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10 setembro 2024

Prédica positiva de 2 de Shakespeare de 170 (10.9.2024)

No dia 2 de Shakespeare de 170 (10.9.2024) fizemos nossa prédica positiva, dando continuidade à leitura comentada do Catecismo positivista; em particular, concluímos a leitura da duodécima conferência, dedicada à evolução histórica do desenvolvimento humano, ou seja, da religião (especificamente do fetichismo e do politeísmo).

Antes da leitura comentada, apresentamos a sugestão de uma "cinemateca positivista".

A prédica foi transmitida nos canais Positivismo (aqui: https://encr.pw/JqWFK) e Igreja Positivista Virtual (aqui: https://acesse.one/O9KJl).

Os tempos da prédica foram os seguintes:

00 min 00 s - início
04 min 09 s - exortações iniciais
17 min 13 s - efemérides
20 min 36 s - comentário sobre a palavra "tecnocracia"
27 min 40 s - comentários sobre a cinemateca positivista
1 h 03 min 00 s - leitura comentada do Catecismo positivista
1 h 52 min 56 s - exortações finais
1 h 59 min 44 s - término da prédica

As anotações que serviram de base para a exposição oral encontram-se reproduzidas abaixo.

*   *   *


Prédica positiva

(2.Shakespeare.170/10.9.2024)

 1.       Abertura

2.       Exortações iniciais

2.1.    Sejamos altruístas!

2.2.    Façamos orações!

2.3.    Façam o Pix da Positividade! (Chave pix: ApostoladoPositivista@gmail.com)

3.       Efemérides

3.1.     22 de Gutenberg (2.9): transformação de Moysés Westphalen (1997)

3.2.    6 de Shakespeare (14.9): nascimento de Sofia Bliaux (1804)

3.3.    7 de Shakespeare (15.9): transformação de Paulo de Tarso Monte Serrat (2014)

4.       Comentário sobre tecnocracia

4.1.    O primeiro uso da palavra tecnocracia foi feito por W. H. Smyth, em 1914, que era seguidor de Thornstein Veblen

5.       Cinemateca positivista

5.1.    Comentários gerais

5.1.1. Assim como Augusto Comte sugeriu a Biblioteca positivista para os proletários do século XIX, podemos sugerir uma cinemateca positivista

5.1.2. Os filmes que sugerimos abaixo afirmam o altruísmo, a racionalidade, o humanismo, o drama humano

5.2.    Filmes sugeridos:

5.2.1. O náufrago (EUA, 2000, dirigido por Robert Zemeckis)

5.2.2. O fabuloso destino de Amélie Poulain (França, 2001, dirigido por Jean-Pierre Jeunet)

5.2.3. Tróia (EUA-Inglaterra-Malta, 2004, dirigido por Wolfgang Petersen)

5.2.4. Cruzada (EUA, 2005, dirigido por Ridley Scott)

5.2.5. Chef (EUA, 2014, dirigido por Jon Favreau)

5.2.6. Perdido em Marte (EUA, 2015, dirigido por Ridley Scott)

6.       Leitura comentada do Catecismo positivista

6.1.    Término do duodécimo capítulo, dedicado à evolução histórica da religião (em particular ao fetichismo, à teocracia e ao politeísmo)

7.       Exortações finais

8.       Término

28 abril 2021

"Green Book" - um belo filme, que dá o que pensar

Há alguns dias revi o belo filme Green Book - o guia, estrelado por Mahershala Ali e Viggo Mortensen.

Esse é um filme curioso. A história é simples, ou melhor, é esquemática e as personagens principais são, de maneira corresponte, meio simplistas, até estereotipadas. Há um negro, homossexual escondido, brilhante pianista de formação clássica, poliglota, com três doutorados e formação em música na Rússia - mas alienado de suas origens. Por outro lado, há o motorista e guarda-costas italiano, meio turrão, meio machão, grosseiro e "do povo".

Ao longo do filme, esses estereótipos mais ou menos se revelam como simples estereótipos: o motorista revela-se sem preconceitos contra o chefe, sejam de raça, sejam de orientação sexual, e, talvez mais importante, ele dá seguidas demonstrações de uma tocante lealdade pessoal e profissional para com o chefe, além de estar aberto à influência refinada do seu chefe (tornando-se menos grosseiro e mais civilizado) e sabendo apreciar o talento do pianista.

Por seu turno, o pianista negro exibe uma forte e constante atitude de dignidade, rejeitando sistematicamente o emprego da violência contra o racismo imposto pelos protestantes brancos contra os negros fetichistas nos Estados Unidos. Mas, além disso, sabe reconhecer a lealdade do seu motorista/guarda-costas e valoriza-a cada vez mais; o contato contínuo entre ambos também leva o pianista a reconectar-se um pouco com suas origens humildes e com o comum do povo, naquilo que há de melhor nisso. E, principalmente, vemos que a dignidade e o talento do pianista negro aliam-se a uma grande coragem pessoal, na medida em que ele escolheu apresentar-se no "Sul profundo" dos Estados Unidos, ou seja, justamente naqueles estados e naquelas regiões em que o racismo era, e é, mais entranhado e mais degradante.

Como comentei antes, tudo isso é bem esquemático, mas ainda assim funciona bem e emociona; mesmo roteiros em geral simplistas podem funcionar bastante bem.

Há uma questão adicional que fica mais ou menos sem solução; essa questão, na verdade, aplica-se tanto ao caso do pianista negro com formação clássica quanto, mutatis mutandis, para o Brasil, para a América Latina, para países que foram colônias européias e para o mundo em geral: como conjugar a grande cultura clássica, que em termos mundiais é ocidental e que, no Ocidente, tem origem européia e está ligada aos antigos dominadores, com as culturas locais e/ou populares. No caso do Brasil, essa oposição tem sido traduzida (há várias décadas, talvez há mais de um século) na forma de ocidentalismo versus terceiro-mundismo, ou europeísmo versus nativismo, ou outras oposições similares.

Embora sem se aprofundar, o filme Green Book dá a entender que essa oposição é falsa; sem deixar de ser propriamente uma fonte de tensão, a cultura clássica e a cultura popular podem e devem coexistir, respeitar-se e estimular-se simultaneamente. Ou, no caso do Brasil: somos, sim, por formação e aspiração, plenamente ocidentais, ao mesmo tempo que integramos a "periferia" (ou, quem sabe, a semiperiferia). Essa é a nossa força; devemos aproveitá-la e utilizá-la para benefício de todos.