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16 janeiro 2013

Química e progresso material permitindo o progresso moral


O trecho abaixo apresenta dois temas de importância capital, ao tratar da Química.
Em primeiro lugar, Augusto Comte nota que na Química as previsões são mais difíceis, devido à complicação das induções e à relativa pobreza conseqüente das suas deduções. Mas a limitação das previsões é compensada pela facilidade de modificar, ou seja, pelas alterações que a Química permite ao ser humano realizar na realidade.
Em segundo lugar – e de modo muito mais importante –, como conseqüência da característica anterior, ao ultrapassar a visão estática da realidade e permitir francamente alterações, a Química desenvolve o sentimento de progresso na filosofia natural. O progresso possível graças à Química, bem entendido, é o progresso material, que é o primeiro passo para o progresso que realmente importa, o moral.
Dessa forma, evidencia-se o quanto é errado imputar ao Positivismo e a Comte a idéia de que o “progresso” é sempre e somente “progresso material”. O Positivismo afirma acima de tudo o progresso moral, ou seja, o estímulo ao altruísmo, à paz universal, em contraposição ao egoísmo, à violência, à guerra e assim por diante.

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“L’esprit positif fit donc un pas vraiment capital en étendant à de tels phénomènes le dogme fondamental des lois naturelles, borné d’abord à l’existence mathématique. Ce progrès décisif fut surtout dû à la nature si modifiable des événements chimiques, mieux accesibles à notre intervention que tous les autres effets inorganiques. Sans cette coïncidence nécessaire, leur complication supérieure les eût laissés beaucoup plus longtemps sous l’empire initial des volontés surnaturelles. On commence à sentir là que, en passant à de plus éminents phénomènes, notre raison compense la difficulté de prévoir par la facilité de modifier, qui n’est guère moins efficace pour nous dégager du joug théologique ou métaphysique, et nous préparer au régime positif. Cette aptitude modificatrice se manifeste nécessairement dans les études chimiques, puisque la plupart des phénomènes y ont une source artificielle, qui souvent y fait exagérer la vraie part logique de l’expérimentation.
Toutefois, l’importance pratique d’un tel pouvoir surpasse beaucoup son efficacité théorique ; car la chimie constituera toujours, et même de plus en plus, la principale base mathématique de notre providence matérielle. J’ai déjà caractérisé sa tendance à perfectionner ainsi notre éducation normale, en joignant le sentiment du progrès à celui de l’ordre, seul développé d’abord par la philosophie naturelle. Son étude trop exclusive deviendrait bientôt dégradante, en faisant prévaloir nos plus grossiers instincts. Mais la culture encyclopédique corrigera facilement cette disposition académique, en représentant toujours ce progrès matériel comme le premier degré nécessaire du perfectionnement humain, qui consiste surtout dans le progrès moral” (Comte, Système de politique positive, v. I, p. 538-539).

Induzir para deduzir - e limitações das deduções


O trecho abaixo expõe uma avaliação preliminar da Química, comparando-a à Física em termos de avanços metodológicos. O resultado parece desabonador para a Química, pois não há grandes avanços (isto é, novidades), mas, mutatis mutandis, apenas desenvolvimentos e aperfeiçoamentos do que se fez na Física.
Entretanto, a passagem da Física à Química indica o verdadeiro caráter da dedução e da indução: somente se induz para melhor deduzir. Entretanto, deve-se fazer duas observações importantes: por um lado, o excesso de deduções obscurece as origens indutivas da ciência; por outro lado, a dedução na Química já está separada da que ocorria inicialmente na Matemática, ou seja, já se percebem (ou deve-se perceber) as limitações de tais deduções.

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“L’importance réelle de cette étude, inversement à la précédente, est moins logique que scientifique. Car la méthode positive n’y fait aucun nouveau pas général, et se borne à y développer davantage les différents procédés inductifs constitués par la physique. Seulement, la complication supérieure des spéculations chimiques y fait mieux ressortir la nature et la destination de l’induction, en laissant une moindre influence à la déduction, alors dégagée irrévocablement de ses formes mathématiques initiales. Dans ce passage de la physique à la chimie, l’esprit sent avec plus d’évidence que la logique pleinement positive doit être moins déductive qu’inductive. Car on n’induit jamais que pour déduire ; tandis que la déduction prolongée fait souvent méconnaître l’induction d’où elle émane toujours” (Comte, Système de politique positive, v. I, p. 532).