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10 maio 2021

Roteiro da exposição sobre o quinto mês dos calendários positivistas (César e Fraternidade)

 O vídeo do roteiro abaixo encontra-se disponível aqui.

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Roteiro da exposição sobre o quinto mês dos calendários positivistas
 
Parte I – Mês concreto: César


 

-        5º mês do calendário positivista concreto

o   Considerando o ano júlio-gregoriano de 2021, o mês de César começa em 23 de abril e termina em 20 de maio

o   O quinto mês concreto representa a civilização militar

§  É o quinto mês da Antigüidade

§  Ele é antecedido por Moisés (a teocracia inicial), Homero (a poesia antiga), Aristóteles (a filosofia antiga) e Arquimedes (a ciência antiga), sendo o derradeiro mês da Antigüidade

-        César é referido duas vezes nos calendários positivistas:

o   Sendo o titular do quinto mês do calendário concreto;

o   Sendo celebrado na quarta semana do oitavo mês do calendário abstrato, dedicada ao politeísmo social (Catecismo, p. 477); César está associado a Cipião, o Africano, e a Trajano

o   Além de ser homenageado como o titular do quinto mês do ano no calendário concreto, César também é homenageado como o titular do terceiro dos dias das semanas, conforme esta tabela:

 

Dias portugueses

Segunda-f.

Terça-f.

Quarta-f.

Quinta-f.

Sexta-f.

Sábado

Domingo

Dias positivistas

Lunedia

Martedia

Mercuridia

Jovedia

Venerdia

Sábado

Domingo

Consagração histórica

Homero

Aristóteles

César

São Paulo

Carlos Magno

Dante

Descartes

Nota: os “dias positivistas” correspondem à proposta de Miguel Lemos de tradução para o português das palavras correspondentes aos nomes dos dias da semana em espanhol (lunes, martes...), italiano (lunedi, martedì...) e francês (lundi, mardi...) (e mesmo em romeno: luni, martì...).

 

-        Evidentemente todos os meses dos calendários positivistas apresentam aspectos históricos e sociológicos bem claros, mas no caso do mês de César isso é bastante marcado

o   Em primeiro lugar, tanto a Grécia quanto Roma são caracterizadas como “politeísmos progressivos” (em contraposição às teocracias, que eram “politeísmos conservadores”) (Catecismo, p. 406-407)

§  Esses politeísmos greco-romanos viram a afirmação dos guerreiros ocorrer bastante cedo, de tal sorte que foram “teocracias abortadas”, na medida em que os sacerdócios não conseguiram verdadeiramente se sobrepor aos guerreiros

§  Ainda assim, todo o conjunto das sociedades gregas e romana apresentam claramente as heranças sociais, políticas, intelectuais de teocracias anteriores, em uma evidente demonstração de continuidade histórica

o   Embora o mês de César seja dedicado à “civilização militar”, notavelmente o que menos importa aí é a celebração das guerras em si e mais o caráter social que as guerras de conquista, especialmente as empreendidas por Roma, assumiram: a frase de ninguém menos que Júlio César ilustra com perfeição esse programa: “fazemos a guerra para levar os hábitos da paz”

o   As guerras de Roma constituíram paulatinamente uma grande região de paz ao redor do Mar Mediterrâneo; assim, embora as guerras por definição sejam atividades violentas e destruidoras, a atividade romana ultrapassou largamente esse aspecto daninho e permitiu o desenvolvimento da atividade pacífica, com a produção da riqueza em bases industriais (embora, sem dúvida, o trabalho escravo e a falta de conhecimentos técnico-científicos tenham entravado muito isso)

§  as guerras de conquista de Roma permitiram a disseminação e a manutenção do conhecimento grego, regularizaram a atividade cívica e criaram as condições sociais e intelectuais para um esforço de disciplinamento moral (por meio do monoteísmo católico)

o   Se dividimos a existência de Roma em duas metades, uma vinculada à República e outra ao Império, vemos com facilidade que a primeira corresponde às guerras de conquista, ou seja, à expansão do território, enquanto a segunda metade corresponde à manutenção do território e a guerras que cada vez mais foram defensivas:

§  vale notar que, herdeiro das tradições populares das guerras sociais de Roma, ocorridas no século II aec, a figura pessoal de Júlio César estabelece o vínculo e a transição entre as duas etapas, com a conclusão das guerras de conquista (no caso, a Gália transalpina) e o estabelecimento de facto do império e a submissão do Senado

§  em outras palavras, a ação romana corresponde à realização ou ao vislumbre de realização de duas das três leis dos três estados:

·         a lei dos sentimentos: após os sentimentos humanos mais amplos limitarem-se às famílias e às cidades, com Roma aponta-se com clareza para a concepção de Humanidade

·         a lei da atividade: após as guerras de conquista concluírem-se passou-se às guerras de defesa e ao estímulo da atividade pacífica e industrial

§  apesar de Roma ser o maior prenunciador da sociocracia, na evolução humana faltavam-lhe, todavia, alguns aspectos centrais: (1) o desenvolvimento direto da regulação moral (reservada à Idade Média), (2) a extensão da lei intelectual dos três estados a todas as ciências (limitada então à Matemática, à Astronomia e a rudimentos das demais ciências – e tudo isso apenas no âmbito estático e não no dinâmico), (3) a emancipação dos trabalhadores e das mulheres (também reservadas à Idade Média) e (4) a elaboração final da síntese subjetiva (reservada ao Positivismo, após todos os passos anteriores realizarem-se)

·         César e Trajano deixaram claro o pressentimento que os romanos tinham da atividade plenamente pacífica e da fé demonstrável (Catecismo, p. 429)

§  O desenvolvimento parcial dos elementos da natureza humana foi necessário; caso ele ocorresse todo ao mesmo tempo, ou caso houvesse então a regulação total da natureza humana (sem o desenvolvimento prévio de seus elementos), ter-se-ia o (r)estabelecimento das teocracias (Catecismo, p. 409)

·         A inteligência tinha que ser o primeiro elemento a desenvolver-se e os sentimentos, o último: caso a atividade prática desenvolvesse-se antes da inteligência, a convergência forçada da guerra conquistadora constrangeria a liberdade intelectual; por outro lado, como os sentimentos têm seus contatos com a realidade externa por meio da inteligência e da atividade, eles tinham que ser desenvolvidos após o desenvolvimento preliminar da inteligência e da atividade

·         Além disso, com a cessação das guerras de conquista, os destinos coletivos perderam sua orientação, o que evidenciou a possibilidade e a necessidade de uma regulação mais ampla, abrindo então o caminho para o surgimento do catolicismo como proposta de religião universal

o   Também é digno de nota que o civismo e o bom senso romanos consideraram durante muitos séculos o catolicismo como retrógrado e imoral, com sua crença irracional, seu culto da morte, sua negação da vida em sociedade, seu fortíssimo egoísmo (Catecismo, p. 417)

o   As guerras e as atividades de Roma foram em tudo superiores às da Grécia:

§  subordinavam a inteligência à ação e valorizavam a vida ativa, em vez de subordinar a ação à inteligência e valorizar a inação

§  exigiam o concurso de todos os cidadãos e de todas as famílias (em uma ação socialmente homogênea), permitindo que a condução das guerras de conquista corrigisse espontaneamente os defeitos teocrático-aristocráticos do Senado e afirmando, no Império, o vínculo entre os líderes e o povo; já a Grécia apresentou o espetáculo de massas sociais submetidas a relativamente poucos indivíduos realmente notáveis e responsáveis pelo progresso humano (no máximo 100 nomes dignos de recordação)

§  foram guerras verdadeiramente de conquista, após momentos de conflito concentrado em um adversário temível (Cartago) e hesitações no papel de árbitro do Mediterrâneo (na Grécia), em vez de serem guerras intestinas que serviram apenas para enfraquecer as cidades e expô-las à dominação estrangeira

§  apesar de serem os conquistadores da Grécia, os romanos sempre valorizaram a herança grega, isto é, o conquistador político-militar submeteu-se intelectualmente ao vencido; de modo geral, os romanos eram muito abertos a influências convergentes e assimiláveis dos povos vencidos

§  embora sem ser vinculada às guerras em si, em Roma foi criada a hereditariedade sociocrática, em vez da hereditariedade teocrática (vinculada ao sangue) e das eleições democrático-metafísicas

-        A atividade guerreira é mais facilmente disciplinável que a atividade industrial, pois os chefes são mais claramente identificáveis, a disciplina é mais clara e mais direta e os objetivos também são mais facilmente determináveis; além disso, a subordinação do egoísmo individual aos objetivos coletivos também é mais clara, fácil e direta

o   Em contraposição, a atividade industrial é mais indireta e menos evidente, permitindo que chefes medíocres e/ou mesquinhos tenham o poder, os objetivos coletivos da ação individual são disfarçados pela divisão do trabalho, a subordinação é mais complicada e, devido a uma herança degradada da tradição militar, o mando é exercido inicialmente de maneira despótica

o   Importa notar que o elogio que Augusto Comte faz da atividade militar ao tratar de Roma não equivale, de maneira nenhuma, ao elogio dessa atividade nos dias atuais, como afirmou com má-fé indescritível o historiador paulista Sérgio Buarque de Hollanda (cf. os meus livros Laicidade na I República e Comtianas brasileiras, ambos publicados pela editora Appris)

-        O mês e as semanas do mês de César correspondem ao seguinte:

o   César – corresponde à guerra sistematizada e em seu estágio conquistador final, que encerra o ciclo de conquistas e estabelece a paz universal (na medida do possível); também indica a preeminência das preocupações sociais (e populares) e a subordinação da inteligência às preocupações sociais

o   Temístocles – representa os esforços ocidentais, principalmente gregos, para manter a independência política do politeísmo progressivo em relação a uma teocracia conservadora já retrógrada (a persa), como condição da liberdade intelectual ocidental

o   Alexandre – corresponde a uma tentativa, ocorrida no seio da própria Grécia, de estabelecer um império grande o suficiente capaz de encerrar o ciclo de conquistas militares; adicionalmente, Alexandre corresponde à vitória grega final sobre os persas; além disso, o efêmero império alexandrino teve o mérito de disseminar pelo Mediterrâneo oriental, pela Ásia Menor e por partes da Ásia Central a cultura grega, no chamado “helenismo”

o   Cipião, o Africano – corresponde aos esforços romanos para constituir, exitosamente, o seu império, desde o início da República (século VI aec) até o início das crises sociais (século II aec), em que as guerras púnicas (isto é, contra Cartago) ocupam um papel de destaque; as virtudes cívicas mais proeminentes estão representadas aí, bem como há espaço mesmo para cartagineses (Aníbal) e para líderes populares nas disputas sociais (Mário e os irmãos Gracos)

o   Trajano – apresenta os grandes imperadores do século II, que, escolhidos de acordo com a hereditariedade sociocrática, indicam o apogeu do império, com sua máxima extensão, seu máximo brilho e sua máxima força (na chamada “dinastia” nervo-antonina, que compreende os imperadores que vão de Nerva até Cômodo), além de auxiliares, juristas e alguns outros imperadores

 

Parte II – Mês abstrato: a fraternidade

-        O quinto mês do calendário positivista abstrato celebra a fraternidade

o   É o quarto mês que celebra os laços fundamentais, em número de cinco: casamento, paternidade, filiação, fraternidade e domesticidade

o   A fraternidade corresponde ao laço que liga no âmbito doméstico os filhos entre si, em que se desenvolvem e sistematizam os vínculos entre os iguais em força, os da mesma geração e os iguais em relações hierárquicas

o   Enquanto os meses da paternidade e da filiação referem-se a relações entre antepassados e descendentes, instituindo a continuidade humana, a fraternidade estabelece a relação entre indivíduos de uma mesma geração (ou, de modo geral, da mesma época), instituindo a solidariedade humana

-        São quatro as modalidades determinadas por nosso mestre na filiação, com as respectivas festas semanais; elas vão das mais completas, fortes e íntimas para as mais incompletas e fracas:

1)      Natural – são os laços completos e por vezes involuntários que ligam entre si os irmãos, mas em todo caso sendo laços de origem biológica

2)      Artificial – são os laços criados pelos pais entre seus filhos, por meio das adoções

3)      Espiritual – são os laços de apoio principalmente moral, mas também intelectual e artístico

4)      Temporal – são os laços de apoio material (econômico e político)

 

Parte III – Comemorações de aniversários e feriados cívicos

-        Em termos de aniversários, comemoramos neste mês as seguintes figuras:

o   Fundação da Igreja Positivista do Brasil (1881) (19.César – 11.maio)

o   Jean-François E. Robinet (1825-1899) – nascimento (2.César – 24.abr.)

o   Jorge Lagarrigue (1854-1894) – morte (12.César – 4.maio)

o   Cândido Rondon (1865-1958) – nascimento (13.César – 5.maio)

o   Luís Lagarrigue (1864-1949) – nascimento (24.César – 16.maio)

o   Marco Aurélio (121-180) – 1900 anos de nascimento (25.César – 17.maio)

o   Dia do Trabalho (9.César – 1° de maio)

o   União das Raças (1888) (21.César – 13.maio)

 

















 

Referências bibliográficas

Augusto Comte: Sistema de filosofia positiva, Sistema de política positiva, Catecismo positivista, Síntese subjetiva

Frederic Harrison: O novo calendário dos grandes homens

Raimundo Teixeira Mendes: As últimas concepções de Augusto Comte

Pierre Laffitte: Les Grands types de l’Humanité, v. II

David Carneiro: História da Humanidade através dos seus grandes tipos, v. 3

Ângelo Torres: Calendário Filosófico

Gustavo Biscaia de Lacerda: Comtianas brasileiras e Laicidade na I República

10 março 2020

Foto do dr. Robinet

Abaixo está uma foto do dr. Jean-François Eugène Robinet (1825-1899); ele foi médico e executor-testamenteiro de Augusto Comte e autor de inúmeras biografias de Augusto Comte, Condorcet e Danton. Aliás, no que se refere a Condorcet e a Danton, ele foi o grande responsável pela manutenção da memória histórica da atuação política desses dois grandes líderes. Além disso, republicano (afinal, era positivista), teve participação ativa na Comuna de Paris (1871).

Não possuo dados sobre a data em que a foto foi tirada, nem o lugar, nem por quem; entretanto, é seguro afirmar que foi tirada na década de 1890, haja vista o dr. Robinet já ser idoso nessa gravura.

Essa foto foi obtida graças à generosidade de meu amigo e correligionário Hernani Gomes da Costa.



12 abril 2018

Sociedade de Execução do Testamento de Augusto Comte

Entre 1857 e 1893 existiu uma Sociedade de Execução do Testamento de Augusto Comte, de âmbito internacional; tal sociedade realizou a importante tarefa de manter o legado e difundir a obra de A. Comte. 

Após 1893, com a aquisição da casa de Augusto Comte (situada na rua Monsieur le Prince, 10), Pierre Laffitte decidiu encerrar a Sociedade, substituindo-a por sua Sociedade Imobiliária; isso gerou um cisma, que foi mal e mal resolvido em 1895, pela criação de uma nova Sociedade de Execução, que perdurou até meados do século XX.

As informações abaixo foram obtidas aqui.

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Exécution testamentaire d'Auguste Comte - PARIS

Société dissoute

Année de création: 1855
Présentation de la société:
Elle a été décidée par Auguste Comte en décembre 1854.
Instituée par Auguste Comte dans son testament en 1855, elle est constituée de treize exécuteurs nommés initialement par lui et chargés de réaliser ses volontés et de transmettre son héritage (matériel et intellectuel) à ses successeurs.
Cette exécution testamentaire, entité morale, a une durée de vie illimitée. Les treize exécuteurs désignés par Comte ont ainsi été remplacés à leur décès, leurs successeurs de même et ainsi de suite.
Une Société des exécuteurs testamentaires d’Auguste Comte a été établie le 14 septembre 1857, quelques jours après la mort du Maître, pour une durée de 99 ans, dans le but de faire toutes opérations commerciales liées à la propagation des œuvres d’Auguste Comte. Avec un capital de 2600F, Pierre Laffitte en était le président. Elle est une institution clé du mouvement positiviste.
Laffitte estime que l'Exécution testamentaire était arrivée au bout de sa mission avec l'achat de l'immeuble de la rue Monsieur-le-Prince en 1893. Il dissout la société des exécuteurs au moment de la création de sa SCI en 1893, craignant certains de ses membres ouvertement schismatiques (Audiffrent et Congreve notamment). Cette manœuvre de Laffitte entraîna une révolte ouverte au sein du mouvement.
Le docteur Robinet, allié à Deullin et Foucart, voulut rétablir ce corps dissout et publia, en 1895, un manifeste de réfutation. L’Exécution testamentaire schismatique perdura et édita des circulaires annuelles. Malgré les décès successifs de Deullin, Foucart, et Robinet, des remplaçants furent tout de même nommés. L’Exécution se poursuivit ainsi sous l’impulsion du comptable Alfred Dubuisson.

Fiches prosopographiques
ARAGON Agustin (1870-1954) - Membre (1920-1954)
AUDIFFRENT Georges (1823-1909) - Membre fondateur (1855-1910)
BAIER Otto (1874-1949) - Membre (1920)
BAUMANN Antoine (1860-1925) - Membre, Secrétaire, trésorier (1900)
BRIDGES John Henry (1832-1906) - Membre (1873-1906)
CAPELLEN Charles de (1809-1886) - Membre fondateur(1855-1859)
CONGREVE Richard (1818-1899) - membre (1859-1899)
CONSTANT-REBECQUE Willem de (1807-1862) - Membre fondateur(1855-1862)
DEHERME Georges (1867-1937) - Membre (1910)
DELBET Ernest (1831-1908) - Membre (1884-1908)
DEULLIN Eugène (1827-1897) - Membre fondateur (1855-1897)
DUBUISSON Alfred (1852-1929) - Membre (1896-1929)
EDGER Paul (1875-1946) - Membre (1910-1946)
FILI Jean-Pierre (1820-1892) - Membre (1884-1892)
FLOREZ José Segundo (1813-1900) - Membre fondateur (1855-1900)
FOLEY Antoine Edouard (1820-1901) - Membre fondateur (1855-1901)
FOUCART Jean-Baptiste (1823-1898) - Membre (1873-1899)
GOUGE Auguste (1849-1937) - Membre (1920-1937)
HADERY Auguste (1818-1884) - Membre fondateur (1855-1884)
HUTTON Henry (1824-1907) - Membre (1862-1907)
KUN Léon (1845-1910) - Membre (1897-1910)
LAFFITTE Pierre (1823-1903) - Membre fondateur (1855-1903)
LAGARRIGUE Luis (1864-1949) - Membre (1900)
LIMBURG STIRUM Menno David van (1807-1891) - Membre fondateur (1855)
LONCHAMPT Joseph (1825-1890) - Membre fondateur (1855-1890)
MAGNIN Fabien (1810-1884) - Membre fondateur (1855-1884)
MONIER Camille (1847-1915) - Membre (1891-1910)
MONTESQUIOU-FEZENSAC Léon de (1873-1915) - Membre (1910-1915)
OLIVEIRA José Féliciano de (1868-1962) - Membre (1908)
PAPOT Alexis (1804-1869) - membre fondateur (1855-1873)
PÉPIN Eloi (1865-1917) - Membre (1911-1917)
PEYROULX Julien (1858-1939) - Membre (1899-??)
RATY Jules ( -1921) - Membre (1908)
RITTI Paul (1851-1940) - Membre (à partir de 1922)
ROBINET Jean-François Eugène (1825-1899) - Membre fondateur (1855-1899)
ROUX Adrien Michel (1866-1949) - Membre (1923)