04 abril 2010

Ode à Polônia

A ode abaixo é de autoria do poeta positivista Edgar Proença-Rosa, que em 1939 redigiu-a em apoio à Polônia e em rejeição ao crime nazista.

Eis as palavras de Paulo Augusto Proença-Rosa, filho do poeta, ao enviar o poema:

"Sem prévia declaração de guerra, os alemães invadiram a Polônia no dia 1 de setembro de 1939; alguns focos de resistência lutaram por vários mêses, mas a guerra defensiva acabou com a rendição da Grupo Operacional da Cavaleria Independente do Gen. Franciszek Kleeberg no dia 5 de outubro de 1939. É neste triste episódio que meu pai, sofrendo com a descabida invasão, inspirou-se para escrever este emocionado poema".

* * *

ODE À POLÔNIA

Não morrerás, Polônia! Imorredouros

São teus feitos e filhos do passado!

Gloriosa viverás séculos vindouros,

Pois teu rincão por todos é amado!

És formada das mais belas

E suaves melodias!

O teu céu é só estrelas

Que te banham de harmonias!

Mesmo que a vândala e desleal nação,

Com legiões de vis escrofulosos,

O solo teu profana com a invasão...

Os teus filhos encontrarão gloriosos!

Paderewsky, o profundo,

Brailowsky divino,

Andam por todo mundo

Espalhando teu hino!

Não morrerás, Polônia! é imortal!

Nas páginas sublimes da história,

Os povos guardarão tua memória,

Pois não te atingirá golpe fatal!

És a mãe da “Polonaise”,

Das sonatas de Chopin,

Por isso não há quem despreze

Tua desgraça também!

A pérfida nação que te invade,

Cheia de fúria e de inveja alvar,

Do seio teu um dia hás de expulsar,

E terás outra vez a liberdade!

Edgard Ramos de Proença Rosa

Rio de Janeiro/ Copacabana/ novembro de 1939