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12 julho 2020

MORENA: desagravo contra ataque aos positivistas

Após a vil e odiosa postagem da Deputada Carla Zambelli agredindo os "positivistas", um grupo nacionalista de esquerda, de inspiração brizolista e trabalhista - chamado "Morena" ("Movimento de Resgate Nacional") fez, em sua conta no Facebook, uma postagem de desagravo ao Positivismo - aliás, uma belíssima postagem de desagravo.

Vale notar que, à parte as manifestações dos próprios positivistas, essa foi a única manifestação ocorrida no Brasil contra o ataque da deputada, evidenciando o quanto direita e esquerda aliam-se em podres hábitos políticos e intelectuais para negar as ações do Positivismo.

Não conseguimos identificar os membros do grupo Morena. Entretanto, suas referências a Leonel Brizola e a Getúlio Vargas, a valorização do caráter miscigenado do país, a concepção do Brasil como "Nova Roma" e como sendo o germe de uma nova civilização (próprios a Darcy Ribeiro), sua valorização da educação e mesmo o nacionalismo - tudo isso nos levou a concluir que esse grupo é trabalhista e brizolista.

O desagravo publicado em 7.7.2020 foi excelente, apresentando alguns dos mais importantes aspectos da atuação positivista no Brasil - diga-se de passagem, aspectos em favor da ordem e do progresso nacionais. (O original publicado no Facebook encontra-se disponível aqui.) 

Discordamos do extremo nacionalismo da postagem e da referência ao "globalismo": enquanto o "globalismo" é um conceito elaborado pelos conspiracionistas da extrema direita para combater a regulação internacional, o próprio nacionalismo com freqüência incorre em desvios de variadas ordens, sendo que sua solução é a submissão estática e dinâmica do conceito de "pátria" ao de "Humanidade". No mais, esse desagravo é exemplar; por isso, reproduzimo-lo abaixo.


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NÃO HÁ POSITIVISTAS NO GOVERNO FEDERAL

Ao contrário do que afirma a deputada Carla Zambelli, não há!

O General Benjamin Constant, ministro da Instrução Pública durante o governo republicano provisório do Marechal Deodoro, nasceu em Niterói em 18 de outubro de 1836. Sua contribuição aos generais brasileiros formados após a Guerra do Paraguai (na qual teve destacada participação como engenheiro militar) na Escola Militar da Praia Vermelha e na Escola Superior de Guerra, foi inestimável.

Pela eloquência de Constant nas salas de aula floresceram no Brasil as primeiras manifestações da apropriação nacional do ideário positivista de Augusto Comte, que aqui tomou (como bem lembra o acadêmico José Murilo de Carvalho) cores próprias, antropofagizando-se à realidade brasileira e contribuindo para a construção de iniciativas pioneiras e generosas de progresso social e inclusão social pela educação, especialmente no Rio Grande do Sul de Júlio de Castilhos e no Pará de Lauro Sodré.

Decisivo para a queda da monarquia, o positivismo de Benjamin Constant, calcado no aperfeiçoamento do Estado, na profissionalização dos militares (dentro do princípio do soldado-cidadão, semeador da Razão, da Ciência e da Soberania), na inclusão pela instrução pública, na matriz industrial com divisão do trabalho social, na crítica ao individualismo e às práticas ocultas, com o princípio do "viver às claras", tornou-se contra-hegemônico durante a República Velha, uma democracia de fachada marcadamente liberal.

Muito embora recebido post mortem o epíteto de "Fundador da República Brasileira", por intermédio da Constituição Federal de 1891, e oferecendo seu nome ao Instituto Benjamin Constant (antigo Imperial Instituto dos Meninos Cegos, por ele dirigido), Constant em particular e os positivistas em geral permanecem esquecidos, escamoteados que foram em vida pelos liberais e, perante a História, diminuídos pela historiografia de esquerda, que os reputa "autoritários" e "conservadores".

Foram, pelo contrário, os maiores promotores da inclusão em seu tempo: com Nísia Floresta, da participação política da mulher. Com Benjamin Constant, do ensino aos excluídos. Com Júlio de Castilhos, da proteção ao trabalho. Com Rondon, da cidadania do indígena.

Quando lemos uma personagem como a deputada Carla Zambelli, de rasas convicções e nenhum conhecimento de causa sobre os problemas do Brasil, afirmar que "os positivistas são o pior câncer do Brasil", como hoje fez, lembramos que não há um único general como Constant em um governo permeado, do presidente da República ao mais modesto comissionado, por liberais globalistas, antinacionais e de costumes fúteis e mercadológicos.

Não há, lamentavelmente, positivistas no governo, deputada.

A Benjamin Constant, por sua contribuição à Educação pública com a inclusão dos cegos e a formatação das primeiras escolas de professores (especialmente da Escola Normal da Corte, atual ISERJ), as nossas homenagens. Às contribuições dos positivistas, heróis nacionalistas, os nossos respeitos.



Fonte: https://www.facebook.com/movimentoderesgatenacional/photos/a.633397013801477/900404603767382/?type=3&theater

Carla Zambelli usa o Positivismo para tentar cinco segundos de fama


No dia 5.7.2020 a Deputada Federal bolsonarista, de extrema direita, Carla Zambelli realizou um ataque vil e desprezível, completamente despropositado, contra o Positivismo, ou melhor, contra “os positivistas” (o original encontrando-se disponível aqui).

Este ataque é mais um que a extrema direita faz atualmente contra o Positivismo. Ele é mais uma peça de desinformação de um grupo que se fez e mantém-se graças ao uso sistemático da desinformação, da busca sistemática de inimigos e do uso sistemático de teorias da conspiração.

Essa postagem enseja pelo menos duas ordens de reflexões.

Por um lado, a sua falta de propósito específico salta aos olhos. Carla Zambelli é uma pessoa cuja carreira política desde o início está vinculada ao extremismo político, cuja marca mais evidente – além do extremismo, claro está – é a mais intensa ambição... mas é pura ambição, desejo pessoal de fama e poder, completamente destituída de objetivos sociais, de destinação coletiva. Ela - como muitas outras pessoas de seu círculo - personifica a noção de que o "poder corrompe", embora, bem vistas as coisas, talvez o problema não esteja propriamente no poder.

Assim, a postagem sobre os positivistas busca apenas pôr em evidência a deputada, de alguma forma e durante alguns instantes, em meio ao seu público cativo (a extrema direita, conspiratória, agressiva) e no ambiente que lhe é próprio (as redes sociais). Além disso, essa postagem, além disso, é fácil e simples, pois no fundo não se refere a nada (quem seriam esses tais “positivistas”? Qual sua atuação no governo?) e já foi objeto de referências de outros membros do atual governo (em particular de um dos filhos do Presidente da República); mas, com sua generalidade e vagueza, essa postagem consegue satisfazer os adeptos das teorias conspiratórias. Em suma, a deputada tenta empregar o Positivismo para obter cinco segundos de fama.

Por outro lado, essa postagem de Carla Zambelli, feita para pôr-se em evidência em meio à extrema direita, somente repete o que a esquerda (aí incluída a esquerda nas universidades) sempre fez e faz, também de maneira sistemática, contra o Positivismo.

No Brasil, o comportamento em face do Positivismo evidencia o quanto direita e esquerda com frequência são desprezíveis. Mais uma vez: direita e esquerda partidárias, mas também direita e esquerda acadêmicas. E, aliás, o Positivismo é o alvo preferencial não somente no Brasil, como também nos EUA e na Europa.

Deseja-se ver putrefação moral e intelectual? Basta ver-se o comportamento a respeito do Positivismo. Falta de generosidade, falta de respeito, falta de relativismo, falta de conhecimento histórico... esses e inúmeros outros defeitos morais e intelectuais abundam nos comentários da direita e da esquerda sobre o Positivismo. É tanta coisa que chega a ultrapassar o cansaço, alcançando o nojo e até a ânsia de vômito. (O único desagravo não-positivista contra a postagem antipositivista foi uma belíssima nota do Movimento de Resgate Nacional, Morena, que é um grupo de esquerda de inspiração trabalhista e disponível aqui.)

É desesperador. A postagem da deputada dá a exata medida da podridão moral de diversos ambientes políticos e intelectuais nosso país.


Fonte: https://mobile.twitter.com/CarlaZambelli38/status/1279832474432962560

08 maio 2020

O Positivismo como cortina de fumaça para os erros da direita brasileira

O artigo abaixo foi escrito como réplica a um outro texto, publicado alguns dias antes, no jornal Gazeta do Povo. Embora eu faça referência expressa a esse artigo inicial, lendo a minha réplica torna-se logo evidente que não faz muita diferença a leitura do primeiro texto; em outras palavras, a minha réplica sustenta-se por si mesma e apresenta informações e interpretações por si só.

A minha réplica foi publicada em 8.5.2020 e está disponível aqui. A versão abaixo é um pouco maior que a publicada na Gazeta do Povo.

O artigo também foi publicado - com acesso aberto - no jornal carioca Monitor Mercantil, na edição de 23 a 25 de maio de 2020; ele encontra-se disponível aqui. Lá embaixo porei também a versão JPG do artigo.

N. B.: A data de publicação do meu artigo não poderia ser mais emblemática: em 8 de maio de 1945 a Alemanha nazista rendeu-se de maneira incondicional aos Aliados, encerrando a luta contra o fascismo na Europa.


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O Positivismo como cortina de fumaça para os erros da direita brasileira

O artigo “O que é o Positivismo, a filosofia política que faz a cabeça dos militares brasileiros”, escrita pelo jornalista Rafael Salvi e publicada na Gazeta do Povo em 4.5.2020, é uma coleção inacreditável de mitos, invenções arbitrárias e erros sobre o Positivismo, sobre seu criador, Augusto Comte, e sobre a atuação dos positivistas no Brasil; praticamente todas as suas informações estão erradas, o que é mesmo notável. Aliás, não por acaso, entre suas fontes – todas elas de segunda, terceira ou quarta mãos – estão Olavo de Carvalho e João Camilo de Oliveira Torres, dois intelectuais conservadores e produtores em série de mitos, invenções arbitrárias e erros. Na mesmíssima senda anda Rodrigo Constantino, celebrado “autor” – mas não “pesquisador” nem “historiador”, nem “filósofo” – da nova direita radical brasileira. Todos eles colecionam, como se fosse uma competição, tolices e erros sobre o Positivismo, em um esforço aparentemente coordenado contra essa doutrina nas últimas semanas. Em virtude disso, merece uma réplica que seja minimamente detalhada.

Comecemos pela obra do francês Augusto Comte (1798-1857), fundador da Sociologia, da História das Ciências, do Positivismo e da Religião da Humanidade. A sua principal obra foi o Sistema de política positiva (1851-1854), em que, repetindo várias considerações pacifistas presentes em sua obra preparatória do ponto de vista intelectual (o Sistema de filosofia positiva (1830-1842)), ele afirma com todas as letras que a política moderna tem que ser pacifista e civilista, que as forças armadas devem ser dissolvidas e que as forças policiais devem ter um caráter cidadão e de manutenção da ordem pública. De maneira correlata, a política moderna deve caracterizar-se pela “separação entre os dois poderes”, ou seja, pela separação entre os poderes temporal e espiritual, em que o Estado não tem religião oficial e as religiões não se beneficiam do poder do Estado – o que em termos gerais equivale à laicidade do Estado. Política pacifista, civilista e laica: as liberdades de pensamento, de expressão e de associação são a base da organização social e política e esta, por sua vez, fundamenta-se na fraternidade universal e no respeito mútuo. O resultado disso tudo é que a política moderna – republicana – é cada vez mais regulada pela moral, pelos valores, e, de maneira concomitante, cada vez menos regulada pela força física.

Uma outra consequência da “separação entre os dois poderes” é que o governo não pode ser constituído pelos “sábios” ou pelos técnicos. Evidentemente é necessário que o Estado tenha seus técnicos, assim como um corpo burocrático responsável pela realização das políticas públicas; todavia, há uma gigantesca diferença entre o Estado possuir um corpo técnico e esse mesmo Estado ser dirigido pelos técnicos. Augusto Comte dizia com todas as letras que os “sábios” não podem mandar no Estado; esse regime político era por ele chamado de “pedantocracia” (palavra criada por Stuart Mill) – “governo dos pedantes” – e, em termos atuais, ela poderia ser chamada de “tecnocracia”. Para Comte, o governo deve ser dirigido por cidadãos com espírito público, visão de conjunto, sensibilidade social, tolerância e fraternidade – e sempre atentos às opiniões e avaliações da opinião pública.

Vale notar que, justamente porque era movido por um espírito histórico, relativo e altruísta, Augusto Comte afirmava a necessidade de uma política moderna que fosse positiva, incluindo nessa política o respeito escrupuloso e cuidadoso pelas religiões antigas e por seus papéis históricos; sendo francês, Comte indicava aí nomeadamente o catolicismo. Essa regra foi cumprida pelos positivistas, mas, ao mesmo tempo, foi ridicularizada pela esquerda e “esquecida” pela direita católica; em qualquer caso, como a respeito de vários outros aspectos, ela foi objeto de desinformação.

A atuação dos positivistas no Brasil seguiu à risca essas orientações. O autor da bandeira nacional republicana, o vice-Diretor da Igreja Positivista do Brasil, Raimundo Teixeira Mendes (1855-1927), tinha em mente os valores indicados acima ao seguir a orientação comtiana e incluir o “Ordem e Progresso” na bandeira. Aliás, nas centenas de publicações da IPB, Teixeira Mendes e Miguel Lemos (1854-1917, Diretor da IPB) não se cansaram nunca de repetir esses valores e de refutar os sofismas daqueles que atribuem o militarismo ao Positivismo. (Aliás, exatamente para combater a desinformação antipositivista, uma dessas publicações está disponível para consulta pública e gratuita no portal Archive.org.)

O professor Benjamin Constant Botelho de Magalhães (1836-1891) – positivista por opção religiosa, filosófica e política, militar por necessidade, como se vê na monumental biografia que Teixeira Mendes escreveu sobre ele – era igualmente adepto dessas concepções. Assim, o ensino que ele realizava na Escola Militar e na Escola Politécnica era civilista, pregando o afastamento dos militares (como militares) da vida política nacional e ocidental. Exatamente por isso, Benjamin Constant e sua orientação foram objeto de ódio pelos militaristas, que pregavam a politização das forças armadas e a militarização da política. Entre esses militares, o mais famoso e importante foi o arquigolpista General Pedro Aurélio de Góis Monteiro (1889-1956), que, apoiando o golpe de 1930, apoiou também todos os militares golpistas dali por diante, em particular aqueles simpáticos ao integralismo (a versão nacional do fascismo) e que fizeram o golpe de 1964, como o antigo integralista Olímpio Mourão Filho (1900-1972). No regime autoritário de 1964, um dos seus apoiadores de primeira hora foi o economista “liberal” Roberto de Oliveira Campos (1917-2001); apesar de “liberal”, ele foi Ministro do Planejamento do governo autoritário e nunca deixou de chamar-se de “tecnocrata”.

Todas essas informações são públicas e disponíveis para consulta; só é necessário buscar as fontes originais, não as secundárias, terciárias, quaternárias... Uma informação mais difícil de obter, todavia, são as opiniões de Henrique Batista da Silva Oliveira e Alfredo de Morais Filho – como Benjamin Constant, positivistas por opção religiosa, filosófica e política, militares por necessidade – a respeito dos militares de 1964. A partir de conversas pessoais que mantive com eles e também de relatos de amigos meus, para eles quem deu o golpe de 1964 eram “fascistas”; não por acaso, chamavam Góes Monteiro de “Gás morteiro”, que enquanto viveu fez o possível para combater com agressividade os positivistas militares. Por outro lado, o tecnocrata autoritário Roberto Campos, que é objeto de admiração dos liberais e da nova direita brasileira – incluídos aí o Ministro da Economia Paulo Guedes, o astrólogo Olavo de Carvalho e o autor Rodrigo Constantino – era encarado como alguém sem patriotismo, um “entreguista”, que aliás até o fim de sua vida desejava vender o patrimônio brasileiro para os estrangeiros. A nova direita, embora afirme defender a “liberdade” e combater a “tecnocracia”, não vê problema nenhum em celebrar Góes Monteiro e Roberto Campos e em atribuir os defeitos de gente como eles ao “Positivismo”.

Todos os erros teóricos e históricos indicados acima provêm da (nova?) direita conservadora (neste caso, “católica” e “liberal”): não é por acaso que citam em profusão J. C. Oliveira Torres. Entretanto, é motivo de assombro, ou de ridículo, que repitam os mesmíssimos erros que a esquerda sempre gostou de imputar ao Positivismo e aos positivistas. Embora seja possível incluir aí Marilena Chauí e Michel Löwy, um autor menos espalhafatoso foi o historiador paulista Sérgio Buarque de Hollanda (1902-1982), fundador do Partido dos Trabalhadores. Como já tive oportunidade de indicar e refutar, Sérgio Buarque repetiu todas as desinformações indicadas acima, com a espantosa inovação de pretender entender a obra de Augusto Comte melhor que o próprio Teixeira Mendes!

Olavo de Carvalho, Rodrigo Constantino e agora Rafael Salvi, entre outros, têm-se dedicado a imputar ao Positivismo os seus próprios erros: politização dos militares, aumento da violência na política, desprezo pelos aspectos morais e afetivos na vida sociopolítica, desprezo pela fraternidade e pela tolerância, instrumentalização do Estado por ideologias político-religiosas etc. Eles atribuem ao Positivismo a militarização da política, mas ao mesmo tempo apoiam um governo que se caracteriza exatamente por essa militarização e por um esforço de tecnocratização do Estado; aliás, fazem eco ao voto de extermínio dos positivistas proferido em 9.3.2020 por um dos filhos do Presidente da República.

Infelizmente, tudo isso é apenas distração e desinformação. Desde há alguns anos vivemos um novo tenentismo, com crescentes grupos paramilitares bastante agressivos, de origem castrense e civil; esse novo tenentismo não tem sido reprimido pelas Forças Armadas, que o tolera como se não fosse profundamente perturbador, tanto da ordem político-social quanto da própria disciplina militar.

Nesses termos, os golpes dirigidos contra o Positivismo e os positivistas servem apenas para (tentar) disfarçar a própria política antirrepublicana e anticívica seguida atualmente pela direita nacional. De modo mais específico, a difusão renovada dessa desinformação integra uma campanha promovida pela direita histérico-política desde há algumas semanas no sentido de incentivar os militares – que cada vez mais integram o governo, movidos, sem dúvida, por um sincero embora equivocado senso de dever e de patriotismo – a abandonarem o comportamento constitucional e republicano de obediência às regras e de limitação da atividade propriamente política (felizmente interpretados pela direita como sinais de Positivismo) e a adotarem um renovado comportamento político ativista, intervencionista e autoritário.

A crítica ao Positivismo, assim, é uma nuvem de fumaça e um código da direita para um eventual golpe militar fascista.

Gustavo Biscaia de Lacerda é positivista ortodoxo e Doutor em Sociologia Política.

Fonte: https://monitormercantil.com.br/positivismo-como-cortina-de-fumaca-para-os-erros-da-direita-brasileira