Este blogue é dedicado a apresentar e a discutir temas de Filosofia Social e Positivismo, o que inclui Sociologia e Política. Bem-vindo e boas leituras; aguardo seus comentários! Meu lattes: http://lattes.cnpq.br/7429958414421167. Pode-se reproduzir livremente as postagens, desde que citada a fonte.
17 agosto 2025
Carta a um aspirante ao sacerdócio positivo
No dia 5 de Gutenberg de 171 (17.8.2025) realizamos uma prédica extraordinária, consistindo exclusivamente na leitura da apresentação pessoal realizada no final do mês de César deste ano.
Com as devidas alterações, essa apresentação pode ser entendida como uma "carta a um aspirante ao sacerdócio positivo", cujo texto está reproduzido abaixo.
A prédica foi transmitida no canal Positivismo (aqui: https://www.youtube.com/live/BHdxB9CeVO0?si=uWvHXJ9D6S8fs386).
* * *
Apresentação pessoal; ou carta a um aspirante ao sacerdócio da Humanidade
O
documento abaixo foi inicialmente redigido para exposição em uma prédica
positiva realizada em 28 de César de 171 (20.5.2025)[1].
Desde o início planejamos elaborar a partir delas uma separata, fosse para
divulgação do texto em si, fosse como roteiro de um vídeo curto unicamente
dedicado à nossa apresentação pessoal.
Entretanto,
em uma conversa pessoal que mantivemos com nosso amigo Hernani Gomes da Costa
logo após a prédica, ele sugeriu que tal separata fosse chamada de “Carta a um
aspirante ao sacerdócio da Humanidade”, na medida em que, na generosa
apreciação de Hernani, nossa exposição, para além da apresentação propriamente
pessoal, reúne e resume alguns dos mais importantes elementos necessários à
preparação e à atuação do sacerdócio da Humanidade.
Dessa
forma, a exposição inicial foi adaptada para transformar-se neste documento. Esperamos
que os comentários abaixo correspondam à gentil e simpática apreciação de nosso
amigo e que possam efetivamente ser úteis a todos aqueles que desejam trilhar o
importante, honroso e árduo caminho do sacerdócio da Humanidade.
___
Caras amigas, caros amigos, caras irmãs, caros irmãos na Humanidade:
Escrevo
estas palavras com a esperança de que, a partir da minha experiência e
considerando as exigências morais, intelectuais e práticas, seja mais fácil
para vocês a orientação rumo ao sacerdócio da Humanidade.
Embora
eu estude, defenda, divulgue e aplique o Positivismo há algumas décadas, faz
somente alguns anos que realizo prédicas, em particular na internet; essas prédicas têm sido realizadas em diferentes modelos
e creio ter um reconhecimento crescente de minhas atividades.
Desde o
início eu parti do pressuposto de que, mais que por meio de títulos e pompas, a
minha atuação deveria legitimar-se ao
longo do tempo pela qualidade dessa
atuação, na medida em que eu atuasse como um verdadeiro e efetivo poder Espiritual: assim, eu procuro realizar exposições
claras, honestas, competentes, úteis, informativas, elaboradas com autonomia e
responsabilidade, respeitando e valorizando o público.
Após
alguns anos fazendo as prédicas, eu creio que convém agora fazer uma
apresentação pessoal, para expor os parâmetros que eu adoto em minhas
exposições. O objetivo, no fundo, é bem simples: é ganhar, ou reforçar, a
confiança do público no sacerdócio, sendo que essa confiança tem que ser ao
mesmo tempo no conjunto do sacerdócio
e em cada um dos sacerdotes. Estes
comentários assumem, portanto, ao mesmo tempo um aspecto de apresentação pessoal e também de prestação pública de contas, dentro do
que nosso mestre advogava como sendo o “viver às claras”. De qualquer maneira,
em termos de prestação de contas, esta exposição é complementar às “circulares
anuais” que tenho elaborado para a Igreja Positivista Virtual, dando
continuidade a uma prática iniciada por Augusto Comte e continuada pelos
seguintes grandes sacerdotes e apóstolos da Humanidade, embora lamentavelmente
interrompida nas últimas décadas pelos vários (supostos) órgãos do poder
Espiritual positivo.
Antes
de passar diretamente para a carta, uma última observação preliminar. Como é
natural, nas prédicas eu costumo usar a primeira pessoa do plural (o “nós”),
seja na forma do plural modéstico, seja na forma do plural majestático; mas,
como esta carta consiste em uma apresentação e uma justificativa pessoais, nesta exposição eu usarei a
primeira pessoa do singular (o “eu”).
Então,
vamos lá. Eu sou Gustavo Biscaia de Lacerda; sou sacerdote da Religião da
Humanidade e Diretor e fundador da Igreja Positivista Virtual. Sou sacerdote da
Humanidade porque sou oficiante da Religião da Humanidade; além disso, sou
apóstolo da Humanidade, pois sou difusor da Religião da Humanidade; nas duas
situações, minha preocupação, minha pretensão é a de ser um órgão do poder
Espiritual positivo.
Para cumprir
essas atribuições, procuro seguir as orientações da Igreja e Apostolado
Positivista do Brasil, conforme as disposições de 1881 (na época da fundação da
IPB) e os Expedientes de 1917/1927 (estabelecidos nas transformações de Miguel
Lemos e R. Teixeira Mendes), que, por sua vez, basearam-se nas orientações de
Augusto Comte. Ainda assim, é claro que as disposições que adoto consideram a
história do Positivismo, ou seja, as inúmeras experiências concretas do Positivismo,
bem como a situação moral, social e intelectual em que vivemos atualmente.
Procuro
filiar-me à tradição moral e prática estabelecida pela Igreja Positivista do
Brasil: a tradição oral das práticas
efetivas da IPB é importante, mas em última análise a mera repetição oral de
tradições é insuficiente e tem que
ser lastreada em documentos públicos,
que assumem o aspecto de documentos escritos
e publicados. Esses documentos, que
realizam o “viver às claras”, garantem a realidade, a certeza e a clareza das informações
e permitem que evitem e/ou resolvam ambiguidades, dificuldades, incertezas,
além de oferecerem parâmetros para aplicação concreta do Positivismo.
Uma
preocupação constante de minha atuação é com a “atualização” do Positivismo. Eu
já dediquei algumas prédicas a esse tema; considero que atualizar o Positivismo
consiste em adaptá-lo à realidade em que vivemos, utilizar os meios adequados e
disponíveis à sua difusão e aplicá-lo à realidade concreta vivida pelos seres
humanos. Há aspectos específicos da doutrina positivista que podem, e até
devem, ser revistos, em face de desenvolvimentos posteriores às elaborações de
Augusto Comte: entretanto, por um lado são aspectos muito pontuais (geralmente
relativos a questões especificamente científicas) e, por outro lado e mais
importante, o conjunto da obra de nosso mestre e a quase totalidade de suas
concepções mantêm-se relativisticamente inalteradas, em particular em termos
sociológico-morais, filosóficos, cultuais e de regime.
Em
particular, eu rejeito a tendência, muito própria aos hábitos mentais
contemporâneos – profundamente marcados pela metafísica e por sua criticidade
destruidora –, segundo os quais a “atualização” do Positivismo na prática consistiria
em “rever”, negar, desprezar a obra de Augusto Comte, sem nenhuma preocupação
com relativismo, simpatia, organicidade e veneração. Esses hábitos mentais (mais
uma vez: profundamente metafísicos) são particularmente ativos no jornalismo
diário e nas academias, ambientes nos quais o novidadismo destruidor, antiorgânico
e antissimpático apresenta-se como virtuoso e progressista; isso tudo com
freqüência é esgrimido por pessoas que se aproximam do Positivismo mas
desconhecem a doutrina e, em particular, não entendem seus sentimentos, suas
idéias e suas preocupações práticas.
Voltando
às diretrizes estabelecidas pela Igreja Positivista do Brasil e o respeito que
tenho por elas. Eu tenho, por um lado, um respeito geral a essas diretrizes e um
respeito à autoridade moral e espiritual – subjetiva
– de Miguel Lemos e Teixeira Mendes; por outro lado, como órgão empírico da
Religião da Humanidade, mantenho autonomia objetiva
em minhas atividades e decisões. Dessa forma, em última análise, a responsabilidade por minhas ações é minha,
sendo pessoal e intransferível. (O sacerdócio empírico é aquele que surge espontaneamente em algum lugar, a
partir das necessidades sociais e das vocações individuais; o sacerdócio sistemático é aquele que se perpetua ao
longo do tempo, que se constitui, prepara-se e legitima-se de acordo com os
parâmetros positivos, especialmente os da hereditariedade sociocrática.)
A responsabilidade pessoal e intransferível
pelas opiniões e ações do poder Espiritual é uma característica inerente a
todos os servidores da Humanidade, quer sejam espirituais, quer sejam temporais;
em qualquer caso, essa responsabilidade é condição e garantia da confiança
depositada pelo público no servidor da Humanidade. Se isso é válido para
qualquer servidor da Humanidade, é ainda mais válido para o sacerdócio
positivo, cuja atuação baseia-se essencialmente na confiança depositada em si
pelo público. Além disso, a responsabilidade pessoal e intransferível também se
verifica na medida em que, conversando com outros positivistas, pedindo
esclarecimentos e sugestões – em particular de nosso amigo de longa data,
Hernani Gomes da Costa –, as opiniões expostas e as ações tomadas são sempre
decididas e assumidas em última análise por mim. Isso não é personalismo, que seria incompatível com
o altruísmo positivista, mas de responsabilização
clara, consciente e pública do servidor da Humanidade por suas ações.
Nascido
no ano 113 da era normal (1977), atualmente eu tenho 48 anos de idade e sou
positivista desde os 16 anos; nasci e vivo em Curitiba, capital do Paraná;
minha profissão é de sociólogo, que exerço na Universidade Federal do Paraná
(UFPR). Olhando para trás, posso dizer que, desde que conheci o Positivismo e
mesmo antes, sempre me orientei para o
sacerdócio da Humanidade, valorizando o conhecimento do ser humano,
valorizando a moral e a moralidade, assim como valorizando o conhecimento
positivo de modo geral. Em termos de carreira acadêmica e profissional, fiz
graduação em Ciências Sociais (na UFPR), mestrado em Sociologia (na UFPR) e
doutorado em Sociologia Política (na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC));
também fiz um pós-doutorado em Teoria Política (na UFSC) e um em Filosofia das
Ciências (na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)); desde 2004 sou
sociólogo profissional na UFPR.
Eu sou
(1) positivista (2) religioso e (3) sacerdote da Humanidade. Para mim, cada um
desses aspectos significa o seguinte.
Como positivista, entendo que a obra de
Augusto Comte é uma única, embora evidentemente ela tenha passado por
diferentes fases, que correspondem a um longo, importante e necessário processo
de amadurecimento moral e intelectual. Esse processo teve um ponto de inflexão
particularmente importante durante o belo “ano sem par”, quando nosso mestre
conheceu e apaixonou-se pela angélica Clotilde de Vaux, mulher de qualidades
superiores, à altura do amor e da missão de nosso mestre. Isso culminou na
criação da Religião da Humanidade, que, por seu turno, teve precisa e
necessariamente como primeiro
sacerdote – mas não único sacerdote –
Augusto Comte. Em face da Religião da Humanidade, procuro ser um positivista completo, também chamado de “ortodoxo”
ou, mais corretamente, de “religioso”, ao mesmo tempo em que me distancio dos
positivistas incompletos, ou heterodoxos, que são meramente cientificistas e
com freqüência anticlericais e/ou ateus.
Como
positivista completo, ou ortodoxo, e
ainda mais como sacerdote e apóstolo, procuro conhecer a obra de Augusto Comte
diretamente na fonte, além de conhecer a obra de outros positivistas. É claro
que “conhecer a obra” inclui não somente conhecer os livros canônicos (a Política positiva, o Catecismo positivista, a Síntese subjetiva etc.), mas também as cartas
e as ações concretas (conforme expostas em relatos de discípulos, parentes e
amigos) de Augusto Comte. De modo central, além de conhecer, é claro que também
me esforço para aplicar essas
concepções.
Sendo
um positivista religioso e tendo a pretensão de ser um sacerdote e um apóstolo da Humanidade, não apenas correspondo à
exigência intelectual fundamental – conhecer a obra de Augusto Comte e ser
capaz de expor e explicar com autonomia e responsabilidade pessoal o Catecismo positivista e as últimas
concepções de nosso mestre –, como também procuro cumprir as exigências morais,
sociais e práticas correspondentes, em particular no sentido da separação entre
os dois poderes. Sou (1) um apóstolo
porque difundo a Religião da Humanidade e
tenho conhecimento da doutrina; sou (2) um sacerdote porque atuo (ou
procuro atuar) como um representante do poder Espiritual positivo e, além
disso, ministro os sacramentos da Religião da Humanidade; em ambos os
casos, (3) cumpro os requisitos exigidos para
cada uma dessas atuações.
A minha
condição de apóstolo e, principalmente, de sacerdote vincula-se também à
necessidade urgente de reconstituição dos quadros positivistas, especialmente
em termos práticos. A esse respeito, é necessário afirmar que a concepção de
que só houve um único sacerdote da Humanidade – Augusto Comte –, sem a
possibilidade de haver nenhum outro, embora em si mesma seja generosa, é uma
concepção radicalmente equivocada,
baseada em uma devoção mal orientada, ignorante da doutrina e daninha para a
prática religiosa.
A
reconstituição atual dos quadros positivistas é um objetivo real e ocorre de
fato por diferentes meios. Para nossa felicidade, podemos dizer com segurança
que não apenas a Igreja Positivista Virtual é uma realidade concreta como
também o Templo Positivista de Porto Alegre é atuante e, além disso, há alguns
anos fundou-se o Apostolado Positivista da Itália. Saímos, portanto, das
angustiantes situações, vividas até algumas décadas atrás, em que não havia
mais núcleos positivistas atuantes ou em que havia somente um único.
Também
é fundamental lembrar e afirmar que não basta alguém querer ser líder espiritual
apenas devido a uma pretensão de ser líder espiritual; a mera pretensão, se for
uma pretensão vazia, baseia-se em vaidade e resulta em prepotência, enganos e
equívocos. Embora a vaidade e o orgulho sejam motivadores até importantes e embora eles impressionem bastante os ignorantes
e os incautos, eles são insuficientes como fundamentos para a vida
sacerdotal/apostólica e, ao longo do tempo, como já tivemos inúmeras ocasiões
de comprová-lo (no Brasil e em outros países), são desastrosos para o
Positivismo. Para a liderança espiritual, é necessário conhecer a doutrina,
praticá-la, viver conforme seus parâmetros, difundi-la e ser um exemplo dela;
em outras palavras, realmente é necessário cumprir inúmeros requisitos morais,
intelectuais, práticos e sociais.
Seja
por temperamento, seja devido ao Positivismo, entendo os títulos e a pompa como
formas que a vaidade mais tola e mais superficial tem para justificar-se e
impor-se, especialmente quando essa vaidade é ignorante e sem méritos
verdadeiros, ou seja, quando ela é vazia. Lembro que os sacerdotes, assim como
os integrantes do poder Espiritual de modo geral, têm que ter uma certa
vaidade, na medida em que a vaidade é o instinto egoísta que busca a aprovação
alheia; mas as atividades sacerdotais não podem resumir-se a satisfazer essa
vaidade, pois isso no final das contas tem como resultado a degradação da doutrina e do sacerdócio,
muito mais que a degradação do próprio vaidoso. Da mesma forma, embora a pompa
estimulada pela vaidade impressione bastante o comum das pessoas, ela resulta
em apoios equívocos e equivocados. Dessa forma, nossa missão como poder
Espiritual positivo consiste também em, por um lado, rejeitar a pompa, a
vaidade vazia, a ignorância e, por outro lado, em valorizar a visão de
conjunto, a existência real de atributos morais, intelectuais e práticos, a
atuação social e individual efetiva.
Em vez
de perseguir a satisfação da vaidade e/ou do orgulho, o poder Espiritual deve
manter uma relação de responsabilidade, seja para com a Humanidade em geral,
seja para a sociedade particular em que vive, seja para com os membros de sua
igreja. Em outras palavras, em vez de o apóstolo e/ou o sacerdote buscar uma
satisfação infantil ao ser ouvido e/ou obedecido pelos demais, o parâmetro que
deve guiar a sua atuação é a responsabilidade decorrente da confiança depositada
nele, como representante sistemático ou empírico da Humanidade, e que em termos
concretos consiste em que o público que ouve o sacerdote e/ou apóstolo confia
em seus conselhos e leva-os a sério.
Mudando
um pouco de âmbito, passando para o da separação entre os dois poderes: não sou filiado a nenhum partido político;
nunca concorri a nenhum cargo público eletivo; não pratico o jornalismo como
profissão; não uso o Estado para difundir a doutrina. Essas restrições não
têm nada de excepcionais e são elementares para o sacerdócio da Humanidade. Na
verdade, considerando as exigências próprias a cada um dos dois poderes
fundamentais (o poder Espiritual, que esclarece e aconselha, e o poder
Temporal, que manda), tenho clareza de que quem pretende ser apóstolo da
Humanidade (ou sacerdote de qualquer doutrina) não pode nunca concorrer a
cargos e, inversamente, quem concorre não pode nunca ser apóstolo e/ou
sacerdote. Além disso, não promovo outras
doutrinas nem outras associações que possam concorrer, direta ou indiretamente,
com o Positivismo. Na verdade, explicitamente rejeito qualquer ambigüidade a esse respeito: quando eu
manifesto-me, procuro sempre deixar claro que é com base no Positivismo, quer
seja em termos estritamente pessoais, quer seja quando falo em termos mais
gerais.
O
sofrimento não é mérito, mas às vezes ele pode evidenciar compromissos íntimos,
especialmente por meio do martírio. Nesse sentido, a minha vinculação, a minha
identificação e a minha vida conforme o Positivismo são suficientemente grandes
e são atestadas por dificuldades e exclusões que sofri ao longo dos anos exatamente
porque sou positivista. Um exemplo claro é a censura sofrida em concurso
público para professor de Ciência Política na UFSC, em 2011, quando a banca,
presidida por um liberal católico, proibiu-me de lecionar lá porque sou
positivista – embora, em contraposição, feministas, marxistas, liberais,
anarquistas etc. etc. tenham permissão para lecionar nas universidades públicas
e para usar essas instituições como púlpitos em vez de cátedras. Vale notar que
o uso que se faz das universidades como púlpitos e não como cátedras (1)
despreza a separação entre o poder Espiritual e o poder Temporal, (2) confunde
e degrada o poder Espiritual, (3) atrapalha, dificulta e, no limite, impede a
reorganização espiritual e (4) justifica, mais uma vez, muitas das críticas de
Augusto Comte às instituições acadêmicas. Além disso, com freqüência comento
nas prédicas que o ambiente metafísico atualmente reinante na sociedade (ocidental)
e na universidade gera equívocos e u’a mentalidade contrária ao Positivismo,
que nos impede de falar, ao mesmo tempo em que se mente a nosso respeito e
difundem-se doutrinas e “ideologias” daninhas à sociedade e ao ser humano.
Como é
natural, os caminhos que levam ao Positivismo são muito variados; há quem
chegue a ele pela filosofia, há quem
chegue pela política, há quem chegue
pelo coração, ou seja, pela
inteligência, pela atividade prática e/ou pelos sentimentos. Conforme eu
entendo a Religião da Humanidade, ela satisfaz e deve satisfazer cada um desses
caminhos, ou melhor, cada um desses aspectos, ao mesmo tempo em que a Religião
da Humanidade evidencia que os outros aspectos da vida humana também devem ser,
necessariamente, satisfeitos.
O meu
caminho foi basicamente intelectual e moral: adolescente, eu procurava uma
orientação na vida, mas também me preocupava com a política. Chegando ao
Positivismo, obtive essa orientação moral, intelectual e prática de que
precisava; mas, para mim muito mais importante que isso, eu descobri e
reconheci cada vez mais a importância do coração, que no fundo é o aspecto
principal da Religião da Humanidade. Além disso, outros aspectos fundamentais
do Positivismo – a afirmação da visão de conjunto e da realidade da totalidade
humana – são concepções que cada vez mais aplico no conjunto da minha vida.
Como
sacerdote e como apóstolo da Humanidade, entendo o aspecto de aconselhador do poder Espiritual: isso
implica não somente que devo rejeitar a imposição das minhas crenças pelo
Estado – bem como de qualquer outra crença –, mas que também devo ser um bom conselheiro para quem
precisa de conselhos. Ora, o aconselhamento próprio ao poder Espiritual é coletivo – em termos políticos, sociais
e morais – e também individual – em
termos igualmente políticos, sociais e morais.
O
aconselhamento coletivo dá-se por
meio da apreciação de temas de interesse público e realiza-se na leitura
comentada das obras de Augusto Comte, nos sermões das prédicas e quando elaboramos
“manifestos” políticos e sociais. Já o aconselhamento privado ocorre tanto por meio das prédicas em geral – que, afinal,
são vistas e acompanhadas por indivíduos
– quanto por meio de aconselhamentos especificamente pessoais.
Se é
verdade que os indivíduos só existem como abstrações, também é verdade que a
Humanidade é um ser composto, que existe em última análise pelos indivíduos; da
mesma forma, a ação sacerdotal modifica a sociedade também pela modificação dos
indivíduos: não podemos deixar de lado o aconselhamento, o apoio, a valorização
dos membros individuais de nossa igreja e, de modo mais amplo, da Humanidade. É
importante eu notar que, enquanto eu preparei-me de modo especial ao longo de
minha carreira em particular para o aconselhamento coletivo, o sacerdócio da Humanidade não pode nunca descuidar do
aconselhamento individual: por esses motivos, e por muitos outros ainda,
tenho-me dedicado cada vez mais a conhecer como lidar e como auxiliar de fato
os indivíduos que acorrem ao
Positivismo. A preocupação com o aconselhamento individual tem-se desenvolvido
ao longo das prédicas, como resultado das interações ocorridas nas prédicas e
também como resultado do amadurecimento de minhas atividades como sacerdote e
apóstolo.
O
último aspecto que quero comentar é que as prédicas têm evoluído ao longo do
tempo. Minha atuação na Igreja Positivista Virtual dá-se basicamente pelas
prédicas, que realizo toda terça-feira a partir das 19h, nos canais Positivismo (Youtube.com/ThePositivism) e Igreja Positivista Virtual (Facebook.com/IgrejaPositivistaVirtual
e Instagram.com/IgrejaPositivistaVirtual).
Quando
eu iniciei as minhas prédicas à distância, já ocorriam nas manhãs de domingo as
reuniões realizadas pelo Guardião do Templo Positivista de Porto Alegre, Érlon
Jacques de Oliveira: com a especial e consciente preocupação de não o
atrapalhar nem criar uma concorrência com ele – concorrência que seria
desnecessária, desleal, contraproducente e antipositivista –, decidi realizar
as minhas prédicas no meio da semana e à noite.
Sendo o
progresso o desenvolvimento da ordem correspondente, creio que, aos poucos e
cada vez mais, modifiquei e incrementei as prédicas, no sentido de torná-las
mais sintéticas, mais orgânicas e mais simpáticas, ou seja, mais úteis, mais
claras, mais interessantes, mais responsáveis e mais abertas ao diálogo. Esse
progresso paulatino e incremental dá-se por meio de ajustes em meus procedimentos;
no aumento de atividades; na diversificação das atividades; na mudanças
de canais para transmissão; no estudo e no aperfeiçoamento das condições e
das práticas de aconselhamento. O progresso
paulatino e incremental também se dá, na medida de minhas possibilidades, por
meio do estudo e da pesquisa sobre tudo quanto é dito e comentado nas prédicas,
especialmente em termos de observações e dúvidas manifestadas pelo público;
esse estudo é feito para que eu possa responder e comentar satisfatoriamente o
que é dito pelo público e possa, portanto, aconselhar e orientar adequadamente.
Assim,
sem pretender que o formato atual das prédicas seja excelente ou final, tenho
certeza de que elas são hoje muito melhores do que eram no início – e isso não
porque tenho agora maior desenvoltura na exposição, mas porque as prédicas
estão melhor estruturadas, com mais elementos que indicam melhor o seu aspecto
religioso e que satisfazem melhor as necessidades coletivas e as individuais.
Nesta
carta eu comentei vários aspectos; a respeito de alguns eu aprofundei-me um
pouco, a respeito de outros eu só fiz breves comentários; além disso, muitas
outras questões não foram abordadas. O que eu abordei foi o que me pareceu – no
momento em que redigi esta carta – mais relevante para apresentar as principais
características e diretrizes da minha atuação como sacerdote e apóstolo da
Religião da Humanidade. Alguns aspectos eu expus explicitamente, mas muitos
outros eu deixo para que vocês, que têm interesse no sacerdócio positivo,
procurem por si mesmos as indicações; é claro que as melhores exposições
doutrinárias a respeito estão nas obras de Augusto Comte e de vários apóstolos
da Humanidade (a começar pelos nossos Miguel Lemos e Raimundo Teixeira Mendes).
No final das contas, espero que esta carta tenha sido clara, útil e estimulante.
Saúde e fraternidade,
Gustavo Biscaia de Lacerda
Curitiba,
5 de Gutenberg de 171 (17.8.2025).
[1] As anotações originais da prédica estão disponíveis aqui: https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/2025/05/apresentacao-pessoal-formula-destinacao.html; já o vídeo dessa prédica pode ser visto aqui: https://www.youtube.com/live/wE5V1Z59bV8?si=Pn5x9RyN69sYKKCx. Acesso em 21.5.2025.
27 maio 2025
Igreja Positivista do Brasil: Regimento (1881)
![]() |
Miguel Lemos (19.5.1886) |
Extraído das capas internas da edição brasileira do Apelo aos conservadores[1]
IGREJA E APOSTOLADO POSITIVISTA DO BRASIL
_______________________
GRÊMIO GERAL
I. A Igreja e o
Apostolado Positivista do Brasil compõe-se do conjunto de indivíduos e de
famílias que aceitam integralmente a Religião da Humanidade, fundada por
Augusto Comte, e que reconhecem a autoridade espiritual do Apostolado
Positivista do Brasil.
II. Ela compreende
um grêmio geral constituído pela totalidade dos fiéis e um núcleo de direção
espiritual formado por aquele Apostolado.
III. Os fiéis
dividem-se, por sua vez, em dois grupos caracterizados respectivamente pelas
denominações de positivistas completos
e de prosélitos.
IV. Os primeiros se
comprometem ao cabal cumprimento de todos os deveres positivos e negativos
prescritos pela sua religião, harmonizando em tudo a conduta com a fé que
professam.
V. Os segundos,
conquanto participem da mesma plenitude de crenças e reconheçam igualmente a direção
espiritual do Apostolado, não podem ainda, ou por deficiência de preparação
própria, ou por circunstâncias exteriores, aceitar em toda a sua extensão o
mesmo compromisso.
A apreciação dos
obstáculos peculiares a cada caso individual compete ao Diretor do Apostolado.
VI. Os positivistas
completos poderão receber todos os sacramentos conferíveis pelo Diretor do
Apostolado; os prosélitos, porém, só receberão as consagrações compatíveis com
a situação especial de cada um.
VII. Tanto os
primeiros como os segundos comprometem-se especialmente:
1. A não aceitar
cargos políticos durante a fase empírica da transição moderna, tal como foi
definida por Augusto Comte;
2. A não exercer
funções nos estabelecimentos oficiais de ensino superior e secundário, com exceção
das escolas destinadas a preparar os professores primários.
Os que já forem
professores em tais estabelecimentos antes de se converterem ao positivismo
considerarão essa situação como provisória e farão a promessa solene de se
esforçarem por deixar os respectivos cargos dentro de um prazo que cada qual
determinará para si, com a aprovação do Diretor do Apostolado;
3. A não fazer parte
de associações científicas, literárias ou políticas.
4. A não fazer parte
do jornalismo, diário ou não, quer como redator ou simples colaborador, quer
como proprietário ou associado, e a só recorrer a este meio de publicidade para
comunicações urgentes e de efeito imediato, ou para simples anúncios;
5. A não auferir
lucros pecuniários das publicações que fizerem, a assiná-las com o seu nome e
assumir a inteira responsabilidade moral e legal que daí decorre.
VIII. Ao Diretor do
Apostolado cabe exclusivamente deferir ou indeferir os pedidos de admissão na
Igreja, baseando-se essas decisões numa escrupulosa apreciação de cada caso
individual.
IX. Os postulantes
deverão ser maiores de idade, contar já um ano, pelo menos, de iniciação
positivista; e, tratando-se de senhoras solteiras, ainda sob a autoridade
paterna, ou outra equivalente, deverá o pedido ser acompanhado do consentimento
escrito do pai, ou de quem as suas vezes fizer.
Quanto às senhoras
casadas, não poderão também ter ingresso em nossa Igreja senão mediante um
consentimento análogo por parte de seus maridos.
X. A admissão de uma
mãe de família no grêmio da Igreja importa a incorporação religiosa de seus
filhos menores.
XI. É dever
elementar de cada fiel concorrer periodicamente para o subsídio geral da
Igreja, com uma quota que ele próprio arbitrará.
XII. Serão
considerados como tendo renunciado a permanecer em nosso grêmio os que durante
um ano seguido deixarem, sem motivo justificado, de contribuir para o sustento
material da Igreja.
XIII. Ao Diretor do
Apostolado cabe outrossim excluir do nosso grêmio os membros que aberrarem da
fé e disciplina comuns, que faltarem com reincidência aos compromissos tomados,
ou que se tornarem indignos pela sua conduta pessoal, doméstica, ou cívica.
NÚCLEO ESPIRITUAL
XIV. O elemento coordenador da Igreja é constituído pelo Apostolado Positivista do Brasil, composto dos positivistas completos que se consagram sistematicamente à propagação da nossa fé e ao exercício das funções espirituais que a situação atual comporta e exige.
XV. Nele
distinguem-se dois graus: o de aspirante, na idade de 28 anos, e o de apóstolo
propriamente dito, aos 35 anos.
XVI. São condições
essenciais para o apostolado sistemático:
1. Uma preparação
teórica cujo grau pode ser avaliado mediante a seguinte fórmula: ser
suficientemente capaz de explicar o Catecismo positivista de Augusto Comte, com
os complementos relativos à teoria da transição moderna e às últimas concepções
do Mestre;
2. Uma abnegação
temporal caracterizada pela obrigação de viver exclusivamente de um modesto
subsídio fornecido pela Igreja, logo que esta o possa fazer;
3. Uma preparação
moral resumida num digno casamento.
XVII. Ao Apostolado
ficarão adidos os artistas positivistas que, aceitando a condição de abnegação
temporal acima declarada, consagrarem a sua aptidão estética à propaganda e ao
culto da nossa religião.
LIGA RELIGIOSA
XVIII. Finalmente
sob o título de – Liga Religiosa – compreende-se a associação espontaneamente
formada pelo apoio de todos quantos simpatizam com a missão do Apostolado, ou
porque já se sintam inclinados a aceitar as soluções positivistas, ou porque,
embora filiados a outros credos, reconhecem a utilidade social dos nossos
esforços no sentido de estabelecer as condições gerais necessárias à realização
da reforma religiosa.
XIX. A adesão a esta
liga religiosa apenas supõe uma contribuição material permanente, cujo quantum fica ao arbítrio de cada um.
XX. As senhoras,
porém, poderão ser dispensadas deste concurso pecuniário, substituído então por
um ato de adesão explícita à Liga Religiosa.
[1] Augusto Comte, Apelo aos conservadores, Rio de Janeiro, Igreja Positivista do Brasil, 1898.
Igreja Positivista do Brasil: Expedientes da Delegação Executiva (1919, 1927)
Reproduzimos abaixo os Expedientes da Delegação Executiva da Igreja Positivista do Brasil, conforme foram decididos em 1917, após a transformação de Miguel Lemos, e plenamente implementados em 1927, após a transformação de R. Teixeira Mendes.
* * *
![]() |
Extraído do opúsculo “A Igreja Positivista do
Brasil na hora da transformação de R. T. Mendes”[1]
* * *
[Capa do opúsculo]
N. 503
DELEGAÇÃO EXECUTIVA DA IGREJA POSITIVISTA DO
BRASIL
O
Amor por princípio, e a Ordem por base;
O
Progresso por fim.
Viver
às claras. Viver
para outrem. Ordem e
Progresso.
___________
A Igreja Positivista do
Brasil
na hora da transformação de
R. TEIXEIRA MENDES
ex-vice-diretor
Apóstolo da Humanidade, empiricamente surgido
da propaganda instituída por Miguel Lemos,
e o mais antigo dos membros da Igreja que este fundou no Brasil, da qual o
elegeu vice-diretor a 6 de janeiro de 1888.
___________
Que prazeres podem exceder os da dedicação?
Não há nada, na vida, irrevogável senão a morte. –
Clotilde de Vaux
Os vivos são sempre, e cada vez mais, governados necessariamente pelos
mortos. – Augusto Comte.
Com bom senso e zelo todo mundo pode tornar-se apóstolo da
Humanidade... Quanto ao sacerdócio, o seu acesso deve ser rigorosamente
interdito aos que não preencherem as condições científicas que ele exige. – Aug. Comte, carta a de Capellen, 11 de
Shakespeare de 64 (19 de setembro de 1852).
Paris é a França, o Ocidente, a Terra. – Augusto Comte.
Mas quando a homogeneidade positivista for suficientemente completa, o Ocidente apagar-se-á diante da Terra, e Paris não preencherá mais as
diversas condições essenciais de um verdadeiro centro universal. Então a
capital definitiva será, para toda a duração da nossa espécie, Constantinopla,
que o islamismo conserva em depósito para unir o Oriente e o Ocidente, fundindo
as teocracias na sociocracia. – Aug.
Comte.
Considerando o advento do catolicismo todos os meus leitores podem
sentir que os meus contemporâneos serão sobretudo julgados individual e
coletivamente conforme a conduta deles em relação ao Positivismo. – Augusto Comte, Circulares anuais. Edição Lagarrigue, p. 102.
Ao terminar esta circular, repetirei, como o faço todos os anos, que,
sejam quais forem os nossos progressos no Brasil, eles se conservarão sempre
precários enquanto Paris não tomar a dianteira do movimento regenerador.
É sempre da grande metrópole que esperamos o impulso, a luz, e a
direção. – Miguel Lemos, fundador
e diretor da Igreja e Apostolado Positivista do Brasil; Circular anual relativa a 1898.
___________
RIO DE JANEIRO
Na Sede Central da Igreja Positivista do
Brasil
Templo da Humanidade: Rua Benjamin Constant,
74
140/1928
[...]
SEGUNDA PARTE[2]
Principais conselhos e reflexões de R. Teixeira
Mendes acerca da situação da Igreja Positivista do Brasil, para manter-se a
continuidade dos esforços regeneradores do seu fundador, independentemente do
concurso direto dele, Teixeira Mendes, e apesar da fatal ausência de um diretor
objetivo da mesma igreja.
Em nossa reunião de
6 de Gutenberg de 129 (sábado, 18 de agosto de 1917) convocada por Teixeira Mendes
logo após da [sic] transformação de
Miguel Lemos, ocorrida oito dias antes, o nosso pranteado Apóstolo deu-nos a
conhecer a sua irrevogável decisão de resignar as funções especiais que exercia
em nossa Igreja, de conformidade com as resoluções que mutuamente, ele e Miguel
Lemos, se haviam comunicado, na previsão da eventualidade da morte de qualquer
dentre eles. Semelhante reunião tinha ainda por fim “assentar nas medidas a
tomar para auxiliar, no que estivesse ao
alcance dos membros atuais da nossa Igreja, sob a direção subjetiva do seu
Fundador e Diretor, os esforços regeneradores deste, à cuja ação objetiva a
Fatalidade benévola, porém cega, acabava de pôr termo.”
Tudo o que foi
exposto pelo saudoso Apóstolo da Humanidade nessa reunião memorável, realizada
em nosso Templo, consta da publicação n. 418, a qual nos servirá aqui de modelo
e guia, e que tem por título:
A Igreja e o Apostolado Positivista do Brasil,
seu Passado, seu Porvir, seu Presente, na
hora da transformação de Miguel Lemos, Fundador e Diretor da mesma Igreja e
Apostolado.
Ao fundamentar a
resignação das funções especiais que
exercia em nossa Igreja, para restringir-se, desde então, ao posto de simples
confrade e de livre apóstolo da Humanidade, diz Teixeira Mendes “é minha
profunda convicção, que nossa Igreja pode prosseguir na sua vida, interna e
externa, sob a direção subjetiva do
seu Fundador e Diretor, independentemente
do meu concurso objetivo. É essa a minha íntima convicção de longa data,
inspirando-me nos ensinos e exemplos de Augusto Comte. De sorte que só aceitamos, há quatorze anos, a
substituição interina do Diretor de nossa Igreja, – na administração, e não na direção
desta, – por invocar ele o estado de sua saúde, como declaramos na circular
respectiva[3]. E
havendo ele nos comunicado posteriormente que, no caso de morrer eu antes dele,
ele convocaria nossos confrades e lhes confiaria o livre prosseguimento da vida
da nossa Igreja, tivemos ensejo de dizer-lhe que também era meu propósito
proceder assim, se ele morresse antes de mim.” (Op. cit. p. 58-59).
Teixeira Mendes
apelou, então, para os confrades a fim de que tomassem as decisões que estivessem ao alcance deles, “segundo os ensinos da
nossa doutrina sempre superior aos seus
órgãos quaisquer, e os exemplos de nosso Mestre, com o fito de auxiliar o
prosseguimento espontâneo dos esforços regeneradores de Miguel Lemos, resumidos
na vida da nossa Igreja até hoje. Ponderei-lhes (escreve, p. 59) que não podiam
pretender instituir um Diretor objetivo da nossa Igreja. Porque
segundo a nossa doutrina, o processo eleitoral é um expediente anárquico que nunca serviu senão para dissolver gradualmente uma ordem viciosa.
“Um diretor, – como
o órgão de qualquer função social, – ou é instituído sistematicamente pelo seu
antecessor, segundo as condições que nosso Mestre mesmo estabeleceu, e que os
nossos confrades conhecem; ou surge espontaneamente,
como surgiu o Fundador e Diretor de nossa Igreja, conquistando gradualmente o
ascendente sobre aqueles cuja adesão ele
foi aceitando.
“O objetivo portanto
de todos nós membros da Igreja fundada por Miguel Lemos, para a fiel propaganda
da Religião da Humanidade, deve resumir-se em constatar o que está realmente ao nosso alcance, para auxiliar o
prosseguimento espontâneo dos esforços regeneradores do Fundador da nossa
Igreja, esforços resumidos na vida dessa Igreja até hoje. Para isso, cumpre
antes de tudo, lembrarmo-nos sempre e sempre, na vida íntima como na vida
pública, que os vivos são sempre, e cada
vez mais, governados necessariamente pelos mortos. É assim que a nossa
Igreja, como qualquer Igreja positivista, foi e será eternamente governada realmente, embora subjetivamente, por Augusto Comte, sob o santíssimo padroado
contínuo dos seus Três Anjos, resumidos na sua terna e imaculada Inspiradora, Clotilde
de Vaux, que é a sua representante suprema da Humanidade.
“Miguel Lemos foi um
órgão objetivo desse governo subjetivo de nosso Mestre, em
relação à nossa Igreja, e limitou-se, em tal posto, só e só ao que considerou
que estava ao seu alcance, segundo os
ensinos de nosso Mestre. Como membros da Igreja Positivista do Brasil, devemos
imitar o seu exemplo, contribuindo para conservar e desenvolver o grau de
organização religiosa já atingido. E, para julgar o que está ao nosso alcance,
temos de atender, não às nossas necessidades em absoluto, como se fôssemos teologistas ou metafísicos; não ao
que desejamos cegamente, como se
fôssemos empíricos simplesmente;
porém esclarecidos pela nossa doutrina, com a mais profunda humildade e o mais
ilimitado devotamento; com a santa resignação às Fatalidades que nos dominam, e
a mais corajosa resolução no que as mesmas Fatalidades deixarem à eficácia de
nossa intervenção altruísta, segundo
o princípio: Para completar as leis, são
necessárias vontades.
“De acordo com essas
verdades, – demonstráveis como
qualquer concepção positiva, – a missão atual dos membros da nossa Igreja
consiste em constatar os encargos que a mesma Igreja estava desempenhando na
hora fatal em que se operou a Transformação
do seu Fundador e Diretor; e examinar, dentre esses encargos, quais o que cada
um se considera nos casos de desempenhar com
o assentimento dos outros. E, para regular essa iniciativa e esse
assentimento, cumpre-nos obedecer às prescrições explícitas de nosso Mestre,
conforme lembramos no começo da reunião.
“Enumerando os
encargos atuais da nossa Igreja lembramos que a livre iniciativa de diversos
confrades mostrava que tais encargos podiam continuar a ser essencialmente
desempenhados, independentemente do meu
concurso objetivo, sob o governo
subjetivo do Fundador da nossa Igreja.
“À vista da
confiança que generosamente em mim depositara o Fundador de nossa Igreja, e da
que os nossos confrades benevolamente me dispensavam, terminamos ponderando as
vantagens que havia em serem tomadas essas resoluções enquanto estou vivo, em
vez de esperarem pela minha morte.”
[...]
___________
IGREJA POSITIVISTA DO BRASIL[4]
O
Amor por princípio, e a Ordem por base;
O
Progresso por fim.
Viver
para outrem.
Viver
às claras. Ordem e Progresso.
Expedientes adotados pelos atuais membros da
Igreja Positivista do Brasil para facilitar o prosseguimento da vida desta no
que depende da ação coletiva.
Em virtude da
resolução do nosso confrade Sr. R. Teixeira Mendes, comunicada na reunião de 6
de Gutenberg de 129 (18 de agosto de 1917), em nossa sede à rua Benjamin
Constant nº 74, resignando as funções de Vice-Diretor da Igreja, que exerceu
por muitos anos em vida do nosso caríssimo Diretor e Fundador, Sr. Miguel
Lemos, e confiando aos confrades o livre prosseguimento da vida de nossa
Igreja, conforme este lhe comunicara, que faria, caso o Sr. Mendes morresse
antes dele, e a declaração do mesmo ao nosso Diretor, de que procederia
igualmente se, ao contrário, fosse o Sr. Lemos quem primeiro falecesse, como sucedeu,
nós, membros atuais da mesma Igreja, continuando a acatar todas as resoluções
de nosso Fundador, nomeadamente as referentes à conservação de nosso Templo e
da casa de Clotilde, à continuação da propaganda religiosa na nossa sede e ao
preenchimento dos serviços internos de nossa organização, tudo como se acha
exposto no opúsculo nº 418, publicado pelo Sr. R. Teixeira Mendes por ocasião
do passamento do nosso Diretor, resolvemos, por acordo, adotar os seguintes
expedientes para facilitar o prosseguimento da vida da Igreja, no que depende
da ação coletiva.
1º – As decisões
coletivas dos membros atuais da Igreja Positivista do Brasil serão tomadas, até
nova deliberação dos mesmos, por meio de uma Delegação Executiva, constituída
de treze pessoas. Esta Delegação Executiva será o órgão dos membros atuais que
a aceitarem, e exclusivamente para os fins previamente determinados, pelo que não poderá ela falar em nome da Igreja,
em intervenções públicas, e nem
instituir-se como seu representante de ordem espiritual.
2º – A Delegação
Executiva será formada pelos confrades mais antigos (Senhoras e homens), na
ordem de sua admissão na Igreja.
Se qualquer destes
membros mais antigos desistir de fazer parte da Delegação Executiva, seu lugar
será preenchido pelo confrade que se seguir aos treze primeiros, na ordem de
antiguidade de admissão.
3º – Os membros da
Delegação Executiva poderão fazer-se representar nos impedimentos temporários
ou ocasionais, por outro membro da Igreja, bem como poderão, sem comparecer,
apresentar o seu voto por escrito.
4º – As vagas que
sobrevierem na Delegação Executiva, por morte ou qualquer outro motivo, serão
preenchidas pelos confrades atuais, sempre na ordem de sua antiguidade de
admissão, até haver-se esgotado a lista dos mesmos. Daí em diante, as vagas
serão preenchidas por escolha do membro que der lugar à vaga, e, em falta
desta, pelos membros subsistentes. A escolha do membro que tiver dado a vaga
será considerada efetiva, se não forem apresentadas objeções por qualquer dos
confrades, dentro de três semanas após a verificação da vaga; e, se ocorrerem
objeções, a escolha será decidida pela maioria.
5º – A propaganda
positivista na sede da Igreja será feita indistintamente por qualquer confrade
que a isso se propuser, baseando-se segundo as tradições da mesma, aos
domingos, na leitura do Catecismo (tradução do Fundador) completada por outros
trechos do nosso Mestre; e, para as comemorações sociolátricas, na celebração
das festas que foram realizadas pelo Diretor, em 15 de agosto, 7 de setembro, e
12 de outubro[5].
Os membros da Igreja
que realizarem conferências aos domingos ou comemorações sociolátricas, agirão
sempre sob sua responsabilidade pessoal, e não poderão delegar a outros
confrades incumbências que devem ser somente da iniciativa individual de cada
um. Quando vários confrades se propuserem realizar simultaneamente as
conferências dos domingos ou qualquer dessas comemorações, o acordo decidirá
quem deve fazê-las; e, não se dando este, prevalecerá a ordem da iniciativa,
depois a da antiguidade, e por fim a idade. Quanto aos sacramentos instituídos
na Igreja em vida do seu Fundador, serão mantidas as praxes estabelecidas.
6º – A admissão de
novos membros da Igreja será feita mediante proposta de três de seus membros, a
qual será comunicada em circular dos proponentes a todos os confrades para que
estes se pronunciem a respeito, quando julgarem necessário. As observações
quaisquer que forem enviadas à Igreja dentro do prazo de três meses após a
expedição da circular, serão tomadas em consideração pela Delegação Executiva,
que terá a proposta como aprovada desde que não haja objeções; se estas forem
apresentadas, decidirá a maioria da Delegação Executiva.
Resolvida a entrada
do novo confrade, marcar-se-á, de acordo com ele, a data da cerimônia de sua
admissão, que será presidida pelo confrade de sua escolha, servindo de
testemunhas especiais dois dos seus apresentantes.
Tratando-se da
admissão de uma Senhora, bastará que a proposta seja feita por uma das
confreiras, ou, se for ela casada com um membro da Igreja, ou parenta próxima
de um destes, pelo próprio marido ou parente. A circular da proposta terá
assinatura do apresentante; ficando as testemunhas especiais da admissão à
escolha da nova confreira.
7º – Das decisões
coletivas da Delegação Executiva será lavrada uma ata, que deve ser assinada
pelos membros presentes, ao menos três. Suas resoluções, para serem válidas,
salvo caso de urgência, deverão ser tomadas com a presença de mais de seis de
seus membros. As deliberações e decisões da Delegação Executiva serão tomadas,
salvo urgência ou motivos excepcionais, nas reuniões confraternais dos
mercuridias à noite, nas quais devem ser apresentadas quaisquer observações dos
confrades sobre as questões tratadas. Caberá aos membros atuais da Igreja, que
não estiverem de acordo com as decisões da Delegação reclamar desta a consulta
a todos os outros confrades decidindo então a maioria destes, inclusive sobre a
admissão dos confrades.
Rio de Janeiro, 5 de
Shakespeare de 131 (14 de setembro de 1919)[6].
___________
Relação dos membros
da Igreja que assinaram o original dos “Expedientes”, postos em ordem, neste
folheto, segundo a data de sua admissão na Igreja, e com a indicação – D – dos
que fazem parte da Delegação Executiva:
1 – D – José Mariano de Oliveira: admitido a
29 de Março de 1881, empossado como delegado a 14 de Setembro de 1919.
2 – D – Joaquim Bagueira do Carmo Leal: a.
depois de 11 Maio 1881; D. 14 Setembro 1919.
3 – Maria Izabel Gomide Furtado: a. em 1884.
4 – D – João Montenegro Cordeiro: a. 19 Maio
1886; D. 14 Setembro 1919.
5 – Alice Torres de Carvalho: a. 12 Maio
1887.
6 – Trajano Sabóia Viriato de Medeiros: a. 8 Agosto
1888, D. 14 Setembro 1919; retirou-se da Igreja por carta de 5 Novembro 1922;
substituído na Delegação Executiva por Otávio B. Carneiro.
7 – João Fernandes da Silva: a. 31 Set. 1891;
D. 14 Set. 1919.
8 – D – Oscar Henrique Ferreira: a. 31 Set.
1891; D. 14 Set. 1919.
9 – D – Adelina Torres de Carvalho
Figueiredo: a. 19 Ja. 1892; D. 14 Set. 1919.
10 – D – Joaquim da Silveira Santos: a. 5 Set.
1894; D. 14 Set. 1919.
11 – D – Malaquias Pereira da Silva: a. 5 Abril
1897; D. 14 Set. 1919.
12 – D – Ernesto de Otero: a. 5 Abril 1897;
D. 14 Set. 1919.
13 – D – Mário Barbosa Carneiro: a. 5 Abril
1897; D. 14 Set. 1919.
14 – D – Luíza Barbosa Carneiro: a. 8 Ja.
1899; D. 14 Set. 1919.
15 – D – Genoveva Adelaide Bagueira Leal: a.
5 Fev. 1899; D. 14 Set. 911[7].
16 – D – Otavio Barbosa Carneiro: a. 12 Fev.
1899; D. 13 Dezembro 1922; substituía Trajano S. V. de Medeiros.
17 – Horário Barbosa Carneiro: a. 23 Abril
1899.
18 – Luciano Godofredo de Souza Pinto: a. 22 Abril
1900.
19 – Maria Teodora de Berredo Carneiro: a. 27
Maio 1909.
20 – Cândido Mariano da Silva Rondon: a. 15 Jul.
1900.
21 – Francisca Xavier da Silva Rondon: a. 15 Jul.
1900.
22 – Corina Ribeiro de Otero: a. 21 Outubro
1900.
23 – Tereza Sílvia Barbosa Carneiro:
confirmada a 15 Agosto 1901.
24 – Francisco Farias: a. 22 Dezembro 1901.
25 – Venâncio de Figueiredo Neiva: a. 2 Março
1902.
26 – Júlio Canavarro de Negreiros Mello: a. 27
Abril 1902.
27 – Heloísa Barbosa Carneiro Farias: c. 27 Agosto
1902.
28 – Crizanto Sá de Miranda Pinto: a. 28 Set.
1902.
29 – Renato Barbosa Rodrigues Pereira: a. 9 Outubro
1902.
30 – Pedro Celestino Leivas: a. 9 Outubro
1902.
31 – Carlos Torres Gonçalves: a. 10 Maio
1903.
32 – Rozália Nansi Bagueira Bandeira: c. 24
Setembro 1905.
33 – Dagmar Torres Gonçalves: a. 22 Outubro
1905.
34 – João Luís de Faria Santos: a. 31 Agosto
1906.
35 – Alípio Bandeira: a. 7 Novembro 1906.
36 – João Alfredo Alves de Lira Andrade: a.
25 Novembro 1906.
37 – Pedro Ribeiro Dantas: a. 13 Janeiro
1907; falecido a 5 Maio 1922.
38 – Alice Barroso dos Reis Dantas: a. 13
Jan. 1907.
39 – Manoel Rabello: a. 20 Janeiro 1907.
40 – Clotilde Heloíza Guimarães Cordeiro
Rabello: c. 27 Janeiro 1907.
41 – Nicolau Bueno Horta Barbosa: a. 7 Março
1907.
42 – Maria Augusta de Castro Fernandes da
Silva: a. 25 Abril 1907.
43 – Joaquina Xaltron Monteiro Esteves: a. 9
Junho 1907.
44 – Clotilde Rozália Teixeira Mendes Horta
Barbosa: c. 8 Maio 1909.
45 – Sipriano Godofredo de Carvalho Teixeira
Mendes: c. 8 Maio 1909; falecido 8 Maio 1923.
46 – Jéferson Sensburg Vieira de Lemos: a. 26
Dezembro 1909.
47 – Berenice da Silva Horta Barbosa: a. 2
Janeiro 1910.
48 – Frederico Bueno Horta Barbosa: a. 2
Janeiro 1910.
49 – Beatriz Heloíza Guimarães Cordeiro
Rodrigues Pereira: c. 28 Janeiro 1912.
50 – Justa Barbosa da Silveira: a. 22
Fevereiro 1912.
51 – Amaro Correia da Silveira: a. 22
Fevereiro 1912.
52 – Washington Barbosa Rodrigues Pereira: a.
10 Março 1912.
53 – Luís Dodsworth Martins: a. 13 Julho
1913.
54 – Izabel Ofélia Bagueira Leal: c. 3 Agosto
1913.
55 – Maria Rita Marchand Bittencourt Miranda
Pinto: a. 24 Maio 1914.
56 – Amélia Barbosa Rodrigues Pereira
Teixeira Mendes: a. 26 Novembro 1914.
57 – Sílvio Vieira Souto: a. 25 Abril 1915.
58 – Cipriano César de Carvalho Lemos: c. 11
Maio 1919.
Dos 70 membros da
Igreja que existiam, por ocasião do falecimento de Miguel Lemos, a 10 de Agosto
de 1917, 4 deixaram de assinar os “Expedientes”: Raimundo Teixeira Mendes, de
acordo com o exposto no preâmbulo dos mesmos, Pedro Barreto Galvão, de acordo
com a declaração que publicou no Jornal
do Comércio de 22 de Setembro de 1920 (tendo depois, no Jornal do Comércio de 1 Julho 1923,
declarado não ser mais positivista), e Antônio Rodrigues Pereira e sua esposa
D. Alzira Albernaz Rodrigues Pereira sem declaração de motivo; 3, que estão
ausentes, ainda não assinaram: D. Maria Augustine Lejeune Barros, D. Berta
Arminda de Mello Nunes e D. Júlia Viacava de Paiva; 4 haviam falecido: D.
Heloíza Elvira de Oliveira Lemos, D. Dulcina Bermann de Borges Bagueira Leal,
Manuel Luís de Mello Nunes e Bernardino Cândido de Carvalhoo; um se havia
retirado, por carta de 23 de Novembro de 1917, e outro se retirou por carta da
data dos “Expedientes”; entre os 70 não figura um dos signatários, o último da
relação, o qual, só posteriormente foi confirmado.
As Bases da
organização da Igreja constam dos folhetos ns. 116, 196, 207 etc., e 418.
Rio de Janeiro, 15
de César de 136 – 6 de Maio 1924.
|
Venâncio de
Figueiredo Neiva. |
|
Encarregado do expediente da Igreja[8] |
[1] Opúsculo n. 503, Rio de Janeiro, Igreja Positivista do Brasil, 1928, p. 15-18, 46-49. A ortografia foi atualizada. Agradecemos a indicação feita por Hernani Gomes da Costa. Na seqüência reproduz-se o opúsculo n 5 do ano 131 (1919), com segunda edição em 136 (1924).
[2] Páginas 15 a 18 do opúsculo.
[3] Nota da Delegação Executiva: “Ver o Apêndice”.
[4] Páginas 46 a 49 do opúsculo. Reprodução do opúsculo n 5 do ano 131 (1919), com segunda edição em 136 (1924).
[5] Respectivamente: Festa da Mulher, Independência do Brasil (glorificação de José Bonifácio) e Descoberta da América (festa de Colombo).
[6] Nota da Delegação Executiva: “Esses Expedientes constam da nossa publicação nº 5 do ano 131-1919. Na reedição que dela se fez em 1924 foram incluídos os nomes dos confrades que assinaram os Expedientes posteriormente, tendo figurado aí por equivoco o do confrade Pedro Celestino Leivas”.
[7] Sem dúvida se trata de erro de composição; a data correta é 1919.
[8] Termina aqui o opúsculo n 5 do ano 131 (1919), com segunda edição em 136 (1924).