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19 abril 2021

Ricardo Cortez Lopes: resenha de "Comtianas brasileiras"

O sociólogo gaúcho Ricardo Cortez Lopez publicou uma bela e gentil resenha do meu livro Comtianas brasileiras (Curitiba, Appris, 2019). Essa resenha foi publicada na GETS - Revista Interdisciplinar em Gestão, Educação, Tecnologia e Saúde (Sete Lagoas, v. 3, n. 2, p. 86-90, 2020) e seu original está disponível aqui.

Reproduzo abaixo o texto da resenha.

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Augusto Comte (1798-1857), o pai do positivismo, é comumente abordado nas disciplinas dos cursos de ciências sociais devido a ser pai também da própria disciplina sociologia, nomeando-a e delimitando uma área de atuação junto a outras disciplinas. Porém, muito de sua relevância no meio acadêmico acaba se restringindo a essa inauguração e à teoria dos três estados, restando às outras ideias desse sistema intelectual a pecha de fantasias ou teoricismos estéreis.

Lançado pela editora Appris, o livro de Gustavo Biscaia de Lacerda – bacharel em ciências sociais, mestre e doutor em sociologia pela Universidade Federal do Paraná e que é nacionalmente conhecido justamente pela sua vasta obra de Teoria Política dedicada ao positivismo – busca dar profundidade ao clássico autor francês a partir de uma mediação pela sua obra, e que é escrita para muitos públicos. Essa mediação acontece, no livro, por duas vias: a) mostrar a atualidade do autor diante das questões atuais e b) evidenciar a complexidade intrínseca das ideias do francês. Uma vez bem-sucedidos esses dois objetivos, o estigma associado a Comte se mostra inconsistente e o autor e o seu sistema podem ser apreciado por quem não o admira. Ou seja, é um livro que milita, porém o faz em termos sociológicos e buscando contribuir para a disciplina fundada pelo autor francês.

Sobre o título da obra, sua lógica é explicada na contracapa: a chamada remete ao esforço proposto por Heitor Villa-Lobos em “Bachianas”, que combinou a música clássica com elementos da cultura brasileira: Lacerda está se utilizando de um clássico – amaldiçoado pelo ambiente acadêmico atual, eivado de outras perspectivas – e o utilizando para complexificar os ambientes epistemológicos e políticos atuais. Assim, a ideia é recuperar o alcance original de suas ideias universalistas e dando prosseguimento à obra do próprio Comte legitimado pelo próprio contexto brasileiro, que é de difícil análise para os ferramentais teóricos de outros países.

Mas não é apenas na intenção que o volume se aproxima da partitura. Tal qual composições musicais formando um disco, o livro em si é composto de uma série artigos independentes reunidos sob as respectivas temática comum, muitos deles já publicados em outras revistas ou em outros eventos, o que é bem fácil de constatar visitando o currículo do pesquisador. Nesse sentido, a brochura consegue juntar uma série de textos esparsos, e na sua junção não acontece a mera soma desses escritos: de fato há um Comte que emerge do enorme volume de material analisado e uma reflexão maior é gestada: uma contribuição para a teoria sociológica se consolida. Mostra-se um Comte cuja obra uma vez adaptada, torna-se mais do que um item de museu ou de erudição: ele é um instrumento tanto para pesquisas empíricas quanto para intervir na realidade brasileira através de uma proposta coerente e não genérica.

Para lograr tal objetivo, o autor optou por dividir a monografia em duas partes – o que aponta que os seus textos de até então se preocuparam com aspectos do positivismo de forma sistemática, de modo a poderem constituir um livro coeso. A primeira parte se refere aos métodos das ciências sociais, ajudando a mostrar a relevância da teoria para os pares da academia. Já a segunda delas refere-se a uma leitura comteana sobre o contexto do Brasil e da cidadania, mostrando o quanto a teoria positivista é útil no entendimento da realidade social, o que se estende para além da confecção de lemas em bandeiras. Mas esses argumentos ficam mais desenvolvidas pela estrutura dos capítulos, como veremos agora.

A Parte I ostenta 4 capítulos. O primeiro deles se chama “Aplicando Comte atualmente, ou sobre a relevância contemporânea do positivismo”, e versa sobre a negação de Comte no meio acadêmico, embora Lacerda não tenha mostrado evidências dessa recusa. De qualquer maneira, os elementos que supostamente inviabilizariam o sistema comteano não estão presentes de fato na obra comteana. Já no segundo capítulo, “Explicação vs. compreensão: respostas comtianas às críticas do interpretativismo”, é analisado crítica e detalhadamente um artigo de um pesquisador, refletindo sobre os dois tópicos no esmiuçar da monografia abordade, que enseja questões basilares das próprias ciências sociais. Tal exposição, por demais extensa, permite pensar questões da própria epistemologia das ciências sociais num geral. Por seu turno, o capítulo 3, “Sobre comparações interpretativas nas ciências sociais, ou sobre a possibilidade de uma ciência social que não seja comparativista e subjetivista” desenvolve mais esses tópicos, com o objetivo de problematizá-los de maneira mais geral por meio do positivismo, o que torna essa seção a mais abstrata do livro. O último capítulo, “Vontades e leis naturais: liberdade e determinismo no positivismo comteano”, destina-se a combater de maneira mais detida um dos espantalhos sobre o positivismo, o de ser uma ideologia que elimina ao indivíduo. O procedimento de Lacerda é mostrar, na obra comteana, o complexo papel da vontade individual.

A parte II da obra é composta pela maioria dos capítulos, cinco, numerados sequencialmente com os da parte anterior. O capítulo enumerado como o de número cinco, “A “teoria do Brasil” dos positivistas ortodoxos brasileiros: composição étnica e independência nacional”, menciona o papel dos intelectuais positivistas na intepretação do Brasil, não reconhecida no cânone das ciências sociais até então. A abordagem da etnia, por exemplo, permite mostrar que o positivismo não é racista por conta de muitas das características, em especial a da sua fraternidade universal. Já no sexto capítulo, denominado como “O secreto horror à realidade” dos positivistas: discutindo uma hipótese de Sérgio Buarque de Holanda”, é abordada a crítica do clássico pesquisador brasileiro em “A história da civilização brasileira”. A força dessa crítica não reside tanto em sua exatidão (questionada por Lacerda), e sim porque ela influenciou e, por esse motivo, sintetizou muitas das críticas vindouras. Tais críticas (imprecisas e nunca retomadas) ajudaram a estabelecer o estigma contra o qual o livro se volta contra. O antepenúltimo capítulo, “Laicidade na I República brasileira: os positivistas ortodoxos”, trata da militância de uma parte dos positivistas pela laicidade estatal, algo que pode contrastar com a defesa de uma Religião da Humanidade. Ou seja, os positivistas mais ortodoxos defendiam um dos pilares da moderna democracia, a despeito de hoje levarem a alcunha de amantes da ditadura e do militarismo. Essas posições não se sustentam historicamente, como bem mostra o sociólogo brasileiro. No penúltimo capítulo, “Cidadania e desigualdade em Augusto Comte”, é mostrado que Comte não era propriamente um adepto da desigualdade social no sentido aristocrático, como interpretações que o asseveram como conservador soem atribuir-lhe. De fato existem diferenças entre os indivíduos, porém o objetivo final do positivismo é a igualdade lidando com as estruturas sociais de até então. O capítulo que fecha a coletânea, o de número nove, “Entrevista sobre o positivismo: maçonaria, política, pseudociência, Brasil, mérito”, mostra uma série de quatro entrevistas concedidas por Lacerda ao pesquisador Daniel Araujo. O objetivo do autor foi didático, pois Lacerda reorganiza os tópicos para esse fim, porém o texto acaba servindo como um ótimo encerramento, uma vez que articula todos os assuntos a partir dos pontos tocados pela entrevista e produz uma síntese esperançosa. E a esperança define muito mais o positivismo do que a conservação das coisas do modo como elas são.

Para encerrar essa resenha, podemos elencar uma série de utilidades dele para além daquelas que já foram apresentadas até então. A primeira delas é a didática: seus textos podem fazer parte dos programas das disciplinas introdutórias de sociologia, listadas no lugar dos próprios escritos de Comte – ou pelo menos paralelamente a eles – no intuito de abrir possibilidades de entendimento para os alunos. Assim, é possível mostrar um outro lado da teoria e não apenas reforçar a refutação não embasada – como as acusações de higienismo e de racismo, por exemplo. Outro ponto interessante é repensar o modo de exposição das ideias do próprio ofício do sociólogo: Lacerda lembra Olavo Bilac na busca da palavra correta para cada frase. Esse tipo de “ourivesaria” do texto, de revisitá-lo inúmeras vezes, é uma atividade que fica dificultada em tempos de produtivismo, então é admirável observar tanta abnegação em um autor de obra tão vasta.

Talvez seja possível também apontar limitações da própria obra com relação ao intento do autor. O primeiro deles é que o tipo de militância de Lacerda (que é positivista) não é bem visto por muitos pares da sociologia, e a sua filiação formal com uma Igreja pode o fazer perder credibilidade – o que provavelmente não aconteceria se o autor fosse de alguma outra filiação, admitamos. Porém, o descrédito científico segue o mesmo. O segundo é que, seguindo a tradição renascentista de seus antepassados intelectuais, a exposição de Lacerda é bastante erudita e densa, o que dificulta o acompanhamento por parte de alguns segmentos do público, mesmo nas entrevistas. Assim, é possível que alguns leitores não admirem a obra pelas suas qualidades, e sim por se tratar de uma obra com gosto de século XIX. O que se trataria de uma tremenda injustiça com uma obra tão esmerada.

07 novembro 2017

Casa de Benjamin Constant: resenha do livro "Laicidade na I República"

Há cerca de um ano, o Museu Casa de Benjamin Constant publicou uma pequena resenha do meu livro Laicidade na I República brasileira: os positivistas ortodoxos (Curitiba: Appris, 2016), da autoria de Murilo Haither, aproveitando a efemérida da Proclamação da República.

Aproveito que estamos prestes a comemorar novamente essa importante data e reproduzo abaixo a resenha. O original pode ser lido aqui.

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segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Semana da República 2016: 15 a 19 de novembro

Estado e Igreja: um divórcio republicano 
Por Murilo Haither

Mais uma vez, como acontece anualmente, inicia-se mais uma Semana da República. Já vivemos, por 126 vezes, estes dias de efemérides. Não é só o 15 de novembro, dia da Proclamação da República que, em 1889, já era pensada e esperada por alguns. Foram criados também símbolos, como a Bandeira Nacional, celebrada no dia 19, as Armas Nacionais, o Hino Nacional e o Selo Nacional.

A Bandeira Nacional, um dos símbolos da República - versão em arte contemporânea.
Os Positivistas talvez tenham sido o grupo que mais prezou pelos cultos cívicos da República. Os arquivos de Benjamin Constant e de sua família estão recheados de cartas, telegramas e bilhetes que, a cada 15 de novembro, eram enviados parabenizando Benjamin por sua atuação em 1889. Entretanto, para que esses símbolos fossem incorporados à vida dos novos cidadãos, não bastava serem celebrados no círculo fechado dos positivistas ou republicanos declarados. Fez-se necessário criar verdadeiros movimentos cívicos e populares e símbolo algum parece ter recebido maior ênfase que a Bandeira Nacional. Entretanto, a República abriu as portas para algumas discussões que, nas tradições e celebrações, foram deixadas em segundo plano, mas que hoje se mostram centrais e mesmo urgentes. Na 127ª Semana da República, daremos destaque à separação entre a Igreja e o Estado, conhecida também como a laicidade da República. O tema foi tratado pelo sociólogo Gustavo Biscaia de Lacerda, professor da Universidade Federal do Paraná, da perspectiva da ortodoxia positivista, e aproveitamos a semana da República e o recente lançamento de seu livro, Laicidade na I República Brasileira: Os positivistas ortodoxos, para oferecer uma resenha aos nossos leitores.

O autor analisa parte da teoria política do filósofo francês, Augusto Comte, desenvolvida na obra Sistema de política positivista (1851 – 1854). Neste conjunto de livros, o elaborador do Positivismo analisa os cinco aspectos característicos, em sua concepção, de todas as sociedades: família, propriedade, linguagem, governo e religião. Para sua pesquisa, Gustavo Lacerda se detém apenas nos dois últimos termos, governo e religião – essenciais para o que Comte identifica como o processo necessário para o desenvolvimento civilizatório: a separação entre o Poder Espiritual e o Poder Temporal. O autor francês, segundo Lacerda, identifica o Poder Espiritual como permanente, teórico, geral, subjetivo e atemporal. Por outro lado, o Poder Temporal seria constituído por uma transitoriedade, praticidade, localidade e especialidade. Nesse sentido, podemos correlacionar o último Poder com as instituições que regulamentam e dão alicerce para a sociedade – como o Congresso ou Tribunais, por exemplo -, e o primeiro com a mentalidade – cabe notar que o Poder Espiritual não é limitado apenas ao Catolicismo, Protestantismo ou demais religiões, mas também à Metafísica, abrangendo, portanto, outras ideologias políticas. Ainda aqui, Lacerda reconhece que ambos os poderes sempre foram distintos – lembra-se das divisões na sociedade feudal entre os guerreiros e sacerdotes – e que, portanto, quando concentrados compõem um “corpo doutrinário que faz valer-se pela violência física” (p. 42). Deste modo, a separação do Poder Espiritual e do Poder Temporal constitui um processo de transição para a sociocracia de Augusto Comte, ou seja, transição para o Estado de tipo ideal, passando, portanto, de um absolutismo ideológico para um relativismo ideológico, como coloca Lacerda. Ainda em Comte, Lacerda observa a necessidade de não se ocorrer, na sociedade, um sistema hipócrita, onde uma religião oficial do Estado obriga os políticos e demais cidadãos a professarem uma determinada fé, sendo que “(...) o Positivismo não deve constituir um monopólio espiritual opressivo” e, portanto, “... não busca extinguir as crenças teológicas” (p. 57).

A capa do recém lançado livro de Gustavo Biscaia de Lacerda:
"Laicidade na I República Brasileira: Os positivistas ortodoxos"

Dois pontos abordados pelo autor, que nos ajudam a compreender a atuação dos positivistas na transição do Império para a Primeira República, bem como a complexidade dos conflitos ligados à questão da laicidade no Brasil, são o processo de secularização dos cemitérios e a questão dos símbolos religiosos nos estabelecimentos do Estado.

Até então tomado como espaços de domínio da Igreja Católica, os cemitérios foram tema de debate entre os republicanos e positivistas já na década de 1870. Os pontos levantados questionavam o privilégio dado aos católicos em detrimento de adeptos de outras religiões. Também questionava o privilégio dado pela Igreja Católica – única administradora oficial de cemitérios públicos na época - tornando os cemitérios civis como uma solução que pudesse dar respeito à pluralidade religiosa do país, ainda que os católicos fossem a maioria da população.

O filósofo francês, Augusto Comte.

O segundo aspecto tomado por Lacerda – sobre os símbolos religiosos em estabelecimentos do Estado - nos coloca ante situações apontadas por Teixeira Mendes, então vice-diretor da Igreja Positivista do Brasil, relacionadas ao uso de símbolos religiosos em instituições do Estado republicano. Um dos casos abordados por Teixeira Mendes e que, aos nossos olhos, talvez possa nos dar um panorama da disputa pela laicidade do espaço público, é o caso de Domingos Eleodoro Pereira que, em 25 de março de 1892, arrancou um crucifixo que estava pendurado em um Tribunal de Júri na cidade do Rio de Janeiro.

Estes dois aspectos trabalhados nos folhetos da Igreja Positivista e analisados na obra de Lacerda nos mostram que a laicidade fazia parte de um projeto positivista que, ao garantir a liberdade religiosa somada a outros fatores, pudesse criar alicerces para o Estado ideal, ou sociocracia, na concepção comtiana, que garantiria a pluralidade religiosa e ideológica, alimentada pela fraternidade e altruísmo entre os homens. Tal Estado impediria abusos que resultariam da combinação entre o Poder Espiritual e Poder Temporal

O diretor da Igreja Positivista, Raimundo Teixeira Mendes.
Nota-se, ainda aqui, a importância dada pelos positivistas à memória dos mortos, pela valorização dos cemitérios como espaços de culto cívico, onde as pessoas pudessem lembrar-se dos feitos de outros cidadãos e relembrar os ideais defendidos pelos mesmos, sejam católicos, protestantes, judeus, ou de outras religiões. Mostram-nos também que o processo de laicização da República, mesmo com a Constituição de 1891 garantindo a separação entre Igreja e Estado, não foi realizado por completo e de imediato, sofrendo conflitos entre diversos setores da sociedade. Lacerda ressalta esse último ponto como um processo que, desde a Proclamação da República, sofreu avanços e retrocessos, encontrando-se ainda incompleto: observa que, por exemplo, a primeira Constituição republicana retirou o Ensino Religioso do currículo escolar público, sendo retomado na Constituição de 1934. Isso nos mostra que o Estado é um espaço de disputa entre os agentes da sociedade, onde, se em dado momento, algumas pautas avançam em detrimento das demais, em outro momento podemos observar a aspiração de outras demandas e o esforço para a retomada de velhas formas de organização social.

Gustavo Lacerda, em seu livro, permite-nos refletir sobre os problemas que enfrentamos na Primeira República referentes à Laicidade. Mas, em tempos em que vemos o avanço religioso sobre as instituições do Estado Republicano, também nos dá ferramentas para podermos pensar as fronteiras dessa questão tão cara para a sociedade ocidental em nossa contemporaneidade.

03 fevereiro 2017

Livro à venda: "Introdução à Sociologia Política"



Finalmente está disponível para venda o livro Introdução à Sociologia Política

Publicado pela Editora Intersaberes, ele pode ser comprado aqui.

Essa obra destina-se ao público em geral, a estudantes de graduação, de especialização, de mestrado e de doutorado das mais variadas áreas do conhecimento!
É uma obra que apresenta os principais conceitos, as discussões fundamentais e a história da Sociologia Política. É o livro mais completo de introdução à Sociologia Política no Brasil.
Além das discussões históricas e teóricas, cada capítulo tem uma sessão didático-pedagógica e extensas indicações de leitura adicional.
Para ter-se uma idéia do conteúdo - e da qualidade! - do livro, o seu sumário é este:


1. INTRODUÇÃO

2. O CONTEXTO HISTÓRICO: COMO FOI POSSÍVEL SURGIR A SOCIOLOGIA POLÍTICA?

2.1. Alguns precursores intelectuais
2.1.1. Aristóteles
2.1.2. Tucídides
2.1.3. Nicolau Maquiavel
2.1.4. Thomas Hobbes
2.1.5. Montesquieu
2.2. Três revoluções
2.2.1. A Revolução Científica
2.2.2. A Revolução Industrial
2.2.3. A Revolução Francesa
2.3. A fundação da Sociologia: Augusto Comte
2.4. Dois autores básicos da Sociologia Política
2.4.1. Karl Marx
2.4.2. Max Weber
Exercícios do capítulo 2
Questões de auto-avaliação
Questões para reflexão

3. OBJETO E MÉTODO DA SOCIOLOGIA POLÍTICA: QUAL SUA IDENTIDADE?

3.1. Definindo o objeto
3.1.1. Ciência, “religião”, filosofia
3.1.2. Ciência Política, Filosofia Política, política prática
3.1.3. Ciência Política, Sociologia Política, Sociologia da Política
3.1.4. Ciência Política e Relações Internacionais
3.2. Definindo o método
3.2.1. A querela Ciências Naturais vs. “Ciências do Espírito”
3.2.2. Métodos quantitativos e métodos qualitativos; a lógica da inferência
3.2.3. Teorias “empíricas” vs. teorias normativas
Exercícios do capítulo 3
Questões de auto-avaliação
Questões para reflexão

4. ALGUNS CONCEITOS FUNDAMENTAIS

4.1. Poder
4.1.1. Características básicas
4.1.2. Concepções subjetivistas do poder
4.1.3. Concepções objetivistas do poder
4.1.4. Concepções do poder nas Relações Internacionais
4.1.5. Outras abordagens: Michel Foucault
4.1.6. Outras abordagens: Hannah Arendt
4.1.7. Outras abordagens: Augusto Comte
4.1.8. Alguns métodos de pesquisa: posicional, decisional e reputacional
4.2. Estado
4.2.1. Definição básica
4.2.2. Algumas características da burocracia
4.2.3. Legitimidade, dominação e autoridade
4.2.4. Evolução histórica do Estado: da Antigüidade à globalização
4.3. Governo
4.3.1. República vs. monarquia
4.3.2. Presidencialismo vs. parlamentarismo
4.4. Regimes políticos
4.4.1. Democracia
4.4.2. Totalitarismo
4.4.2. Autoritarismo
4.5. Partidos políticos
4.5.1. "Partidos" na história e funções dos partidos políticos
4.5.2. Condições sociais dos partidos políticos
Exercícios do capítulo 4
Questões de auto-avaliação
Questões para reflexão

5. PALAVRAS FINAIS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BIBLIOGRAFIA COMENTADA

RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS

Capítulo 2 – O contexto histórico
Questões de auto-avaliação
Questões para reflexão
Capítulo 3 – Objeto e método da Sociologia Política
Questões de auto-avaliação
Questões para reflexão
Capítulo 4 – Alguns conceitos fundamentais
Questões de auto-avaliação
Questões para reflexão

NOTA SOBRE O AUTOR

18 junho 2015

Livro eletrônico: "Pan-americanismos entre a segurança e o desenvolvimento"

Divulgo aqui o livro eletrônico "Pan-americanismos entre a segurança e o desenvolvimento: a Operação Pan-Americana e a Aliança para o Progresso", resultante da minha dissertação de mestrado em Sociologia Política (UFPR, 2004), publicado pela editora Poiesis. O livro tem o gentil prefácio do Prof. Dr. Alexsandro Eugênio Pereira, também da UFPR.

O livro pode ser adquirido por meio deste vínculo, na livraria eletrônica Amazon.com.br.

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PAN-AMERICANISMOS ENTRE A SEGURANÇA E O DESENVOLVIMENTO: 

A Operação Pan-Americana e a Aliança para o Progresso



Autor(es): 
Gustavo Biscaia de Lacerda
Alexsandro Eugenio Pereira (Prefácio)
Volume: 
1
Ano: 
2015
Formato: 
eBook
Página: 
96
Assunto: 
Ciência política
ISBN: 
978-85-61210-43-4
Preço: 
R$9,90
Sinopse: 
O Brasil passou por um momento de diversificação das relações exteriores. Contudo, isso não significou romper com os estadunidenses, mas ampliar o leque de opções com parceiros estratégicos tendo em vista os propósitos do desenvolvimento. As relações com os Estados Unidos constituem, portanto, um dos temas perenes da política externa brasileira, inclusive neste início de século XXI. Por isso, ao destacar essas relações como objeto de análise privilegiado, o livro de Gustavo Biscaia de Lacerda apresenta uma importante contribuição para os estudos de políticas externas em perspectiva comparada ao oferecer aos seus leitores uma análise das perspectivas distintas alimentadas pelos dois países na cena internacional dos anos 1950 e 1960: a visão estadunidense sobre a América Latina e, particularmente, o Brasil; a visão brasileira sobre a funcionalidade das relações brasileiras com os Estados Unidos no contexto de enfrentamento de um dos principais gargalos do nosso desenvolvimento econômico: a ausência de capitais necessários para alavancar o processo substitutivo de importações inaugurado a partir dos anos 1930. A visão dos Estados Unidos emergiu na iniciativa intitulada “Aliança para o Progresso” de 1961, enquanto a visão brasileira apareceu, antes, na iniciativa da “Operação Pan-Americana”, de 1958, lançada pelo governo Juscelino Kubitschek (1956-1961). As duas iniciativas estão situadas no contexto da Guerra Fria, caracterizado pelo conflito entre a União Soviética e os Estados Unidos. Ambas tiveram como propósito pensar estratégias para o desenvolvimento da América Latina, afastando os países dessa região do comunismo e da influência soviética. São, portanto, duas iniciativas marcadas pelo contexto internacional da bipolaridade, mas que são apresentadas por países em posições muito distintas no sistema internacional: de um lado, a maior potência bélica e econômica do mundo; de outro lado, um país subdesenvolvido e orientado por uma estratégia de desenvolvimento, compreendida, por muitos intelectuais do ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros) nos anos 1950, como Álvaro Vieira Pinto e Roland Corbisier (para citar alguns deles) como o meio a partir do qual o Brasil ingressaria no seleto grupo das grandes potências em condição menos subalterna. As duas iniciativas, ainda, estão orientadas por objetivos distintos: os Estados Unidos visavam a manter sua influência na América Latina por intermédio do afastamento dos países da região da ameaça comunista; o Brasil, por sua vez, orientava e instrumentalizava sua política externa na direção do desenvolvimento, procurando jogar segundo as regras estabelecidas pelo conflito – que era, sobretudo, ideológico e político – entre as superpotências.