No dia 23 de Homero de 170 (20.2.2024) realizamos nossa prédica, dando continuidade à leitura comentada do Catecismo positivista e começando a décima conferência, dedicada ao regime privado.
No sermão buscamos responder à seguinte questão: "será que o relativismo impede convicções profundas?".
A prédica foi transmitida nos canais Positivismo (Youtube.com/ThePositivism) e Igreja Positivista Virtual (Facebook.com/IgrejaPositivistaVirtual). O sermão começou em 1h 00 min 00 s.
As anotações que serviram de base para a exposição oral encontram-se reproduzidas abaixo.
* * *
O relativismo impede convicções profundas?
-
A pergunta do título na verdade supõe uma
afirmação prévia: “o relativismo impede convicções profundas”
o
Por outro lado, essa afirmação supõe duas meias
“constatações” populares – na verdade, dois preconceitos
– no sentido de que (1) o relativismo liga-se, propicia, estimula convicções
frágeis e de que, inversamente, (2) as convicções profundas ligam-se apenas ao
absolutismo
o
Há uma série de outros pressupostos aí; esses
pressupostos são literalmente pressupostos, isto é, são subjacentes aos
raciocínios explícitos
§ Por
exemplo: o preconceito pressuposto segundo o qual o relativismo implica, ou
significa, um estado de dúvida sistemática e, assim, de flutuação das idéias e
das convicções
o
Ao tratarmos do relativismo e das “convicções”,
o que está em questão não são apenas aspectos intelectuais, de entendimento do
mundo (a partir do relativismo), mas também questões práticas, vinculadas ao
caráter e às atividades efetivamente realizadas por todos e cada um
o
Por outro lado, da nossa parte o que está implícito
nos comentários acima é que, para o
Positivismo, o relativismo não impede convicções profundas – na verdade, bem ao
contrário, ele estimula e exige tais convicções
-
Para tratarmos do tema, vejamos cada um dos
termos principais que estamos considerando, “relativismo” e “convicções”
-
Comecemos com as “convicções”, pois, para os
nossos propósitos, elas são um tema mais rapidamente tratável
o
Podemos entender as convicções como sendo crenças íntimas que mantemos e que nos
orientam para determinadas direções práticas
o
Assim, nesse sentido, as convicções são as
idéias que sustentam os comportamentos práticos
-
“Relativismo”: o relativismo é a perspectiva
segundo a qual o ser humano constitui-se por meio das relações e, assim, tudo o
que o ser humano conhece baseia-se nas relações que ele estabelece com o
ambiente
o
Em outras palavras, a realidade humana é relacional
§ O
caráter relacional do ser humano significa então duas coisas: (1) que o ser
humano vive em relação com o ambiente e (2) que, portanto, o ser humano só
consegue conhecer aquilo com que mantém relações
o
O relativismo rejeita as concepções segundas as
quais (1) existem realidades existentes por si sós e (2) são possíveis
conhecimentos daquilo que existe por si só
§ Em
outras palavras, o relativismo rejeita o
absolutismo
o
O absolutismo que consideramos aqui é o
absolutismo filosófico, ou seja, a concepção não relativista ou
anti-relativista; mas, como o absolutismo filosófico vincula-se à teologia, é
perfeitamente possível entendê-lo no limite como se estendendo também ao
absolutismo político
§ Augusto
Comte lembrava que concepções indiscutíveis vinculam-se a ordens não
criticáveis
o
Em relação aos nossos conhecimentos, o aspecto
relacional do relativismo implica, por um lado, que as nossas concepções
dependem do ambiente em que vivemos; por outro lado, implica também que as
nossas concepções modificam-se de acordo com o tempo e com o espaço
§ As
relações que percebemos e que fundamentam o nosso conhecimento são as de coexistência e de sucessão; ou seja, são as relações que ocorrem ou que se
estabelecem entre dois ou mais fenômenos simultânea ou sucessivamente
§ Um
aspecto fundamental nessa concepção é que, sem nunca negar a atividade interna
própria ao cérebro, o interior subordina-se ao exterior, assim como os
fenômenos mais nobres subordinam-se aos mais grosseiros
·
Isso significa que há e deve haver uma troca
constante entre a objetividade e a subjetividade
o Essa
troca varia conforme o fenômeno considerado e também conforme a operação
intelectual envolvida
o Como
se sabe e como veremos, o excesso ou a falta de objetividade ou de
subjetividade, dependendo da operação intelectual envolvida, pode prejudicar
seriamente as concepções resultantes
·
Dessa forma, as variações nas concepções não são
aleatórias
§ A
variabilidade das concepções humanas segue os princípios do método subjetivo:
·
Como já indicamos, o primeiro princípio é o de
que, sem negar a atividade interna ao cérebro,
o interno submete-se ao externo
·
Em segundo lugar, todos os fenômenos seguem leis naturais
o As
leis naturais são as relações de coexistência ou de sucessão
·
Em terceiro lugar, quando mais nobre for o
fenômeno considerado, mais complicado, imperfeito e modificável ele será
o
O relativismo, dessa forma, por definição é
“autocrítico” e capaz de reavaliações contínuas de suas perspectivas
§ Todavia,
tais reavaliações não significam, nem podem significar, a negação dos
fundamentos do relativismo
§ Por
certo que tais reavaliações recomendam sempre a prudência e o cuidado: mas
prudência e cuidado são muito diferentes de tibieza, moleza e pusilanimidade
·
Há um aspecto de caráter mesmo nas elaborações
intelectuais
·
Nesse sentido, as convicções são necessárias não
apenas para as atividades práticas, mas também para as próprias elaborações
intelectuais
-
Além da concepção verdadeira de relativismo, que
é a esposada pelo Positivismo, há (pelo menos) outras duas concepções
o
A concepção de relativismo do Positivismo é
verdadeira não porque seja a do Positivismo, mas porque ela reconhece e
valoriza a natureza, reconhece e valoriza as relações do ser humano com o
ambiente (e, claro, com o próprio ser humano) e, a partir disso, regula essas
relações
o
As duas concepções adicionais de relativismo que
nos interessam aqui são:
§ O
relativismo metodológico próprio à Antropologia
§ O
relativismo ultrassubjetivista antipositivo próprio aos pós-modernos
-
Vejamos rapidamente o relativismo metodológico
da Antropologia
o
Embora ele aproxime-se um tanto daquele que nos
importa aqui, no final das contas é uma outra concepção e não nos interessa de
verdade neste momento
o
Essa concepção afirma que cada sociedade tem sua
própria visão de mundo, que deve ser respeitada e valorizada por si mesma a fim
de podermos estudar sociedades e culturas diferentes das nossas
o
Assim, podemos dizer que esse relativismo
consiste, (1) por um lado, em uma suspensão dos juízos da nossa sociedade a
respeito das outras sociedades e, (2) por outro lado, na valorização dessas
outras sociedades
o
Esse relativismo antropológico tem um aspecto
moral importante, no sentido de estimular o respeito e a valorização de outras
culturas, em particular combatendo o chamado “etnocentrismo”
o
Mas, por outro lado, esse relativismo tem que
ser empregado com cuidado e não pode ser generalizado de um ponto de vista
filosófico:
§ Por
um lado, é necessário entendê-lo principalmente como um princípio metodológico
§ Por
outro lado, a sua aplicação indiscriminada impede que se valorizem efetivamente
as várias sociedades e, portanto, impede que se avaliem os diversos traços de
cada sociedade
·
A aplicação indiscriminada do relativismo
antropológico impede a avaliação das sociedades porque postula, pura e
simplesmente, que todas as culturas seriam “equivalentes” entre si, que todas
as culturas seriam, então, “iguais” entre si, independentemente de suas concepções, de suas práticas, de seus
valores efetivos
·
No limite, o que a aplicação indiscriminada do
relativismo antropológico estabelece é a visão de mundo da “colcha de retalhos”
cultural
o Essa
visão de mundo da “colcha de retalhos” é própria à obra do antropólogo
teuto-americano Franz Boas e, daí, do multiculturalismo propagado e praticado
pelos Estados Unidos e pelo Canadá
-
A segunda outra concepção de relativismo que devemos
considerar aqui é a do senso comum atual
o
Para o senso comum atual, o “relativismo” é
entendido de uma forma que se aproxima do Positivismo em alguns aspectos, mas
que difere em aspectos importantes:
§ O
“relativismo” do atual senso comum – e é importante enfatizar que se trata do atual senso comum – opõe-se de fato ao
absolutismo, mas opõe-se de maneira bastante dura
§ O
relativismo do senso comum postula que convicções firmes só existem no âmbito
do absolutismo
·
O fundamento dessas convicções firmes absolutas
estaria em que somente o indiscutível é firme e sólido
·
Inversamente, as concepções relativistas seriam
frouxas ou, ainda, fluidas ou, ainda, “suaves”
§ Uma
forma bastante reveladora de entender essa dicotomia – e trata-se aqui, de
fato, de uma dicotomia, ou seja, de
uma divisão entre duas concepções opostas – é considerar que quem tem
convicções firmes seria “dogmático”, no sentido de que seria duro, incapaz de
discutir idéias, pouco ou nada afeito à reflexão “crítica”, ao autoexame, à
reavaliação das próprias concepções etc.
o
Reiterando, então: o que está subjacente é que a
firmeza de concepções é própria ao absolutismo e que o relativismo implica uma
certa debilidade
§ Essa
debilidade do relativismo deve-se a que, nessa concepção, não há “verdade”, mas
apenas situações momentânea e fugidiamente estáveis ou acordos parciais e/ou
contextuais, na forma de “jogos”, “convenções”, “construções sociais” etc.;
além disso, rejeitam-se as noções universalistas e generalistas, em favor de
concepções particularistas
·
Dizendo de outra forma: trata-se de um
ultrassubjetivismo, que, além disso, rejeita a noção de objetividade
o
Essa forma de entender o relativismo vincula-se
às concepções do chamado “segundo Wittgenstein” que, a partir dele, influenciou
(e influencia) gerações de filósofos e teóricos
§ As
reflexões do “segundo Wittgenstein”[1],
expostas no livro póstumo Investigações
filosóficas (1953), por um lado rejeitavam a busca da verdade e, por outro
lado, propunham para a filosofia a tarefa de ser “terapêutica”
§ Há
nessas reflexões um viés antimetafísico, antiessencialista e antiabsolutista (o
que sem dúvida as aproxima do Positivismo); mas, como decorrência disso e da
rejeição da verdade, há também a concepção de que toda e qualquer verdade é
sempre, necessária e profundamente contextual
o
Essas concepções foram reafirmadas ao longo do
século XX por diferentes pensadores, especialmente os de origem (ou de vinculação)
anglossaxônica e próximos às chamadas “filosofia da linguagem” e “filosofia
analítica”
§ Os
pensadores pós-modernos são herdeiros diretos dessas concepções
§ Essas
concepções são tão intensas que mesmo pensadores que não são “pós-modernos”,
como Ernst Gellner[2], acabaram aceitando-as,
especialmente no que se refere à definição atual de “relativismo”
-
A concepção atual de relativismo apresenta,
portanto, alguns elementos importantes (o antiabsolutismo, por exemplo), ao
mesmo tempo em que apresenta traços profundamente problemáticos (como a
rejeição de qualquer busca da verdade e a correlata concepção de que a verdade
é meramente um acordo instável e temporário entre grupos e indivíduos que estão
perpetuamente em disputa)
o
Dessa forma, essa concepção atual de relativismo
realmente se distancia bastante das convicções profundas; na verdade, ela
sugere e estimula uma atitude meio superficial em relação à vida
o
Inversamente, essa concepção atual de
relativismo estimula a concepção de que as convicções profundas são próprias (apenas)
a perspectivas absolutistas
§ O
resultado, portanto, é que apenas os teológicos (e, por extensão implícita, os
fanáticos) são verdadeiramente convictos de suas idéias; os relativistas são
superficiais, banais, frágeis e, daí, meio covardes
-
É necessário retornarmos ao Positivismo e à
questão do título deste sermão: será que o nosso relativismo estimula
convicções fracas?
o
Respondendo de mais clara e direta: não, o nosso
relativismo não estimula convicções
fracas; ao contrário, ele estimula convicções firmes
§ É
claro que “convicções firmes” não equivalem a “convicções fanáticas” – nem equivale
às variações que o atual senso comum vincula ao fanatismo: ausência de
“autocrítica”, ausência de “senso crítico”, “dogmatismo”, “dureza de
concepções” etc.
o
Como e por quê o nosso relativismo estimula
convicções firmes?
§ Antes
de mais nada: viver a vida exige tanto regras claras e estáveis quanto firmeza
de propósitos
·
A firmeza de propósitos é uma qualidade por si
só (é um atributo prático), mas é evidente que regras claras e estáveis
facilitam essa firmeza
o Já
afirmamos várias vezes nesta exposição de diferentes maneiras, mas convém
reafirmar mais uma vez: a “firmeza de propósito” (e as regras claras e
estáveis) não equivale à incapacidade de cada um reavaliar o próprio
comportamento, as próprias concepções etc.; em outras palavras, a firmeza de
propósito (e as regras claras e estáveis) não implica necessariamente
concepções absolutas
§ A
firmeza de propósitos é necessária simplesmente porque a vida impõe
dificuldades e obstáculos que, para serem enfrentados, exigem persistência (ou
seja, manutenção do comportamento adotado e/ou necessário ao longo do tempo)
·
A multiplicidade de caminhos possíveis a serem
adotados na vida (bons ou ruins, certos ou errados etc.), por seu turno, também
requer regras claras e estáveis para a firmeza de propósitos
o
Devemos perceber que o verdadeiro relativismo
rejeita apenas as concepções absolutas, mas não impede (nem haveria por que
impedir) a busca de verdades
§ Como
vimos antes, a variabilidade das verdades não implica que elas sejam
aleatórias, na medida em que elas vinculam o interior ao exterior por meio das
relações de coexistência e sucessão (ou seja, das leis naturais)
o
Também devemos ter clareza a respeito das
relações entre inteligência e atividade prática:
§ A
inteligência esclarece o mundo a fim de orientar a atividade prática: isso
significa que, por mais importante que sejam as nossas concepções sobre o
mundo, tais concepções são importantes acima de tudo como um meio, isto é, como um instrumento para que possamos agir no
mundo
·
A utilidade desse instrumento vincula-se à
adequação ao mundo, exatamente nos parâmetros das leis naturais, e não como
acordos ultrassubjetivos, frágeis e locais entre pessoas que não se levam muito
a sério
§ Na
medida em que a inteligência é um instrumento a serviço da atividade prática,
ela deve subordinar-se à atividade prática
·
Evidentemente, isso não significa que a subordinação da inteligência à atividade
prática equivalha à degradação da inteligência
·
Isso significa, sim, que, sendo a operação da
inteligência e seus possíveis objetivos muito grandes e variáveis, eles devem
pautar-se e orientar-se pelos parâmetros da atividade prática, a fim de que não
se descaminhem
·
A concepção da inteligência como subordinada à
atividade prática e como orientada por ela corresponde à visão positiva da inteligência – e, por extensão, do relativismo
§ Nesse
sentido, é necessário termos clareza de que os objetivos propostos pelos
pós-modernos, por R. Rorty e pelo segundo Wittgenstein para a inteligência
correspondem ao descaminho da inteligência, à sua perda de rumo
-
Em suma:
o
O
verdadeiro relativismo não apenas permite como exige convicções profundas:
§ As convicções profundas próprias ao
relativismo não equivalem à ausência de autocrítica, à incapacidade de
reavaliar o próprio comportamento, ao dogmatismo etc.
§ As convicções profundas são estimuladas pelo
relativismo, na medida em que enfrentar a vida exige esforços contínuos e
esclarecidos pelo conhecimento da realidade
§ Essa forma de entender o relativismo, as
convicções profundas e suas relações corresponde à concepção positiva disso
tudo; o que nega tais concepções constitui perspectivas metafísicas, críticas,
destrutivas e prejudiciais ao ser humano
o
O atual
relativismo nega não apenas as concepções absolutas como quaisquer concepções
da verdade
§ O atual relativismo afirma que não existe
nenhum tipo de verdade, apenas acordos parciais, temporários, frágeis, particularistas
e ultrassubjetivos
·
Essa
concepção baseia-se – pelo menos em sua versão do século XX – nas idéias do
segundo Wittgenstein (das Investigações filosóficas), serve de fundamento para os pós-modernos e é exemplificada pelo
estadunidense Richard Rorty
§ Para o atual relativismo, a filosofia – e,
por extensão, a inteligência – não tem nenhuma utilidade maior além de
sacramentar e mais ou menos permitir conversas superficiais entre grupos
específicos de seres humanos
·
O objetivo
de tais conversas é apenas dar satisfação momentânea às ansiedades dos seres
humanos
§ A filosofia (e, daí, a inteligência) é
portanto superficial, banal e mais ou menos inútil; as convicções daí
decorrentes são frágeis
·
É
inevitável chegar à conclusão de que o atual relativismo constitui um descaminho dos objetivos da inteligência e que,
portanto, ele corresponde a uma concepção metafísica da inteligência, da
existência humana e das suas relações com a atividade prática
§ É claro que, apesar de sua superficialidade, de sua banalidade e de sua fragilidade, esse atual relativismo apresenta por outro lado uma capacidade intensa de criticar como sendo “acrítico”, “dogmático”, “essencialista” etc. tudo aquilo que não padece dos seus próprios defeitos
[1] A expressão
ao “segundo Wittgenstein” refere-se à segunda grande parte da carreira desse
pensador, desenvolvida a partir da década de 1930 e voltada à chamada “filosofia
da linguagem comum”. Tendo vivido entre 1889 e 1951, a primeira grande parte da
sua carreira desenvolveu-se até os anos 1920 e dedicou-se à filosofia da matemática,
à filosofia da lógica e a investigações que consideravam a linguagem como um tipo
de lógica (e vice-versa). A grande obra da primeira fase de Wittgenstein é o Tratado lógico-filosófico (1921); como
indicamos acima, a grande obra da segunda fase é o livro póstumo Investigações filosóficas (1953).
[2] A referência que fazemos aqui a Ernst Gellner (1925-1995) deve-se a que ele, sendo um defensor do racionalismo de origem iluminista e um crítico tanto do absolutismo (teológico) quando do laxismo filosófico, moral e prático do pós-modernismo, não elaborou nenhuma concepção de relativismo que fosse além das difundidas pelos pós-modernos a partir de Wittgenstein. De modo mais específico, expondo suas concepções, Gellner participou do evento “O relativismo enquanto visão de mundo”, que ocorreu em 1993 e que teve seus anais publicados em 1994 sob o título Banco Nacional de Idéias – O relativismo enquanto visão de mundo e organizado por Antônio Cícero e Waly Salomão; da mesma forma, Gellner expôs essas suas concepções no volume Pós-modernismo, razão e religião (Lisboa, Instituto Piaget, 1994). Assim, a referência a Gellner é feita a título de exemplo da adesão generalizada à concepção vulgar de relativismo, mesmo da parte de pensadores que são, ou seriam, críticos dessa concepção vulgar.
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