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04 outubro 2023

Quatro documentos disponíveis na internet

Estão disponíveis no portal Internet Archive (http://www.archive.org) quatro documentos positivistas, recentemente digitalizados. São eles:

- Augusto Comte, "Influência feminina do Positivismo": quarto capítulo do livro Discurso sobre o conjunto do Positivismo, de 1848, incluído em 1851 como uma introdução geral ao Sistema de política positiva; disponível aqui: https://archive.org/details/augusto-comte-influencia-feminina-do-positivismo.

- Augusto Comte, "Aptidão estética do Positivismo": quinto capítulo do livro Discurso sobre o conjunto do Positivismo, de 1848, incluído em 1851 como uma introdução geral ao Sistema de política positiva. As páginas 9 a 12 faltam no documento original. Disponível aqui: https://archive.org/details/augusto-comte-aptidao-estetica-do-positivismo.

- Juán Enrique Lagarrigue, "A Religião da Humanidade": tradução da quarta edição, feita em 1954 por Américo Duarte de Viveiros; disponível aqui: https://archive.org/details/juan-enrique-lagarrigue-a-religiao-da-humanidade.

- Pierre Laffitte, "Sacramento da destinação de Miguel Lemos": discurso original em francês, realizado em 1881; publicado originalmente na Revue Occidentale (mas sem dados adicionais). Disponível aqui: https://archive.org/details/pierre-laffitte-sacramento-da-destinacao-de-miguel-lemos.

15 maio 2023

Positivismo contra o imperialismo ocidental na China

O trecho abaixo apresenta uma crítica dura e direta ao que chamamos atualmente de imperialismo, ou seja, ao esforço ativo de um conjunto de países para explorar econômica e politicamente um outro país - no caso, o Ocidente explorando a China. Essa crítica foi elaborada por Pierre Laffitte, positivista ortodoxo, em uma conferência realizada em 1858, ou seja, logo após a transformação de Augusto Comte (1798-1857).

O trecho abaixo foi extraído de uma série de conferências que Laffitte fez sobre a China; estas, por sua vez, integravam um curso de história geral da Humanidade.

Logo após a citação em português (cuja tradução é de minha autoria) reproduzo o original em francês.

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“Assim, as relações comerciais do Ocidente com a China tornaram-se cada vez mais anárquicas, sobretudo por meio da proteção da força pública. Elas podem melhorar-se, recebendo entretanto ainda mais de extensão, quando os governos compreenderem a necessidade de corrigir os seus abusos, em vez de entregarem-se aos impulsos de uma opinião pública que, infelizmente, favorece demasiado tais aberrações. – Porque, sob a preponderância sobretudo da autodenominada escola progressista, viemos, no Ocidente, a sistematizar a opressão e a exploração do resto do Planeta, sob o especioso pretexto de ‘civilização’. Formou-se relativamente à China, e às relações do Ocidente com ela, um conjunto de opiniões que se deve caracterizar.

Essas opiniões resumem-se em um sentimento orgulhoso da preponderância da civilização ocidental e em um desprezo cego por todas as outras civilizações quaisquer. Daí resulta a disposição de fazer prevalecer em toda parte, e sobretudo pela força, sob o vago nome de ‘progresso’, a anarquia mental e o industrialismo sem regras que cada vez mais prevalecem no Ocidente”.

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« Ainsi les relations commerciales de l’Occident avec la Chine ont pris um caractère de plus en plus anarchique, surtout par la protection de la force publique. Elles pourront s’améliorer, en recevant néanmoins plus d’extension encore, lorsque les gouvernements auront compris la necéssité d’en corriger les abus, au lieu de se laisser aller aux impulsions d’une opinion publique qui, malheureusement, favorise trop de telles aberrations. – Car, sous la prépondérance surtout de l’école soi-disant progressive on en est venu, en Occident, à systématiser l’oppression et l’exploitation du reste de la Planète, sous le spécieux prétexte de civilisation. Il s’est formé relativement à la Chine, et aux relations l’Occident avec elle, un ensemble d’opinions qu’il faut caractériser.

Ces opinions se résument en un sentiment orgueilleux de la prépondérance de la civilisation occidentale, et en un mépris aveugle de toutes les autres civilisations quelconques. D’où résulte la disposition à faire prévaloir partout, et surtout par la force, sous le nom vague de progrès, l’anarchie mentale et l’industrialisme sans règles quie prévalent de plus en plus en Occident. [...] »

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(Pierre Laffitte, Considérations générales sur l’ensemble de la civilisation chinoise et sur les relations de l’occident avec la Chine. Paris: Dunod, 1861, p. 139-140. Disponível, na edição de 1900, aqui : https://archive.org/details/considrationsg00laff/page/130/mode/2up.).

21 fevereiro 2021

Roteiro da exposição sobre o segundo mês dos calendários positivistas (Homero e Casamento)

O vídeo relativo às anotações abaixo encontra-se disponível aqui


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Roteiro da exposição sobre o segundo mês dos calendários positivistas

 

Parte I – Mês concreto: Homero

 


-        2º mês do calendário positivista concreto

o   Considerando o ano júlio-gregoriano de 2021, o mês de Homero começa em 29 de janeiro e termina em 25 de fevereiro

o   O segundo mês concreto representa a poesia antiga

§  É o segundo mês da Antigüidade

§  Ele é antecedido por Moisés (a teocracia inicial) e seguido pelos outros três meses da Antigüidade (Aristóteles, Arquimedes e César)

-        A poesia foi o primeiro ramo intelectual a separar-se da árvore teocrática; não por acaso, a evolução da poesia na Grécia apresenta o espetáculo de progressiva humanização de seus temas e, mais ainda, de progressiva especialização das suas formas

o   As poesias mais antigas correspondem aos mitos de criação e de explicação, de tal sorte que são, ao mesmo tempo, históricas, cosmológicas e literárias: Hesíodo claramente apresenta esse caráter

o   De qualquer maneira, a poesia antiga apresenta um forte caráter moral, servindo para refletir sobre a condição humana, as possibilidades de ação individuais e os destinos coletivos:

§  Ésquilo era um dramaturgo fortemente moralista (Prometeu acorrentado, Os persas), ao passo que em Homero vemos os destinos individuais (Odisséia, Ilíada) e coletivos (Ilíada) postos em questão

o   Paulatinamente surgiu também espaço para as críticas de costumes, com Aristófanes (em Atenas) e Plauto e Horácio (em Roma)

-        A poesia antiga surgiu de poetas que iam de cidade a cidade cantando os feitos míticos e heroicos da cultura comum; do culto a Dionísio surgiu o teatro; o politeísmo também incentivou as artes plásticas, especialmente com a escultura, a arquitetura e a pintura

o   Os romanos compartilhavam esse fundo comum de cultura, ao mesmo tempo em que herdaram a cultura grega; ainda assim, eles produziram seus próprios grandes poetas e artistas, de que Virgílio é o grande representante

-        Uma última observação: conforme nota Frederic Harrison, a poesia antiga é mais homogênea que a moderna, em termos de valores compartilhados e de estabilidade da ordem social

o   Como “o progresso é o desenvolvimento da ordem”, a poesia antiga pôde desenvolver-se bastante e, em certo sentido, até mais que a poesia moderna; ela atinge altos píncaros com facilidade

-        Homero e Ésquilo integram o “triângulo dos poetas” (Catecismo, p. 455): 

 

-        O mês e as semanas do mês de Homero correspondem ao seguinte:

o   Homero – representa a poesia antiga, em seus variados aspectos, especialmente em termos de idealizar a moralidade individual e coletiva

o   Ésquilo – congrega os grandes dramaturgos e os poetas moralistas

o   Fídias – reúne os artistas plásticos, ou seja, pintores, escultores e arquitetos

o   Aristófanes – reúne os poetas fabulistas e os moralistas satíricos e de costumes

o   Virgílio – reúne os poetas romanos, nos seus variados aspectos (dramaturgia, poesia épica, fábulas, poesia de costumes, poesia lírica) – em particular com a previsão da Humanidade em paz

 

Parte II – Mês abstrato: o casamento

-        O segundo mês do calendário positivista abstrato celebra o casamento

o   É o primeiro mês que celebra os laços fundamentais, em número de cinco: casamento, paternidade, filiação, fraternidade e domesticidade

-        Ao mesmo tempo em que é um dos laços fundamentais, o casamento também é um dos sacramentos positivistas (que são em número de nove)

1)      Apresentação

2)      Iniciação

3)      Admissão

4)      Destinação

5)      Casamento

6)      Madureza (ou maturidade)

7)      Retiro

8)      Transformação

9)      Incorporação

o   O casamento é o sacramento mais importante de todos

o   Como todos os demais sacramentos, ele é de caráter facultativo (em particular, ele não pode ter caráter de imposição legal) – embora, é claro, a sua aceitação indica o grau de comprometimento com a moralidade humana e altruísta

-        O casamento é importante porque (1) funda uma nova família, o que implica todos os encargos morais e materiais daí decorrentes; assim, (2) institui-se a relação inicial e original entre homem e mulher: o Positivismo vem “[...] regenerar o casamento humano, concebendo-o doravante como destinado sobretudo ao aperfeiçoamento mútuo dos dois sexos, abstraindo de toda sensualidade” (Catecismo, p. 338)

o   Assim, o casamento positivista afirma a importância da moral e do altruísmo, substituindo as concepções profundamente egoístas próprias à teologia, para quem o casamento tem por objetivo meramente a reprodução humana

o   A relação entre o casal é tanto objetiva quanto subjetiva e deve manter-se por toda a vida e até além da morte de um dos cônjuges

§  Em virtude disso, isto é, da importância subjetiva do casamento, o casamento positivista tem a particularidade do voto obrigatório da viuvez eterna

§  “Uma vida inteira é insuficiente para que um casal conheça-se suficientemente”

§  Segundas núpcias são uma forma subjetiva de poligamia – em outras palavras, o casamento deve ser rigorosamente monogâmico

§  Os positivistas que não quiserem realizar o casamento positivista (com a viuvez eterna) não podem, entretanto, prescindir do casamento civil, necessário de qualquer maneira

§  Evidentemente, a importância subjetiva do casamento estende-se para além da morte dos dois cônjuges, sobre os filhos e demais descendentes do casal

o   É no casamento que se verifica de maneira direta e imediata a influência moral da mulher sobre o homem

§  Essa influência moral da mulher sobre o homem é da mesma natureza, embora de caráter privado, que a realizada pelo sacerdócio sobre a opinião pública e o governo no âmbito público

§  A influência moral da mulher, além disso, evidentemente, também se verifica também sobre os filhos

§  A influência moral da mulher sobre o homem baseia-se na superioridade moral da mulher sobre o homem – que, em contrapartida, apresenta outros tipos de superioridade em relação à mulher, gerando-se complementaridades

o   A reprodução humana é importante, não há dúvida, mas casais que não tenham filhos nem por isso deixam de ter seus casamentos validados; em tais casos, é claro que a adoção pode suprir a ausência de filhos próprios (com a vantagem de desonerar casais que não tenham condições de criar seus filhos): “[...] a teoria positiva da união conjugal, em que as relações sexuais não são diretamente necessárias” (Catecismo, p. 340)

o   Os sacerdotes positivistas devem obrigatoriamente se casar, a fim de sofrerem a influência moral das mulheres

-        São quatro as modalidades determinadas por nosso mestre no casamento, com as respectivas festas semanais:

1)      Completo – celebra o vínculo em sua inteireza, tanto objetiva quanto (sobretudo) subjetiva: “glorifica a união conjugal em toda a sua plenitude, ao mesmo tempo exclusiva e indissolúvel, mesmo pela morte” (Catecismo, p. 158)

2)      Casto – celebra as uniões em que, por qualquer motivo (moral ou físico), um casal não consiga ter filhos; nesse caso, a castidade até certo ponto impõe-se, o que evidencia o caráter subjetivo do casamento; as adoções podem suprir essa lacuna

3)      Desigual – celebra os casamentos, de caráter excepcional, em que houver desigualdades muito acentuadas entre os cônjuges, especialmente em termos de idades

4)      Subjetivo – celebra o caráter moral, mais puro e mais afetivo do casamento; é a parte que se evidencia e que se fortalece na viuvez eterna

 

Parte III – Comemorações de aniversários e feriados cívicos

-        Em termos de aniversários, comemoramos neste mês as seguintes figuras:

o   Louis Mignien (1823-1871) – morte (8.Homero – 5.fev.)

o   Paulo de Tarso Monte Serrat (1923-2014) – nascimento (10.Homero – 7.fev.)

o   Georges Audiffrent (1823-1909) – morte (17.Homero – 14.fev.)

o   Agliberto Xavier (1869-1952) – nascimento (20.Homero – 17.fev.)

o   Paulo Carneiro (1901-1982) – morte (20.Homero – 17.fev.)

o   Pierre Laffitte (1823-1903) – nascimento (24.Homero – 21.fev.)

o   Teófilo Braga (1843-1924) – nascimento (27.Homero – 24.fev.)

 







 

Referências bibliográficas

Augusto Comte: Sistema de filosofia positiva, Sistema de política positiva, Catecismo positivista, Síntese subjetiva

Frederic Harrison: O novo calendário dos grandes homens

Raimundo Teixeira Mendes: As últimas concepções de Augusto Comte

David Carneiro: História da Humanidade através dos seus grandes tipos, v. 1

Ângelo Torres: Calendário Filosófico

Comité des travaux historiques et scientifiques: Sociétés savantes de France

22 agosto 2019

Textos positivistas no Archive.org

Desde há muitos anos o portal Archive.org põe à disposição dos interessados uma série de documentos e arquivos, como livros, documentos, gravações de acesso público, a maior parte dos quais raríssimos e de dificílimo acesso de outra maneira.

Pois bem: na medida em que há alguns anos digitalizei quase 250 opúsculos da Igreja Positivista do Brasil, bem como artigos da Revue Occidentale (órgão internacional do Positivismo), publicados todos eles entre c. 1870 e c. 1930, aos poucos passarei a carregá-los no portal Archive.org.

Esses documentos podem ser consultados por meio das palavras-chave mais relevantes (geralmente "Positivism", "Brazilian Positivist Church" etc.) ou, então, na minha página pessoal de documentos carregados (disponível aqui).

Essa é uma forma fácil e barata de manter-se a memória do Positivismo no Brasil e no mundo e, com isso, de manter a sua ação regeneradora, pacífica e altruísta.

12 abril 2018

Sociedade de Execução do Testamento de Augusto Comte

Entre 1857 e 1893 existiu uma Sociedade de Execução do Testamento de Augusto Comte, de âmbito internacional; tal sociedade realizou a importante tarefa de manter o legado e difundir a obra de A. Comte. 

Após 1893, com a aquisição da casa de Augusto Comte (situada na rua Monsieur le Prince, 10), Pierre Laffitte decidiu encerrar a Sociedade, substituindo-a por sua Sociedade Imobiliária; isso gerou um cisma, que foi mal e mal resolvido em 1895, pela criação de uma nova Sociedade de Execução, que perdurou até meados do século XX.

As informações abaixo foram obtidas aqui.

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Exécution testamentaire d'Auguste Comte - PARIS

Société dissoute

Année de création: 1855
Présentation de la société:
Elle a été décidée par Auguste Comte en décembre 1854.
Instituée par Auguste Comte dans son testament en 1855, elle est constituée de treize exécuteurs nommés initialement par lui et chargés de réaliser ses volontés et de transmettre son héritage (matériel et intellectuel) à ses successeurs.
Cette exécution testamentaire, entité morale, a une durée de vie illimitée. Les treize exécuteurs désignés par Comte ont ainsi été remplacés à leur décès, leurs successeurs de même et ainsi de suite.
Une Société des exécuteurs testamentaires d’Auguste Comte a été établie le 14 septembre 1857, quelques jours après la mort du Maître, pour une durée de 99 ans, dans le but de faire toutes opérations commerciales liées à la propagation des œuvres d’Auguste Comte. Avec un capital de 2600F, Pierre Laffitte en était le président. Elle est une institution clé du mouvement positiviste.
Laffitte estime que l'Exécution testamentaire était arrivée au bout de sa mission avec l'achat de l'immeuble de la rue Monsieur-le-Prince en 1893. Il dissout la société des exécuteurs au moment de la création de sa SCI en 1893, craignant certains de ses membres ouvertement schismatiques (Audiffrent et Congreve notamment). Cette manœuvre de Laffitte entraîna une révolte ouverte au sein du mouvement.
Le docteur Robinet, allié à Deullin et Foucart, voulut rétablir ce corps dissout et publia, en 1895, un manifeste de réfutation. L’Exécution testamentaire schismatique perdura et édita des circulaires annuelles. Malgré les décès successifs de Deullin, Foucart, et Robinet, des remplaçants furent tout de même nommés. L’Exécution se poursuivit ainsi sous l’impulsion du comptable Alfred Dubuisson.

Fiches prosopographiques
ARAGON Agustin (1870-1954) - Membre (1920-1954)
AUDIFFRENT Georges (1823-1909) - Membre fondateur (1855-1910)
BAIER Otto (1874-1949) - Membre (1920)
BAUMANN Antoine (1860-1925) - Membre, Secrétaire, trésorier (1900)
BRIDGES John Henry (1832-1906) - Membre (1873-1906)
CAPELLEN Charles de (1809-1886) - Membre fondateur(1855-1859)
CONGREVE Richard (1818-1899) - membre (1859-1899)
CONSTANT-REBECQUE Willem de (1807-1862) - Membre fondateur(1855-1862)
DEHERME Georges (1867-1937) - Membre (1910)
DELBET Ernest (1831-1908) - Membre (1884-1908)
DEULLIN Eugène (1827-1897) - Membre fondateur (1855-1897)
DUBUISSON Alfred (1852-1929) - Membre (1896-1929)
EDGER Paul (1875-1946) - Membre (1910-1946)
FILI Jean-Pierre (1820-1892) - Membre (1884-1892)
FLOREZ José Segundo (1813-1900) - Membre fondateur (1855-1900)
FOLEY Antoine Edouard (1820-1901) - Membre fondateur (1855-1901)
FOUCART Jean-Baptiste (1823-1898) - Membre (1873-1899)
GOUGE Auguste (1849-1937) - Membre (1920-1937)
HADERY Auguste (1818-1884) - Membre fondateur (1855-1884)
HUTTON Henry (1824-1907) - Membre (1862-1907)
KUN Léon (1845-1910) - Membre (1897-1910)
LAFFITTE Pierre (1823-1903) - Membre fondateur (1855-1903)
LAGARRIGUE Luis (1864-1949) - Membre (1900)
LIMBURG STIRUM Menno David van (1807-1891) - Membre fondateur (1855)
LONCHAMPT Joseph (1825-1890) - Membre fondateur (1855-1890)
MAGNIN Fabien (1810-1884) - Membre fondateur (1855-1884)
MONIER Camille (1847-1915) - Membre (1891-1910)
MONTESQUIOU-FEZENSAC Léon de (1873-1915) - Membre (1910-1915)
OLIVEIRA José Féliciano de (1868-1962) - Membre (1908)
PAPOT Alexis (1804-1869) - membre fondateur (1855-1873)
PÉPIN Eloi (1865-1917) - Membre (1911-1917)
PEYROULX Julien (1858-1939) - Membre (1899-??)
RATY Jules ( -1921) - Membre (1908)
RITTI Paul (1851-1940) - Membre (à partir de 1922)
ROBINET Jean-François Eugène (1825-1899) - Membre fondateur (1855-1899)
ROUX Adrien Michel (1866-1949) - Membre (1923)

29 janeiro 2017

Dados e membros da Sociedade Imobiliária Pierre Laffitte

Uma entidade francesa chamada Comitê de Trabalhos Históricos e Científicos (Comité des Travaux Historiques et Scientifiques) realizou um interessante trabalho de arrolamento dos dados da Sociedade Imobiliária Pierre Laffitte, entidade criada por Pierre Laffitte em 1893 para auxiliar no tratamento de algumas questões imobiliárias ligadas ao Positivismo.

Os dados obtidos pelo CTHC seguem abaixo; eles incluem algumas categorias gerais, o endereço da instituição, o ano da fundação e os seus diversos membros. É um material interessantíssimo e riquíssimo.

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10, rue Monsieur-le-Prince
75006 PARIS
France
Région d'origine : Ile-de-France
Région administrative : Ile-de-France
Année de creation : 1893

Domaines chronologiques :
Contemporain - Temps présent

Présentation de la société :
En mars 1893, Pierre Laffitte, directeur du positivisme, président des exécuteurs testamentaires d’Auguste Comte rallie de nombreux disciples positivistes autour de lui et fonde une Société civile immobilière dans le but d’acquérir l’immeuble dans lequel vécut Auguste Comte, au 10, rue Monsieur-le-Prince. La conservation de l’appartement de ce dernier se trouvait alors à la merci d’un changement de propriétaire. C’est à ce moment-là qu’émergea l’idée de créer une société civile immobilière. Laffitte donna à cette dernière la mission de conserver et d’entretenir l’immeuble et l’appartement. La société possède en mars 1893 un capital de 55 000 F. En juin 1893, celui-ci est de 89 000 F. Les premiers sociétaires sont au nombre de quinze : P. Laffitte, G. Prunières, R. Faure, C. Monier, E. Delbet, A. Vaillant, C. Jeannolle, P. Dubuisson, C. Hillemand, I. Finance, A. Saint-Domingue, J.-B. Saint-Domingue, F. Rousseau, J.B. Roussy et J. Albarran. L’immeuble est définitivement acquis le 1er avril 1896. A sa mort en 1903, Laffitte transmit la gérance de la société à Charles Jeannolle. En juin 1906, le capital est passé à 172 000 F dont 103 parts à 1000 F chacune. Jeannolle mandate alors, la même année, François Saulnier pour gérer la SCI. Celui-ci obtient le titre officiel de gérant en 1928. A la mort de Jeannolle, la présidence de la SCI est confiée à Léon Simon qui s’occupe des démarches du classement de l’immeuble comme monument historique pendant que Saulnier assure l’essentiel de la gestion. Celle-ci est ensuite transmise par Saulnier à Paulo Carneiro en 1950. Celui-ci rachète les parts de la SCI, qui est alors dissoute, et fonde en 1954 l’Association internationale La Maison d’Auguste Comte, sous le régime de la loi de 1901, qui conserve et étend les missions de l’ancienne société.

Fiches prosopographiques : (contracter la liste...)
ALBARRAN Y DOMINGUEZ Joaquin (1860-1912) - Souscripteur (1893)
ARAGON Agustin (1870-1954) - Prêteur
BEESLY Edward Spencer (1831-1915) - Souscripteur
BODIN Edmond (1860-1928) - Prêteur
BOMBARD Emile (1835-1904) - Prêteur
BOUDEVILLE Raoul (1877-1918) - Prêteur
BRECVILLE Félix (1851-1904) - Prêteur
BRICKA Jules (1853-1920) - Souscripteur (1899)
BRIDGES John Henry (1832-1906) - Souscripteur
BROCHIER Henri (1854-1906) - Souscripteur
BRUHAY Auguste (1835-1912) - Souscripteur (1907)
BRUNET Daniel (1831-1911) - Prêteur
BUSMEY Joseph-Marie (1858-1948) - Souscripteur (1907)
CARNEIRO de BERREDO Paulo (1901-1982) - Souscripteur (1928)
DEHERME Georges (1867-1937) - Souscripteur (1929)
DELBET Ernest (1831-1908) - Souscripteur (1893)
DESCOURS Paul (1856-1923) - Souscripteur
DUBUISSON Paul (1847-1908) - Souscripteur (1893)
FAGNOT François (1866-1939) - Souscripteur.
FAURE René (1828-1914) - Souscripteur
FINANCE Isidore (1848-1918) - Souscripteur (1893)
GOUGE Auguste (1849-1937) - Prêteur
GRIMANELLI Périclès (1847-1924) - Prêteur
HARRISON Frederic (1831-1923) - Souscripteur
HILLEMAND Constant (1859-1941) - Souscripteur (1893)
HUSSON Edmond (1836-1900) - Souscripteur
JABELY Albert (1838-1907) - Prêteur
JEANNOLLE Charles (1842-1914) - Souscripteur (1893)
KEUFER Auguste (1851-1924) - Souscripteur
KRAUSE Albert (1847-1928) - Souscripteur
KUN Samuel (1849-1914) - Prêteur
LAFFITTE Pierre (1823-1903) - Fondateur et souscripteur (1893)
LUSHINGTON Vernon (1832-1912) - Souscripteur
MAYNARD Séraphin ( -1902) - Prêteur
MERCIER Arthur ( -1918) - Prêteur
MICHAULT Jules - Prêteur
MOMENHEIM Lucien (1852-1910) - Souscripteur (1906)
MONIER Camille (1847-1915) - Souscripteur (1893)
PRUNIÈRES Gaston (1848-1925) - Souscripteur (1893)
RITTER Charles (1825-1902) - Prêteur
ROBERT DE MASSY (1859-1945) - Prêteur
ROUSSEAU Fernand (1860-1940) - Souscripteur (1893)
ROUSSY Jean-Baptiste (1856-1926) - Souscripteur (1893)
SAINT DOMINGUE Jean-Baptiste (1854-1932) - Souscripteur (1893)
SAINT DOMINGUE Antoine (1845-1902) - Souscripteur (1893)
SAULNIER François (1866-1950) - Souscripteur (1907)
VAILLANT Adolphe (1842-1927) - Souscripteur (1893)
VELLY François (1850-1937) - Souscripteur
WINDESHEIM Charles ( -1928) - Souscripteur