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05 fevereiro 2025

2ª Circular Anual (2023-2024) da Igreja Positivista Virtual

Na prédica do dia 7 de Homero de 171 (4.2.2025) iniciamos as atividades da Igreja Positivista Virtual para o ano de 171 (2025).

Na ocasião, fizemos a leitura da 2ª Circular Anual, relativa a 169-170 (2023-2024).


O roteiro da exposição está reproduzido abaixo; em seguida, reproduzimos o resumo executivo da Circular.

*    *    *


Prédica positiva

(7.Homero.171/4.2.2025) 

1.       Invocação inicial

2.       Exortações iniciais

2.1.1. Sejamos altruístas!

2.1.2. Façamos orações!

2.1.3. Como Igreja Positivista Virtual, ministramos os sacramentos positivos a quem tem interesse nisso

2.1.4. Para apoiar as atividades dos nossos canais e da Igreja Positivista Virtual: façam o Pix da Positividade! (Chave Pix: ApostoladoPositivista@gmail.com)

3.       Efemérides

3.1.     Dia 10 de Homero (7.2): nascimento de Paulo de Tarso Monte Serrat (1923)

3.2.    Dia 14 de Homero (11.2): sermão a ser proferido por Hernani G. Costa, sobre o identitarismo como um problema de classificação positiva

3.3.    Dia 16 de Homero (13.2): Live AOP com Érlon Jacques de Oliveira, celebrando Afrânio Capelli

4.       Divulgação de capítulo de livro:

4.1.    “O Chat GPT à luz do Positivismo”, integrante do livro ChatGPT e educação na cibercultura: fundamentos e primeiras aproximações com inteligência artificial, organizado por Edméa Santos, Alexandre Chagas e João Bottentuit Júnior (São Luís, UFMA, 2024)

4.2.    O livro é exclusivamente gratuito e exclusivamente eletrônico, disponível aqui: https://www.edufma.ufma.br/index.php/produto/chatgpt-e-educacao-na-cibercultura-fundamentos-e-primeiras-aproximacoes-com-inteligencia-artificial/

5.       Leitura do resumo executivo da 2ª Circular Anual (169-170/2023-2024) da Igreja Positivista Virtual

6.       Exortações finais

7.       Invocação final


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Igreja Positivista Virtual

 

2ª Circular Anual

  

(169-170/2023-2024)

   

Resumo

  

Curitiba

Homero de 171 (fevereiro de 2025)


Sumário

 

1. INTRODUÇÃO JUSTIFICATIVA.. 3

2. O AMBIENTE EM QUE ATUA A IGREJA POSITIVISTA VIRTUAL.. 3

2.1. Três aspectos iniciais. 3

2.2. Caracterização sociológico-moral ampla. 4

3. AS ATIVIDADES DA IGREJA POSITIVISTA VIRTUAL EM 169 E 170 (2023 E 2024) 9

3.1. Estrutura da Igreja Positivista Virtual 9

3.2. Fundação da Igreja Positivista Virtual: 24.Dante.169 (8.8.2023) 10

3.3. Atividades desenvolvidas. 10

3.4. Outras atividades relevantes. 14

4. PERSPECTIVAS FUTURAS DA IGREJA POSITIVISTA VIRTUAL.. 16

Apêndice 1: Temas dos sermões em 169 (2023) 17

Apêndice 2: Temas dos sermões em 170 (2024) 18

Apêndice 3: Relação dos títulos dos artigos publicados no Monitor Mercantil (170/2024) 20

 

1. INTRODUÇÃO JUSTIFICATIVA

 

O presente documento consiste na segunda circular anual da Igreja Positivista Virtual; ela abrange os anos de 169 e 170 do calendário normal, que, no calendário corrente no Ocidente, correspondem a 2023 e 2024. A esse respeito, algumas explicações preliminares devem ser dadas.

1)      A primeira circular anual, relativa a 168 (2022) foi elaborada em nome do Apostolado Positivista; esta segunda é feita em nome da Igreja Positivista Virtual.

2)      Enquanto a primeira circular concerniu adequadamente a apenas um ano, esta segunda circular aborda dois anos: isso se deve a que em 170 (2024) vimo-nos incapazes de elaborar o documento relativo ao ano anterior, ou seja, a 169 (2023), acumulando-se então os dois períodos.

3)      Não temos preocupação com “originalidade” na presente circular, no sentido de que, como somos nós mesmos os autores desta circular e da circular anterior, além de que muitas das considerações anteriormente feitas necessariamente têm que ser aqui repetidas, não nos sentimos obrigados a reescrever ou a alterar a redação anterior a fim de evitar um suposto autoplágio.

A redação da circular anual, como forma de prestação de contas, não se constitui assim em uma concessão liberalmente feita em algum momento pelo órgão do poder Espiritual – concessão que, nesse sentido, tanto pode ser feita como pode não ser feita. A circular anual é uma obrigação do poder Espiritual; é um dever que se constitui na contrapartida da confiança depositada pelo público no órgão do poder Espiritual. Em última análise, trata-se de realizarmos, naquilo que cabe ao poder Espiritual, a máxima pública “Viver às claras”.

Finalmente, importa notar que nossa atuação procura seguir o belo exemplo dado pelos apóstolos da Humanidade, Miguel Lemos e Raimundo Teixeira Mendes.

 

2. O AMBIENTE EM QUE ATUA A IGREJA POSITIVISTA VIRTUAL

 

A fim de podermos avaliar adequadamente a ação desenvolvida pela Igreja Positivista Virtual, é necessário termos clareza do meio social em que se dá tal ação. Dessa forma, inicialmente apresentaremos três aspectos que mais se destacam; em seguida, faremos uma caracterização sociológico-moral.

 

2.1. Três aspectos iniciais

 

1)      As atividades da Igreja Positivista Virtual ocorrem no Brasil. Como sabemos, nosso país tem dimensões continentais e uma grande população. O tamanho gigantesco do Brasil induz-nos a termos um olhar centrado em nós mesmos e, com exceção do que ocorre nos Estados Unidos, a ignorarmos as realidades externas.

a.       Por outro lado, o tamanho do território também resulta em uma dispersão geográfica da população; além disso, os custos para reuniões físicas, presenciais, dos positivistas e dos simpatizantes entre si são bastante elevados.

2)      Em termos sociais amplos, o público mais facilmente acessível ao Positivismo no Brasil é a população de classe média, seja porque ela tem os meios de obter informações, seja porque com freqüência ela valoriza bastante a instrução formal, seja porque dela provêm militantes políticos que têm procurado o Positivismo.

3)      O último aspecto que exige ser indicado na presente caracterização do ambiente em que se desenvolve a atuação da Igreja Positivista Virtual é o próprio “local” em que ela ocorre: a internet e as chamadas “redes sociais”.

a.       Na medida de suas possibilidades concretas, a propaganda positivista deve lançar mão de todos os recursos disponíveis e possíveis; sem deixar de produzir livros e artigos, nem deixar de realizar prédicas, cursos e palestras, o Positivismo pode e deve desenvolver uma crescente atividade na internet.

 

2.2. Caracterização sociológico-moral ampla

 

Ao iniciarmos esta subseção, devemos notar que a necessária visão de conjunto, afirmada e exigida pelo Positivismo, obrigar-nos-á a comentarmos de maneira combinada questões históricas, sociológicas e filosóficas, de âmbito geográfico mundial, ocidental, hemisférico e nacional: essa alternância não é uma oscilação ou uma falta de clareza, mas, bem ao contrário, trata-se de apresentar alguns dos aspectos que nos parecem mais importantes e relevantes, à medida que os temas forem desenvolvendo-se.

Além disso, esta “caracterização sociológico-moral ampla”, que com freqüência também é chamada de “contextualização”, representa no fundo uma obrigação positivista, na medida em que o Positivismo foi fundado precisamente com a Sociologia e depois estendido à Moral: ora, uma parte importante do esforço desenvolvido por Augusto Comte ao fundar a Sociologia consistiu em elaborar uma interpretação histórica, ou melhor, de Sociologia Dinâmica, no sentido de entender como é que o Ocidente vivia a realidade que então vivia e como é que a fundação da Sociologia (e, por extensão, do Positivismo) era tanto possível quanto necessária. Esse entendimento está na origem da nossa doutrina; não somente a interpretação em si, mas também o exemplo e o impulso nesse sentido devem ser incorporados e levados a sério por todos os positivistas. Finalmente esse exercício também é importante de ser feito devido a dois motivos adicionais: por um lado, porque, como notamos antes, nossas atividades desenvolvem-se em outro país e em outra época que não os de Augusto Comte, que viveu na França da primeira metade do século XIX; por outro lado, porque após um período de auge do Positivismo mundial seguido por um longo declínio, participamos de uma retomada do Positivismo. Tudo isso tem que ser levado em consideração.

Passemos à contextualização. Dando continuidade a algumas reflexões da subseção anterior, devemos notar que outro aspecto fundamental da política brasileira atual – na verdade, da política ocidental de maneira geral – consiste em seu caráter metafísico. Um sinal evidente dessa metafísica reinante é a importância atribuída à palavra “democracia” e à ética individualista, anti-histórica e antissocial dos “direitos”, em negação do conceito positivo, relativista e altruísta da sociocracia e da noção político-moral correlata de “deveres”; um outro sinal correlato da metafísica ocidental é a centralidade da oposição “direita vs. esquerda”. Mas a relevância da palavra “democracia”, dos direitos e de “direita-esquerda” é apenas a parte visível dos valores e das concepções profundos que atualmente orientam o Brasil e o Ocidente: esses valores e concepções correspondem plenamente às características morais da metafísica, ou seja, o seu absolutismo, o espírito destruidor, a sua ânsia pela “criticidade” que arrasa todas as instituições e toda a historicidade humana, bem como a pretensão de soluções parciais e transitórias são julgadas definitivas e eternas. Não é nenhum acaso que a política ocidental seja bastante influenciada pelos Estados Unidos: esse país foi fundado sob a égide do protestantismo, isto é, da teologia já fortemente influenciada pelo espírito destruidor, e a secularização desse protestantismo resultou largamente na metafísica, acentuada pela crença disseminada naquele país de que o estado normal da Humanidade corresponde à fragmentação radical de valores e concepções, resultando no que Augusto Comte chamava de anarquia moral e intelectual. Os esforços empíricos ou sistemáticos em favor da positivação dos Estados Unidos (como alguns realizados por positivistas ortodoxos) ou foram excluídos na forma de experiências sociais e morais marginais, ou foram degradados pelo espírito ao mesmo tempo “empiricista”, metafísico, autocentrado e com freqüência intolerante e punitivista do país. Apesar desses vícios de origem, durante cerca de dois séculos tais características forneceram um vigor inaudito aos Estados Unidos, que, baseando-se e inspirando-se em sua herança ocidental, além de desenvolvendo-a bastante, em meados do século XX suplantou a Europa como sede do Ocidente; o Brasil, que desde o início da República orientou-se para os Estados Unidos devido ao seu caráter americano e republicano, passou a fazer ainda mais coro ao resto do mundo quando a Europa, após as crises da II Guerra dos 30 Anos, viu-se na contingência de precisar do apoio material e bélico da sua antiga colônia. Cabe reconhecer com clareza que o messianismo dos Estados Unidos desempenhou um papel altamente positivo no mundo ao estabelecer as bases da reorganização internacional após a devastação da II Guerra Mundial (com a criação da Organização das Nações Unidas e do sistema de instituições correlatas) e durante a Guerra Fria (com o enfrentamento do comunismo de origem soviética), quando a Europa foi arrasada, marginalizada e tornada dependente dos Estados Unidos: a partir disso, são os valores próprios a esse país que influenciam o resto do mundo e em particular o conjunto do Ocidente (mesmo que os vários países e intelectuais ocidentais não reconheçam essa influência).

Cabem aqui alguns comentários sobre a França, cuja situação evidentemente é, ou seria, de particular importância para nós. Desde o final do século XIX a influência internacional da França passou a declinar; a I Guerra Mundial e, de maneira mais brutal e clara, a II Guerra Mundial e os acontecimentos posteriores conduziram esse país à perda de influência internacional. A perda de primazia política e econômica não resultou automaticamente na perda de importância moral e intelectual; entretanto, a II Guerra Mundial e, em seguida, a Guerra Fria foram fatais para a relevância internacional das letras francesas, a que os desvarios do existencialismo (e, em particular, de Jean-Paul Sartre e de sua esposa, Simone de Beauvoir), do comunismo e do pós-modernismo jogaram sucessivas pás de cal.

Na própria França a positividade já cedia lugar à metafísica nos anos 1910 e 1920, por exemplo com o sucesso de Henri Bergson e com um irracionalismo especialmente dirigido contra o Positivismo, a partir de um forte impulso ao mesmo tempo “novidadista” e parricida. Essas tendências conjugaram-se no existencialismo, cujo sucesso começou já nos anos 1930, mas que teve seu auge após 1945. Embora algumas correntes filosóficas e científicas tenham procurado reafirmar a racionalidade e a realidade (como no caso do estruturalismo), nenhuma grande filosofia moral de caráter positivo desenvolveu-se e afirmou-se na França. O intenso ativismo de Sartre, ao mesmo tempo um pouco histérico e bastante confuso, foi apenas um último e breve esforço para reverter a decadência; ao existencialismo sucedeu-se o comunismo e este, por sua vez, cedeu espaço para a metafísica altamente corrosiva e niilista (inspirada por Nietzsche) de Foucault e dos pós-modernos. A partir da Guerra Fria, a França contentou-se ao mesmo tempo em buscar (sem sucesso e a custos políticos, sociais, morais e financeiros exorbitantes) manter um império colonial (Indochina-Vietnã, Argélia), em manter um antiamericanismo militante mas contraditório e um pouco infantil e, por fim, de maneira mais central para o que nos interessa, em autocentrar-se e em afirmar uma identidade nacional francesa. Esse autocentramento identitário, afirmando o “francesismo” como parte de esforços nacionais de reerguimento após a devastação da II Guerra e para fazer frente à hegemonia dos EUA, à perda do seu império e ao desafio da constituição e da manutenção da União Européia, especialmente após o famoso “maio de 1968”, resultou em que a França na prática abriu mão de suas ambições universalistas. Ao mesmo tempo em que a França passou a estimular o seu próprio provincianismo, passou a aceitar, mesmo que implicitamente, que a universalidade seria dada pelos Estados Unidos, ainda que a filosofia estadunidense seja inferior em positividade, profundidade e racionalidade à tradição filosófica francesa que culminou no Positivismo.

Retomando a argumentação que desenvolvíamos antes da digressão sobre a França: o atual caráter metafísico da política – ou melhor, da filosofia social disseminada – dificulta bastante a disseminação do Positivismo e da Religião da Humanidade. O espírito crítico, isto é, destruidor, corrosivo, pervade todos os ambientes sociais; some-se a isso o caráter altamente maniqueísta próprio à oposição direita-esquerda, em que a metafísica esquerdista é “progressista” e a teologia (ou até mesmo a metafísica) direitista é “retrógrada”: quem se opõe à metafísica da esquerda (por exemplo, cobrando o respeito à ordem, ou diretamente criticando a metafísica) é visto como “retrógrado” ou “reacionário” – mas, da parte da “direita”, quem afirma o progresso é visto como “revolucionário”.

Devemos notar que a modernidade corrói cada vez mais a teologia, resultando ao mesmo tempo em que a sabedoria sacerdotal da Idade Média é destruída e/ou degradada e, portanto, a teologia desnuda-se cada vez mais, com todas as suas incoerências e irracionalidades; a crítica à teologia, além disso, torna esta cada vez mais acuada, resultando em que ela torna-se cada vez mais radical, mais intolerante e mais fanática. A metafísica, por seu turno, mantém o seu impulso destruidor apesar de já não ter mais que combater a teologia, ainda que, excepcionalmente, a metafísica congratule-se em justificar-se por meio de críticas antiteológicas tópicas. A autonomização da metafísica, da crítica metafísica, resulta na produção sistemática de aberrações, desvios e problemas morais, intelectuais e práticos; assim como durante a Idade Média, a destinação social das sociedades em geral e das doutrinas em particular permitiu controlar tais problemas (ainda que, como no caso do pós-modernismo, eles desenvolvam-se a partir de dinâmicas próprias): a perda de destinação social, da noção compartilhada de destinação social por si só estimula tais problemas e de qualquer maneira essa perda põe a descoberto os vícios próprios à crítica metafísica (como o comprovam o identitarismo atual e também a epidemia de consumo das cinicamente chamadas “drogas recreativas” que acomete o Ocidente desde os anos 1960). Desde os anos 1960 muitos jovens no Ocidente passaram a perder a destinação social, alienando-se, no que alguns sociólogos chamaram, de maneira generosa mas equivocada, de “valores pós-materialistas”, mas que podemos chamar, com Augusto Comte, de “anarquia” moral e intelectual; essa alienação foi resultado e estímulo da perda de destinação social. Ainda assim, a Guerra Fria manteve um sentido coletivo e uma noção de propósito compartilhado por todo o Ocidente, embora de maneira cada vez mais difícil.

A metafísica que pervade o ambiente social e político brasileiro (bem como ocidental) manifesta-se na forma de u’a mentalidade generalizada de que o bom comportamento social, político, filosófico e científico é “crítico”; essa “criticidade”, por sua vez, é entendida como sendo um estado permanente de desconfiança e o desejo, igualmente permanente, de destruir as idéias, as práticas, as instituições vigentes. Como indicamos antes, essa criticidade nas últimas décadas alcançou um auge no âmbito filosófico na forma do pós-modernismo, que são o niilismo e o irracionalismo transformados em parâmetros intelectuais fundamentais. Já em termos políticos, essa corrosão moral e social tem sido afirmada pela política identitária, que rejeita o universalismo, o altruísmo, a harmonia, a concórdia, e que em seu lugar propõe o particularismo, a institucionalização e a instrumentalização do ódio e do ressentimento, o punitivismo (tão próprio ao protestantismo e, a partir disso, à mentalidade dos EUA!) como parâmetros das relações sociais “boas”.

Toda essa metafísica resulta em um ambiente caracterizado por grande agressividade, tanto filosófica quanto política, em que um aspecto reforça e mesmo complementa o outro. O Positivismo vê-se atingido por essa disposição, na medida em que as críticas de que somos alvo passaram daquelas de origem marxista-comunista, em que o Positivismo seria uma “ideologia burguesa”, para críticas de origem identitária, como a de que seríamos “eurocêntricos”, “patriarcais” ou mesmo “racistas”! A intensidade desse espírito metafísico é tão intensa que mesmo pessoas próximas ao Positivismo muitas vezes insistem nessas críticas, que, todavia, são erradas tanto do ponto de vista teórico – como já tivemos oportunidade de indicar e como deveria ser evidente, o Positivismo pura e simplesmente não é nem “eurocêntrico”, nem “patriarcal”, nem “racista” –, quanto do ponto de vista moral e religioso – essas críticas originam-se da metafísica, que, como se sabe e como vimos reafirmando, é uma disposição destruidora, corrosiva e antirreligiosa.

O quadro descrito acima é amplamente pessimista; ele enfatiza as dificuldades e os fatores que obstaculizam a difusão do Positivismo e, de modo mais amplo, do espírito positivo. Essa perspectiva sem dúvida é unilateral e deve portanto ser completada por uma avaliação dos fatores que facilitam a difusão do Positivismo. Há aspectos sociais, políticos e morais amplos e também aspectos tecnológicos envolvidos aí. Em termos sociais, políticos e morais, já fizemos referência diversas vezes ao fim do sovietismo e o decorrente descrédito do marxismo: embora esse descrédito tenha demorado alguns anos para fazer-se plenamente sentir (até cerca de uma década), a partir dos anos 2000 e, em particular, na década de 2010 as preocupações sociais, a generosidade política e o altruísmo passaram a buscar opções reais, fora da lógica da luta de classes. A busca de opções amplas intensificou-se após a crise financeira de 2008, em que se evidenciou que o liberalismo é insuficiente, ou melhor, é incapaz de regular as sociedades, seja em termos econômicos, seja em termos sociopolíticos. Esses dois fatores, aliás conexos, permitem que o Positivismo seja visto como o que de fato é, uma religião e uma política que concilia a ordem e o progresso: não por acaso, a decisiva influência do Positivismo nos movimentos trabalhistas, em particular no Brasil, tem sido um dos fatores de renovada atração para nós. Em sentido mais amplo, as necessidades humanas, tanto coletivas quanto individuais, como é natural, continuamente precisam de satisfação e orientação, a que a Religião da Humanidade oferece as únicas satisfações reais: o Positivismo clara e conscientemente oferece sentido para a vida, orientação moral, espiritual, familiar e profissional, além de estipular parâmetros para a condução dos assuntos públicos: evidentemente, são várias as possibilidades de divulgação e aplicação do Positivismo, que deve esforçar-se para realizar-se em todas elas.

Em termos tecnológicos, também já indicamos a difusão radical da internet e a constituição concomitante das chamadas redes sociais. A chamada tecnologia da informação é a nova fronteira tecnológica e econômica do mundo; continuamente ela desenvolve-se, criando novas possibilidades e impondo ao mesmo tempo desafios para que essas oportunidades sejam aproveitadas. Toda uma nova geração já cresceu e foi socializada à sombra dessas tecnologias; embora isso gere graves problemas de relacionamentos intergeracionais e de entendimento da realidade da parte das novas gerações, ao mesmo tempo essas novas tecnologias reduzem drasticamente os custos financeiros envolvidos na divulgação, além de em princípio não limitarem geograficamente a difusão da doutrina. Esses aspectos são tão importantes que, como indicamos antes, permitiram a criação da presente Igreja Positivista Virtual. É claro que as novas possibilidades tecnológicas não substituem os meios anteriores de divulgação: livros, artigos, mesmo a divulgação boca-a-boca continuam sendo importantes; não há propriamente substituição dos instrumentos, mas, cada vez mais, a sua ampliação. Nesse quadro, cabe aos vários positivistas – orientados, coordenados e aconselhados pelo sacerdócio da Humanidade –, identificar e aproveitar essas várias oportunidades, de modo a conjugar a independência com a convergência.

Reafirmemos que o quadro exposto acima foi carregado em suas tintas negativas, ou pelo menos pessimistas. Isso se deve a que o movimento positivista tem enfrentado graves dificuldades, ao mesmo tempo que a Humanidade como um todo atravessa um período crítico. Entretanto, ao mesmo tempo em que enfrentamos dificuldades, há efetivos elementos de progresso, bem como de esperança, seja para a Humanidade, seja para o Positivismo. A mera existência da positividade já é um aspecto que deve ser devidamente reconhecido e valorizado; para além disso, como a presente Circular buscará caracterizar, o movimento positivista tem dado sinais claros e inequívocos de que se reorganiza, restabelece e reafirma-se – e esperamos contribuir humilde e efetivamente para esse ressurgimento. A leitura final deste documento sugere-nos, no final das contas, a mensagem de esperança, a partir da bela perífrase que Teixeira Mendes fez de Danton: a solução para nossas dificuldades consiste em “amor, só amor, sempre amor”.

 

3. AS ATIVIDADES DA IGREJA POSITIVISTA VIRTUAL EM 169 E 170 (2023 E 2024)

 

3.1. Estrutura da Igreja Positivista Virtual

 

Antes de mais nada temos que esclarecer o nome. Em 168 (2022) consideramos que nossa atuação deveria consistir apenas e essencialmente em um apostolado; daí a escolha inicial do nosso nome para “Apostolado Positivista”. Entretanto, à medida que o tempo passou e nossas atividades firmaram-se e desenvolveram-se, percebemos que seria necessário ampliar nossa atuação, passando de apenas um apostolado para também e acima de tudo uma igreja: daí a mudança de nome, ou melhor, de estatuto, que realizamos em 24 de Dante de 169 (8.8.2023), na prédica daquele dia.

A Igreja Positivista Virtual, dando seguimento às atividades do Apostolado Positivista, desenvolve suas atividades basicamente pela internet, especialmente em dois canais, cada um deles em uma “rede social”: o canal Positivismo, canal disponível no Youtube sob o nome “The Positivism”, e o canal Igreja Positivista Virtual, disponível no Facebook; os respectivos endereços são estes: Youtube.com/ThePositivism e Facebook.com/IgrejaPositivistaVirtual. Ambos são de acesso gratuito, embora o Facebook imponha a exigência de registro em sua rede para o acesso (obtendo, portanto, dados pessoais). Além desses canais, usamos também o blogue Filosofia Social e Positivismo, sediado no Blogspot, com o seguinte endereço: https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/. Finalmente, é importante lembrar que nossas atividades desenvolvem-se também por meio de textos impressos: livros, artigos em revistas científicas, artigos em revistas de opinião, artigos em jornais noticiosos.

 

3.2. Fundação da Igreja Positivista Virtual: 24.Dante.169 (8.8.2023)

 

Como indicado antes, a Igreja Positivista Virtual foi fundada em 24 de Dante de 169 (8 de agosto de 2023). Essa data marcou o primeiro aniversário do Apostolado Positivista, cujas atividades iniciaram-se em 24 de Dante de 168 com as prédicas positivas.

 

3.3. Atividades desenvolvidas

 

Exporemos nesta subseção as atividades desenvolvidas diretamente pela Igreja Positivista Virtual; na próxima subseção trataremos de atividades de que participamos e também alguns acontecimentos relevantes para a difusão do Positivismo.

 

3.3.1.Aumento das atividades e do público

 

O primeiro aspecto que devemos mencionar é o aumento progressivo das atividades desenvolvidas: como veremos abaixo, houve a elevação do estatuto da nossa atuação (passando de só apostolado para igreja), o incremento das prédicas, a diversificação dos tipos de atividades.

Ao mesmo tempo, o público que acorre às nossas prédicas e, de modo geral, que participa ou acompanha a divulgação do Positivismo pouco a pouco aumenta. Não é, como gostaríamos, um aumento maciço, de grandes proporções; mas, pelo menos, é de fato um aumento, com pessoas que demonstram interesse e com quem é possível manter uma relação pessoal e direta. Essa relação pessoal e direta é importante, pois ela permite que uns e outros conheçam-se, exponham suas preocupações, seus interesses, suas dúvidas; a exposição e a aplicação do Positivismo torna-se mais clara e mais eficiente dessa forma.

O perfil das pessoas que têm procurado o Positivismo com interesse mais profundo – isto é, para além do desejo de fazer apenas trabalhos escolares – é variado, mas podemos agrupá-los em três grandes categorias, organizadas pela importância numérica: (1) preocupações políticas práticas, atualmente com freqüência próximas ao trabalhismo; (2) preocupações afetivas, no sentido do estímulo do altruísmo e da generosidade; (3) preocupações intelectuais, geralmente próximas da ciência e mesmo do cientificismo. É claro que essas três categorias não são mutuamente excludentes; bem vistas as coisas, elas correspondem a cada um dos aspectos da natureza humana: atividade prática, sentimentos e inteligência. Como não poderia deixar de ser, cada uma delas constitui apenas uma via de acesso ao Positivismo, não um interesse exclusivo e limitante.

Duas dificuldades apresentam-se, em todo caso. Uma primeira é que o público que acorre às prédicas e que, de modo geral, procura o Positivismo é um público masculino: apesar da importância que o Positivismo dá às mulheres, ao público feminino, não temos conseguido sensibilizá-lo, nem desfazer os preconceitos difundidos segundo os quais o Positivismo é masculinista e intelectualista. Essa é uma dificuldade de longo prazo, que tem que passar a ser enfrentada com clareza.

Uma segunda dificuldade consiste em que com freqüência quem chega ao Positivismo conjuga uma série de defeitos morais e intelectuais que tornam bastante cansativa e desgastante a nossa propaganda; esses defeitos consistem em arrogância e palpitismo. Os traços específicos desses defeitos são que os interessados, mesmo quando se afirmam interessados no Positivismo, chegam à doutrina “sabendo” que ela tem que ser “atualizada”, “sabendo” do que se trata o Positivismo, “sabendo” os aspectos em que ele tem que ser “atualizado” e mesmo “sabendo” que críticas correntes são corretas. Todos esses saberes que pusemos entre aspas correspondem na verdade a preconceitos muito difundidos, que essas pessoas repetem com profunda convicção, mas – de maneira chocante, irritante e cansativa – de maneira totalmente ignorante. Assim é que ouvimos que o Positivismo é “machista”, “misógino”, “eurocêntrico”, “imperialista”, “burguês”, “quietista” etc. etc. Esses preconceitos são evidentemente comuns entre adversários do Positivismo, que quase sempre não têm a menor preocupação em conhecê-lo e com freqüência não se preocupam em serem honestos e em agir de boa fé; mas quando tais preconceitos são repetidos com convicção por pessoas que se dizem simpáticas ao Positivismo, percebemos o quanto a desinformação antipositivista está difundida e o quanto nossa propaganda tem a avançar. Além da mais resoluta persistência em desfazermos tais erros, o único recurso de que podemos dispor nessa tarefa é a simpatia e a boa vontade que tais pessoas manifestam, ou dizem manifestar, a respeito do Positivismo; mas é claro que, até que tais erros sejam desfeitos (no caso feliz caso de conseguirmos provar e convencer de que são erros), muito esforço já foi gasto, muito cansaço já foi produzido.

Esses defeitos são estimulados pela diferença geracional: com freqüência, mas não com exclusividade, esses problemas são manifestados por jovens, isto é, por recém-saídos da adolescência e adultos jovens. A impulsividade e a falta de experiência próprias dessa fase da vida, após o cansativo esforço para convencer dos erros e da desinformação, pelo menos são compensados, quando são de fato convencidos, por um desejo sincero de conhecer, aprender e de serem úteis. É claro que quando tais defeitos são manifestados por pessoas mais velhas, supostamente mais maduras, a frustração soma-se ao cansaço e ao desgaste. A importância desse problema, que combina dificuldades sociológicas e morais mais amplas com o desperdício de recursos humanos, já motivou várias prédicas, que abordaram diretamente esses temas e indiretamente preconceitos repetidos convictamente por pessoas próximas ao Positivismo.

 

3.3.2. Prédicas positivas

 

As prédicas semanais realizam-se nas terças-feiras a partir das 19h. O nome que adotamos – “prédicas positivas” – emprega a palavra “positivo” no sentido polissêmico dado a ela palavra por Augusto Comte no Apelo aos conservadores: real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático. Esse nome também evita a parcialidade própria e inevitável às expressões – de qualquer maneira, belas e imponentes – que Augusto Comte criou para caracterizar o regime positivo: “sociocracia” (regime), “sociolatria” (culto) e “sociologia” (dogma), bem como as suas variações.

As prédicas positivas inicialmente previam duas partes (leitura comentada do Catecismo positivista e algum comentário), mas rapidamente e com o passar do tempo elas passaram a estruturar-se em várias partes, de diferentes extensões, como segue:

1.      Invocação inicial

2.      Exortações iniciais

2.1.   Sejamos altruístas!

2.2.   Façamos orações!

2.3.   Façam o Pix da Positividade! (Chave Pix: ApostoladoPositivista@gmail.com)

3.      Efemérides

4.      (Eventualmente, comentários diversos)

5.      Leitura comentada do Catecismo positivista (atualmente, do Apelo aos conservadores)

6.      Sermão

7.      Exortações finais

8.      Invocação final

 

3.3.2.1. Conclusão da leitura comentada do Catecismo Positivista; início da leitura do Apelo aos Conservadores

 

Devemos mencionar – e celebrar! – o fato de que no dia 9 de Frederico de 170 (12.11.2024) concluímos a leitura comentada do Catecismo positivista, iniciada pouco mais de dois anos antes, no dia 24 de Dante de 168 (8.8.2022).

No dia 23 de Frederico de 170 (26.11.2024) iniciamos a leitura comentada do Apelo aos conservadores.

 

3.3.3. Lives AOP

 

As prédicas positivas têm um aspecto cultual que importa sempre respeitar e preservar; mesmo os sermões, que por vezes abordam aspectos mais políticos e controversos – e, portanto, supostamente mais distantes desse caráter cultual –, são elaborados à luz da mais cuidadosa ortodoxia positivista. As prédicas, portanto, permitem conversas, esclarecimentos, até mesmo a avaliação positiva de polêmicas; mas em si mesmas elas não se prestam a “debates”, especialmente ao entrechoque ativo de perspectivas “extrapositivistas” sobre e com o Positivismo. Para tais debates é que criamos as Lives AOP, com a pretensão de realizar uma por mês.

 

3.3.4. Participação em livro e entrevista

 

Entre 169 e 170 (2023 e 2024) tivemos a honra de recebermos dois convites.

Em 2023 fomos convidados para redigir um capítulo sobre o Positivismo e a chamada “inteligência artificial” (mais especificamente, sobre a versão 3.5 do programa Chat GPT), integrando um livro mais geral com diversas perspectivas sobre a inteligência artificial e o Chat GPT. Esse livro foi organizado pela Profª Drª Cristiane de Magalhães Porto, da Universidade Tiradentes, de Aracaju (Sergipe) e foi publicado em meados de 2024 pela editora da Universidade Federal do Maranhão, com as seguintes referências: ChatGPT e educação na cibercultura: fundamentos e primeiras aproximações com inteligência artificial, organização de Edméa Santos, Alexandre Chagas e João Bottentuit Júnior (São Luís, UFMA, 2024). O nosso capítulo foi publicado sob o título “O Chat GPT à luz do Positivismo”.

Já em 2024 fomos homenageados com uma edição especial da Revista Parajás, que nos entrevistou. O convite foi feito em particular pelo Prof. Dr. Ricardo Cortez Lopes, que, em conjunto com os demais editores da referida revista, elaboraram um extenso e detalhado questionário, abordando um pouco a nossa carreira intelectual e profissional e, de modo mais importante, o Positivismo e a obra de Augusto Comte. A Revista Parajás é exclusivamente eletrônica e pode ser lida neste endereço: https://revistaparajas.com.br/index.php/rv1/index; a entrevista em questão, no momento em que redigimos esta Circular, encontra-se em processo de editoração.

 

3.3.5. Manifestações cívicas

 

As manifestações cívicas especiais foram em número de três:

-        Manifesto “Pela república, a favor da sociocracia, contra o terrorismo fascista” (14.1.2024) (https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/2024/01/manifesto-pela-republica-favor-da.html)

-        Manifesto altruísta pelo Rio Grande do Sul (8.5.2024) (https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/2024/05/apelo-altruista-pelo-rio-grande-do-sul.html)

-        Manifesto político-eleitoral: “Programa republicano mínimo” (28.8.2024) (https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/2024/08/programa-republicano-minimo-orientacoes.html)

 

Os artigos opinativos são textos mensais que passamos a publicar no jornal carioca Monitor Mercantil. Esses artigos começaram a ser publicados no mês de agosto de 2024; a relação dos textos de 170 (2024) encontra-se no apêndice 3.

 

3.3.6. Calendário anual e cartões

 

Desde há muitos anos elaboramos, todos os anos, um calendário positivista atualizado, inserindo o calendário júlio-gregoriano no calendário positivista, além de indicar as comemorações positivistas, as celebrações de centenários, bem como indicar também as funções do calendário positivista abstrato. Esse calendário pode ser impresso e afixado na parede, para uso cotidiano de todos os interessados, a começar, por óbvio, pelos positivistas. As celebrações anuais baseiam-se no sistema de comemorações adotado pela Igreja Positivista do Brasil, conforme divulgado em suas publicações; os centenários referem-se tanto aos dos tipos do calendário positivista concreto quanto de positivistas já falecidos, tanto brasileiros quanto de outros países.

Além disso, em 170 (2024) criamos e imprimimos dois cartões – para distribuição pública –, no tamanho de cartões de visitas, com orações e invocações positivistas. Com textos no anverso e no verso dos cartões, o belo afresco que Eduardo de Sá pintou na Casa de Clotilde de Vaux, em Paris, representando a Humanidade com o futuro em seu colo, aparece como imagem de fundo nos dois lados de cada cartão. O primeiro cartão apresenta as invocações inicial e final dos cultos da Humanidade, conforme elaborado pela Igreja Positivista do Brasil (ainda que com algumas adaptações na invocação final); o segundo cartão apresenta as orações para antes e para depois das refeições, elaboradas por Teixeira Mendes.

 

3.4. Outras atividades relevantes

3.4.1. Escola positivista: Hernani G. Costa comentando o Catecismo positivista 

Uma iniciativa de longo prazo, que já se realiza há alguns anos e que se vem firmando de maneira mais sistemática e consciente é uma forma de escola positivista, levada a cabo por Hernani Gomes da Costa.

A iniciativa levada a cabo por Hernani realiza-se com autonomia em relação à Igreja Positivista Virtual, mas é plenamente convergente a ela; na verdade, quem assiste às prédicas com freqüência realiza esse estudo com Hernani e vice-versa (quem realiza esse estudo assiste às prédicas). Devido a esses motivos, incluímos essa atuação na presente Circular.

 

3.4.2. Fundação do Centro Positivista do Lavradio/Situação da IPB 

Uma importante iniciativa inaugurada em 169 (2023) consistiu na fundação do Centro Positivista do Lavradio. Esse Centro Positivista tem sua sede no Solar Marquês do Lavradio, no bairro da Lapa, na região central do Rio de Janeiro, em associação com a Sociedade Brasileira de Belas Artes.

A fundação ocorreu nos dias 27 e 28 de Carlos Magno de 169 (13 e 14 de julho de 2023), por ocasião do I Ciclo de Palestras do Centro Positivista do Lavradio; esse evento foi organizado por nosso correligionário gaúcho Érlon Jacques de Oliveira e teve o apoio da Igreja Positivista Virtual, bem como da Igreja Positivista do Rio Grande do Sul. Nessa ocasião, no dia 28 de Carlos Magno, proferimos a palestra “O Positivismo e a laicidade do Estado”.

Já nos dias 13 e 14 de Frederico de 169 (17 e 18 de novembro de 2023) ocorreu o II Ciclo de Palestras do Centro Positivista do Lavradio; nessa ocasião, no dia 13 de Frederico, proferimos a palestra “Crítica à República e desistência de uma utopia”.

 

3.4.3. Atuação do Apostolado Positivista da Itália 

Fundado em 168 (2022), o Apostolado Positivista da Itália tem desenvolvido muitas atividades e logrado obter bons resultados em sua atuação. Em particular, realizamos com eles duas Lives AOP:

-        uma Live AOP realizada em 11 de César de 170 (2.5.2024): 200 anos da publicação do “opúsculo fundamental” de Augusto Comte, o Plano dos trabalhos científicos necessários para reorganizar a sociedade;

-        uma Live AOP realizada em 18 de Frederico de 170 (21.11.2024): relato de uma viagem a Paris.

 

3.4.4. Defesa da tese de Vaida Norvilaite 

O último acontecimento que desejamos registrar é a defesa da tese de doutorado em Antropologia de Vaida Norvilaite, pela New School for Social Research, de Nova Iorque, em agosto de 2024. A tese, intitulada “The Afterlife of Positivism: Intellectual Ethnography of Auguste Comte’s Church of Humanity in Brazil” (“O além-vida do Positivismo: etnografia intelectual da Igreja da Humanidade de Augusto Comte no Brasil”).

 

4. PERSPECTIVAS FUTURAS DA IGREJA POSITIVISTA VIRTUAL 

Em relação às nossas expectativas e às nossas intenções para este e para os próximos anos, reafirmamos o que dissemos na 1ª Circular Anual e, em face dos desafios indicados no presente documento, acrescentamos outras metas:

-        manter um ativismo no mínimo com a mesma intensidade;

-        aperfeiçoar a infraestrutura técnica (com a criação e o registro de um portal eletrônico, a ampliação das redes sociais empregadas, a melhoria no uso das redes sociais etc.), a fim de melhorar a comunicação e a interação com o público;

-        desenvolver e consolidar uma identidade visual para a Igreja Positivista Virtual (com logomarcas, ex-libris etc.);

-        coordenar mais e melhor as iniciativas de positivistas ou de pessoas simpáticas a nós;

-        melhorar a formação dos positivistas atuais, em particular evitando o palpitismo e a arrogância;

-        melhorar, em termos morais, intelectuais e práticos, nossa atuação, seja como sacerdote da Humanidade, seja como cidadão, seja como simples ser humano.

Temos a plena convicção de que a Religião da Humanidade é a religião do presente e, ainda mais, do futuro; que ela oferece o entendimento e os meios para a harmonia social e individual; que ela indica que e como podemos associar a felicidade individual e o bem-estar público. A partir da elaboração de Augusto Comte, sob a angélica influência de Clotilde de Vaux, repetimos a máxima fundamental da Religião da Humanidade: “o amor por princípio e a ordem por base; o progresso por fim”.

  

Gustavo Biscaia de Lacerda.

Sacerdote Diretor da Igreja Positivista Virtual

 

Curitiba, 7 de Homero de 171 (4 de fevereiro de 2025).

 

Apêndice 1: Temas dos sermões em 169 (2023) 

Janeiro de 2023

1. Teoria positiva das férias

2. Celebração do aniversário de Augusto Comte (19.1.2022)

3. Luís Gustavo Mota: celebração do aniversário de Augusto Comte (19.1.2022)

4. Gustavo Biscaia de Lacerda: livros sobre o Positivismo

5. Teoria positiva das hierarquias (ou das classificações)

Fevereiro de 2023

1. Teoria positiva do mérito e da meritocracia

2. Comentários sobre direita e esquerda

3. Exposição da 1ª Circular Anual do Apostolado Positivista (168-2022)

Março de 2023

1. Exame de consciência

2. Laicidade do Estado

3. A harmonia humana

4. A metafísica

5. Live AOP: Carlos Eduardo Oliva: “Laicidade e ensino religioso inconstuticional”

Abril de 2023

1. Academicismo e cientificismo

2. O espectro da morte

3. Dia do Índio/Tiradentes

4. As máximas de Clotilde

5. Live AOP: Vaida Norvilaite: Etnografia da Igreja Positivista

Maio de 2023

1. Confiança

2. Religião

3. “Comtismo” e atualização do Positivismo

Junho de 2023

1. Celebrações empíricas

2. Fé

3. Materialismo e espiritualismo

4. Live AOP: Ricardo Cortez Lopes: Ciência aforística

5. Qualidades práticas

Julho de 2023

1. Politicamente correto

2. Chat GPT

Agosto de 2023

1. Sobre o sacerdócio

2. Orgulho no estudo do Positivismo

3. Relativismo histórico e destruição/remoção de estátuas

4. Sacramentos positivos

Setembro de 2023

1. Transformação de Augusto Comte, celebração de Sofia Bliaux; Independência do Brasil, celebração de José Bonifácio

2. Otimismo e pessimismo

3. Sobre a expressão “funcionários públicos”

4. Sobre títulos e tratamentos pessoais

Outubro de 2023

1. Sobre o método subjetivo

2. Sobre os calendários positivistas

3. Sobre o militarismo

Novembro de 2023

1. Moral, moralismo

2. O republicanismo da Igreja Positivista do Brasil (C. P. Lavradio)

3. O republicanismo da Igreja Positivista do Brasil (Igreja Positivista Virtual)

Dezembro de 2023

1. Razão e fé para o Positivismo

2. Napoleão em face do Positivismo

3. Progresso versus cinismo

4. Teoria da arte

 

Apêndice 2: Temas dos sermões em 170 (2024) 

Janeiro de 2024

1. Celebração da Festa da Humanidade

2. Celebração do aniversário de Augusto Comte (19.1.2022) e Rosália Boyer

3. Crítica e autocrítica no Positivismo

4. Necessidades individuais satisfeitas pelas religiões

5. Sobre inter, multi e transdisciplinaridade 1

Fevereiro de 2024

1. Sobre inter, multi e transdisciplinaridade 2

2. Será que o relativismo impede convicções profundas?

3. Que é o espírito positivo?

Março de 2024

1. O que significa a palavra “positivo”?

2. O altruísmo é sempre apenas a satisfação do egoísmo?

3. O que é a ditadura republicana?

4. Live AOP com Hernani Gomes da Costa: Trabalhismo e Positivismo – apreciação do livro “O pacto com os subalternos”, de Maxmiliano M. Pinheiro

Abril de 2024

1. Quem são os democratas e os republicanos dos EUA?

2. O que é o patriciado?

3. Valorizar a Idade Média implica ser conservador?

4. O ideal vs. o real: como lidar?

5. O trabalho em face do Positivismo

Maio de 2024

1. Live AOP com Sebastiano Fontanari: 200 anos de “Reorganizar a sociedade”

2. Liberdade absoluta de consciência

3. Positivismo leninista

4. Da divindade à Humanidade

Junho de 2024

1. Do antropocentrismo teológico ao positivo

2. Síntese subjetiva e relativa como quarto estado da positividade

3. (Apenas leitura comentada do Catecismo positivista)

4. (Apenas leitura comentada do Catecismo positivista)

5. Live AOP com Ricardo Cortez Lopes: “Representologia”

Julho de 2024

1. Trechos da correspondência entre Augusto Comte e Clotilde de Vaux

2. Sobre os manuais de autoajuda

Agosto de 2024

1. Sobre a Revolução Francesa

2. “Só se destrói o que se substitui”/”Conservar melhorando”

3. Sobre as utopias

4. Live AOP com Hernani Gomes da Costa: 20 mitos sobre o Positivismo

Setembro de 2024

1. O Positivismo é tecnocrático?

2. Celebração da transformação de Augusto Comte

3. (Apenas leitura comentada do Catecismo positivista)/cinemateca positivista

4. Responsabilidade política

5. (Apenas leitura comentada do Catecismo positivista)

Outubro de 2024

1. O Positivismo é eurocêntrico?

2. Live AOP com Felipe Zorzi: “Socialização dos jovens e educação política no Brasil”

3. O Positivismo é contra rupturas?

4. O Positivismo é eurocêntrico? Parte II

5. Entendendo a atuação de Miguel Lemos e Teixeira Mendes

Novembro de 2024

1. (Apenas leitura comentada do Catecismo positivista)

2. Sobre os feriados cívicos nacionais

3. Celebração do Dia da Bandeira, com Hernani Gomes da Costa

4. Live AOP com Sebastiano Fontanari: “Relato de uma viagem a Paris”

5. Início da leitura comentada do Apelo aos conservadores

Dezembro de 2024

1. (Apenas leitura comentada do Apelo aos conservadores)

2. Sobre a espontaneidade

3. Hernani Gomes da Costa: celebração da Festa das Mulheres Santas

 

Apêndice 3: Relação dos títulos dos artigos publicados no Monitor Mercantil (170/2024) 

-        “Degradação como progresso (!)” (22.8) (disponível aqui: https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/2024/08/monitor-mercantil-degradacao-como.html)

-        “O que é um voto republicano consciente?” (9.9) (disponível aqui: https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/2024/09/monitor-mercantil-o-que-e-um-voto.html)

-        “O caso Sílvio Almeida e três padrões da moralidade pública” (14.10) (disponível aqui: https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/2024/10/monitor-mercantil-o-caso-silvio-almeida.html)

-        “O identitarismo contra a laicidade” (11.11) (disponível aqui: https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/2024/11/monitor-mercantil-o-identitarismo.html)

-        “STF, cultura política e laicidade” (9.12) (disponível aqui: https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/2024/12/monitor-mercantil-cultura-politica-stf.html)