23 fevereiro 2015

Artigo "Problemas de ensino e pesquisa de métodos e teorias: reflexões sobre três oposições"

A revista Ius Gentium, do grupo Uninter (Curitiba), publicou um texto de minha autoria, intitulado "Problemas de ensino e pesquisa de métodos e teorias: reflexões sobre três oposições".

Embora trate de questões mais acadêmicas, ele é evidentemente inspirado pelo Positivismo e pela obra de Augusto Comte.

O texto pode ser lido aqui.

O resumo do artigo é este:

A presente comunicação pretende refletir a respeito do ensino e da pesquisa de métodos e teorias em Ciência Política e RI (Relações Internacionais), a partir de nossa experiência pessoal em tais áreas. Para isso, o texto organiza-se em função de três oposições usuais: (1) Ciência Política versus Relações Internacionais; (2) métodos qualitativos versus métodos quantitativos; (3) teoria "empírica" versus teoria "normativa". A comunicação não será um "relato de caso", mas a discussão de alguns problemas de ensino e pesquisa de métodos e teorias recorrentes. No que se refere à primeira oposição, afirmamos a autonomia de cada área mas consideramos que RI é uma especialização teórico-metodológica da Ciência Política. Sobre a segunda oposição, entendemos que deve ocorrer um pluralismo metodológico, com vistas à complementaridade entre as metodologias, em vez da separação entre elas, resultando em "duas culturas" diferentes. Sobre a terceira oposição, vamos na direção contrária das críticas correntes a alguns desenvolvimentos do comportamentalismo e defendemos que a teoria política "empírica" deve ser levada tão a sério quanto a teoria "normativa".

Palavras-chave: Ensino de Ciência Política; Ensino de RI; Métodos de pesquisa; Métodos qualitativos; Métodos quantitativos; Teoria Política empírica; Teoria Política normativa.

09 fevereiro 2015

Manuais brasileiros de Sociologia e viés anticientífico

Estes dois manuais-coletâneas dão uma boa indicação das tendências contemporâneas das Ciências Sociais no Brasil, em que se privilegia cada vez mais o individualismo metodológico e o hipersubjetivismo, em que se toma a psicologia social como se ela fosse Sociologia e em que, resolutamente, rejeitam-se a idéia de uma "ciência" social e, incrivelmente, também a própria idéia de "sociedade".

Durkheim, Marx e Weber, desde que Talcott Parsons e Anthony Giddens assim o decretaram, são os "pais fundadores" das Ciências Sociais; mas os outros autores - Schultz, Simmel, Goffmann, até H. Becker e o Z. Bauman - representam esse hipersubjetivismo anticientífico (e anti-sociológico!) que se espalhou pela "ciência social" brasileira.

Assim, a ausência de Augusto Comte em ambos os manuais não tem absolutamente nada de acidental: incluir o fundador da Sociologia seria o mesmo que afirmar um viés ao mesmo tempo científico, histórico e que reconhece a autonomia lógica e teórica das Ciências Sociais.

http://www.zahar.com.br/livro/textos-b%C3%A1sicos-de-sociologia

Sociologia - essencial (http://www.companhiadasletras.com.br/penguin/titulo.php?codigo=85063#)

Textos básicos de Sociologia (http://www.zahar.com.br/livro/textos-b%C3%A1sicos-de-sociologia)