25 setembro 2025

Comentários sobre PEC da Blindagem e Leandro Karnal

No dia 14 de Shakespeare de 171 realizamos nossa prédica positiva, dando continuidade à leitura comentada do Apelo aos conservadores (em sua Primeira Parte - doutrina destinada aos verdadeiros conservadores).

Comentamos também a chamada "PEC da Blindagem". Da mesma forma, comentamos a polêmica em torno da propaganda comercial estrelada pelo ex-historiador Leandro Karnal.

Começamos a fazer um sermão sobre as "éticas da convicção e da responsabilidade"; mas, devido à instabilidade da internet durante a prédica, tivemos que suspender o sermão e encerrar antecipadamente a prédica. Esse tema de sermão foi transferido para a semana seguinte.


As anotações que serviram de base para a exposição oral encontram-se reproduzidas abaixo.
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Comentários sobre PEC da Blindagem e Leandro Karnal

(14.Shakespeare.171/23.9.2025) 

1.       Invocação inicial

2.       Datas e celebrações:

2.1.    Dia 12 de Shakespeare (21.9): nascimento de Luís Lagarrigue (1854 – 171 anos)

2.2.    Dia 13 de Shakespeare (22.9): equinócio da primavera

3.       Comentário sobre a “PEC da Blindagem”

3.1.    No dia 16 de setembro, a Câmara dos Deputados aprovou em regime de urgência, em uma tramitação excepcionalíssima e extremamente suspeita, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) n. 3/2021, a “PEC das Prerrogativas”

3.1.1. Embora proposta em 2021, essa PEC foi retomada e, na Câmara dos Deputados, foi estabelecida para blindar os parlamentares contra quaisquer tentativas de investigação criminal; não por acaso, ela foi retomada e aprovada na semana imediatamente posterior à condenação do núcleo duro dos golpistas fascistas pelo Supremo Tribunal Federal, em 11.9.2025

3.1.2. O Deputado Federal Nikolas Ferreira não teve pudor e assumiu que o objetivo dessa PEC é mesmo blindar os deputados contra investigações criminais

3.2.    Como sacerdote da Religião da Humanidade – que é uma religião cívica (embora não uma religião civil) –, manifestamo-nos completamente contrários à PEC da Blindagem, lembrando a observação decisiva de nosso mestre Augusto Comte (Sistema de política positiva, v. IV, 1854, p. 312):

Malgrado as precauções interessadas dos legisladores metafísicos, o instinto ocidental não tardará a ver a publicidade normal dos atos privados como a garantia necessária do verdadeiro civismo. [...] Todos os que se recusarem a viver às claras tornar-se-ão justamente suspeitos não quererem realmente viver para os outros”



4.       Comentário sobre Leandro Karnal como propagandista de banco

4.1.    Desde há algumas semanas o ex-historiador e atual autor de livros de auto-ajuda Leandro Karnal estrela propaganda de banco comercial (Bradesco: “Auto-ajude-se”)

4.1.1. Essa propaganda gerou diversas reações, ao criar a forte impressão de que o ex-historiador vendeu a sua credibilidade

4.2.    Criticado publicamente por degradar a sua atuação como intelectual pela colunista Tati Bernardi, da Folha de S. Paulo (“Karnal pode fazer campanha pra banco?”, 18.9.2025), o propagandista respondeu (1) que se trata de inveja de quem não foi convidado para fazer propagandas e (2) que tais pessoas devem insistir no “desafio do autoconhecimento” (Adrielly Souza, “‘Ressentimento’, diz Leandro Karnal sobre críticas por ter feito propaganda para banco”, Folha de S. Paulo, 21.9.2025)

4.3.    Concordamos com as críticas feitas ao ex-historiador:

4.3.1. O comum das pessoas pode vender sua imagem em propagandas comerciais; mas isso é totalmente inadequado para pessoas que ganham a vida oferecendo conselhos, ao ser incompatível com os fundamentos de suas atividades

4.3.2. Em vez de o ex-historiador assumir honestamente que se cansou de ser um intelectual e que quer ganhar (muito) dinheiro – seja com livros de auto-ajuda, seja com a venda de seu prestígio –, ele resolveu xingar e menosprezar seus críticos

4.3.3. A réplica do ex-historiador é uma tergiversação grosseira do problema; ele foge da crítica atribuindo o problema aos seus críticos, por meio de variadas formas do sofisma ad hominem (seus críticos não teriam razão e seriam apenas motivados pela inveja; dessa forma, deveriam calar-se e examinar suas motivações)

4.4.    A referência ao “desafio do autoconhecimento” é uma referência canhestra à fórmula do oráculo de Delfos celebrizada por Sócrates, o “conhece-te a ti mesmo”

4.4.1. Mas mesmo o procedimento moral e intelectual desonesto do ex-historiador indica a grave limitação do preceito socrático: como indicou Augusto Comte, não basta conhecer a si mesmo, pois é necessário usar esse conhecimento para o aperfeiçoamento (“conhece-te a ti mesmo a fim de te melhorares”) – coisa que evidentemente o ex-historiador não fez

4.5.    A cínica resposta do ex-historiador e seu desprezo tanto pelos críticos quanto pelos motivos que originaram as críticas tornam-se mais claros ao sabermos que, não por acaso, quando era professor da USP, o propagandista esmerava-se com orgulho em empregar bravatas tipicamente academicistas para os positivistas

4.5.1. Um desses xingamentos foi o de que os positivistas seríamos “idólatras de Clotilde de Vaux” (Leandro Karnal, Teatro da fé, São Paulo, Hucitec, 1998)

4.6.    Com essa bravata contra o Positivismo e seu desprezo pelos críticos à propaganda comercial, o ex-historiador cometeu de uma única vez uma quantidade enorme de graves defeitos:

4.6.1. Desprezou o Positivismo

4.6.2. Desprezou um culto humanista

4.6.3. Desprezou um culto apenas porque esse culto não é o que ele pessoalmente respeita (ou seja, cometeu o crime moral e jurídico da intolerância religiosa)

4.6.4. Baseou sua moralidade ao academicismo

4.6.5. Atuando de maneira exemplarmente academicista, demonstrou a característica coragem de gabinete própria aos literatos

4.6.6. Desprezou a separação entre o poder temporal e o poder espiritual

4.6.7. Desprezou também as inúmeras e importantíssimas exigências morais e sociais da atuação do sacerdócio (isto é, dos “intelectuais”)

4.7.    O problema com a propaganda estrelada pelo ex-historiador que se comprazia em evidenciar coragem de gabinete não é que ele ganhou dinheiro com um banco comercial; o problema é que, de fato, ele vendeu sua credibilidade

4.7.1. A resposta dada aos críticos evidencia que o ex-historiador não assume seu erro e que faz questão de desprezar sua condição de “intelectual”

4.7.2. Antes ainda, o desprezo academicista pelo Positivismo manifestado pelo ex-historiador evidencia que ele despreza igualmente a separação entre os dois poderes e, daí, as exigências morais, intelectuais e práticas específicas ao poder Espiritual

4.7.3. O poder Espiritual muda o comportamento humano a partir do aconselhamento; o aconselhamento, por sua vez, baseia-se na confiança depositada nele pelo público; isso implica que os membros do poder Espiritual não podem mandar (daí o que se chama vulgarmente de “laicidade do Estado”) e não podem vender sua imagem

4.7.4. O verdadeiro problema da propaganda estrelada pelo ex-historiador não é que ele, em particular, vendeu sua credibilidade: o problema é que, agindo assim, ele prejudica o poder Espiritual em geral; em outras palavras, não é um problema pessoal, mas um problema geral

4.7.5. Em face desse problema geral, há apenas duas possibilidades para o comportamento do ex-historiador:

4.7.5.1.             Ou ele sabe que esse problema existe, mas escolhe desprezá-lo

4.7.5.2.             Ou ele não sabe que esse problema existe, e escolhe ignorá-lo

4.7.5.3.             A imagem pública do ex-historiador, nos últimos anos, é o de uma pessoa “sábia”; é esse o fundamento dos seus livros de autoajuda; assim, ele supostamente deve conhecer o problema: mas se conhece, ele decidiu desprezá-lo

4.7.6. Em suma, é inaceitável – por ser imoral e antissocial – o comportamento do ex-historiador

5.       Leitura comentada do Apelo aos conservadores

5.1.    Antes de mais nada, devemos recordar algumas considerações sobre o Apelo:

5.1.1. O Apelo é um manifesto político e dirige-se não a quaisquer pessoas ou grupos, mas a um grupo específico: são os líderes políticos e industriais que tendem para a defesa da ordem (e que tendem para a defesa da ordem até mesmo devido à sua atuação como líderes políticos e industriais), mas que, ao mesmo tempo, reconhecem a necessidade do progresso (a começar pela república): são esses os “conservadores” a que Augusto Comte apela

5.1.1.1.             O Apelo, portanto, adota uma linguagem e um formato adequados ao público a que se dirige

5.1.1.2.             Empregamos a expressão “líderes industriais” no lugar de “líderes econômicos”, por ser mais específica e mais adequada ao Positivismo: a “sociedade industrial” não se refere às manufaturas, mas à atividade pacífica, construtiva, colaborativa, oposta à guerra

5.2.    Outras observações:

5.2.1. Uma versão digitalizada da tradução brasileira desse livro, feita por Miguel Lemos e publicada em 1899, está disponível no Internet Archive: https://archive.org/details/augustocomteapeloaosconservadores

5.2.2. O capítulo em que estamos é a “Primeira Parte”, cujo subtítulo é “Doutrina apropriada aos verdadeiros conservadores”

5.3.    Passemos, então, à leitura comentada do Apelo aos conservadores!

6.       Exortações

6.1.    Sejamos altruístas!

6.2.    Façamos orações!

6.3.    Como Igreja Positivista Virtual, ministramos os sacramentos positivos a quem tem interesse

6.4.    Para apoiar as atividades dos nossos canais e da Igreja Positivista Virtual: façam o Pix da Positividade! (Chave Pix: ApostoladoPositivista@gmail.com)

7.       Invocação final

 

Referências

- Augusto Comte (franc.), Sistema de filosofia positiva (Paris, Société Positiviste, 5e ed., 1893)

- Augusto Comte (franc.), Sistema de política positiva (Paris, L. Mathias, 1851-1854)

- Augusto Comte (port.), Apelo aos conservadores (Rio de Janeiro, Igreja Positivista do Brasil, 1898): https://archive.org/details/augustocomteapeloaosconservadores.

- Augusto Comte (port.), Catecismo positivista (Rio de Janeiro, Igreja Positivista do Brasil, 4ª ed., 1934).

- Raimundo Teixeira Mendes (port.), As últimas concepções de Augusto Comte (Rio de Janeiro, Igreja Positivista do Brasil, 1898): https://archive.org/details/raimundo-teixeira-mendes-ultimas-concepcoes-de-augusto-comte-i e https://archive.org/details/raimundo-teixeira-mendes-ultimas-concepcoes-de-augusto-comte-ii.

- Raimundo Teixeira Mendes (port.), O ano sem par (Rio de Janeiro, Igreja Positivista do Brasil, 1900): https://archive.org/details/raimundo-teixeira-mendes-o-ano-sem-par-portug._202312/page/n7/mode/2up.

18 setembro 2025

Comte sobre a sobrevivência do mais adaptado

Nosso amigo Samuelson Xavier traduziu recentemente um pequeno mas interessante artigo publicado na revista Nature, em 1873, em que se recupera a noção exposta por Augusto Comte da sobrevivência do mais adaptado (survival of the fittest).

Reproduzimos abaixo essa bela tradução. 

O artigo original, em inglês, pode ser lido aqui: https://www.nature.com/articles/008283a0.

A tradução foi originalmente postada aqui: https://substack.com/inbox/post/173672348?utm_source=share&utm_medium=android&r=5xmkx3&triedRedirect=true.

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COMTE SOBRE A SOBREVIVÊNCIA DO MAIS APTO - J. D. BELL, Nature, 07/08/1873. - Tradução de Samuelson Xavier.

Artigo de J. D. Bell publicado em 1873 na revista Nature que traz uma importante demonstração sobre o pioneirismo da ideia de evolução biológica e seleção natural na obra de Auguste Comte.


O Sr. Jevons chamou a atenção há algum tempo para a conveniência de preparar-se uma lista de pensadores e escritores do passado que, de maneira forte ou fraca, sustentaram doutrinas semelhantes às de Darwin e Spencer. O próprio Sr. Darwin citou alguns desses autores, e o Prof. Haeckel ampliou essa relação. Recentes comunicados na revista Nature mostram que a lista ainda está incompleta.

Ao ler o Curso de Filosofia Positiva de Comte, alguns anos atrás, fiquei impressionado com a similaridade geral entre certas doutrinas ali expostas e algumas das teorias de Darwin. Referindo-me, recentemente, a 42ª lição desse curso (vol. III) — Considerações Gerais sobre a Filosofia Biotáxica — , eu notei que Comte, ao revisar a controvérsia entre Lamarck e Cuvier, diz:

"Toda a célebre argumentação de Lamarck repousa finalmente sobre a combinação geral destes dois princípios incontestáveis, mas até então muito mal circunscritos: 1º) a aptidão essencial de um organismo qualquer, e sobretudo de um organismo animal, para se modificar conforme as circunstâncias exteriores onde está localizado, e que solicitam o exercício predominante de tal órgão especial, correspondente a tal faculdade tornada mais necessária; 2º) a tendência, não menos certa, de fixar nas raças, pela mera transmissão hereditária, as modificações primeiramente diretas e individuais, de modo a aumentá-las gradualmente a cada nova geração, se a ação do meio ambiente persevera identicamente. Concebemos sem dificuldade, em efeito, que, se essa dupla propriedade pudesse ser admitida de maneira rigorosamente indefinida, todos os organismos poderiam ser considerados como tendo sido, a longo prazo, sucessivamente produzidos uns pelos outros, ao menos se dispuséssemos da natureza, da intensidade e da duração das influências exteriores com aquela prodigalidade ilimitada que não custa nenhum esforço à ingênua imaginação de Lamarck." (Cours de Philosophie Positive, 1ª ed., vol. III, pp. 560-561.)

A modificação e a hereditariedade são aqui fortemente afirmadas, e as condições para uma transformação ilimitada são fortemente esboçadas. Em continuação ao mesmo argumento, Comte, na pág. 563, questiona a hipótese de Lamarck, a qual, ele tem em alta conta como um grande esforço lógico: —

"Que ela repousa, parece-me, sobre uma noção profundamente errônea da natureza geral do organismo vivo. Sem dúvida, cada organismo determinado está em relação necessária com um sistema igualmente determinado de circunstâncias exteriores, como estabeleci na 40ª lição. Mas disso não resulta, de maneira nenhuma, que a primeira dessas duas forças correlativas deva ter sido produzida pela segunda, assim como tampouco poderia tê-la produzido: trata-se apenas de um equilíbrio mútuo entre duas potências heterogêneas e independentes. Se concebermos que todos os organismos possíveis sejam sucessivamente localizados, durante um tempo conveniente, em todos os meios imagináveis, a maioria desses organismos findará, de qualquer necessidade, por desaparecer, deixando subsistir apenas aqueles que puderam satisfazer às leis gerais desse equilíbrio fundamental; é provavelmente após uma série de eliminações análogas que a harmonia biológica se estabeleceu pouco a pouco em nosso planeta, onde, aliás, ainda a vemos se modificar incessantemente de maneira semelhante. Ora, a noção de um tal equilíbrio geral tornar-se-ia ininteligível e mesmo contraditória, se o organismo fosse suposto modificável ao infinito sob a influência suprema do meio ambiente, sem ter nenhum impulso próprio e indestrutível."

A luta pela existência e a sobrevivência do mais apto ou seleção natural são aqui reconhecidas. Mais ainda, o fato que as eliminações devidas a inadaptação ao ambiente ou meio produziram e produzem a harmonia biológica é salientado. Não encontrei nenhuma passagem fora dos escritos da nova escola que sejam mais explícitas do que essas, embora disto não se deva entender que seu autor era um transformista. O prefácio do volume em que isso ocorre está datado de "Paris, 24 de fevereiro de 1838". Em seu quadro geral anexo ao sexto volume da obra, Comte diz que a Lição da qual esses trechos foram extraídos foi escrita entre 9 e 15 de agosto de 1836.

Nova York,

J. D. Bell.

(Tradução de Samuelson Xavier.)

Referência:

BELL, J. Comte on the Survival of the Fittest. Nature 8, 283 (1873). https://doi.org/10.1038/008283a0

17 setembro 2025

Generino dos Santos: Humaníadas (v. 1)

Está disponível no Internet Archive o livro póstumo do poeta positivista Generino dos Santos, Humaníadas (v. 1). É uma coletânea de poemas inspirados e/ou baseados na Religião da Humanidade, como o belo título por si só já indica.

O livro está disponível aqui: https://archive.org/details/humaniadas-volume-1.




Cepas - Centro de Estudos e Pesquisas Aníbal Silveira

Em 2021 foi criado o Cepas - Centro de Estudos e Pesquisas Aníbal Silveira -, vinculado à Associação Aníbal Silveira. Essas instituições realizam pesquisas de psiquiatria e, em particular, de psicopatologia, seguindo a inspiração e os trabalhos do dr. Aníbal Silveira (1902-1979), que, por sua vez, seguia as indicações e as perspectivas de Augusto Comte.

A página do Cepas está disponível aqui: https://anibalsilveira.org/.





Ordem e Progresso contra o fascismo

No dia 7 de Shakespeare de 171 (16.9.2025) realizamos nossa prédica positiva, dando continuidade à leitura comentada do Apelo aos conservadores (em sua Primeira Parte - doutrina apropriada aos verdadeiros conservadores).

Também manifestamos apoio à decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal em 2 de Shakespeare de 171 (11.9.2025) que condenou o núcleo duro da organização fascista que, a partir da Presidência da República, tentou (mas felizmente fracassou) um golpe de Estado.

Da mesma forma, também lemos um artigo de nossa autoria que explica o "Ordem e Progresso" e como ele pode e deve ser aplicado para combater ao mesmo tempo o fascismo e o identitarismo.

A prédica foi transmitida nos canais Positivismo (aqui: https://youtube.com/live/takXxHZBrf0) e Igreja Positivista Virtual (aqui: https://www.facebook.com/IgrejaPositivistaVirtual/videos/1518644569156731).

As anotações que serviram de base para a noss exposição oral encontram-se reproduzidas abaixo.

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Leitura comentada do Apelo aos conservadores

(7.Shakespeare.171/16.9.2025) 

1.      Invocação inicial

2.      Datas e celebrações:

2.1.   Dia 1º de Shakespeare (10.9): início do mês de Shakespeare, dedicado ao drama moderno

2.2.   Dia 5 de Shakespeare (14.9): nascimento de Sofia Bliaux (1804 – 221 anos)

2.3.   Dia 6 de Shakespeare (15.9): transformação de Paulo de Tarso Monte Serrat (2014 – 11 anos)

2.4.   Dia 8 de Shakespeare (17.9): transformação de Rodolfo Paula Lopes (1984 – 41 anos)

3.      Apoio à condenação, realizada pelo Supremo Tribunal Federal, de Jair Bolsonaro e seus asseclas, por tentativa de golpe de Estado, para instauração de um Estado fascista, autoritário e, portanto, extremamente violento

3.1.   O julgamento terminou em 2 de Shakespeare de 171 (11.9.2025)

3.2.   Apesar de a condenação em si ser motivo de comemoração, no final das contas isso é motivo de grande tristeza e lamento

3.2.1.     O golpe de Estado tentado mas felizmente fracassado resultaria, conforme as previsões mais serenas dos golpistas, em guerra civil, assassinatos, censura, perseguições, atentados etc. Tudo isso é chocante, desprezível e a condenação foi correta

3.2.2.     É importante lembrar que todo o processo ocorreu seguindo o devido processo legal, com direito ao contraditório, acesso às provas etc.

3.2.3.     Mas: os fatos de ter-se tentado um golpe de Estado no Brasil e de tanto o Brasil como o mundo indicam que se vive uma situação social, política, filosófica – religiosa, em uma palavra – que permite não apenas que o fascismo e o identitarismo surjam, mantenham-se, desenvolvam-se e prosperem mas que, no caso do fascismo, chegue a quase ter êxito em um golpe de Estado violento e fratricida. Isso é motivo de tristeza e grande preocupação

3.2.4.     O livro de nosso mestre, Apelo aos Conservadores, cuja leitura comentada estamos realizando, e o nosso artigo que leremos daqui a pouco tratam exatamente das situações sociais, políticas e filosóficas que permitiram e mantêm o fascismo e o identitarismo, bem como da única solução real e possível para esses problemas, dada exclusivamente pelo Positivismo e pela Religião da Humanidade

4.      Leitura do artigo “Ordem e Progresso” em tempos de fascismo e identitarismo, publicado em 8.9.2025 no Monitor Mercantil

4.1.   Disponível aqui: https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/2025/09/ordem-e-progresso-em-tempos-de-fascismo.html

4.2.   Como indicamos há pouco, o livro de nosso mestre, Apelo aos Conservadores, cuja leitura comentada estamos realizando, e o esse nosso artigo tratam exatamente das situações sociais, políticas e filosóficas que permitiram e mantêm o fascismo e o identitarismo, bem como da única solução real e possível para esses problemas, dada exclusivamente pelo Positivismo e pela Religião da Humanidade

5.      Exortações

5.1.   Sejamos altruístas!

5.2.   Façamos orações!

5.3.   Como Igreja Positivista Virtual, ministramos os sacramentos positivos a quem tem interesse

5.4.   Para apoiar as atividades dos nossos canais e da Igreja Positivista Virtual: façam o Pix da Positividade! (Chave Pix: ApostoladoPositivista@gmail.com)

6.      Leitura comentada do Apelo aos conservadores

6.1.   Antes de mais nada, devemos recordar algumas considerações sobre o Apelo:

6.1.1.     O Apelo é um manifesto político e dirige-se não a quaisquer pessoas ou grupos, mas a um grupo específico: são os líderes políticos e industriais que tendem para a defesa da ordem (e que tendem para a defesa da ordem até mesmo devido à sua atuação como líderes políticos e industriais), mas que, ao mesmo tempo, reconhecem a necessidade do progresso (a começar pela república): são esses os “conservadores” a que Augusto Comte apela

6.1.1.1.           O Apelo, portanto, adota uma linguagem e um formato adequados ao público a que se dirige

6.1.1.2.           Empregamos a expressão “líderes industriais” no lugar de “líderes econômicos”, por ser mais específica e mais adequada ao Positivismo: a “sociedade industrial” não se refere às manufaturas, mas à atividade pacífica, construtiva, colaborativa, oposta à guerra

6.2.   Outras observações:

6.2.1.     Uma versão digitalizada da tradução brasileira desse livro, feita por Miguel Lemos e publicada em 1899, está disponível no Internet Archive: https://archive.org/details/augustocomteapeloaosconservadores

6.2.2.     O capítulo em que estamos é a “Primeira Parte”, cujo subtítulo é “Doutrina apropriada aos verdadeiros conservadores”

6.3.   Passemos, então, à leitura comentada do Apelo aos conservadores!

7.      Invocação final

 

Referências

- Augusto Comte (franc.), Sistema de filosofia positiva (Paris, Société Positiviste, 5e ed., 1893).

- Augusto Comte (franc.), Sistema de política positiva (Paris, L. Mathias, 1851-1854).

- Augusto Comte (port.), Apelo aos conservadores (Rio de Janeiro, Igreja Positivista do Brasil, 1898): https://archive.org/details/augustocomteapeloaosconservadores.

- Augusto Comte (port.), Catecismo positivista (Rio de Janeiro, Igreja Positivista do Brasil, 4ª ed., 1934).

- Gustavo Biscaia de Lacerda (port.), “Ordem e Progresso” em tempos de fascismo e identitarismo (Monitor Mercantil, Rio de Janeiro, 8.9.2025): https://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/2025/09/ordem-e-progresso-em-tempos-de-fascismo.html.

- Raimundo Teixeira Mendes (port.), As últimas concepções de Augusto Comte (Rio de Janeiro, Igreja Positivista do Brasil, 1898): https://archive.org/details/raimundo-teixeira-mendes-ultimas-concepcoes-de-augusto-comte-i e https://archive.org/details/raimundo-teixeira-mendes-ultimas-concepcoes-de-augusto-comte-ii.

- Raimundo Teixeira Mendes (port.), O ano sem par (Rio de Janeiro, Igreja Positivista do Brasil, 1900): https://archive.org/details/raimundo-teixeira-mendes-o-ano-sem-par-portug._202312/page/n7/mode/2up.