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17 setembro 2025

Ordem e Progresso contra o fascismo

No dia 7 de Shakespeare de 171 (16.9.2025) realizamos nossa prédica positiva, dando continuidade à leitura comentada do Apelo aos conservadores (em sua Primeira Parte - doutrina apropriada aos verdadeiros conservadores).

Também manifestamos apoio à decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal em 2 de Shakespeare de 171 (11.9.2025) que condenou o núcleo duro da organização fascista que, a partir da Presidência da República, tentou (mas felizmente fracassou) um golpe de Estado.

Da mesma forma, também lemos um artigo de nossa autoria que explica o "Ordem e Progresso" e como ele pode e deve ser aplicado para combater ao mesmo tempo o fascismo e o identitarismo.

A prédica foi transmitida nos canais Positivismo (aqui: https://youtube.com/live/takXxHZBrf0) e Igreja Positivista Virtual (aqui: https://www.facebook.com/IgrejaPositivistaVirtual/videos/1518644569156731).

As anotações que serviram de base para a noss exposição oral encontram-se reproduzidas abaixo.

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Leitura comentada do Apelo aos conservadores

(7.Shakespeare.171/16.9.2025) 

1.      Invocação inicial

2.      Datas e celebrações:

2.1.   Dia 1º de Shakespeare (10.9): início do mês de Shakespeare, dedicado ao drama moderno

2.2.   Dia 5 de Shakespeare (14.9): nascimento de Sofia Bliaux (1804 – 221 anos)

2.3.   Dia 6 de Shakespeare (15.9): transformação de Paulo de Tarso Monte Serrat (2014 – 11 anos)

2.4.   Dia 8 de Shakespeare (17.9): transformação de Rodolfo Paula Lopes (1984 – 41 anos)

3.      Apoio à condenação, realizada pelo Supremo Tribunal Federal, de Jair Bolsonaro e seus asseclas, por tentativa de golpe de Estado, para instauração de um Estado fascista, autoritário e, portanto, extremamente violento

3.1.   O julgamento terminou em 2 de Shakespeare de 171 (11.9.2025)

3.2.   Apesar de a condenação em si ser motivo de comemoração, no final das contas isso é motivo de grande tristeza e lamento

3.2.1.     O golpe de Estado tentado mas felizmente fracassado resultaria, conforme as previsões mais serenas dos golpistas, em guerra civil, assassinatos, censura, perseguições, atentados etc. Tudo isso é chocante, desprezível e a condenação foi correta

3.2.2.     É importante lembrar que todo o processo ocorreu seguindo o devido processo legal, com direito ao contraditório, acesso às provas etc.

3.2.3.     Mas: os fatos de ter-se tentado um golpe de Estado no Brasil e de tanto o Brasil como o mundo indicam que se vive uma situação social, política, filosófica – religiosa, em uma palavra – que permite não apenas que o fascismo e o identitarismo surjam, mantenham-se, desenvolvam-se e prosperem mas que, no caso do fascismo, chegue a quase ter êxito em um golpe de Estado violento e fratricida. Isso é motivo de tristeza e grande preocupação

3.2.4.     O livro de nosso mestre, Apelo aos Conservadores, cuja leitura comentada estamos realizando, e o nosso artigo que leremos daqui a pouco tratam exatamente das situações sociais, políticas e filosóficas que permitiram e mantêm o fascismo e o identitarismo, bem como da única solução real e possível para esses problemas, dada exclusivamente pelo Positivismo e pela Religião da Humanidade

4.      Leitura do artigo “Ordem e Progresso” em tempos de fascismo e identitarismo, publicado em 8.9.2025 no Monitor Mercantil

4.1.   Disponível aqui: https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/2025/09/ordem-e-progresso-em-tempos-de-fascismo.html

4.2.   Como indicamos há pouco, o livro de nosso mestre, Apelo aos Conservadores, cuja leitura comentada estamos realizando, e o esse nosso artigo tratam exatamente das situações sociais, políticas e filosóficas que permitiram e mantêm o fascismo e o identitarismo, bem como da única solução real e possível para esses problemas, dada exclusivamente pelo Positivismo e pela Religião da Humanidade

5.      Exortações

5.1.   Sejamos altruístas!

5.2.   Façamos orações!

5.3.   Como Igreja Positivista Virtual, ministramos os sacramentos positivos a quem tem interesse

5.4.   Para apoiar as atividades dos nossos canais e da Igreja Positivista Virtual: façam o Pix da Positividade! (Chave Pix: ApostoladoPositivista@gmail.com)

6.      Leitura comentada do Apelo aos conservadores

6.1.   Antes de mais nada, devemos recordar algumas considerações sobre o Apelo:

6.1.1.     O Apelo é um manifesto político e dirige-se não a quaisquer pessoas ou grupos, mas a um grupo específico: são os líderes políticos e industriais que tendem para a defesa da ordem (e que tendem para a defesa da ordem até mesmo devido à sua atuação como líderes políticos e industriais), mas que, ao mesmo tempo, reconhecem a necessidade do progresso (a começar pela república): são esses os “conservadores” a que Augusto Comte apela

6.1.1.1.           O Apelo, portanto, adota uma linguagem e um formato adequados ao público a que se dirige

6.1.1.2.           Empregamos a expressão “líderes industriais” no lugar de “líderes econômicos”, por ser mais específica e mais adequada ao Positivismo: a “sociedade industrial” não se refere às manufaturas, mas à atividade pacífica, construtiva, colaborativa, oposta à guerra

6.2.   Outras observações:

6.2.1.     Uma versão digitalizada da tradução brasileira desse livro, feita por Miguel Lemos e publicada em 1899, está disponível no Internet Archive: https://archive.org/details/augustocomteapeloaosconservadores

6.2.2.     O capítulo em que estamos é a “Primeira Parte”, cujo subtítulo é “Doutrina apropriada aos verdadeiros conservadores”

6.3.   Passemos, então, à leitura comentada do Apelo aos conservadores!

7.      Invocação final

 

Referências

- Augusto Comte (franc.), Sistema de filosofia positiva (Paris, Société Positiviste, 5e ed., 1893).

- Augusto Comte (franc.), Sistema de política positiva (Paris, L. Mathias, 1851-1854).

- Augusto Comte (port.), Apelo aos conservadores (Rio de Janeiro, Igreja Positivista do Brasil, 1898): https://archive.org/details/augustocomteapeloaosconservadores.

- Augusto Comte (port.), Catecismo positivista (Rio de Janeiro, Igreja Positivista do Brasil, 4ª ed., 1934).

- Gustavo Biscaia de Lacerda (port.), “Ordem e Progresso” em tempos de fascismo e identitarismo (Monitor Mercantil, Rio de Janeiro, 8.9.2025): https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/2025/09/ordem-e-progresso-em-tempos-de-fascismo.html.

- Raimundo Teixeira Mendes (port.), As últimas concepções de Augusto Comte (Rio de Janeiro, Igreja Positivista do Brasil, 1898): https://archive.org/details/raimundo-teixeira-mendes-ultimas-concepcoes-de-augusto-comte-i e https://archive.org/details/raimundo-teixeira-mendes-ultimas-concepcoes-de-augusto-comte-ii.

- Raimundo Teixeira Mendes (port.), O ano sem par (Rio de Janeiro, Igreja Positivista do Brasil, 1900): https://archive.org/details/raimundo-teixeira-mendes-o-ano-sem-par-portug._202312/page/n7/mode/2up.



07 julho 2015

Gazeta do Povo: "O renovado perigo do parlamentarismo"

Artigo de minha autoria, publicado na Gazeta do Povo em 7.7.2015, a respeito do perigo do parlamentarismo.

O original pode ser lido aqui.

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O RENOVADO PERIGO DO PARLAMENTARISMO

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Texto publicado na edição impressa de 07 de julho de 2015

Há alguns dias, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que está pessoalmente empenhado em aprovar mais uma emenda à Constituição Federal, desta vez em favor do parlamentarismo. Essa proposta surge em um momento em que o governo federal encontra-se imobilizado e extremamente mal avaliado pela população brasileira; evidentemente, Eduardo Cunha apresentou-a com vistas a beneficiar-se ele mesmo da medida. Como o presidente da Câmara já demonstrou repetidas vezes que é um articulador político excepcional, em particular para avançar sua própria agenda política – ainda que nem sempre com êxito –, convém prestar muita atenção a mais essa sua proposta.
Que se deixe a tarefa de governar a quem é de direito, ou seja, ao presidente da República
O Brasil teve duas experiências parlamentaristas: durante o Segundo Império (1840-1889) e no período 1961-1963. Na primeira vez, o sistema baseou-se no voto censitário cada vez mais restrito e legitimou o poder de uma pequena elite que apoiava os privilégios aristocráticos, a escravidão e o imperialismo brasileiro na América do Sul; no segundo período, o parlamentarismo serviu como um golpe camuflado para impedir que João Goulart assumisse a Presidência da República, após a renúncia de Jânio Quadros – mas, dois anos depois, em plebiscito nacional, o presidencialismo retornou. Na Assembleia Nacional Constituinte de 1987-1988 o parlamentarismo quase voltou ao Brasil, articulado em particular pelo então deputado federal Mário Covas (PMDB-SP); derrotada essa proposta, tentou-se em seguida, mais uma vez, aprová-la por meio do plebiscito realizado em 1993, em que se decidiria entre república ou monarquia e entre presidencialismo ou parlamentarismo: como se sabe, venceu a república presidencialista.
No parlamentarismo, como o chefe de governo provém do parlamento, ele tem de se submeter a esse órgão; assim, para adotar suas propostas políticas, o chefe de governo tem de negociar com cada um dos parlamentares, em arranjos que tendem a fazer-se a portas fechadas. Ao mesmo tempo, a figura do presidente da República tende a ser meramente decorativa, gerando um gasto público desnecessário e, portanto, injustificável.
Do ponto de vista histórico, o parlamentarismo surgiu na Inglaterra da Idade Moderna com dois objetivos: minar o poder do rei como soberano e impor a vontade do localismo dos barões à vontade central do rei. Certamente nem estamos na Inglaterra nem temos mais monarquia, mas o fato é que esses dois objetivos do parlamentarismo são daninhos ao Brasil: o poder central é responsável (crescentemente) por um sem-número de políticas públicas importantes para o desenvolvimento e a justiça social; além disso, está claro que essas políticas públicas não podem ser dominadas nem minadas pelos localismos.
Por outro lado, não se pode dizer que no Brasil o “poder central” (o governo) é monolítico e impermeável aos clamores sociais, pois os presidentes têm de negociar com os partidos políticos as suas propostas, no que se chama de “presidencialismo de coalizão”. Aliás, como se sabe, uma das críticas ao presidencialismo seria precisamente a necessidade dessas negociações, que têm se mostrado daninhas ao interesse público: não se sabe como – e principalmente se – o parlamentarismo resolveria esse problema.
O parlamento deve atuar como porta-voz da sociedade e como fiscal do governo: que se deixe a tarefa de governar a quem é de direito, ou seja, ao presidente da República. Em outras palavras, é importante que se evite, mais uma vez, o perigo do parlamentarismo.
Gustavo Biscaia de Lacerda é doutor em Sociologia Política e sociólogo da UFPR.