Spiritualis pudor
A honestidade é um íntimo prazer
Que nos eleva à comunhão divina;
Mas louvar essa graça feminina
Ninguém, jamais, o deverá fazer.
Não pelo que se diga ou possa haver,
Não pelo que se sabe ou se imagina,
Prezemos a pureza peregrina
Pelo próprio respeito do dever.
Do homem honrado ou da mulher honesta
Não se gabe a virtude: é obrigação
Que não se patenteia ou manifesta.
Exaltemos, porém, a devoção
Que transparece no segredo desta
Prova terrestre de Incorporação.
(Fonte: José Martins Fontes. Nos jardins de Augusto Comte. São Paulo: Comissão Glorificadora de Martins Fontes, 1938, p. 77.)