Mostrando postagens com marcador Festa geral dos mortos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Festa geral dos mortos. Mostrar todas as postagens

21 janeiro 2022

Hernani Gomes da Costa: "Figuras da IPB com quem convivi"

O texto abaixo é a versão escrita e estendida de anotações que o meu querido amigo e correligionário Hernani Gomes da Costa leu no dia 1º de janeiro de 2022, como uma celebração da Festa Geral dos Mortos (ocorrida na véspera, no dia 31 de dezembro). Tal celebração ocorreu no lançamento da Rede Humanidade, iniciativa informal de Érlon Jacques de Oliveira.

As anotações abaixo servem de registro biográfico e também institucional de algumas das figuras mais belas e mais emblemáticas da Igreja Positivista do Brasil (IPB), entre as décadas de 1980 a 2000, e que revelam também o quanto o Positivismo pode ser, e de fato é, uma fonte de beleza, de ternura e de energia para o congraçamento e a melhoria da Humanidade.


*   *   *


Figuras da Igreja Positivista do Brasil com quem convivi

Celebração da Festa Geral dos Mortos

(1.1.2022)

 

Hernani Gomes da Costa

 

Quero dedicar este momento de gratidão à celebração da memória de alguns dos amigos e amigas que eu conheci do Templo da Humanidade, da Capela da Humanidade e do Centro Positivista do Paraná. Embora não mais se achando objetivamente entre nós, eles estão bem vivos em mim, na lembrança que tenho das imagens deles, nos doces sentimentos que estas evocam e nos hábitos que eu preciso imitar se quiser ser tão feliz como eles foram nessa existência tão rica quanto sóbria a que o Positivismo nos convida ao mais completo e perfeito desfrute e que a morte mesma só faz avivar.

-        Stella da Cunha Santos: Aquela cuja fala pausada e calma fazia-me prestar uma atenção dupla a cada vírgula do que me dizia (aliás nunca antes vírgulas puderam ser tão audíveis...). É também aquela com quem eu busco obter a virtude dessa serenidade que nada tem de fria e distante, assim como a aguda penetração psicológica que só possuem aqueles que se inclinam a ouvir com respeito o que uma outra alma tem a dizer, por mais tolo ou incompreensível que a princípio nos pareça.

-        Beatriz Torres Gonçalves, a Bia: jamais eu vi em outro rosto humano uma expressão tão gentil e que eu diria mesmo parecer haver se fixado, de tão habituais tornaram-se nela os exercícios dos músculos que à essa terna alegria correspondem. Dela eu busco obter (no que me couber) a exuberância de uma vitalidade que parecia transcender à fragilidade de um corpo de mais de 90 anos.

-        Wally Leal Freire de Souza: a pequena, bem humorada e por vezes rascante professora de música, cuja fala lembrava uma rápida sequência de minúsculas explosões, vindas de alguma artilharia de brinquedo; é também aquela de quem eu espero poder obter toda a inquebrantável altivez caso a vida me empurre a situação de ter de enfrentar, como essa corajosa mulher o fez, algum mal corpóreo incurável que não me permita senão um último ano de vida.

-        Sofia Torres Gonçalves, a irmã da Bia. Ela era de uma vozinha quase inaudível, um sussurro emanado de um corpo cuja severa e dolorosa escoliose eu logo me encarreguei de livrá-la na construção da imagem interior que dela formei, mesmo antes de sua transformação (e sem que a ausência desse estorvo oferecesse o menor prejuízo à realidade de sua vida subjetiva). Se da Wally eu obtive a coragem frente ao abalo de uma surpresa fatal, da Sofia eu obtive o exemplo complementar da resignação, diante de um longo convívio com limites físicos que, sem provocarem a morte ou encurtarem a vida, colocam-nos frente a única alternativa honrosa de aprender a melhor nos adaptarmos a eles pelo único caminho do suportar.

-        Tasso Bolívar Garcia Paula. O maior contador dos “causos” humorísticos e pitorescos de nossa Igreja, aquele que vendo em mim uma esperança apostólica, me proveio de um subsídio mensal tão logo eu comecei a realizar as prédicas dominicais. Um episódio tocante permitirá mostrar como era o seu carinho pela obra e pela pessoa de Comte. Certa vez ele declarou a mim que sempre foram muito difíceis os seus estudos da doutrina, através das leituras da Filosofia e da Política positiva, revelando-me também que certas passagens (e às vezes páginas inteiras consecutivas) escapavam-lhe totalmente à compreensão. Ele porém dizia que, mesmo assim, não se arrependia desse seu estudo, uma vez que também podemos sentir toda a beleza do canto de um pássaro sem no entanto compreender uma só palavra do que ele esteja querendo dizer.

-        Henrique Batista da Silva Oliveira, o Almirante Henrique, a quem eu encontrava no Clube Positivista, onde conversávamos longamente sobre a doutrina. Ele foi, ao que eu saiba, o nosso último confrade a receber o sacramento da destinação paramentado como aspirante ao apostolado da Humanidade. Foi a pessoa com quem eu mais me senti seguro em tudo o que se refere à formação teórica do Positivismo. E aquele portanto a quem, mesmo sem saber, eu gostava de me espelhar em todas as ocasiões em que se faziam necessárias exposições sintéticas do conjunto da doutrina. Sua personalidade dava-me uma sensação única de estar sobrepairando bem acima dos problemas do tempo presente. Jamais me foi possível ver tão bem combinados como em sua conversa o caráter solene de um assunto com o tom jovial de um simples e despretensioso bate-papo informal. Havia mesmo nele um certo sorriso de Gioconda e que o fazia parecer estar falando da glória a que está reservada a Humanidade nos tempos futuros, não como um teórico, mas como se ele próprio fosse um de seus habitantes, que nos houvesse voltado ao passado para nos dar mais uma chance. Devo confessar que ainda estou bem longe de aprender como é que se faz isso...

-        Rubem Descartes de Garcia Paula, a única pessoa nascida no século XIX que eu conheci em minha idade adulta; nós éramos unidos por uma ciência cultivada em comum – a Química – de onde ambos obtivemos os mais diretos subsídios teóricos para alcançar o estado positivo do entendimento. Seu livro Religião, uma criação da Humanidade, que eu li antes mesmo de minha primeira visita ao templo (livro que foi um dos pouquíssimos a manter o interesse do meu pai além da página cinco), proporcionou-me uma impressão que só hoje, enquanto escrevo essas linhas, pude notar como importou para o meu desejo de conhecer mais a fundo o Positivismo. Seu Descartes foi para mim o primeiro autor positivista contemporâneo a escrever (com a leveza e o frescor de um escritor contemporâneo) sobre a nossa doutrina, o que me permitiu num momento decisivo de minha formação reconhecer, já a partir do estilo, antes mesmo que pelo conteúdo, toda a atualidade da Religião da Humanidade, e que uma obra mais antiga talvez não me pudesse evidenciar.

-        Ruyter Demaria Boiteux, o médico com quem eu conversava sobre assuntos biológicos, foi o ser mais próximo da santidade que eu tive a ventura de conhecer na Igreja. Condecorado por heroísmo ao conseguir extrair um projétil explosivo da perna de um soldado, poupando-o da amputação, ele dedicava como médico boa parte de suas horas de trabalho a atendimentos gratuitos de quantos chegassem ao consultório. Seu bom humor auxiliado por uma generosa expressividade mímica eram tão envolventes e a medicina compunha de tal modo o seu ser que, ao conversar com ele, tinha-se a sensação de um vigor salutar renovado, de se estar falando mais rápido, respirando melhor e mesmo sacudindo partes do corpo que até então manteríamos prudentemente quietas.

-        Mozart Pereira Soares. Financiado pelo Doutor Ruyter, eu viajei à Capela da Humanidade para integrar aquele que seria o penúltimo encontro anual de positivistas; de que ele, Ruyter, fôra sempre o seu esteio. E foi na casa do Professor Mozart que eu e um outro confrade, Arthur Virmond de Lacerda, nos hospedamos por toda a duração do encontro, que embora breve, bastou para que eu obtivesse da amistosidade de seu caráter e de sua vasta erudição uma impressão perene junto a todas as demais pessoas aqui retratadas e com quem eu convivi por tão mais tempo. O meu carinho e respeito por ele tem um sabor todo especial, tendo o Professor Mozart me convidado para assistir ao filme do Batman (aquele contra o Pinguim), ocasião em que ele não perdeu nenhuma oportunidade de tecer considerações éticas às principais situações de sua trama.

-        Paulo de Tarso Monte Serrat, O psiquiatra paranaense que anualmente vinha nos brindar com suas práticas calorosas, sempre de grande impacto emocional. Dono de uma voz privilegiada, que conseguia a um tempo ser alta sem tornar-se agressiva e grave sem tornar-se lúgubre; suas conferências eram a ocasião esperada em que se podia experimentar todo o prazer das reverberações acústicas do Templo da Humanidade e cuja eficiência parecem desafiar as leis da Física. Ele era a meu ver o único confrade a fazer do otimismo diante da vida e das pessoas a sua principal plataforma religiosa. Por vezes somos, como positivistas, seduzidos a um perigo moral que consiste em acabarmos transformando o nosso amor à Humanidade numa falsa justificativa com a qual chegamos ao paradoxal resultado de gostar mais da Humanidade do que de gente. Contra esse perigo, as prédicas do Doutor Paulo de Tarso funcionaram sempre, e antes de tudo, como um santo remédio.

-        Alfredo de Moraes Filho: foi, de todos os vultos aqui retratados nestas brevíssimas pinceladas, aquele com quem eu convivi de mais perto e por mais tempo, juntamente com sua esposa, Ondina de Moraes. Seu temperamento enérgico porém não era de molde a nos permitir grandes aproximações. E se por um lado essa acolhida parcimoniosa e mesmo permanentemente desconfiada pôde ter servido como um filtro que evitou tanto quanto possível franquear-se a Igreja a todo tipo de pessoa, também infelizmente acabou isolando-a do mundo atual, em oposição ao que mais desejariam os apóstolos Miguel Lemos e Teixeira Mendes. Guardo dele, porém, a imagem daquele que, depois dos dois apóstolos, foi, ao meu ver, quem mais se dedicou e se sacrificou pela Igreja e pelo movimento positivista, inclusive em tempos de repressão política; onde a campanha do “Petróleo é Nosso” irmanou comunistas e positivistas num aspecto comum do trabalho de ambos em prol de um mundo mais justo.

Faltam algumas outras pessoas que o tempo de que disponho não me permite acrescentar aqui senão os nomes, mas sobre as quais eu teria tanto a dizer quanto já o fiz: Ondina de Moraes; Francisco Ribeiro Dantas; Ângelo Torres; Jorge Torres Gonçalves; Júlio Costa e Tales de Muriaé Garcia Paula.

22 dezembro 2020

Roteiro da exposição sobre o décimo-terceiro mês dos calendários positivistas (Bichat e Proletariado)

O vídeo do roteiro abaixo se encontra disponível aqui.


*   *   *


Roteiro da exposição sobre o décimo-terceiro mês dos calendários positivistas

 

Parte I – Mês concreto: Bichat

 



-        13º e último mês do calendário positivista concreto

o   Considerando o ano júlio-gregoriano de 2020 (ano bissexto), o mês de Bichat começa em 2 de dezembro e termina em 29 de dezembro

§  Após o décimo-terceiro mês, há dois dias complementares:

§  Festa Geral dos Mortos (30 de dezembro)

§  Festa das Mulheres Santas (31 de dezembro)

o   O décimo-terceiro mês concreto representa a ciência moderna

§  É o sexto mês da modernidade

§  Após os meses da Antigüidade e da Idade Média, a modernidade apresenta-se com seus seis meses (Dante, Gutenberg, Shakespeare, Descartes, Frederico, Bichat)

-        A ciência integra o que Augusto Comte chamava de “duplo movimento moderno”, isto é, de decomposição rápida (da teologia e do sobrenaturalismo, isto é, da síntese absoluta) e composição lenta (da ciência e naturalismo, isto é, da síntese relativa)

o   Enquanto a síntese absoluta ficou exausta já no término da Idade Média e foi destruída com as pesquisas de Copérnico e de Kepler (século XV) (e a respectiva ordem social foi posta abaixo na Revolução Francesa), a síntese relativa precisava percorrer toda a escala enciclopédica, não apenas para estender a todas as ordens de fenômenos o dogma das leis naturais, mas também para permitir que a Sociologia e a Moral constituídas exercessem seu papel de coordenação sobre o conjunto da existência humana (incluindo aí as ciências inferiores)

o   As bases da Matemática e da Astronomia foram lançadas na Antigüidade, bem como várias observações importantes mas mais ou menos dispersas das outras ciências (especialmente Biologia, Sociologia e Moral), da Física em diante as ciências constituíram-se apenas na modernidade: a Física com Galileu e Newton, a Química com Lavoisier, a Biologia com Bichat, Gall e Broussais – e, claro, a Sociologia e a Moral com Augusto Comte

o   A ciência tem uma importância pelo menos tripla para a Religião da Humanidade:

§  seu conjunto estabelece o dogma fundamental do Positivismo, que é o da realidade baseada nas leis naturais --> isso é o fundamento do relativismo

§  explica os vários fenômenos quaisquer --> a partir daí, rejeita-se a possibilidade de uma única grande lei explicativa do mundo (como seria a gravitação), pois os fenômenos são variados e as sete categorias fundamentais são irredutíveis umas às outras

§  Para Comte, uma ciência é um conjunto de princípios, leis, reflexões e métodos ao redor de um tipo de fenômenos; assim, há a possibilidade de aumentar-se ou diminuir-se a quantidade de “ciências”: as sete ciências fundamentais correspondem à quantidade mínima, irredutível, de ciências

§  O princípio fundamental do Positivismo, em relação às várias ciências, é que os fenômenos mais nobres são subordinados aos mais grosseiros

§  aplicações práticas, ou tecnologia, ou artes práticas, de que as duas primeiras são a Moral Prática (pedagogia e psicologia clínica) e a política

o   A ciência, portanto, é a base da síntese relativa; entretanto, a Religião da Humanidade não se limita à ciência, isto é, o Positivismo não é um cientificismo:

§  a ciência entregue a si mesma é dispersiva, ou seja, tende a considerar que suas investigações são importantes por si mesmas, independentemente de ou mesmo desprezando qualquer aplicação teórica ou prática à isso se baseia em um absolutismo objetivista, que considera que somente o que importa é a “realidade”, desprezando-se as necessidades humanas (portanto, subjetivas) e as nossas possibilidades de atuação

§  além disso, a ciência acarreta dois problemas morais: estimula o orgulho e a vaidade e seca o coração

o   A reunião desses dois problemas resulta em que a ciência é ambígua: embora ela seja necessária para a síntese relativa, entregue a si mesma ela torna-se contrária ao relativismo, rejeitando a disciplina moral e dando continuidade ao absolutismo e ao objetivismo

§  É devido a esses motivos que Augusto Comte afirmava, já em 1851, que a própria ciência é tão provisória quanto a teologia e a metafísica e, portanto, que deve ser tão ultrapassada quanto as duas modalidades anteriores de pensamento

§  A lei dos três estados seria, portanto, uma lei dos quatro estados, em que a ciência dividir-se-ia em estado científico (analítico) e em estado científico filosófico (sintético)

§  Teixeira Mendes observava que a lei dos três estados pode (e deve) ser entendida como a passagem do absolutismo para o relativismo

-        A importância de Bichat para a síntese positiva (isto é, subjetiva e relativista) está em que ele propôs a teoria positiva da vida, como sendo a troca permanente e dinâmica entre o organismo e o meio ambiente; além disso, ele afirmava que os seres vivos provêm dos próprios seres vivos

o   A obra de Bichat opunha-se às concepções mecanicistas (de Boerhaave, para quem a Biologia é redutível à Química) e às espiritualistas (de Stahl, para quem a vida ocorre devido a espíritos sobrenaturais)

o   A afirmação das leis biológicas põe por terra as pretensões de sínteses objetivistas (baseadas em particular na Física), ao mesmo tempo que a Biologia constitui a transição natural e necessária para as ciências superiores (Sociologia e Moral)

-        O mês e as semanas do mês de Bichat correspondem ao seguinte:

o   Bichat – é o fundador da teoria positiva da vida, que foi um passo fundamental para a constituição da síntese relativista e subjetiva

o   Galileu – corresponde à Física moderna

o   Newton – corresponde ao cálculo, que é o complemento da Física, da Astronomia e a parte superior da Matemática

o   Lavoisier – corresponde à Química moderna

o   Gall – corresponde à Biologia moderna e, em particular, às pesquisas que indicam que a “alma” consiste no conjunto das funções cerebrais

 

Parte II – Mês abstrato: o proletariado (providência geral)

-        O décimo-terceiro mês do calendário positivista abstrato celebra o proletariado, responsável pela providência geral

o   O proletariado deve ser entendido, por um lado, em estreita relação com o patriciado e, por outro lado, com seus vínculos com o sacerdócio (ao qual está associado com as mulheres)

§  A vinculação do proletariado com o patriciado está em que ambos são os responsáveis pela geração, manutenção e transmissão da riqueza; enquanto o patriciado corresponde ao poder concentrado, o proletariado corresponde ao poder disperso (e, portanto, a sua força vem de sua associação coletiva)

§  A vinculação do proletariado com o sacerdócio vem de seu papel fiscalizador do poder – seja do poder político, seja do poder econômico, seja mesmo do poder de aconselhamento do sacerdócio

§  O proletariado não é em si mesmo “ativo” no sentido que se dá ao governo e aos patrícios, mas é claro que em suas atividades profissionais e em seu papel fiscalizador ele é ativo, embora de uma forma diferente: fiscalizar não é o mesmo que realizar e/ou comandar

o   O proletariado deve corresponder ao conjunto da sociedade, devido ao seu peso numérico; a massa da classe média deve ser incorporada ao proletariado, enquanto a elite da classe média deve ser incorporada ao patriciado

§  A condição proletária do proletariado não deve implicar miséria nem propriamente pobreza à estão em questão aí as condições mínimas de vida (e não somente de sobrevida) e de dignidade

§  Os proletários têm que receber salários que lhes permitam viver com dignidade, isto é, tendo suas próprias moradias (mesmo que estas sejam financiadas ao longo do tempo) e podendo sustentar suas famílias (esposa, filhos, pais)

§  Os proletários devem ser os donos de seus instrumentos de uso contínuo e seus salários devem ser compostos de duas partes, uma fixa e outra variável (correspondente à produtividade e aos méritos de cada trabalhador)

§  Enquanto os proletários devem respeitar os seus patrões, os patrões devem verdadeiramente proteger e cuidar de seus trabalhadores ("dedicação dos fortes para com os fracos, veneração dos fracos pelos fortes")

§  De maneira acessória, a luta de classes pode ser utilizada para que os proletários lembrem aos patrícios suas responsabilidades

-        São quatro as modalidades determinadas por nosso mestre na providência geral, com as respectivas festas semanais:

1)      Proletariado ativo – Festa dos inventores (Gutenberg, Colombo, Vaucanson, Watt, Montgolfier) – corresponde ao conjunto dos proletários, que são trabalhadores (isto é, servidores ativos da Humanidade)

2)      Proletariado afetivo – corresponde às mulheres proletárias, que são as companheiras populares dos proletários

3)      Proletariado contemplativo – corresponde aos proletários estéticos e/ou científicos que não integram o sacerdócio mas têm um pendor mais teórico que prático; são eles que realizam a fiscalização proletária do governo, do patriciado e do sacerdócio

4)      Proletariado passivo (S. Francisco de Assis) – corresponde aos mendigos (passageiros ou permanentes), que lamentavelmente nunca deixarão de existir mas que podem exercer importantes reações morais, intelectuais e práticas sobre todas as classes sociais

 

Parte III – Comemorações de aniversários e feriados cívicos

-        Em termos de aniversários, comemoramos neste mês as seguintes figuras:

o   Gombert-Alexandre Réthoré (1820-1892) – 19 de Bichat (20 de dezembro)

 




 

Referências bibliográficas

Augusto Comte: Sistema de filosofia positiva, Sistema de política positiva, Catecismo positivista, Síntese subjetiva

Frederic Harrison: O novo calendário dos grandes homens

Raimundo Teixeira Mendes: As últimas concepções de Augusto Comte

David Carneiro: História da Humanidade através dos seus grandes tipos, v. 6

Ângelo Torres: Calendário Filosófico