Prédica positiva
(7.Homero.171/4.2.2025)
1. Invocação inicial
2. Exortações iniciais
2.1.1. Sejamos altruístas!
2.1.2. Façamos orações!
2.1.3. Como Igreja Positivista Virtual,
ministramos os sacramentos positivos a quem tem interesse nisso
2.1.4. Para apoiar as atividades dos
nossos canais e da Igreja Positivista Virtual: façam o Pix da Positividade!
(Chave Pix: ApostoladoPositivista@gmail.com)
3. Efemérides
3.1. Dia 10 de Homero (7.2): nascimento de Paulo de
Tarso Monte Serrat (1923)
3.2. Dia 14 de Homero (11.2): sermão a
ser proferido por Hernani G. Costa, sobre o identitarismo como um problema de
classificação positiva
3.3. Dia 16 de Homero (13.2): Live AOP com
Érlon Jacques de Oliveira, celebrando Afrânio Capelli
4. Divulgação de capítulo de livro:
4.1. “O Chat GPT à luz do Positivismo”,
integrante do livro ChatGPT e educação na cibercultura: fundamentos e primeiras
aproximações com inteligência artificial, organizado por Edméa Santos, Alexandre
Chagas e João Bottentuit Júnior (São Luís, UFMA, 2024)
4.2. O livro é exclusivamente gratuito e
exclusivamente eletrônico, disponível aqui: https://www.edufma.ufma.br/index.php/produto/chatgpt-e-educacao-na-cibercultura-fundamentos-e-primeiras-aproximacoes-com-inteligencia-artificial/
5. Leitura do resumo executivo da 2ª Circular
Anual (169-170/2023-2024) da Igreja Positivista Virtual
6. Exortações finais
7. Invocação final
Igreja Positivista Virtual
2ª Circular Anual
(169-170/2023-2024)
Resumo
Curitiba
Homero de 171
(fevereiro de 2025)
Sumário
2. O AMBIENTE EM QUE ATUA A IGREJA
POSITIVISTA VIRTUAL
2.2. Caracterização sociológico-moral ampla
3. AS ATIVIDADES DA IGREJA
POSITIVISTA VIRTUAL EM 169 E 170 (2023 E 2024)
3.1. Estrutura da Igreja Positivista Virtual
3.2. Fundação da Igreja Positivista Virtual: 24.Dante.169
(8.8.2023)
3.4. Outras atividades relevantes
4. PERSPECTIVAS FUTURAS DA IGREJA
POSITIVISTA VIRTUAL
Apêndice 1: Temas dos sermões em 169
(2023)
Apêndice 2: Temas dos sermões em 170
(2024)
Apêndice 3: Relação dos títulos dos
artigos publicados no Monitor Mercantil (170/2024)
1. INTRODUÇÃO JUSTIFICATIVA
O
presente documento consiste na segunda
circular anual da Igreja Positivista Virtual; ela abrange os anos de 169 e 170 do
calendário normal, que, no calendário corrente no Ocidente, correspondem a 2023
e 2024. A esse respeito, algumas explicações preliminares devem ser dadas.
1)
A primeira circular
anual, relativa a 168 (2022) foi elaborada em nome do Apostolado Positivista; esta
segunda é feita em nome da Igreja Positivista Virtual.
2)
Enquanto a primeira
circular concerniu adequadamente a apenas um ano, esta segunda circular aborda dois anos: isso se deve a que em 170 (2024)
vimo-nos incapazes de elaborar o documento relativo ao ano anterior, ou seja, a
169 (2023), acumulando-se então os dois períodos.
3)
Não temos preocupação
com “originalidade” na presente circular, no sentido de que, como somos nós mesmos
os autores desta circular e da circular anterior, além de que muitas das considerações
anteriormente feitas necessariamente têm que ser aqui repetidas, não nos sentimos
obrigados a reescrever ou a alterar a redação anterior a fim de evitar um suposto
autoplágio.
A
redação da circular anual, como forma de prestação de contas, não se constitui assim
em uma concessão liberalmente feita em algum momento pelo órgão do poder Espiritual
– concessão que, nesse sentido, tanto pode ser feita como pode não ser feita. A
circular anual é uma obrigação do poder
Espiritual; é um dever que se constitui na contrapartida da confiança depositada
pelo público no órgão do poder Espiritual. Em última análise, trata-se de realizarmos,
naquilo que cabe ao poder Espiritual, a máxima pública “Viver às claras”.
Finalmente,
importa notar que nossa atuação procura seguir o belo exemplo dado pelos
apóstolos da Humanidade, Miguel Lemos e Raimundo Teixeira Mendes.
2. O AMBIENTE EM QUE ATUA A
IGREJA POSITIVISTA VIRTUAL
A
fim de podermos avaliar adequadamente a ação desenvolvida pela Igreja Positivista
Virtual, é necessário termos clareza do meio social em que se dá tal ação. Dessa
forma, inicialmente apresentaremos três aspectos que mais se destacam; em seguida,
faremos uma caracterização sociológico-moral.
2.1. Três aspectos iniciais
1)
As atividades da Igreja
Positivista Virtual ocorrem no Brasil. Como sabemos, nosso país tem dimensões continentais
e uma grande população. O tamanho gigantesco do Brasil induz-nos a termos um olhar
centrado em nós mesmos e, com exceção do que ocorre nos Estados Unidos, a ignorarmos
as realidades externas.
a. Por outro lado, o tamanho do território também resulta
em uma dispersão geográfica da população; além disso, os custos para reuniões físicas,
presenciais, dos positivistas e dos simpatizantes entre si são bastante elevados.
2)
Em termos sociais
amplos, o público mais facilmente acessível ao Positivismo no Brasil é a população
de classe média, seja porque ela tem os meios de obter informações, seja porque
com freqüência ela valoriza bastante a instrução formal, seja porque dela provêm
militantes políticos que têm procurado o Positivismo.
3)
O último aspecto que
exige ser indicado na presente caracterização do ambiente em que se desenvolve a
atuação da Igreja Positivista Virtual é o próprio “local” em que ela ocorre: a internet e as chamadas “redes sociais”.
a. Na medida de suas possibilidades concretas, a propaganda
positivista deve lançar mão de todos os recursos disponíveis e possíveis; sem deixar
de produzir livros e artigos, nem deixar de realizar prédicas, cursos e palestras,
o Positivismo pode e deve desenvolver uma crescente atividade na internet.
2.2. Caracterização sociológico-moral ampla
Ao
iniciarmos esta subseção, devemos notar que a necessária visão de conjunto, afirmada
e exigida pelo Positivismo, obrigar-nos-á a comentarmos de maneira combinada questões
históricas, sociológicas e filosóficas, de âmbito geográfico mundial, ocidental,
hemisférico e nacional: essa alternância não é uma oscilação ou uma falta de clareza,
mas, bem ao contrário, trata-se de apresentar alguns dos aspectos que nos parecem
mais importantes e relevantes, à medida que os temas forem desenvolvendo-se.
Além
disso, esta “caracterização sociológico-moral ampla”, que com freqüência também
é chamada de “contextualização”, representa no fundo uma obrigação positivista,
na medida em que o Positivismo foi fundado precisamente com a Sociologia e depois
estendido à Moral: ora, uma parte importante do esforço desenvolvido por Augusto
Comte ao fundar a Sociologia consistiu em elaborar uma interpretação histórica,
ou melhor, de Sociologia Dinâmica, no sentido de entender como é que o Ocidente
vivia a realidade que então vivia e como é que a fundação da Sociologia (e, por
extensão, do Positivismo) era tanto possível quanto necessária. Esse entendimento
está na origem da nossa doutrina; não somente a interpretação em si, mas também
o exemplo e o impulso nesse sentido devem ser incorporados e levados a sério por
todos os positivistas. Finalmente esse exercício também é importante de ser feito
devido a dois motivos adicionais: por um lado, porque, como notamos antes, nossas
atividades desenvolvem-se em outro país e em outra época que não os de Augusto Comte,
que viveu na França da primeira metade do século XIX; por outro lado, porque após
um período de auge do Positivismo mundial seguido por um longo declínio, participamos
de uma retomada do Positivismo. Tudo isso tem que ser levado em consideração.
Passemos
à contextualização. Dando continuidade a algumas reflexões da subseção anterior,
devemos notar que outro aspecto fundamental da política brasileira atual – na verdade,
da política ocidental de maneira geral
– consiste em seu caráter metafísico. Um sinal evidente dessa metafísica reinante
é a importância atribuída à palavra “democracia” e à ética individualista, anti-histórica
e antissocial dos “direitos”, em negação do conceito positivo, relativista e altruísta
da sociocracia e da noção político-moral correlata de “deveres”; um outro sinal
correlato da metafísica ocidental é a centralidade da oposição “direita vs. esquerda”. Mas a relevância da palavra
“democracia”, dos direitos e de “direita-esquerda” é apenas a parte visível dos
valores e das concepções profundos que atualmente orientam o Brasil e o Ocidente:
esses valores e concepções correspondem plenamente às características morais da
metafísica, ou seja, o seu absolutismo, o espírito destruidor, a sua ânsia pela
“criticidade” que arrasa todas as instituições e toda a historicidade humana, bem
como a pretensão de soluções parciais e transitórias são julgadas definitivas e
eternas. Não é nenhum acaso que a política ocidental seja bastante influenciada
pelos Estados Unidos: esse país foi fundado sob a égide do protestantismo, isto
é, da teologia já fortemente influenciada pelo espírito destruidor, e a secularização
desse protestantismo resultou largamente na metafísica, acentuada pela crença disseminada
naquele país de que o estado normal da Humanidade corresponde à fragmentação radical
de valores e concepções, resultando no que Augusto Comte chamava de anarquia moral
e intelectual. Os esforços empíricos ou sistemáticos em favor da positivação dos
Estados Unidos (como alguns realizados por positivistas ortodoxos) ou foram excluídos
na forma de experiências sociais e morais marginais, ou foram degradados pelo espírito
ao mesmo tempo “empiricista”, metafísico, autocentrado e com freqüência intolerante
e punitivista do país. Apesar desses vícios de origem, durante cerca de dois séculos
tais características forneceram um vigor inaudito aos Estados Unidos, que, baseando-se
e inspirando-se em sua herança ocidental, além de desenvolvendo-a bastante, em meados
do século XX suplantou a Europa como sede do Ocidente; o Brasil, que desde o início
da República orientou-se para os Estados Unidos devido ao seu caráter americano
e republicano, passou a fazer ainda mais coro ao resto do mundo quando a Europa,
após as crises da II Guerra dos 30 Anos, viu-se na contingência de precisar do apoio
material e bélico da sua antiga colônia. Cabe reconhecer com clareza que o messianismo
dos Estados Unidos desempenhou um papel altamente positivo no mundo ao estabelecer
as bases da reorganização internacional após a devastação da II Guerra Mundial (com
a criação da Organização das Nações Unidas e do sistema de instituições correlatas)
e durante a Guerra Fria (com o enfrentamento do comunismo de origem soviética),
quando a Europa foi arrasada, marginalizada e tornada dependente dos Estados Unidos:
a partir disso, são os valores próprios a esse país que influenciam o resto do mundo
e em particular o conjunto do Ocidente (mesmo que os vários países e intelectuais
ocidentais não reconheçam essa influência).
Cabem
aqui alguns comentários sobre a França, cuja situação evidentemente é, ou seria,
de particular importância para nós. Desde o final do século XIX a influência internacional
da França passou a declinar; a I Guerra Mundial e, de maneira mais brutal e clara,
a II Guerra Mundial e os acontecimentos posteriores conduziram esse país à perda
de influência internacional. A perda de primazia política e econômica não resultou
automaticamente na perda de importância moral e intelectual; entretanto, a II Guerra
Mundial e, em seguida, a Guerra Fria foram fatais para a relevância internacional
das letras francesas, a que os desvarios do existencialismo (e, em particular, de
Jean-Paul Sartre e de sua esposa, Simone de Beauvoir), do comunismo e do pós-modernismo
jogaram sucessivas pás de cal.
Na
própria França a positividade já cedia lugar à metafísica nos anos 1910 e 1920,
por exemplo com o sucesso de Henri Bergson e com um irracionalismo especialmente
dirigido contra o Positivismo, a partir de um forte impulso ao mesmo tempo “novidadista”
e parricida. Essas tendências conjugaram-se no existencialismo, cujo sucesso começou
já nos anos 1930, mas que teve seu auge após 1945. Embora algumas correntes filosóficas
e científicas tenham procurado reafirmar a racionalidade e a realidade (como no
caso do estruturalismo), nenhuma grande filosofia moral de caráter positivo desenvolveu-se
e afirmou-se na França. O intenso ativismo de Sartre, ao mesmo tempo um pouco histérico
e bastante confuso, foi apenas um último e breve esforço para reverter a decadência;
ao existencialismo sucedeu-se o comunismo e este, por sua vez, cedeu espaço para
a metafísica altamente corrosiva e niilista (inspirada por Nietzsche) de Foucault
e dos pós-modernos. A partir da Guerra Fria, a França contentou-se ao mesmo tempo
em buscar (sem sucesso e a custos políticos, sociais, morais e financeiros exorbitantes)
manter um império colonial (Indochina-Vietnã, Argélia), em manter um antiamericanismo
militante mas contraditório e um pouco infantil e, por fim, de maneira mais central
para o que nos interessa, em autocentrar-se e em afirmar uma identidade nacional
francesa. Esse autocentramento identitário, afirmando o “francesismo” como parte
de esforços nacionais de reerguimento após a devastação da II Guerra e para fazer
frente à hegemonia dos EUA, à perda do seu império e ao desafio da constituição
e da manutenção da União Européia, especialmente após o famoso “maio de 1968”, resultou
em que a França na prática abriu mão de suas ambições universalistas. Ao mesmo tempo
em que a França passou a estimular o seu próprio provincianismo, passou a aceitar,
mesmo que implicitamente, que a universalidade seria dada pelos Estados Unidos,
ainda que a filosofia estadunidense seja inferior em positividade, profundidade
e racionalidade à tradição filosófica francesa que culminou no Positivismo.
Retomando
a argumentação que desenvolvíamos antes da digressão sobre a França: o atual caráter
metafísico da política – ou melhor, da filosofia social disseminada – dificulta
bastante a disseminação do Positivismo e da Religião da Humanidade. O espírito crítico,
isto é, destruidor, corrosivo, pervade todos os ambientes sociais; some-se a isso
o caráter altamente maniqueísta próprio à oposição direita-esquerda, em que a metafísica
esquerdista é “progressista” e a teologia (ou até mesmo a metafísica) direitista
é “retrógrada”: quem se opõe à metafísica da esquerda (por exemplo, cobrando o respeito
à ordem, ou diretamente criticando a metafísica) é visto como “retrógrado” ou “reacionário”
– mas, da parte da “direita”, quem afirma o progresso é visto como “revolucionário”.
Devemos
notar que a modernidade corrói cada vez mais a teologia, resultando ao mesmo tempo
em que a sabedoria sacerdotal da Idade Média é destruída e/ou degradada e, portanto,
a teologia desnuda-se cada vez mais, com todas as suas incoerências e irracionalidades;
a crítica à teologia, além disso, torna esta cada vez mais acuada, resultando em
que ela torna-se cada vez mais radical, mais intolerante e mais fanática. A metafísica,
por seu turno, mantém o seu impulso destruidor apesar de já não ter mais que combater
a teologia, ainda que, excepcionalmente, a metafísica congratule-se em justificar-se
por meio de críticas antiteológicas tópicas. A autonomização da metafísica, da crítica
metafísica, resulta na produção sistemática de aberrações, desvios e problemas morais,
intelectuais e práticos; assim como durante a Idade Média, a destinação social das sociedades em geral
e das doutrinas em particular permitiu controlar tais problemas (ainda que, como
no caso do pós-modernismo, eles desenvolvam-se a partir de dinâmicas próprias):
a perda de destinação social, da noção compartilhada de destinação social por si
só estimula tais problemas e de qualquer maneira essa perda põe a descoberto os
vícios próprios à crítica metafísica (como o comprovam o identitarismo atual e também
a epidemia de consumo das cinicamente chamadas “drogas recreativas” que acomete
o Ocidente desde os anos 1960). Desde os anos 1960 muitos jovens no Ocidente passaram
a perder a destinação social, alienando-se, no que alguns sociólogos chamaram, de
maneira generosa mas equivocada, de “valores pós-materialistas”, mas que podemos
chamar, com Augusto Comte, de “anarquia” moral e intelectual; essa alienação foi
resultado e estímulo da perda de destinação social. Ainda assim, a Guerra Fria manteve
um sentido coletivo e uma noção de propósito compartilhado por todo o Ocidente,
embora de maneira cada vez mais difícil.
A
metafísica que pervade o ambiente social e político brasileiro (bem como ocidental)
manifesta-se na forma de u’a mentalidade generalizada de que o bom comportamento
social, político, filosófico e científico é “crítico”; essa “criticidade”, por sua
vez, é entendida como sendo um estado permanente de desconfiança e o desejo, igualmente
permanente, de destruir as idéias, as práticas, as instituições vigentes. Como indicamos
antes, essa criticidade nas últimas décadas alcançou um auge no âmbito filosófico
na forma do pós-modernismo, que são o niilismo e o irracionalismo transformados
em parâmetros intelectuais fundamentais. Já em termos políticos, essa corrosão moral
e social tem sido afirmada pela política identitária, que rejeita o universalismo,
o altruísmo, a harmonia, a concórdia, e que em seu lugar propõe o particularismo,
a institucionalização e a instrumentalização do ódio e do ressentimento, o punitivismo
(tão próprio ao protestantismo e, a partir disso, à mentalidade dos EUA!) como parâmetros
das relações sociais “boas”.
Toda
essa metafísica resulta em um ambiente caracterizado por grande agressividade, tanto
filosófica quanto política, em que um aspecto reforça e mesmo complementa o outro.
O Positivismo vê-se atingido por essa disposição, na medida em que as críticas de
que somos alvo passaram daquelas de origem marxista-comunista, em que o Positivismo
seria uma “ideologia burguesa”, para críticas de origem identitária, como a de que
seríamos “eurocêntricos”, “patriarcais” ou mesmo “racistas”! A intensidade desse
espírito metafísico é tão intensa que mesmo pessoas próximas ao Positivismo muitas
vezes insistem nessas críticas, que, todavia, são erradas tanto do ponto de vista
teórico – como já tivemos oportunidade de indicar e como deveria ser evidente, o
Positivismo pura e simplesmente não é nem “eurocêntrico”, nem “patriarcal”, nem
“racista” –, quanto do ponto de vista moral e religioso – essas críticas originam-se
da metafísica, que, como se sabe e como vimos reafirmando, é uma disposição destruidora,
corrosiva e antirreligiosa.
O
quadro descrito acima é amplamente pessimista; ele enfatiza as dificuldades e os
fatores que obstaculizam a difusão do Positivismo e, de modo mais amplo, do espírito
positivo. Essa perspectiva sem dúvida é unilateral e deve portanto ser completada
por uma avaliação dos fatores que facilitam a difusão do Positivismo. Há aspectos
sociais, políticos e morais amplos e também aspectos tecnológicos envolvidos aí.
Em termos sociais, políticos e morais, já fizemos referência diversas vezes ao fim
do sovietismo e o decorrente descrédito do marxismo: embora esse descrédito tenha
demorado alguns anos para fazer-se plenamente sentir (até cerca de uma década),
a partir dos anos 2000 e, em particular, na década de 2010 as preocupações sociais,
a generosidade política e o altruísmo passaram a buscar opções reais, fora da lógica
da luta de classes. A busca de opções amplas intensificou-se após a crise financeira
de 2008, em que se evidenciou que o liberalismo é insuficiente, ou melhor, é incapaz
de regular as sociedades, seja em termos econômicos, seja em termos sociopolíticos.
Esses dois fatores, aliás conexos, permitem que o Positivismo seja visto como o
que de fato é, uma religião e uma política que concilia a ordem e o progresso: não
por acaso, a decisiva influência do Positivismo nos movimentos trabalhistas, em
particular no Brasil, tem sido um dos fatores de renovada atração para nós. Em sentido
mais amplo, as necessidades humanas, tanto coletivas quanto individuais, como é
natural, continuamente precisam de satisfação e orientação, a que a Religião da
Humanidade oferece as únicas satisfações reais: o Positivismo clara e conscientemente
oferece sentido para a vida, orientação moral, espiritual, familiar e profissional,
além de estipular parâmetros para a condução dos assuntos públicos: evidentemente,
são várias as possibilidades de divulgação e aplicação do Positivismo, que deve
esforçar-se para realizar-se em todas elas.
Em
termos tecnológicos, também já indicamos a difusão radical da internet e a constituição concomitante das
chamadas redes sociais. A chamada tecnologia da informação é a nova fronteira tecnológica
e econômica do mundo; continuamente ela desenvolve-se, criando novas possibilidades
e impondo ao mesmo tempo desafios para que essas oportunidades sejam aproveitadas.
Toda uma nova geração já cresceu e foi socializada à sombra dessas tecnologias;
embora isso gere graves problemas de relacionamentos intergeracionais e de entendimento
da realidade da parte das novas gerações, ao mesmo tempo essas novas tecnologias
reduzem drasticamente os custos financeiros envolvidos na divulgação, além de em
princípio não limitarem geograficamente a difusão da doutrina. Esses aspectos são
tão importantes que, como indicamos antes, permitiram a criação da presente Igreja
Positivista Virtual. É claro que as novas possibilidades tecnológicas não substituem
os meios anteriores de divulgação: livros, artigos, mesmo a divulgação boca-a-boca
continuam sendo importantes; não há propriamente substituição dos instrumentos,
mas, cada vez mais, a sua ampliação. Nesse quadro, cabe aos vários positivistas
– orientados, coordenados e aconselhados pelo sacerdócio da Humanidade –, identificar
e aproveitar essas várias oportunidades, de modo a conjugar a independência com
a convergência.
Reafirmemos
que o quadro exposto acima foi carregado em suas tintas negativas, ou pelo
menos pessimistas. Isso se deve a que o movimento positivista tem enfrentado
graves dificuldades, ao mesmo tempo que a Humanidade como um todo atravessa um
período crítico. Entretanto, ao mesmo tempo em que enfrentamos dificuldades, há
efetivos elementos de progresso, bem como de esperança, seja para a Humanidade,
seja para o Positivismo. A mera existência da positividade já é um aspecto que
deve ser devidamente reconhecido e valorizado; para além disso, como a presente
Circular buscará caracterizar, o movimento positivista tem dado sinais claros e
inequívocos de que se reorganiza, restabelece e reafirma-se – e esperamos
contribuir humilde e efetivamente para esse ressurgimento. A leitura final
deste documento sugere-nos, no final das contas, a mensagem de esperança, a
partir da bela perífrase que Teixeira Mendes fez de Danton: a solução para
nossas dificuldades consiste em “amor, só amor, sempre amor”.
3. AS ATIVIDADES DA IGREJA
POSITIVISTA VIRTUAL EM 169 E 170 (2023 E 2024)
3.1. Estrutura da Igreja Positivista Virtual
Antes
de mais nada temos que esclarecer o nome. Em 168 (2022) consideramos que nossa atuação
deveria consistir apenas e essencialmente em um apostolado; daí a escolha inicial
do nosso nome para “Apostolado Positivista”. Entretanto, à medida que o tempo passou
e nossas atividades firmaram-se e desenvolveram-se, percebemos que seria necessário
ampliar nossa atuação, passando de apenas um apostolado para também e acima de tudo
uma igreja: daí a mudança de nome, ou melhor, de estatuto, que realizamos em 24
de Dante de 169 (8.8.2023), na prédica daquele dia.
A
Igreja Positivista Virtual, dando seguimento às atividades do Apostolado
Positivista, desenvolve suas atividades basicamente pela internet, especialmente em dois canais, cada um deles em uma “rede social”:
o canal Positivismo, canal disponível
no Youtube sob o nome “The Positivism”, e o canal Igreja Positivista Virtual, disponível no Facebook; os respectivos endereços
são estes: Youtube.com/ThePositivism e Facebook.com/IgrejaPositivistaVirtual.
Ambos são de acesso gratuito, embora o Facebook imponha a exigência de registro
em sua rede para o acesso (obtendo, portanto, dados pessoais). Além desses canais,
usamos também o blogue Filosofia Social e
Positivismo, sediado no Blogspot, com o seguinte endereço: https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/.
Finalmente, é importante lembrar que nossas atividades desenvolvem-se também por
meio de textos impressos: livros, artigos em revistas científicas, artigos em revistas
de opinião, artigos em jornais noticiosos.
3.2. Fundação da Igreja Positivista
Virtual: 24.Dante.169 (8.8.2023)
Como
indicado antes, a Igreja Positivista Virtual foi fundada em 24 de Dante de 169
(8 de agosto de 2023). Essa data marcou o primeiro aniversário do Apostolado
Positivista, cujas atividades iniciaram-se em 24 de Dante de 168 com as
prédicas positivas.
3.3. Atividades desenvolvidas
Exporemos nesta subseção as
atividades desenvolvidas diretamente pela Igreja Positivista Virtual; na
próxima subseção trataremos de atividades de que participamos e também alguns
acontecimentos relevantes para a difusão do Positivismo.
3.3.1.Aumento das atividades e do
público
O primeiro aspecto que devemos
mencionar é o aumento progressivo das atividades desenvolvidas: como veremos
abaixo, houve a elevação do estatuto da nossa atuação (passando de só
apostolado para igreja), o incremento das prédicas, a diversificação dos tipos
de atividades.
Ao mesmo tempo, o público que
acorre às nossas prédicas e, de modo geral, que participa ou acompanha a
divulgação do Positivismo pouco a pouco aumenta. Não é, como gostaríamos, um
aumento maciço, de grandes proporções; mas, pelo menos, é de fato um aumento,
com pessoas que demonstram interesse e com quem é possível manter uma relação
pessoal e direta. Essa relação pessoal e direta é importante, pois ela permite
que uns e outros conheçam-se, exponham suas preocupações, seus interesses, suas
dúvidas; a exposição e a aplicação do Positivismo torna-se mais clara e mais
eficiente dessa forma.
O perfil das pessoas que têm
procurado o Positivismo com interesse mais profundo – isto é, para além do
desejo de fazer apenas trabalhos escolares – é variado, mas podemos agrupá-los
em três grandes categorias, organizadas pela importância numérica: (1) preocupações
políticas práticas, atualmente com freqüência próximas ao trabalhismo; (2)
preocupações afetivas, no sentido do estímulo do altruísmo e da generosidade;
(3) preocupações intelectuais, geralmente próximas da ciência e mesmo do
cientificismo. É claro que essas três categorias não são mutuamente
excludentes; bem vistas as coisas, elas correspondem a cada um dos aspectos da
natureza humana: atividade prática, sentimentos e inteligência. Como não
poderia deixar de ser, cada uma delas constitui apenas uma via de acesso ao Positivismo, não um interesse exclusivo e
limitante.
Duas dificuldades
apresentam-se, em todo caso. Uma primeira é que o público que acorre às
prédicas e que, de modo geral, procura o Positivismo é um público masculino:
apesar da importância que o Positivismo dá às mulheres, ao público feminino,
não temos conseguido sensibilizá-lo, nem desfazer os preconceitos difundidos
segundo os quais o Positivismo é masculinista e intelectualista. Essa é uma
dificuldade de longo prazo, que tem que passar a ser enfrentada com clareza.
Uma segunda dificuldade
consiste em que com freqüência quem chega ao Positivismo conjuga uma série de
defeitos morais e intelectuais que tornam bastante cansativa e desgastante a
nossa propaganda; esses defeitos consistem em arrogância e palpitismo. Os
traços específicos desses defeitos são que os interessados, mesmo quando se
afirmam interessados no Positivismo, chegam à doutrina “sabendo” que ela tem
que ser “atualizada”, “sabendo” do que se trata o Positivismo, “sabendo” os
aspectos em que ele tem que ser “atualizado” e mesmo “sabendo” que críticas
correntes são corretas. Todos esses saberes que pusemos entre aspas
correspondem na verdade a preconceitos muito difundidos, que essas pessoas
repetem com profunda convicção, mas – de maneira chocante, irritante e
cansativa – de maneira totalmente ignorante. Assim é que ouvimos que o
Positivismo é “machista”, “misógino”, “eurocêntrico”, “imperialista”, “burguês”,
“quietista” etc. etc. Esses preconceitos são evidentemente comuns entre
adversários do Positivismo, que quase sempre não têm a menor preocupação em
conhecê-lo e com freqüência não se preocupam em serem honestos e em agir de boa
fé; mas quando tais preconceitos são repetidos com convicção por pessoas que se
dizem simpáticas ao Positivismo, percebemos o quanto a desinformação
antipositivista está difundida e o quanto nossa propaganda tem a avançar. Além
da mais resoluta persistência em desfazermos tais erros, o único recurso de que
podemos dispor nessa tarefa é a simpatia e a boa vontade que tais pessoas
manifestam, ou dizem manifestar, a respeito do Positivismo; mas é claro que,
até que tais erros sejam desfeitos (no caso feliz caso de conseguirmos provar e
convencer de que são erros), muito esforço já foi gasto, muito cansaço já foi
produzido.
Esses defeitos são
estimulados pela diferença geracional: com freqüência, mas não com
exclusividade, esses problemas são manifestados por jovens, isto é, por
recém-saídos da adolescência e adultos jovens. A impulsividade e a falta de
experiência próprias dessa fase da vida, após o cansativo esforço para
convencer dos erros e da desinformação, pelo menos são compensados, quando são
de fato convencidos, por um desejo sincero de conhecer, aprender e de serem
úteis. É claro que quando tais defeitos são manifestados por pessoas mais
velhas, supostamente mais maduras, a frustração soma-se ao cansaço e ao
desgaste. A importância desse problema, que combina dificuldades sociológicas e
morais mais amplas com o desperdício de recursos humanos, já motivou várias
prédicas, que abordaram diretamente esses temas e indiretamente preconceitos
repetidos convictamente por pessoas próximas ao Positivismo.
3.3.2. Prédicas positivas
As
prédicas semanais realizam-se nas terças-feiras a partir das 19h. O nome que
adotamos – “prédicas positivas” – emprega a palavra “positivo” no sentido polissêmico
dado a ela palavra por Augusto Comte no Apelo
aos conservadores: real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático.
Esse nome também evita a parcialidade própria e inevitável às expressões – de qualquer
maneira, belas e imponentes – que Augusto Comte criou para caracterizar o regime
positivo: “sociocracia” (regime), “sociolatria” (culto) e “sociologia” (dogma),
bem como as suas variações.
As
prédicas positivas inicialmente previam duas partes (leitura comentada do Catecismo positivista e algum
comentário), mas rapidamente e com o passar do tempo elas passaram a estruturar-se
em várias partes, de diferentes extensões, como segue:
1.
Invocação
inicial
2.
Exortações
iniciais
2.1.
Sejamos
altruístas!
2.2.
Façamos
orações!
2.3.
Façam
o Pix da Positividade! (Chave Pix: ApostoladoPositivista@gmail.com)
3.
Efemérides
4.
(Eventualmente,
comentários diversos)
5.
Leitura
comentada do Catecismo positivista
(atualmente, do Apelo aos conservadores)
6.
Sermão
7.
Exortações
finais
8.
Invocação
final
3.3.2.1. Conclusão da leitura comentada do Catecismo Positivista; início da leitura do Apelo aos Conservadores
Devemos mencionar – e
celebrar! – o fato de que no dia 9 de Frederico de 170 (12.11.2024) concluímos
a leitura comentada do Catecismo
positivista, iniciada pouco mais de dois anos antes, no dia 24 de Dante de
168 (8.8.2022).
No dia 23 de Frederico de 170
(26.11.2024) iniciamos a leitura comentada do Apelo aos conservadores.
3.3.3. Lives AOP
As
prédicas positivas têm um aspecto cultual que importa sempre respeitar e preservar;
mesmo os sermões, que por vezes abordam aspectos mais políticos e controversos –
e, portanto, supostamente mais distantes desse caráter cultual –, são elaborados
à luz da mais cuidadosa ortodoxia positivista. As prédicas, portanto, permitem conversas,
esclarecimentos, até mesmo a avaliação positiva de polêmicas; mas em si mesmas elas
não se prestam a “debates”, especialmente ao entrechoque ativo de perspectivas “extrapositivistas”
sobre e com o Positivismo. Para tais debates é que criamos as Lives AOP, com a pretensão de realizar
uma por mês.
3.3.4. Participação em livro e
entrevista
Entre
169 e 170 (2023 e 2024) tivemos a honra de recebermos dois convites.
Em
2023 fomos convidados para redigir um capítulo sobre o Positivismo e a chamada “inteligência
artificial” (mais especificamente, sobre a versão 3.5 do programa Chat GPT),
integrando um livro mais geral com diversas perspectivas sobre a inteligência
artificial e o Chat GPT. Esse livro foi organizado pela Profª Drª Cristiane de
Magalhães Porto, da Universidade Tiradentes, de Aracaju (Sergipe) e foi publicado
em meados de 2024 pela editora da Universidade Federal do Maranhão, com as
seguintes referências: ChatGPT e educação
na cibercultura: fundamentos e primeiras aproximações com inteligência
artificial, organização de Edméa Santos, Alexandre Chagas e João Bottentuit
Júnior (São Luís, UFMA, 2024). O nosso capítulo foi publicado sob o título “O
Chat GPT à luz do Positivismo”.
Já
em 2024 fomos homenageados com uma edição especial da Revista Parajás, que nos entrevistou. O convite foi feito em
particular pelo Prof. Dr. Ricardo Cortez Lopes, que, em conjunto com os demais
editores da referida revista, elaboraram um extenso e detalhado questionário,
abordando um pouco a nossa carreira intelectual e profissional e, de modo mais
importante, o Positivismo e a obra de Augusto Comte. A Revista Parajás é exclusivamente eletrônica e pode ser lida neste
endereço: https://revistaparajas.com.br/index.php/rv1/index;
a entrevista em questão, no momento em que redigimos esta Circular, encontra-se
em processo de editoração.
3.3.5. Manifestações cívicas
As
manifestações cívicas especiais foram em número de três:
-
Manifesto “Pela
república, a favor da sociocracia, contra o terrorismo fascista” (14.1.2024) (https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/2024/01/manifesto-pela-republica-favor-da.html)
-
Manifesto
altruísta pelo Rio Grande do Sul (8.5.2024) (https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/2024/05/apelo-altruista-pelo-rio-grande-do-sul.html)
-
Manifesto
político-eleitoral: “Programa republicano mínimo” (28.8.2024) (https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/2024/08/programa-republicano-minimo-orientacoes.html)
Os artigos opinativos são
textos mensais que passamos a publicar no jornal carioca Monitor Mercantil. Esses artigos começaram a ser publicados no mês
de agosto de 2024; a relação dos textos de 170 (2024) encontra-se no apêndice 3.
3.3.6. Calendário anual e cartões
Desde
há muitos anos elaboramos, todos os anos, um calendário positivista atualizado,
inserindo o calendário júlio-gregoriano no calendário positivista, além de indicar
as comemorações positivistas, as celebrações de centenários, bem como indicar
também as funções do calendário positivista abstrato. Esse calendário pode ser
impresso e afixado na parede, para uso cotidiano de todos os interessados, a
começar, por óbvio, pelos positivistas. As celebrações anuais baseiam-se no
sistema de comemorações adotado pela Igreja Positivista do Brasil, conforme
divulgado em suas publicações; os centenários referem-se tanto aos dos tipos do
calendário positivista concreto quanto de positivistas já falecidos, tanto
brasileiros quanto de outros países.
Além
disso, em 170 (2024) criamos e imprimimos dois cartões – para distribuição pública
–, no tamanho de cartões de visitas, com orações e invocações positivistas. Com
textos no anverso e no verso dos cartões, o belo afresco que Eduardo de Sá
pintou na Casa de Clotilde de Vaux, em Paris, representando a Humanidade com o
futuro em seu colo, aparece como imagem de fundo nos dois lados de cada cartão.
O primeiro cartão apresenta as invocações inicial e final dos cultos da
Humanidade, conforme elaborado pela Igreja Positivista do Brasil (ainda que com
algumas adaptações na invocação final); o segundo cartão apresenta as orações
para antes e para depois das refeições, elaboradas por Teixeira Mendes.
3.4. Outras
atividades relevantes
3.4.1. Escola positivista: Hernani G. Costa comentando o Catecismo positivista
Uma iniciativa de longo
prazo, que já se realiza há alguns anos e que se vem firmando de maneira mais
sistemática e consciente é uma forma de escola positivista, levada a cabo por
Hernani Gomes da Costa.
A iniciativa levada a cabo
por Hernani realiza-se com autonomia em relação à Igreja Positivista Virtual,
mas é plenamente convergente a ela; na verdade, quem assiste às prédicas com
freqüência realiza esse estudo com Hernani e vice-versa (quem realiza esse
estudo assiste às prédicas). Devido a esses motivos, incluímos essa atuação na
presente Circular.
3.4.2. Fundação do Centro Positivista do Lavradio/Situação da IPB
Uma importante iniciativa
inaugurada em 169 (2023) consistiu na fundação do Centro Positivista do
Lavradio. Esse Centro Positivista tem sua sede no Solar Marquês do Lavradio, no
bairro da Lapa, na região central do Rio de Janeiro, em associação com a
Sociedade Brasileira de Belas Artes.
A fundação ocorreu nos dias
27 e 28 de Carlos Magno de 169 (13 e 14 de julho de 2023), por ocasião do I
Ciclo de Palestras do Centro Positivista do Lavradio; esse evento foi
organizado por nosso correligionário gaúcho Érlon Jacques de Oliveira e teve o
apoio da Igreja Positivista Virtual, bem como da Igreja Positivista do Rio
Grande do Sul. Nessa ocasião, no dia 28 de Carlos Magno, proferimos a palestra
“O Positivismo e a laicidade do Estado”.
Já nos dias 13 e 14 de
Frederico de 169 (17 e 18 de novembro de 2023) ocorreu o II Ciclo de Palestras
do Centro Positivista do Lavradio; nessa ocasião, no dia 13 de Frederico,
proferimos a palestra “Crítica à República e desistência de uma utopia”.
3.4.3. Atuação do Apostolado Positivista da Itália
Fundado em 168 (2022), o Apostolado Positivista da Itália tem desenvolvido muitas atividades e logrado obter bons resultados em sua atuação. Em particular, realizamos com eles duas Lives AOP:
-
uma Live AOP realizada em 11 de César de 170
(2.5.2024): 200 anos da publicação do “opúsculo fundamental” de Augusto Comte,
o Plano dos trabalhos científicos
necessários para reorganizar a sociedade;
-
uma Live AOP realizada em 18 de Frederico de
170 (21.11.2024): relato de uma viagem a Paris.
3.4.4. Defesa da tese de Vaida Norvilaite
O último acontecimento que
desejamos registrar é a defesa da tese de doutorado em Antropologia de Vaida
Norvilaite, pela New School for Social Research, de Nova Iorque, em agosto de
2024. A tese, intitulada “The Afterlife of Positivism: Intellectual Ethnography
of Auguste Comte’s Church of Humanity in Brazil” (“O além-vida do Positivismo:
etnografia intelectual da Igreja da Humanidade de Augusto Comte no Brasil”).
4. PERSPECTIVAS FUTURAS DA IGREJA POSITIVISTA VIRTUAL
Em
relação às nossas expectativas e às nossas intenções para este e para os
próximos anos, reafirmamos o que dissemos na 1ª Circular Anual e, em face dos
desafios indicados no presente documento, acrescentamos outras metas:
-
manter um ativismo
no mínimo com a mesma intensidade;
-
aperfeiçoar a infraestrutura
técnica (com a criação e o registro de um portal eletrônico, a ampliação das redes
sociais empregadas, a melhoria no uso das redes sociais etc.), a fim de melhorar
a comunicação e a interação com o público;
-
desenvolver e
consolidar uma identidade visual para a Igreja Positivista Virtual (com logomarcas,
ex-libris etc.);
-
coordenar mais e
melhor as iniciativas de positivistas ou de pessoas simpáticas a nós;
-
melhorar a
formação dos positivistas atuais, em particular evitando o palpitismo e a
arrogância;
-
melhorar, em
termos morais, intelectuais e práticos, nossa atuação, seja como sacerdote da
Humanidade, seja como cidadão, seja como simples ser humano.
Temos
a plena convicção de que a Religião da Humanidade é a religião do presente e, ainda
mais, do futuro; que ela oferece o entendimento e os meios para a harmonia social
e individual; que ela indica que e como podemos associar a felicidade individual
e o bem-estar público. A partir da elaboração de Augusto Comte, sob a angélica influência
de Clotilde de Vaux, repetimos a máxima fundamental da Religião da Humanidade: “o
amor por princípio e a ordem por base; o progresso por fim”.
Gustavo Biscaia
de Lacerda.
Sacerdote Diretor da Igreja Positivista Virtual
Curitiba, 7 de
Homero de 171 (4 de fevereiro de 2025).
Apêndice 1: Temas dos sermões em 169 (2023)
Janeiro
de 2023 |
1. Teoria positiva das férias |
2. Celebração do aniversário de Augusto
Comte (19.1.2022) |
3. Luís Gustavo Mota: celebração do aniversário
de Augusto Comte (19.1.2022) |
4. Gustavo Biscaia de Lacerda: livros sobre
o Positivismo |
5. Teoria positiva das hierarquias (ou
das classificações) |
Fevereiro
de 2023 |
1. Teoria positiva do mérito e da meritocracia |
2. Comentários sobre direita e esquerda |
3. Exposição da 1ª Circular Anual do Apostolado
Positivista (168-2022) |
Março
de 2023 |
1. Exame de consciência |
2. Laicidade do Estado |
3. A harmonia humana |
4. A metafísica |
5. Live AOP: Carlos Eduardo Oliva: “Laicidade
e ensino religioso inconstuticional” |
Abril
de 2023 |
1. Academicismo e cientificismo |
2. O espectro da morte |
3. Dia do Índio/Tiradentes |
4. As máximas de Clotilde |
5. Live AOP: Vaida Norvilaite: Etnografia
da Igreja Positivista |
Maio
de 2023 |
1. Confiança |
2. Religião |
3. “Comtismo” e atualização do Positivismo |
Junho
de 2023 |
1. Celebrações empíricas |
2. Fé |
3. Materialismo e espiritualismo |
4. Live AOP: Ricardo Cortez Lopes: Ciência
aforística |
5. Qualidades práticas |
Julho
de 2023 |
1. Politicamente correto |
2. Chat GPT |
Agosto
de 2023 |
1. Sobre o sacerdócio |
2. Orgulho no estudo do Positivismo |
3. Relativismo histórico e destruição/remoção
de estátuas |
4. Sacramentos positivos |
Setembro
de 2023 |
1. Transformação de Augusto Comte, celebração
de Sofia Bliaux; Independência do Brasil, celebração de José Bonifácio |
2. Otimismo e pessimismo |
3. Sobre a expressão “funcionários públicos” |
4. Sobre títulos e tratamentos pessoais |
Outubro
de 2023 |
1. Sobre o método subjetivo |
2. Sobre os calendários positivistas |
3. Sobre o militarismo |
Novembro
de 2023 |
1. Moral, moralismo |
2. O republicanismo da Igreja Positivista
do Brasil (C. P. Lavradio) |
3. O republicanismo da Igreja Positivista
do Brasil (Igreja Positivista Virtual) |
Dezembro
de 2023 |
1. Razão e fé para o Positivismo |
2. Napoleão em face do Positivismo |
3. Progresso versus cinismo |
4. Teoria da arte |
Apêndice 2: Temas dos sermões em 170 (2024)
Janeiro
de 2024 |
1. Celebração da Festa da Humanidade |
2. Celebração do aniversário de Augusto
Comte (19.1.2022) e Rosália Boyer |
3. Crítica e autocrítica no Positivismo |
4. Necessidades individuais satisfeitas
pelas religiões |
5. Sobre inter, multi e transdisciplinaridade
1 |
Fevereiro
de 2024 |
1. Sobre inter, multi e transdisciplinaridade
2 |
2. Será que o relativismo impede convicções
profundas? |
3. Que é o espírito positivo? |
Março
de 2024 |
1. O que significa a palavra “positivo”? |
2. O altruísmo é sempre apenas a satisfação
do egoísmo? |
3. O que é a ditadura republicana? |
4. Live AOP com Hernani Gomes da Costa:
Trabalhismo e Positivismo – apreciação do livro “O pacto com os subalternos”,
de Maxmiliano M. Pinheiro |
Abril
de 2024 |
1. Quem são os democratas e os republicanos
dos EUA? |
2. O que é o patriciado? |
3. Valorizar a Idade Média implica ser
conservador? |
4. O ideal vs. o real: como lidar? |
5. O trabalho em face do Positivismo |
Maio
de 2024 |
1. Live AOP com Sebastiano Fontanari: 200
anos de “Reorganizar a sociedade” |
2. Liberdade absoluta de consciência |
3. Positivismo leninista |
4. Da divindade à Humanidade |
Junho
de 2024 |
1. Do antropocentrismo teológico ao positivo |
2. Síntese subjetiva e relativa como quarto
estado da positividade |
3. (Apenas leitura comentada do Catecismo positivista) |
4. (Apenas leitura comentada do Catecismo positivista) |
5. Live AOP com Ricardo Cortez Lopes: “Representologia” |
Julho
de 2024 |
1. Trechos da correspondência entre Augusto
Comte e Clotilde de Vaux |
2. Sobre os manuais de autoajuda |
Agosto
de 2024 |
1. Sobre a Revolução Francesa |
2. “Só se destrói o que se substitui”/”Conservar
melhorando” |
3. Sobre as utopias |
4. Live AOP com Hernani Gomes da Costa:
20 mitos sobre o Positivismo |
Setembro
de 2024 |
1. O Positivismo é tecnocrático? |
2. Celebração da transformação de Augusto
Comte |
3. (Apenas leitura comentada do Catecismo positivista)/cinemateca positivista |
4. Responsabilidade política |
5. (Apenas leitura comentada do Catecismo positivista) |
Outubro
de 2024 |
1. O Positivismo é eurocêntrico? |
2. Live AOP com Felipe Zorzi: “Socialização
dos jovens e educação política no Brasil” |
3. O Positivismo é contra rupturas? |
4. O Positivismo é eurocêntrico? Parte
II |
5. Entendendo a atuação de Miguel Lemos
e Teixeira Mendes |
Novembro
de 2024 |
1. (Apenas leitura comentada do Catecismo positivista) |
2. Sobre os feriados cívicos nacionais |
3. Celebração do Dia da Bandeira, com Hernani
Gomes da Costa |
4. Live AOP com Sebastiano Fontanari: “Relato
de uma viagem a Paris” |
5. Início da leitura comentada do Apelo aos conservadores |
Dezembro
de 2024 |
1. (Apenas leitura comentada do Apelo aos conservadores) |
2. Sobre a espontaneidade |
3. Hernani Gomes da Costa: celebração da Festa
das Mulheres Santas |
Apêndice 3: Relação dos títulos dos artigos publicados no Monitor Mercantil (170/2024)
-
“Degradação como progresso
(!)” (22.8) (disponível aqui: https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/2024/08/monitor-mercantil-degradacao-como.html)
-
“O que é um voto republicano
consciente?” (9.9) (disponível aqui: https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/2024/09/monitor-mercantil-o-que-e-um-voto.html)
-
“O caso Sílvio Almeida
e três padrões da moralidade pública” (14.10) (disponível aqui: https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/2024/10/monitor-mercantil-o-caso-silvio-almeida.html)
-
“O identitarismo contra
a laicidade” (11.11) (disponível aqui: https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/2024/11/monitor-mercantil-o-identitarismo.html)
-
“STF, cultura política
e laicidade” (9.12) (disponível aqui: https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/2024/12/monitor-mercantil-cultura-politica-stf.html)