"Atração exercida pela Monarquia é uma fantasia"
Graham Smith — Faz parte do imaginário. É uma coisa histórica, de conto de fadas, da Disney etc. E hoje faz parte dessa cultura de celebridades. Eles são ricos, se mostram como uma família de prestígio. E acho que eles conseguiram se separar muito bem de sua posição constitucional. Ou seja, eles evitam ser colocados no mesmo nível que os políticos. É como se fossem celebridades de alto nível. E, como nos contos de fadas, eles exercem certa atração, isso é verdade. Mas esse interesse sempre existiu, e esse interesse vem do mundo todo, seja de países republicanos ou monarquistas. Portanto, ele nada tem a ver com ideais políticos, filosóficos ou com a visão da Monarquia em si. É apenas uma expressão cutlural ou uma ideia relacionada a contos de fadas. Uma fantasia, não algo sério.
Graham Smith — Há uma contradição, e isso é um problema. Há movimentos republicanos em todos esses países europeus. Cerca de seis meses atrás, foi criada uma aliança entre esses movimentos. Essa questão é tratada atualmente em todas as monarquias européias. E esse conflito ocorre porque somos países modernos e cosmopolitas. No entanto, temos essas instituições que tentam se impor na psique do país, na identidade nacional, de um modo que não é apropriado. E isso é especialmente forte no Reino Unido, onde ouvimos que somos um país atrasado, tradicionalista, que ama a família real e não necessariamente valoriza a democracia. E isso tudo vem do fato de termos essa instituição que é muito presente e que se autopromove, que continua promovendo suas ideias. Isso se choca com quem realmente somos, e é um dos motivos para querermos acabar com a Monarquia. Queremos um sistema que represente quem realmente somos, e não um que tente nos deixar presos ao passado.
Graham Smith — Exato. Canadá, Austrália, Nova Zelândia e alguns pequenos países do Caribe. Eles são muito próximos dos Estados Unidos. Mas todos os outros países, onde foi mais difícil a transição da colônia para Estado independente, romperam definitivamente com o passado e viraram repúblicas. E há movimentos republicanos no Canadá, Austrália e Nova Zelândia. A maioria dos australianos quer o fim da Monarquia. Na Nova Zelândia, esse número é quase metade da população, dependendo da pesquisa. Mas, quando se pergunta sobre a sucessão, com Charles sendo coroado rei, o apoio ao republicanismo começa a aparecer.
Graham Smith — É mais do que a família real, é a Constituição, é um sistema político. Mas, em termos da casa real, estamos falando sobre 15, 16 pessoas com o título de Sua Alteza Real, que fazem coisas como inaugurar hospitais, cortar fitas, esse tipo de coisa. E que recebem do Estado. A maioria recebe algum tipo de subsídio para viagens, moradia, essas coisas. E mais pessoas, além dessas 15, moram de graça em palácios, em casas, e por aí vai. Mas há outros além desses 15, que são todos os funcionários, pois é uma estrutura bem grande. Muitas pessoas trabalham tanto nos palácios quanto nas casas, servindo à família real.
Graham Smith — O contribuinte, isso. O contribuinte paga quase tudo isso. Eles tentam evitar... Há territórios chamados “ducados”, o Ducado de Lançastes e o Ducado da Cornuália, que dão dinheiro para a rainha e para o príncipe Charles. Estou falando de 10 milhões, 20 milhões de libras por ano. Então alegaram... Como recebiam dinheiro desses ducados, estavam gastando seu próprio dinheiro, mas isso ainda é dinheiro dos contribuintes, pois, sem a Monarquia, os ducados seriam propriedade do Estado. Então, todo o dinheiro que vai para a família real e que mantém a Monarquia iria para o Tesouro e para o Estado se não houvesse Monarquia.
Graham Smith — Nós somos democratas. Nós acreditamos que todos deveriam ser tratados da mesma maneira. Se nos tornarmos uma República, eles serão cidadão, como todos nós, e teriam que cuidar de si mesmos, teriam que pagar impostos, trabalhar, se precisassem, o que é improvável, pois eles são bem ricos, mesmo sem nossa ajuda. Eles poderão apenas viver para aproveitar a vida.
Graham Smith — É.
Graham Smith — Na verdade, temos uma Igreja de Estado. E nosso monarca tem um poder enorme que outros monarcas não têm. A maioria das monarquias européias tem em sua Constituição limites muito rígidos do que o monarca pode fazer. E, em vários países, como a Suécia, o monarca não pode fazer quase nada. No Reino Unido, a rainha é chefe da Igreja e nomeia todos os membros da Igreja. Mas ela também nomeia vários funcionários do Estado. Ela nomeia o primeiro-ministro e todos os ministros. E, se ela se recusar a fazê-lo, ninguém poderá fazer nada, a menos que o Parlamento faça algo.
Graham Smith — Pode e já aconteceu. Embora raro, no período moderno... Nos últimos 30, 40 anos não aconteceu muito, mas a rainha já nomeou primeiros-ministros de sua própria escolha, e isso aconteceu porque o Partido Conservador, nos anos 50 e 60, não elegeu líderes internamente. As pessoas meio que emergiram a partir de acordos nos bastidores. Então, houve dois primeiros-ministros nomeados pela rainha por indicação de pessoas que não deveriam aconselhá-la. Houve certa preocupação no partido, e por isso eles decidiram passar a eleger seu líder, para que ficasse claro quem ele seria. Mas ela pode dissolver o Parlamento, e ninguém poderia fazer nada. Ela pode demitir o primeiro-ministro e nomear outra pessoa. Ela também pode impedir a aprovação de leis. Há todas essas coisas que ela pode fazer, mas é improvável que faça. O perigo é que alguém como Charles, na condição de rei, fique tentado a usar algum desses poderes em particular. Por exemplo, digamos que haja um governo conservador que simpatize com a Monarquia e que não faça nada errado. O monarca tem reuniões secretas privadas com o primeiro-ministro todas as semanas. Não é impossível imaginar o rei Charles dizendo a um primeiro-ministro que proponha fazer algo que ele desaprova: “Olha, posso tornar sua vida difícil, tenho poder para fazer isso, então quero que você mude essa política.” E ninguém saberia disso.
Graham Smith — Com certeza. Não estamos sugerindo que teremos uma crise, em que Charles exerça seus poderes, mas há o risco de que ele exerça sua influência. Além disso, por outro lado, o chefe de Estado tem um trabalho a fazer, e ele precisa ser capaz de aconselhar e alertar o primeiro-ministro se achar que ele está seguindo um caminho específico. Ele tem que poder tomar decisões sobre a dissolução do Parlamento se houver algum tipo de crise política. Mas não é uma função que um monarca pode ou deve desempenhar, pois não pode ser responsabilizado se tomar a decisão errada. Nós queremos alguém que possa tomar essas decisões e ser responsabilizado por elas.
Graham Smith — Nós queremos um Reino Unido republicano e democrático. Nós não queremos algo grandioso ou suntuoso, mas uma Constituição republicana muito direta que diga que o poder pertence ao povo, que o país é democrático e que será governado assim. Nós teremos políticos, mas o poder deles será limitado. O chefe de Estado será eleito e agirá de forma independente, protegendo a Constituição e exercendo algumas funções básicas. Queremos um chefe de Estado constitucional, não queremos o presidencialismo nos moldes que existe no Brasil ou nos Estados Unidos. Ele não teria poder político, não tomaria decisões políticas, só tomaria decisões constitucionais. Por exemplo, se o Parlamento aprovar uma lei que o presidente considere inconstitucional, o presidente pode se recusar a promulgá-la,e a lei seria submetida a um tribunal, que a julgaria. Se o Parlamento não conseguir decidir quem será o primeiro-ministro, o presidente pode atuar como árbitro. Então, uma República bem direta, prática e pragmática, com um chefe de Estado exercendo uma função determinada.
Graham Smith — Da República da Irlanda.
Graham Smith — Com certeza. Ele teria um papel bem simples e funcional.
Graham Smith — Seria positivo se a rainha fizesse alguma coisa. Essa é a falácia desse argumento. Se ela tivesse alguma função, se pudesse atuar independentemente do primeiro-ministro, sua aparente imparcialidade seria algo positivo. Mas, como ela delega seu poder ao primeiro-ministro, isso é irrelevante, não faz diferença. Nós queremos alguém que seja não só imparcial, mas que possa ser responsabilizado por essa imparcialidade. Esse é outro ponto importante: não sabemos quão imparcial a rainha é, pois não sabemos nada sobre ela. Ela nunca dá entrevistas. Ela nunca sentaria aqui para responder a perguntas sobre o que fez e por que fez. E ela tem essas reuniões secretas. Por isso, não sabemos o que ela faz a portas fechadas, não sabemos o que acha sobre os partidos políticos. E não podemos responsabilizá-la se ela tomar alguma decisão errada. Mas a questão toda é que ela não se envolve, então não faz diferença se ela é imparcial ou não. Com um chefe de Estado eleito, ainda é possível ter alguém imparcial, mesmo que ele tenha uma carreira em um partido político. Nós já vemos isso com o presidente da Câmara dos Comuns. Espera-se que ele seja imparcial, e ele sempre foi imparcial. Ainda assim, eles são eleitos e pagos, servem a casa por muitos anos...
Graham Smith — Exato. Mas, assim que se tornam presidentes, eles deixam o partido e se tornam um membro da Câmara independente. E não há por que não ter uma figura semelhante como chefe de Estado. Mas essa imparcialidade deve ser constatada, julgada, e ele deve poder ser responsabilizado.
Graham Smith — Somos uma organização democrática e pacífica. Como eu disse antes, nós queremos nos libertar e libertá-los. Eles estariam livres de suas obrigações e livres para viver a vida que escolhessem, e nós seriamos livres para escolher seu sucessor.
Silio Boccanera — Onde você vê apoio para a causa republicana? Há sinais de crescimento?
Graham Smith — Eu acho que o apoio da Monarquia está diminuindo e mudando. As pessoas têm criticado mais a instituição, tem relutado um pouco mais em continuar com essa deferência. Isso não necessariamente significa que elas apóiem uma República, ainda, mas o terreno está sendo preparado para um debate sólido. Então nós vemos que há bastante espaço para construirmos uma Monarquia que apóie o que queremos. E o apoio vem de todas as vertentes políticas e sociais, de pessoas de direita, de esquerda, de centro, de todas as idades e estilos de vida. Elas consideram a ideia como uma opção válida. E isso é uma grande mudança de 30 anos atrás, quando era uma aspiração somente da esquerda. Hoje, não é assim.
Graham Smith — De forma alguma. Na verdade, nós, os republicanos talvez tenhamos uma visão semelhante em relação aos monarquistas. Quando falamos de monarquistas, como um grupo, não estamos falando da maioria do país, mas de uma minoria ardente que defende a Monarquia, que participa de organizações e segue a rainha no Twitter, por exemplo, que realmente se interessa por isso. Mas eles também são uma minoria. E há uma minoria de republicanos. Há todo um grupo no meio disso que olha os dois lados e pensa: “Não sei quem devo apoiar.” E, como eu disse, eles concordam em manter a Monarquia porque nunca pensaram nos motivos para mudar o sistema. Mas, no que diz respeito aos republicanos, nós estamos em todas as vertentes políticas e sociais, e as pessoas que governariam uma República seriam tão normais quanto qualquer um, são pessoas inteligentes, instruídas e profissionais que querem um país democrático.
Graham Smith — Nós estaremos em campanha, como no casamento. Faremos nossas festas nas ruas e nossas reuniões. Nós aproveitamos todas as oportunidades, pois vemos esses acontecimentos não como datas nacionais, mas da Monarquia. São eventos criados para perpetuar mitos e promover a instituição. E, com certeza, ano que vem, quando chegar o 60º aniversário, nossa mensagem principal será: por 60 anos, uma pessoa teve certeza de que seria chefe de Estado. Ela nunca nos perguntou, nunca pediu nosso voto para isso, nunca sugeriu que o povo pudesse dar sua opinião. E isso quer dizer que estamos mais perto de ter Charles fazendo o mesmo. E eu vou me sentar e dizer ao Charles para ir ao Palácio de Buckingham e virar chefe de Estado sem nem perguntar nada? Nós queremos essa discussão, que as pessoas escolham como será. Vamos lembrar as pessoas de que é uma instituição bizarra, que não deve se perpetuar por mais 60 anos. Como eu disse, a Monarquia sobrevive porque o povo não pensa nisso. E esses eventos grandiosos só fazem as pessoas pensarem e ajudam nossa campanha.
Graham Smith — Eu não sei se é isso. Mais uma vez, acho que eles exercem alguma fantasia. E acho que as pessoas que gostam e se interessam pela vida da Monarquia também entendem isso. Quando o Afeganistão se livrou do Talibã, falou-se do retorno do rei ao seu trono. Discussões semelhantes ocorreram também no Leste Europeu. Mas nenhum desses países deu esse passo, eles não restituíram a Monarquia. E acho que essa fantasia é alimentada, até certo ponto, pela frustração com os políticos plebeus, sejam eles democráticos ou não. Daí, essa ideia do cavaleiro que vem salvar o país. Mas as pessoas percebem que isso não acontece na vida real e continua sendo uma fantasia, em vez de ser considerado como uma solução política séria.
Graham Smith — Há alguma verdade nisso. Não podemos deduzir muita coisa a partir disso. Em grande parte, isso faz parte do pacote de relações públicas da Monarquia. Eles tentam sugerir ou promover a ideia de que há essa longa ligação. É claro que a família de qualquer pessoa é antiga, e todo país tem uma história e uma tradição antigas, distintas do resto do mundo. É possível analisar outros aspectos da mesma maneira. Mas os monarquistas e as famílias reais sabem muito bem usar isso como sua própria história. Acho que existe esse aspecto, mas não podemos tirar muito significado dele.
Graham Smith — Chelsea Barracks. É um empreendimento muito grande em um terreno degradado de West London. O local está abandonado há bastante tempo, e o governo quis construir um grande empreendimento lá, que ia gerar muito dinheiro, ia empregar milhares de pessoas. Como sempre, alguns moradores se opuseram à arquitetura, e houve um processo democrático, para que o conselho local decidisse o que fazer. Mas esse processo seria demorado, colocando em risco muitos empregos. Charles usou sua influência e sua autoridade para, basicamente, pôr um ponto final em tudo. Os empreendedores tinham o apoio financeiro de famílias reais do Oriente Médio – ele falou com eles – e todo o projeto foi cancelado. E chegou a um ponto, em Londres, em que vários arquitetos passaram a mostrar o projeto ao príncipe Charles antes de construir, com medo de investir muito no empreendimento, e tê-lo cancelado porque Charles se envolveu.
Graham Smith — Muito além de sua função. E ele faz isso em todos os assuntos. Ele faz lobby na área de saúde pública, ele pede que o governo gaste em tratamentos que ele defende, em vez de tratamentos convencionais. Ele faz lobby para o meio ambiente. Recentemente, ele fez um discurso contra o crescimento econômico, dizendo que ele causa danos ao meio ambiente, tanto globalmente quanto no Reino Unido. E isso é uma questão muito controversa, ainda mais quando o governo se esforça tanto para incentivar o crescimento econômico. Ele não pode fazer isso, pois não pode ser responsabilizado por suas posições.
Graham Smith — Certamente.
Graham Smith — Um chefe de Estado constitucional. Ele exerceria quase o mesmo papel que a rainha. Mas a diferença é que a rainha não pode ter nenhuma atuação, pois ela não pode ser responsabilizada, então ela delega seu poder ao primeiro-ministro. Ou seja, nós temos um chefe de Estado que não pode cobrar responsabilidade dos nossos políticos, porque ela delega esse poder ao primeiro-ministro. Ou seja, nós temos um chefe de Estado que não pode cobrar responsabilidade dos nossos políticos, porque ela delega esse poder ao primeiro-ministro cujo óbvio interesse é não responsabilizar os políticos. Nós queremos alguém que cumpra a Constituição e seja independente do governo.
Graham Smith — Exato.
Graham Smith — Os problemas dos países europeus são bem diferentes, e os da Espanha são diferentes dos nossos, pois sua história e sua experiência com a Monarquia são bem diferentes. Como você disse, o rei evitou um golpe de Estado que levaria à ditadura. Eles também tiveram a Guerra Civil, a República, Franco etc. Isso mudou totalmente a natureza do debate. No Reino Unido, sempre tivemos Monarquia, e, por isso, a natureza do debate é totalmente diferente. Nós temos muito mais em comum com as monarquias do norte da Europa do que com a da Espanha, que é bem diferente.
Graham Smith — Dinamarca, Holanda, Bélgica, Suécia e Noruega. Eles têm uma relação parecida com a Monarquia.
Graham Smith — Sim, mas é um fenômeno razoavelmente recente, dos últimos 20, 30 anos, desde que a família real britânica e, provavelmente, as de outros países também, começaram a ficar mais expostas aos olhos da mídia, com episódios de suas vidas privadas estampadas nas capas dos tabloides. E virou mesmo um tipo de novela. É uma faca de dois gumes, pois, quando alguém está o tempo todo nos tabloides, o interesse pela novela cresce, mas sua reputação, sua imagem, podem ser manchadas. O que eles têm feito, com exceção do casamento, é transformar essa novela numa coisa muito sem graça, meio monótona, tirando seu fascínio, pois a reação deles foi fazer o contrário. De tanto tentar evitar escândalos como os dos anos 80 e 90, eles se tornaram entediantes.
Graham Smith — Parte do apoio que a Monarquia tem está relacionada à rainha. Ela reinou durante toda a transição para a sociedade moderna, de uma época em que tínhamos muito mais respeito pela família real, em 1952, em que questionávamos menos as coisas e as aceitávamos... O Reino Unido era o Reino Unido, nada havia mudado, nós éramos daquele jeito, e assim ficamos. Então passamos por um longo período de transição, para uma democracia muito mais popular. Todos querem se pronunciar, querem ser ouvidos, querem discutir tudo e querem ter escolhas. Acho que, como a rainha reina há tanto tempo, a maioria das pessoas não lembra como era antes. Com isso, ela se tornou o fator-chave...
Graham Smith — Exato. Eles sentem um afeto pessoal por ela, e nunca viveram nada diferente. Mas, assim que se fala em mudar o monarca, as dúvidas surgem. Tanto a mudança da pessoa quanto as mudanças mais substanciais, ou a discussão do funcionamento do sistema, tudo isso suscita várias dúvidas. Quando o monarca está vivo, as pessoas não pensam nisso. As pessoas não pensam duas vezes nisso, veem como parte da vida britânica. Basta começar a falar criticamente do assunto para as opiniões começarem a variar bastante.
Graham Smith — É uma grande maioria, sim. Cerca de 20% a 25% das pessoas querem o fim da Monarquia. São milhões de pessoas. Somos um país populoso. Mas não há um debate significativo de alto nível muito freqüente. Há várias oportunidades para isso, e vamos promover um grande debate, para aumentar esse apoio. Mas esses 76% têm uma opinião menos sólida do que se pensa. A maioria das pessoas entrevistadas acha que não devemos gastar um centavo com a Monarquia. Isso sugere que as pessoas passaram de um apoio realmente ativo a algo do tipo: “Vamos manter a Monarquia, pois não faz muita diferença para nós.”
Graham Smith — Exato.O que se tira disso é: “Não ligo para isso, então por que acabar?” “Não ligo para isso, então por que devo sustentá-los?” Isso significa que grande parte – não todos os 76%, mas grande parte deles – simplesmente não se interessa mais pela Monarquia, o que é uma grande mudança do cenário de 20, 30 anos atrás. Isso nos dá chance de dizer por que o tema é importante e por que devemos fazer algo a respeito. E são essas pessoas que não ligam que nós queremos convencer de que é hora de mudar.