O vídeo abaixo apresenta o apresentador estadunidense Bill Maher comentando o filme "Noé", que está prestes a ser exibido no Brasil.
Em alguns momentos o apresentador é bastante agressivo em termos do uso de palavrões, o que pode parecer engraçado na hora em que fala, mas que degrada o discurso para quem assiste a ele depois (ou seja, para todos os demais expectadores).
Ainda assim, o fato é que B. Maher comenta o aspecto central não só do filme "Noé", como da lenda de Noé e também da Bíblia de modo geral: sua mais completa imoralidade. Um ser todo-poderoso fica com raiva de si próprio e mata todos os seres humanos - feitos "à imagem e semelhança" do próprio ser que os criou, com o fim de adorar tal ser onipotente - exceto aqueles que o adoram: isso é genocídio por motivos religiosos em sua forma mais clara. Ou genocídio por motivos imbecis ("torpes", diriam os advogados criminalistas).
É esse conjunto de mitos e fábulas fantásticas, mas profundamente imorais, que é tomado como exemplo de conduta por cristãos e, até certo ponto, por judeus ortodoxos. Não é à toa que ocorreram tantas guerras por motivos religiosos - e que elas continuem ocorrendo.
Uma pequena observação doutrinária, no que se refere ao Positivismo e à conduta dos positivistas para com as religiões teológicas. O respeito que Augusto Comte recomendava às religiões passadas não era no sentido de fazê-las valer na atualidade e ad aeternum, mas com um sentido de respeito filial às nossas antecessoras: em outras palavras, era o respeito que se deve ao que preparou o caminho para nós mas que, de qualquer maneira, cuja época já passou.
Se queremos um mundo pacífico, construtivo, respeitador da vida humana, temos que afirmar as perspectivas humanas, relativas e pacíficas e afirmar com clareza, sem titubear, que a época das crenças absolutas, extra-humanas e guerreiras já passou e que devem permanecer no passado e nos museus de história.