19 de janeiro,
nascimento de Augusto Comte, o fundador da Sociologia e da Religião da
Humanidade
Primeiros anos
Em 19
de janeiro de 1798 nascia na cidade de Montpellier, no Sul da França, Isidore
Auguste Marie François Xavier Comte – ou, como passou a chamar-se mais tarde,
apenas Augusto Comte. Ainda adolescente, mudou-se para Paris, aonde foi estudar
na Escola Politécnica; mas, devido ao clima político, que freqüentemente resultava
em sérios problemas com a disciplina militar da Escola, foi obrigado a sair
dela. Enquanto estudou lá, todavia, leu avidamente História, Filosofia, Moral e
as várias ciências – interesse que manteve e desenvolveu ao longo da vida.
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Objetivo na vida: reformar a sociedade
Tornou-se
professor de Matemática para ganhar a vida, mas sua preocupação fundamental era
entender as profundas mudanças sociais, políticas e intelectuais por que
passava a França e a Europa: Revolução Francesa, guerras napoleônicas,
Revolução Industrial, miséria crescente, avanços científicos. Assim, elaborou e
realizou o projeto de entender cientificamente a sociedade e o desenvolvimento
histórico humano; para isso, após examinar historicamente as características de
cada uma das ciências existentes até então – Matemática, Astronomia, Física,
Química e Biologia –, criou a ciência da sociedade, a Sociologia.
Política positiva
Mas
enquanto a Sociologia estuda a sociedade, esse estudo tem que ser aplicado na
prática, para evitar, solucionar ou diminuir os problemas e conflitos que a
sociedade enfrentava. Foi por esse motivo que Augusto Comte, com base nas
pesquisas da Sociologia, passou a propor uma série de medidas e sugestões, no
que chamava de "política positiva", entre as quais podemos citar as
seguintes:
·
inclusão
social dos trabalhadores
·
valorização
das mulheres
·
responsabilidade
social dos empresários
·
fim
das guerras
·
instrução
pública e popular
·
fortalecimento
da sociedade civil
·
controle
social do governo
·
afirmação
dos deveres sociais mútuos
Uma nova ciência: a Moral Positiva
O
conjunto dessas medidas resultava na valorização do altruísmo, isto é, nos
esforços que cada indivíduo e cada grupo deve fazer em benefício dos outros
indivíduos e grupos, no sentido de controlar e diminuir (mas não acabar com) o
egoísmo. Isso implica esforços sociais e individuais, de modo que não apenas o
conhecimento profundo e científico da sociedade é necessário, mas também o do
ser humano individualmente tomado: assim, Comte criou também a ciência que
estuda os indivíduos e os processos de educação, ou seja, a Moral Teórica (a
"Psicologia") e a Moral Prática (a "Pedagogia").
A religião do altruísmo e da paz: a Religião da Humanidade
O
conhecimento do ser humano é dado também pela ciência, mas o ser humano é uma
totalidade, que engloba os sentimentos, a inteligência e as ações práticas,
tanto individuais quanto coletivas, tanto hoje quanto ontem e amanhã. A ciência
tem sempre perspectivas parciais e o ser humano precisa de perspectivas de
conjunto: daí a necessidade da Filosofia e das Artes, que devem ser integradas e
servir de base para Ciência e a Política. Esse conjunto, que valoriza o ser
humano e o altruísmo, foi chamado por Augusto Comte de "religião" –
e, portanto, daí surgiu a Religião da Humanidade, que é a grande síntese da
obra de Comte e o maior ideal a que podemos aspirar.