poder espiritual que terá dignamente elaborado a doutrina fundamenta. O espírito geral dessa doutrina é principalmente histórico, enquanto a parte negativa da revolução deveu fazer prevalecer um espírito anti-histórico. Um ódio cego para com o passado era então indispensável para sair energicamente do antigo regime. Doravante, ao contrário, nossa inteira emancipação exige inicialmente que rendamos a todo o passado uma completa justiça, que se tornará o tributo mais característico do verdadeiro espírito positivo, único suscetível hoje de uma tal aptidão, conforme sua natureza sempre relativa. O melhor sinal da verdadeira superioridade consiste, sem dúvida, para as doutrinas como para as pessoas, em bem apreciar todos os seus adversários”.

5.4.5. A decomposição do antigo regime é espontânea nos séculos XIV e XV (com a emancipação cada vez mais aguda da teologia e o desenvolvimento das atividades pacíficas) e torna-se sistemática nos séculos XVI, XVII e XVIII (com o protestantismo, as guerras de religião, o Iluminismo e a independência das colônias)

5.4.5.1.             Durante a decomposição espontânea, o antigo sistema foi atacado pelas bordas; na decomposição sistemática, ele passou a ser atacado no seu conjunto e cada vez mais no seu âmago

5.4.6. A constituição da nova sociabilidade é concomitante à decomposição do antigo regime, pois os agentes são com freqüência os mesmos nos dois casos: as antigas comunas livres tornam-se centros da atividade industrial (isto é, pacífica), a ciência desenvolve-se cada vez mais, minando as bases filosóficas e morais das antigas crenças, ao mesmo tempo que apóia e estimula as atividades pacíficas

5.4.7. Esses dois processos intensificaram-se cada vez mais; no século XVIII a afirmação e a proposição da nova sociabilidade ocorria com clareza

5.4.8. A França era o centro da Europa ocidental, tanto em termos geográficos quanto, principalmente, morais e filosóficos

5.4.8.1.             A essa centralidade francesa somava-se também o fato de que a monarquia francesa era a mais centralizada e a que mais concentrava as contradições do antigo regime (apoio às forças progressistas, manutenção das forças conservadoras e retrógradas)

5.4.8.2.             As tensões sociais, políticas e filosóficas aumentavam cada vez mais na França, resultantes de processos que vinham dos séculos anteriores e que no século XVIII tornaram-se bastante agudas

5.4.8.3.             Dessa forma, a situação social, política, filosófica, moral e até econômica da França conduzia-a cada vez mais para uma crise, que irrompeu afinal em 1789 (ou melhor, em 1788)

5.4.8.4.             Como indicamos antes, o sentido da Revolução Francesa, portanto, não foi apenas o de uma alteração de regime político; não por acaso, ela terminou o “antigo regime”, ou seja, a ordem própria à Idade Média, à ordem absoluta, teológico-militar (católico-feudal, de modo mais específico), e inaugurou a ordem moderna, relativa, positivo-pacífica

5.4.8.4.1.                   Em outras palavras, a Revolução Francesa tem um significado amplamente histórico e não somente ocidental, mas verdadeiramente universal

5.4.8.4.2.                   Quem reduz a Revolução Francesa apenas aos seus movimentos políticos e sociais, esvaziando seu conteúdo sociológico mais amplo, na verdade tem uma percepção reduzida da história da Humanidade e não entende os amplos processos sociais, políticos e filosóficos envolvidos

5.4.9. Esse é o relato sumário da filosofia da história positivista, ou melhor, da Sociologia Dinâmica; esse relato está exposto e desenvolvido cada vez mais, de maneira clara, ao longo de toda a carreira de nosso mestre

5.4.10.   É a partir dessa interpretação que Augusto Comte observa que a república (e o republicanismo), derivada política e logicamente da Revolução, tem duas partes conexas:

5.4.10.1.          Por um lado, o aspecto negativo, que é o fim da monarquia

5.4.10.2.          Por outro lado, o aspecto positivo, que é a sociedade agindo em benefício do bem comum

5.5.    Os aspectos específicos, conjunturais, da Revolução Francesa são subordinados ao seu desenvolvimento histórico mais amplo (essa é uma outra forma de dizer que o relato historiográfico subordina-se à explicação sociológica)

5.5.1. Embora os acontecimentos contextuais subordinem-se aos constrangimentos sociológicos, eles têm sua “autonomia”, na medida em que os agentes concretos atuam com e pensam com suas próprias cabeças

5.5.2. Uma outra forma de entender isso é que os agentes concretos, além de representarem e implementarem (consciente e inconscientemente) escolas filosóficas e programas políticos específicos, também tomam decisões conforme os diversos momentos a partir de seus caracteres – o que pode conduzir as conjunturas para o sucesso, para o fracasso ou para situações intermediárias

5.5.2.1.             Como indicamos antes, Augusto Comte recomendava a História da Revolução Francesa, de François Mignet, para conhecer-se os vários acontecimentos do período (esse livro, que está na Biblioteca Positivista, foi traduzido e publicado por positivistas paulistas em 1898)

5.5.2.2.             Também como indicamos antes, muitos positivistas escreveram muito sobre a Revolução Francesa; por exemplo, Pierre Laffitte e, ainda mais, o dr. Robinet

5.5.2.3.             Por outro lado, também vale notar que a valorização da ação (ou da agência) individual em contextos específicos criados pelos antecedentes sociológicos revela-se nas avaliações feitas por nosso mestre da atuação de Danton, de Hoche e de Napoleão

5.5.3. Augusto Comte, no “Prefácio” ao v. III da Política (p. XL) faz os seguintes comentários: “A história caracterizará sempre a revolução francesa conforme o abalo radical de 1793, sem se deter no vago prólogo de 1789, que aceitou então os diversos contra-revolucionários. Tornada irrevogavelmente retrógrada desde a segunda metade do reinado de Luís XIV [1661-1715], a realeza francesa sucumbiu definitivamente com Luís XVI, após um século de putrefação crescente, que marcou um tal resultado. Jamais ela [a monarquia] foi restabelecida depois, malgrado as diversas ilusões oficiais, em que, tomando as palavras pelas coisas, esqueceu-se de que suas duas características essenciais, a inviolabilidade e a hereditariedade, não pertencem a nenhum de nossos ditadores sucessivos. Mas o empirismo universal não sente suficientemente tal situação necessariamente republicana da França senão depois da reversão da nossa última ficção monárquica [a chamada “Monarquia de Julho”, 1830-1848]”.

5.5.4. Assim, conjunturalmente, a Revolução Francesa eclodiu porque o Estado francês enfrentava grave crise financeira, decorrente entre outros motivos do apoio francês à exitosa guerra de independência dos Estados Unidos

5.5.5. Para fazer frente às necessidades financeiras (e aumentar os impostos), o ministro das finanças Necker foi obrigado em julho de 1788 a convocar os Estados Gerais, um conselho geral da nação francesa; os Estados Gerais não eram convocados desde a época de Richelieu, em 1614 (o que evidencia o despotismo); os Estados Gerais eram organizados em três estados (ou três ordens): o clero; a nobreza; o “terceiro estado” (os plebeus, ou seja, a burguesia e o proletariado urbano e rural), todos presididos pelo rei

5.5.6. Devido à pressão pública e à necessidade de legitimação, os Estados Gerais foram desde o início abertos às demandas populares, o que tornou o evento explosivo; logo que se iniciou a assembléia, as coisas saíram do controle do governo e assumiram uma dinâmica própria

5.5.7. Esquematicamente, as fases da Revolução são as seguintes: Assembléia Nacional Constituinte (1788-1792); Convenção Nacional (1792-1795); Diretório (1795-1798)

5.5.7.1.             Na assembléia nacional o antigo regime foi formalmente extinto e o rei foi submetido a um parlamento; na Convenção Nacional a monarquia foi extinta, a República foi proclamada e os antigos soberanos foram decapitados (por traição); no Diretório o ritmo revolucionário diminuiu, a República manteve-se mas não se conseguiu manter o ímpeto nem ter parâmetros para a reorganização social, resultando no golpe militar de Napoleão, em 1798, com o consulado e, em 1802, com o Império

5.5.7.2.             O essencial da Revolução aconteceu, portanto, um pouco na Assembléia Nacional e, principalmente, na Convenção Nacional

5.5.8. Augusto Comte determinou três grupos na Revolução, dois deles mais metafísicos (destruidores) e um positivo (construtivo, humano e positivo):

5.5.8.1.             Os voltairianos (a Gironda, da baixa burguesia, liderada por Brissot), que destruíam o altar mas mantinham o trono;

5.5.8.2.             Os rousseaunianos (liderados por Robespierre), que destruíam o trono mas mantinham o altar;

5.5.8.3.             Os dantonistas (herdeiros da Enciclopédia, ou seja, de Diderot), que buscavam reorganizar a sociedade em bases positivas, sem deus nem rei

5.5.8.4.             Os construtores foram precedidos por muitos pensadores (Pierre Laffitte, A Revolução Francesa, p. 8):

5.5.8.4.1.                   O grupo cosmológico: Clairaut, D’Alembert, Monge, Lagrange, Laplace, Lavoisier, Guyton de Morveau, Berthollet, Vicq-d’Azir, Buffon, Lamarck etc.

5.5.8.4.2.                   O grupo sociólogo: Montesquieu, Turgot, Condorcet, Quesnay, Gournay, Mirabeau pai etc.

5.5.8.4.3.                   O grupo moral: Diderot, D’Holbach, Georges Leroy, De Brosse etc.

5.5.8.4.4.                   Além de, fora da França, Beccaria, Kant e, acima de todos, David Hume

5.5.8.5.             Enquanto os girondinos foram importantes durante a assembléia nacional, os jacobinos (que combinavam os rousseaunianos e os dantonistas) foram importantes durante a Convenção Nacional

5.5.8.6.             A Convenção Nacional foi a responsável pela República; pelo fim das academias medievais; pela criação da Escola Politécnica; pela defesa nacional e por muitos outros atos importantes

5.6.    As paixões, o ardor político popular, o choque entre grupos sociais, as mudanças sociais, políticas, filosóficas – tudo isso abalou profundamente a Europa e levou as gerações seguintes de pensadores a refletirem sobre a Revolução Francesa

5.6.1. Exemplos banais disso:

5.6.1.1.             A celebrização e a difusão da fórmula “Liberdade, igualdade, fraternidade”

5.6.1.2.             A afirmação da “questão social”

5.6.1.3.             A extinção crescente da sociedade de castas (afirmada e mantida pela monarquia e pela teologia)

5.6.1.4.             A difusão do republicanismo, seja como regime político (formal), seja como princípio moral e político (de fundo)

5.6.1.5.             A criação e a difusão dos conceitos de “direita” e “esquerda” (originários das divisões políticas e geográficas da assembléia nacional)

5.6.1.6.             A constituição do pensamento político conservador (Reflexões sobre a revolução em França, de Edmund Burke) e reacionário (Do papa e Saraus de São Petersburgo, de José de Maistre e Teoria do poder político e religioso, de Luís de Bonald)

5.6.2. Assim, a Revolução Francesa foi o acontecimento geral que exigiu a criação da Sociologia; como argumentou corretamente nesse sentido Raymond Aron (As etapas do pensamento sociológico), a Sociologia e o Positivismo foram a forma encontrada por Augusto Comte para entender e explicar a Revolução Francesa e tirar lições e conseqüências dela

5.6.3. Uma conseqüência muito clara, muito direta e muito frutífera que Augusto Comte tirou da Revolução Francesa é, a partir dela, a dinâmica oscilante e oposta entre os revolucionários e os retrógrados, ou entre a anarquia e a retrogradação, ou entre a ordem e o progresso

6.       Término da prédica