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27 janeiro 2009

"Coro invisível" - oração positivista, de George Eliot

Publico abaixo duas versões do "Coro invisível", da poetisa inglesa George Eliot. A tradução é modestamente minha; se alguém desejar sugerir aperfeiçoamentos, agradecerei bastante.

“O May I Join the Choir Invisible”[1]


Prière positiviste


Longum illud tempus, quum non ero, magis me movet, quam hoc exiguum.—CICERO, ad Att., xii, 18.


O MAY I join the choir invisible

Of those immortal dead who live again

In minds made better by their presence: live

In pulses stirred to generosity,

In deeds of daring rectitude, in scorn

For miserable aims that end with self,

In thoughts sublime that pierce the night like stars,

And with their mild persistence urge men's search

To vaster issues.


So to live is heaven:

To make undying music in the world,

Breathing as beauteous order that controls

With growing sway the growing life of man.

So we inherit that sweet purity

For which we struggled, failed, and agonised

With widening retrospect that bred despair.

Rebellious flesh that would not be subdued,

A vicious parent shaming still its child,

Poor anxious penitence, is quick dissolved;

Its discords, quenched by meeting harmonies,

Die in the large and charitable air,

And all our rarer, better, truer self,

That sobbed religiously in yearning song,

That watched to ease the burthen of the world,

Laboriously tracing what must be,

And what may yet be better—saw within

A worthier image for the sanctuary,

And shaped it forth before the multitude

Divinely human, raising worship so

To higher reverence more mixed with love—

That better self shall live till human Time

Shall fold its eyelids, and the human sky

Be gathered like a scroll within the tomb

Unread for ever.


This is life to come,

Which martyred men have made more glorious

For us who strive to follow. May I reach

That purest heaven, be to other souls

The cup of strength in some great agony,

Enkindle generous ardour, feed pure love,

Beget the smiles that have no cruelty,

Be the sweet presence of a good diffused,

And in diffusion ever more intense.

So shall I join the choir invisible

Whose music is the gladness of the world.


1867.


George Eliot, The Legend of Jubal, and Other Poems, Old and New (1874)
Voir le poème utilisé dans la liturgie positiviste anglaise de la fin du XIXe/See the poem used in Victorian English positivist liturgy


Ó, que eu possa juntar-me ao coro invisível


Oração positivista

George Eliot, 1867


Longum illud tempus, quum non ero, magis me movet, quam hoc exiguum.—CICERO, ad Att., xii, 18.


Ó, que eu possa juntar-me ao coro invisível

Desses imortais mortos que vivem novamente

Em mentes feitas por suas presenças: vivem

Em pulsos agitados pela generosidade

Em feitos de desafiadora retidão – que desprezam

Os objetivos mesquinhos que se encerram em si mesmos – ,

Em sublimes pensamentos que perfuram a noite como estrelas

E com sua meiga persistência persuadem os homens a buscarem

Temas mais vastos


Assim, o paraíso é viver:

Para fazer música imorredoura no mundo,

Respirando como a bela ordem que controla

Com crescente balanço a crescente vida do homem.

Assim, nós herdamos essa doce pureza

Pela qual lutamos, falhamos e agonizamos

Com retrospecto que se amplia aquele desespero criado.

Carne rebelde que não seria subjugada,

Um genitor vicioso ainda infamando sua criança,

Pobre e ansiosa penitência, é rapidamente dissolvida;

Suas discórdias, extintas por harmonias reunidas,

Morrem no amplo e caritativo ar

E todos os nossos mais raros, mais verdadeiros e melhores âmagos,

Que choraram religiosamente em canção ansiosa,

Que vigiou para minorar o fardo do mundo,

Laboriosamente traçando o que deve ser,

E o que deve ainda ser melhor – viram dentro

Uma imagem mais valorosa para o santuário,

E moldaram-no adiante, antes da multitude

Divinamente humana, elevando a adoração

Para tão mais alta reverência, mais misturada com o amor –

Que melhor âmago viverá até que o Tempo humano

Dobre suas pálpebras e o céu humano

Seja unido como um rolo no seio da tumba

Não lida para sempre.


Essa é a vida que virá,

Que homens martirizados tornaram mais gloriosa

Para nós que nos esforçamos para seguir. Possa eu alcançar

Esse paraíso mais puro, ser para outras almas

A taça de força em alguma grande agonia,

Acender o ardor generoso, alimentar o puro amor,

Procriar os sorrisos que não têm crueldade,

Ser a doce presença de um difundido bem

E que se difunde sempre mais intensamente.

Assim, que eu junte-me ao invisível coro

Cuja música é a alegria do mundo.