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10 agosto 2025

Quadro sinóptico da transição orgânica

O quadro abaixo corresponde à sistematização feita pelo Apóstolo da Humanidade Raimundo Teixeira Mendes para as fases da transição orgânica que deve terminar a transição revolucionária ocidental (iniciada com o término da Idade Média) e a transição humana em geral. Esse esquema baseia-se nas indicações apresentadas por Augusto Comte em suas várias obras, especialmente no cap. 5 do Sistema de política positiva, v. IV, de 1854, e no Apelo aos Conservadores, de 1855.

Incluímos duas versões abaixo: a primeira corresponde a uma foto do original de Teixeira Mendes; a segunda é uma versão atualizada do esquema, um pouco mais simples, para caber em uma página A4 (com as margens estreitadas). A segunda versão está reproduzida em seguida.






Quadro sinóptico da TRANSIÇÃO ORGÂNICA, começada em 1855, segundo Augusto COMTE

(Sistema de Política Positiva, tomo IV, Cap. 5)

A Transição orgânica sucedeu à Transição revolucionária começada no décimo quarto século.

A Revolução francesa inaugura a Grande crise ocidental, que constitui mais a estréia da regeneração final do que a conclusão da vida preparatória (Apelo aos conservadores, p. 117)

 

Primeiro período, no qual a transição orgânica permanece espontânea, sob a ditadura monocrática e o ascendente gradual da Religião da HUMANIDADE

Caráter temporal: advento da ditadura republicana ainda alheia à Religião da HUMANIDADE, baseando-se na inteira separação dos dois poderes, espiritual e temporal, mediante o escrupuloso respeito da liberdade teórica e da liberdade industrial, eliminando a política legista e militarista. Isso exige a supressão atual de todo orçamento teórico, tanto teológico, como universitário e acadêmico, isto é, metafísico e científico, o governo limitando-se à livre manutenção da instrução primária, reduzida à leitura, a escritura, o cálculo elementar, o canto e o desenho. Cumpre portanto abolir todos os privilégios profissionais, ligados aos títulos quaisquer, literários e científicos, inclusive os dos médicos, dos farmacêuticos e dos enfermeiros ou enfermeiras, tanto religiosas como leigas.

Primeira fase, na qual a transição orgânica permanece espontânea. Aceitação da divisa política e científica Ordem E Progresso, inscrita nas bandeiras atuais das repúblicas ocidentais.

Caráter temporal: atitude indiferente ou mesmo, no começo, hostil, da ditadura republicana para com a Religião da HUMANIDADE.

Caráter espiritual: livre ascendente social cada vez mais decisivo do Culto da HUMANIDADE; quanto ao culto público, sobretudo concreto, segundo o Calendário histórico.

Anúncio do culto abstrato, segundo as três Festas:

da HUMANIDADE, no primeiro dia do ano;

da Mulher, segundo o tipo da Virgem-Mãe, a 15 de Agosto;

a Festa Universal dos Mortos, no último dia dos anos comuns.

No último dia dos anos bissextos, Festa geral das Santas Mulheres.

 

Segunda fase, na qual a transição orgânica começa a tornar-se científica. Aceitação da divisa moral e científica Viver para Outrem, inscrita na outra face das bandeiras atuais das repúblicas ocidentais, anunciando a adesão feminina à política republicana.

Caráter temporal: atitude regeneradora da ditadura republicana, tornada francamente simpática à Religião da HUMANIDADE, mediante a constatação da aptidão orgânica dessa Religião.

Sustentação das Escolas positivas.

Caráter espiritual: advento do sacerdócio definitivo, concentrado a princípio, mesmo subjetivamente, no seu

Fundador,

em virtude do acabamento da Religião da HUMANIDADE, inaugurando o ascendente teórico, tanto moral como intelectual, dessa Religião.

Caráter espiritual: desenvolvimento do culto público, mediante a Festa das Máquinas, celebrada no fim do outono;

livre advento do ascendente social do

dogma

da Religião da HUMANIDADE.

Segundo período, no qual a transição orgânica torna-se sistemática, sob o triunvirato positivista e a livre aceitação universal da Religião da HUMANIDADE

Caráter temporal: advento do triunvirato positivista, sucedendo à ditadura republicana, mediante a livre escolha do ditador, utilizando a instituição ministerial, esclarecida pelos conselhos do Grande Sacerdote da HUMANIDADE. Esse triunvirato presidirá à instalação das Pátrias normais ou Mátrias, resultantes da pacífica decomposição dos grandes Estados revolucionários atuais.

Terceira fase, na qual a transição orgânica tornada sistemática anunciará a terminação direta da revolução ocidental, arvorando, desde o início, a bandeira normal das Mátrias.

Essa bandeira deriva da bandeira da Humanidade, ajuntando ao fundo verde uma simples orla, com as cores atuais da população correspondente.

Aceitação da divisa política Viver às Claras, inscrita nas moedas.

Caráter temporal: triunvirato positivista, sucedendo pacificamente à ditadura republicana.

Caráter espiritual: ascendente social e político da Religião da HUMANIDADE, segundo o livre reconhecimento universal do regime positivista, isto é, pacífico-industrial.

Caráter espiritual: desenvolvimento do culto público, introduzindo, com um ano de intervalo, três Festas:

primeiro da Imprensa,

depois do Correio,

enfim da Polícia.

Extensão popular do Dogma;

livre ascendente social do Regime da

Religião da HUMANIDADE.

 

Conclusão. Festa própria para caracterizar a terminação geral da transição orgânica, completando o culto concreto da Humanidade pela solene instalação de seus melhores órgãos na Igreja de Notre-Dame de Paris, o templo central da deusa das cruzadas (Sistema de Política Positiva, tomo IV, cap. 5, p. 501).

Anexo ao tomo segundo, primeira parte, do Esboço sobre a vida e obra de CLOTILDE de Vaux e Augusto COMTE, p. 752, publicado por ocasião do primeiro Centenário de Nascimento de Clotilde,

4 de Bichat de 62/128 (5 de Dezembro de 1916).