Mostrando postagens com marcador Sociologia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Sociologia. Mostrar todas as postagens

09 agosto 2023

Sobre o sacerdócio positivo

No dia 24 de Dante de 169 (8.8.2023) retomamos nossas prédicas positivas, após as férias de meio de ano. Nessa prédica começamos a leitura comentada da oitava conferência do Catecismo Positivista (dedicada à filosofia das chamdas ciências humanas); em seguida, expusemos no sermão alguns elementos da teoria sociológico-moral do sacerdócio.

Essa prédica também marcou o aniversário de um ano de realização das nossas prédicas. Assim, aproveitando o ensejo da retomada das atividades, de primeiro aniversário e também as reflexões sobre o sacerdócio, anunciamos a fundação da Igreja Positivista Virtual, que será o novo âmbito e o novo nome do Apostolado Positivista.

A prédica foi transmitida em nossos canais Positivismo (aqui: https://urx1.com/2KvR2) e Apostolado Positivista (aqui: https://l1nk.dev/j5BXl). O sermão pode ser visto a partir de 43' 45".

(Postado em 9.8.2023; atualizado em 9.9.2023.)


*   *   *




Sobre o sacerdócio 

-        O sacerdócio é um dos principais órgãos de qualquer sociedade e, ao mesmo tempo, sua importância no Positivismo é enorme

o   Na sociedade, o sacerdócio é o responsável pela sistematização, pela difusão e pela aplicação dos valores e das opiniões públicas

o   Na Positivismo, o sacerdócio é o responsável direto pela manutenção e difusão da Religião da Humanidade, o que inclui, mas não se limita a, a realização do culto positivo, pelo ensino do dogma positivo, pela orientação do regime

o   É claro que esses dois âmbitos estão intimamente relacionados – o que, aliás, já indica que as propostas positivistas são ao mesmo tempo generalizáveis para toda a sociedade e que o Positivismo é uma religião cívica (o que não significa que seja uma “religião civil”)

-        Estas reflexões surgiram a partir de algumas fontes dispersas, que valem a pena ser indicadas:

o   A criação do Centro Positivista do Lavradio, nos dias 14 e 15 de julho de 2023

o   A leitura do livro O culto católico, de Raimundo Teixeira Mendes

o   Conversas com muitos positivistas, em particular Hernani Gomes da Costa, Gabriel de Henrique e Sebastiano Fontanari, além das conversas com simpatizantes que nos honram com sua participação nas prédicas

o   O fato de realizarmos nossas prédicas positivas há exatamente um ano – ou seja, começamos as prédicas no dia 9.8.2022 (mas o nosso apostolado começou muito antes, já em meados dos anos 2000)

-        Esta prédica serve, portanto, para (1) revermos publicamente os fundamentos e as exigências da nossa atuação e (2) indicarmos ao público os critérios que, de acordo com o Positivismo, devem ser aplicados na avaliação de nosso sacerdócio

o   Da mesma forma, com esta prédica queremos lançar a Igreja Positivista Virtual, sob nossa responsabilidade

§  Com o lançamento oficial da Igreja Positivista Virtual, assumimos o título de sacerdote da Humanidade e passaremos a administrar os sacramentos positivistas (mesmo que à distância, pela internet)

-        Antes de mais nada, devemos insistir em que todas as orientações e reflexões religiosas de Augusto Comte são aplicáveis às sociedades modernas, especialmente as ocidentais

o   Essas prescrições baseiam-se na reflexão moral, histórica e científica e – ao contrário do que os críticos habituais sugerem – não podem ser entendidas como regras absolutas obtidas por inspiração divina, como os críticos vulgares costumam dar a entender

o   O sacerdócio é um exemplo excelente dessas prescrições baseadas na moral, na história e na ciência: referindo-se ao sacerdócio positivista, Augusto Comte evidencia e afirma as enormes responsabilidades e as inúmeras exigências morais, intelectuais e práticas que cabem a qualquer sacerdócio vigente nas sociedades normais

§  Assim, as atribuições e as exigências sacerdotais devem ser entendidas não como próprias apenas à Religião da Humanidade, mas, seguindo o caráter religioso, humano e universal do Positivismo, próprias a todos aqueles que têm pretensões, ambições e/ou vocação pedagógica, moral ou filosófica – em uma palavra, teórica

-        Qual o fundamento sociológico do sacerdócio? É este: ao considerar os elementos fundamentais de toda sociedade (a Estática Social), Augusto Comte estabeleceu, a partir de Aristóteles, que toda sociedade constitui-se pela separação dos ofícios e pela convergência dos esforços

o   O governo é ao mesmo tempo um resultado da separação dos ofícios e o responsável pela convergência dos esforços

o   Na verdade, como sabemos, há dois tipos de governos, ou de poderes: o governo temporal e o governo espiritual

§  “Não há sociedade sem governo”; “Nenhuma sociedade pode desenvolver-se e conservar-se sem um sacerdócio qualquer”

o   Os fundamentos morais e intelectuais de cada um dos poderes são diferentes entre si:

§  O sacerdócio, ao basear-se no aconselhamento, deve inspirar a confiança e, portanto, tem na vaidade um certo fundamento

§  O poder Temporal, ao modificar objetivamente o comportamento humano, e considerando as exigências próprias ao poder prático, tem no orgulho o seu fundamento

-        Os atributos do sacerdócio, a partir da sua atuação educadora fundamental, são estes: aconselhar, consagrar, regular

o   Isso equivale a elaborar e ministrar a educação; elaborar e disseminar as idéias e os valores gerais da sociedade; organizar e ministrar os sacramentos; consagrar e fiscalizar os poderes e os grupos sociais; regular e disciplinar as relações entre os poderes e os grupos sociais

§  Como o próprio Comte afirma, basicamente os sacerdotes atuam como professores; mas é evidente que, considerando algumas atribuições desenvolvidas no século XX, eles têm também atuações como terapeutas, além de atuarem como agentes políticos

§  A amplitude da atuação dos sacerdotes já evidencia que eles não são, e não podem ser, meros pesquisadores; nem jornalistas; nem apresentadores de programas de TV; nem meros artistas

o   Ao sacerdócio cabe manter e difundir o tesouro espiritual da Humanidade, tendo a linguagem como seu instrumento específico

§  A difusão do conhecimento é parte integrante da atuação do sacerdócio, sendo fundamento e conseqüência de suas atribuições educativas e consultivas

§  A linguagem é uma produção coletiva, mas sua conservação é responsabilidade sacerdotal 

o   Qualidades requeridas para o sacerdote:

§  “Este grande ministério exige um raro concurso das qualidades morais, tanto ativas como afetivas, com os talentos intelectuais, estéticos e científicos. Se, pois, estes forem os únicos salientes, seus possuidores, após uma cultura conveniente, terão de permanecer, talvez para sempre, simples pensionistas do poder Espiritual, sem aspirarem nunca a ser nele incorporados. Em tais casos, felizmente excepcionais, o maior gênio poético ou filosófico não pode dispensar de ternura e de energia um funcionário que deve estar habitualmente animado de simpatias íntimas e destinado amiúde a lutas difíceis” (Catecismo, 5ª Conferência (Culto público); p. 162-163)

§  afetivas: altruísmo, sentimento de fraternidade; apego, veneração, bondade

§  intelectuais: visão de conjunto, relativismo; conhecimentos filosóficos, científicos, históricos

§  práticas: coragem, prudência, perseverança; viver às claras

§  morais”: nesta categoria vestigial cujo nome que propusemos não é o mais adequado, incluímos qualidades mais dispersas: sensibilidade altruística; empatia, capacidade de ouvir, capacidade de agregar, capacidade de ensinar

o   Assim, o indivíduo mesquinho; o indivíduo ignorante; o indivíduo covarde; o indivíduo afetado: nenhum deles pode ser, efetivamente, um sacerdote da Humanidade

§  Esse conjunto de atributos explica e justifica a idade mínima para a atribuição do grau de sacerdote pleno no Positivismo, que é de 42 anos

o   “Nosso sacerdócio compõe-se, em geral, de três ordens sucessivas: os aspirantes, admitidos aos vinte e oito anos; os vigários ou suplentes, aos trinta e cinco; os sacerdotes propriamente ditos, aos quarenta e dois” (Catecismo, 9ª Conferência (Conjunto do regime); p. 320)

-        A separação dos dois poderes implica necessariamente que o sacerdócio deve sempre, irrevogavelmente, recusar o poder político (além do poder econômico)

o   Isso tem duas conseqüências imediatas para o sacerdócio:

§  Por um lado, sacerdotes devem ser proibidos de disputar/ocupar cargos

§  Por outro lado, sacerdotes que tenham a pretensão de disputar/ocupar cargos devem ser vistos com desconfiança e/ou deve ser recusada sua atuação como sacerdotes

o   “As vistas gerais e os sentimentos generosos que devem sempre distinguir o sacerdócio são profundamente incompatíveis com as idéias de detalhe e com as disposições orgulhosas inerentes a todo domínio prático. Para que alguém se limite a aconselhar, é necessário que não possa nunca mandar, nem pela riqueza: de outro modo nossa miserável natureza fica disposta a substituir amiúde a força às demonstrações” (Catecismo, 9ª Conferência (Conjunto do regime), p. 318-319)

-        A concentração de inúmeras funções teóricas no sacerdócio positivo pode parecer, à primeira vista, um exagero da parte de Augusto Comte; mas não é: trata-se de reconhecer com clareza todas as atribuições morais, intelectuais e práticas que cabem ao poder Espiritual

-        A inspiração de nomes, categorias e/ou estruturas do sacerdócio positivo em formas de outras sacerdócios (especialmente os teológicos) não tem nada de retrógrado:

o   Por um lado, todas as religiões e todos os sistemas de pensamento basearam-se sempre em formas anteriores: esse é necessariamente o procedimento adotado por todas as religiões, em todas as épocas

o   Por outro lado, ao também agir da mesma forma, o Positivismo age assim de maneira explícita e, reconhecendo esse procedimento, presta também de maneira explícita a maior homenagem possível à sabedoria teórica e prática de nossos antecessores humanos

12 junho 2023

Entendendo a relevância atual da metafísica político-moral

No dia 13 de São Paulo de 169 (2.6.2023) redigi um pequeno texto em que apresento uma interpretação positiva da política contemporânea. 

Na verdade, esse texto foi redigido como uma pequena apresentação dos esforços realizados pelo Apostolado Positivista da Itália, que tem à sua frente nosso querido amigo, o Apóstolo Sebastiano Fontanari. Mas, para que essa apresentação não se limitasse ao mero elogio, pareceu-me melhor fazer uma pequena reflexão sobre as sociedades contemporâneas, resultando nessa interpretação em que indico o porquê de a metafísica ter tanta importância atualmente.

Tão logo Sebastiano verta para o italiano esse texto, ele será publicado neste blogue.

*   *   *

O século XIX foi um período em que muitas utopias surgiram e, portanto, foi um período de esperanças. Surgiram utopias positivas – por definição, o Positivismo, ou melhor, a Religião da Humanidade –, assim como utopias metafísicas – a democracia rousseauniana revigorada, o marxismo, o anarquismo e tantas outras –; surgiram até mesmo utopias teológicas, na forma dos projetos retrógrados românticos. Ao mesmo tempo em que a teologia seguiu um caminho descendente, a positividade seguiu sua marcha ascendente, com a difusão do Positivismo no conjunto do Ocidente e mesmo além dele.

O século XX, por outro lado, pode ser dividido em duas grandes partes. A primeira delas caracterizou-se pelos estertores do regime católico-feudal: a II Guerra dos 30 Anos, ou seja, o tumultuado período que vai de 1914 a 1945 no fundo caracterizou-se pela mobilização, com enorme violência, das derradeiras forças militares próprias ao feudalismo; não é à toa que o mundo que surgiu após 1945 fosse “moderno”, isto é, em que já não se percebessem mais os hábitos herdados do mundo feudal.

Todavia, a II Guerra dos 30 Anos não pôs um fim apenas ao mundo feudal; ela também sacrificou a maior parte do movimento positivista que se desenvolvia, ramificava e frutificava no Ocidente. Tal sacrifício ocorreu principalmente durante a fase inicial dessa guerra, no período que se chama habitualmente de “I Guerra Mundial”, tanto pela morte dos positivistas e pela destruição das igrejas e dos clubes positivistas (durante o período 1914-1919) quanto pela disseminação de um espírito fortemente metafísico, em particular em suas vertentes niilista, comunista e nacionalista (após 1919). Dessa forma, após 1945 o mundo já era “moderno” – mas não era, como ainda não é, positivo; derrotada a teologia de origem feudal, dizimada a positividade, a metafísica surgiu vitoriosa, em meio à disputa de duas grandes metafísicas: o comunismo soviético e a democracia liberal estadunidense.

Ambas as utopias metafísicas que se enfrentaram na segunda parte do século XX consistem em sistematizações de concepções opostas, confusas e parciais sobre a natureza humana, seja coletiva, seja individual; além disso, essas duas metafísicas são materialistas e democráticas, isto é, ambas apelam para a vontade todo-poderosa e voluntariosa do “povo”. Acuada pelo comunismo, a dupla metafísica democrático-liberal respeitou as liberdades individuais e procurou prover condições mínimas de existência para o proletariado dentro dos países centrais (negando esses fatores nos países periféricos); por seu turno, o comunismo limita ou rejeita as liberdades individuais, impõe uma doutrina oficial de Estado em nome da liberdade material coletiva e obriga as populações a ele submetidas a graves provações materiais e morais (tanto no antigo país-mãe do comunismo como em todos os demais países comunistas): assim, enquanto as repressões comunistas acabaram resultando na falência dessa metafísica, uma situação conjuntural – a pressão comunista – permitiu ao proletariado ocidental liberdades e elevação do padrão de vida. A falência comunista encerrou a Guerra Fria e, assim, a metafísica democrático-liberal deixou de sofrer o constrangimento externo que a moderava e evitava seus maiores desregramentos. Durante a Guerra Fria, as metafísicas mantiveram seu caráter belicista; acima de tudo, a chamada doutrina da “destruição mútua assegurada” (mutual assured destruction – MAD) impediu o conflito direto entre as duas potências-líderes dos blocos metafísicos: por outro lado, felizmente a Europa Ocidental pôde afinal deixar de lado os hábitos militaristas, em particular na forma dos nacionalismos estreitos, e assumiu a paz como ideal civilizacional, em vez de ser mera interrupção de conflitos.

Os desvios próprios à metafísica democrático-liberal conduziu, mal, o mundo após 1989-1991, primeiro na forma do triunfalismo do ultraliberalismo e, depois, na forma do militarismo estadunidense, que conjugava (como conjuga) a metafísica democrática com a concepção protestante do excepcionalismo norte-americano. Absolutista, a metafísica democrático-liberal (agravada pelo excepcionalismo protestante dos EUA) é incapaz de reconhecer as várias concepções de mundo e de, com relativismo, lidar com elas; em particular, essa metafísica é incapaz de reconhecer que a harmonia social exige não apenas liberdades individuais, mas também, e antes, o bem-estar coletivo, que inclui aspectos morais e intelectuais e não somente materiais. Em outras palavras, a metafísica da vontade do povo é incapaz de perceber que (1) a vontade curva-se ante as leis naturais e (2) que o povo estadunidense não corresponde aos povos dos demais países do mundo. Daí a incapacidade de os Estados Unidos constituírem, por meio de sua liderança, uma ordem internacional estável e progressista; daí a superficialidade da implantação da “democracia” ao redor do mundo – embora, como se saiba, muitos países regridam a concepções cripto-teológicas, ainda que profundamente marcadas pela metafísica da vontade popular, com os “tradicionalismos”, o comunismo e, de modo geral, os nacionalismos xenofóbicos renovados.

Tal angustioso cenário é contraposto, por outro lado, pela feliz constatação de que o ser humano, em meio às variações históricas de sua realidade, obedece afinal de contas a leis naturais – e que tais leis indicam o rumo a tomar: paz universal, relativismo, noção de Humanidade, com o abandono decisivo dos hábitos militares, das concepções absolutas e das noções sociais estreitas. A positividade – na forma da simpatia, da síntese e da sinergia, com a prevalência da continuidade sobre a solidariedade humana – prevalecerá, revelando-se como a única solução para esses problemas; mas podemos – e, portanto, devemos – acelerar na medida do possível, na medida das nossas forças, essa transição, ao difundirmos a positividade sistematizada[1].

Assim, é com muita alegria, muita satisfação e, principalmente, com muita esperança que apresento e dou as boas-vindas ao Apostolado Positivista da Itália, em particular na figura de seu Diretor, o Apóstolo Sebastiano. Sua dedicação ao Positivismo, à difusão da positividade já rende frutos, retomando a tradição positivista européia, cerca de um século após seu abrupto fim em decorrência da I Guerra Mundial.

Salut et Fraternité – ou, na versão em português: Saúde e Fraternidade!



[1] Comentário do meu amigo Hernani Gomes da Costa: sem a ação sistemática do Positivismo, o resultado da política mundial e nos vários países será a manutenção da terrível e cansativa oscilação entre o progresso anárquico e a ordem retrógrada.

24 dezembro 2022

Live AOP: Fernanda Alcântara - "Harriet Martineau e Augusto Comte"

No dia 21 de dezembro tivemos mais uma Live AOP, desta feita com a participação da Profª Drª Fernanda H. C. Alcântara, da Universidade Federal de Juiz de Fora (campus de Governador Valadares). Em uma agradável conversa que durou quase duas horas, a palestra tratou de Harriet Martineau e de suas relações com Augusto Comte. A Profª Fernanda tem-se dedicado, nos últimos vários anos, a estudar, resgatar e traduzir a obra de Harriet Martineau (ou "Miss Martineau", como sempre foi respeitosamente referida nos círculos positivistas).

O vídeo dessa Live AOP pode ser visto no canal Positivismo, aqui: l1nq.com/Martineau.

Harriet Martineau foi uma pensadora, socióloga, etnóloga e divulgadora da ciência que atuou na Inglaterra de meados do século XIX. No que se refere a Augusto Comte e ao Positivismo, Miss Martineau fez em 1851-1852 a famosa condensação do Sistema de filosofia positiva de Augusto Comte, publicado originalmente entre 1830 e 1842, em seis volumes; na versão condensada, essa obra ficou com três volumes (ou até dois, dependendo da edição), sob o título "A filosofia positiva de Augusto Comte". O trabalho foi tão bem feito que Augusto Comte - que em sua correspondência com Miss Martineau tratava-a por "minha colega" - passou a recomendar a leitura não do seu próprio original, mas da versão condensada!

Em virtude desse trabalho importantíssimo e descumunal, Miss Martineau tornou-se uma das mais importantes divulgadoras do Positivismo na Inglaterra. Embora tenha participado desse relevante serviço após John Stuart Mill, as pesquisas da Profª Fernanda levam a crer que Miss Martineau atingiu um público bem maior, seja junto ao comum do povo, seja junto aos eruditos e pesquisadores.

(Algumas observações bibliográficas, teóricas e históricas: o Sistema de filosofia positiva foi originalmente intitulado Curso de filosofia positiva; mas, a partir de 1848 (no Discurso sobre o conjunto do Positivismo), Augusto Comte estabeleceu que essa obra deveria ser indicada e renomeada como Sistema de filosofia positiva. A obra original era em francês; a condensação de Miss Martineau foi feita em inglês; Comte recomendava a leitura tanto da versão em inglês quanto, é claro, a em francês. Por fim, a condensação não é um resumo: trata-se de uma nova obra, que aborda de maneira mais direta os mais importantes assuntos tratados na obra original.)

Esse trabalho descomunal pode ser consultado, lido e baixado no portal Internet Archive

- volume 1: aqui

- volume 2: aqui




16 março 2022

Curso livre de política positiva: vídeo da 2ª sessão

No dia 15 de março ocorreu a segunda sessão do Curso livre de política positiva, com transmissão ao vivo no canal do Facebook Apostolado Positivista: Facebook.com/ApostoladoPositivista.

Nessa sessão apresentamos os conceitos de historicismo; objetividade e subjetividade; visão de conjunto e visão de detalhe; descrições e prescrições; escala enciclopédica e níveis de generalidade.

Com várias participações ao vivo, a segunda sessão está disponível aqui: https://www.facebook.com/ApostoladoPositivista/videos/495457555587668/.

O vídeo da segunda sessão também está disponível no canal The Positivism, aqui: https://www.youtube.com/watch?v=QMxrAUxE4KI.

A programação completa do Curso pode ser vista aqui.



Curso livre de política positiva: vídeo da 1ª sessão

No dia 8 de março ocorreu a primeira sessão do Curso livre de política positiva, com transmissão ao vivo no canal do Facebook Apostolado Positivista: Facebook.com/ApostoladoPositivista.

Nessa sessão apresentamos a justificativa e o plano do curso; uma rápida biografia de Augusto Comte e uma contextualização de sua imensa obra; por fim, começamos a expor as preliminares da política positiva, tratando do conceito fundamental do relativismo.

Com várias participações ao vivo, essa primeira sessão está disponível aqui: https://www.facebook.com/ApostoladoPositivista/videos/281799764032168/.

O vídeo também  pode ser visto no canal The Positivism, disponível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=bco6cWA47oQ.

A programação completa do Curso pode ser vista aqui.





02 março 2022

Curso livre de política positiva

A partir de 8 de março de 2022 (terça-feira), a partir das 19h.

Curso em 15 sessões

Programa:
Sessão 1) Dia 8.3 - Apresentação: justificativa; foco geral do curso; estrutura do curso; Preliminares à Política Positiva I: o estado normal; objetividade e subjetividade; descrições e prescrições; visão de conjunto, visão de detalhe e a síntese subjetiva
Sessão 2) Dia 15.3 - Preliminares à Política Positiva II: relativismo, historicismo; escala enciclopédica e generalidade
Sessão 3) Dia 22.3 - Sociologia Estática I: religião: concepções e regulações gerais da existência humana
Sessão 4) Dia 29.3 - Sociologia Estática II: família e linguagem; os indivíduos
Sessão 5) Dia 5.4 - Sociologia Estática III: propriedade: origem e destinação sociais, gestão individual
Sessão 6) Dia 12.4 - Sociologia Estática IV: poder temporal: a gestão material da sociedade
Sessão 7) Dia 19.4 - Sociologia Estática V: poder espiritual: a orientação moral e intelectual da sociedade
Sessão 8) Dia 26.4 - As relações entre os dois poderes: laicidade, independência, dignidade
Sessão 9) Dia 3.5 - Sociologia Dinâmica I: os três estados da inteligência: teologia, metafísica, ciência e positividade
Sessão 10) Dia 10.5 - Sociologia Dinâmica II: os três estados da atividade: guerra conquistadora, guerra defensiva, paz industrial
Sessão 11) Dia 17.5 - Sociologia Dinâmica I: os três estados dos sentimentos: família, pátria, Humanidade
Sessão 12) Dia 24.5 - A Religião da Humanidade; regulação religiosa da sociedade: concepção do novo Grande Ser; a Trindade Positiva
Sessão 13) Dia 31.5 - A transição própria ao Ocidente: teocracia, Grécia, Roma, Idade Média, duplo movimento moderno, Revolução Francesa; transição final
Sessão 14) Dia 7.6 - República e “ditadura”: presidencialismo de liberdades
Sessão 15) Dia 14.6 - Justiça social: luta de classes; responsabilidade social

09 fevereiro 2022

Palestra "Desmistificando o Positivismo: filosofia, sociologia e política"

No dia 8 de fevereiro de 2022 ocorreu a palestra "Desmistificando o Positivismo: filosofia, sociologia e política". Foi uma palestra realizada à distância, promovida pelo Centro Universitário de Tecnologia de Curitiba (Unifatec), a convite da Profª Sheila Torquato Humphreys.

Durante pouco mais de uma hora e meia abordamos algumas características do Positivismo, os equívocos relacionados a essa filosofia, a concepção da Religião da Humanidade, a sua política e um pouco da sua atuação no Brasil.

A palestra foi gravada e está disponível no meu canal The Positivism (aqui) e no canal da Unifatec (aqui).

08 setembro 2021

Exposição no evento "200 anos de Sociologia: Augusto Comte"

No dia 3 de setembro de 2021 tive a honra e a alegria de realizar a exposição inaugural do curso de extensão "200 anos de Sociologia", promovido em conjunto pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e pela Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS); esse curso é organizado pelas professoras Fernanda Alcântara e Giulle da Mata.

Após a vergonhosa e (quase) total omissão da academia brasileira (incluindo aí a própria SBS) quando dos 200 anos de nascimento de Augusto Comte (em 1998) e dos 150 anos de sua morte (em 2007), a inclusão do fundador do Positivismo como autor que inaugura um evento sobre o bicentenário de uma das disciplinas fundadas por A. Comte não deixa de ser ao mesmo tempo alvissareira e um pequeno ato de desagravo.

Minha exposição, conforme anunciado antes (aqui), apresentou vários dos elementos fundamentais da Sociologia do fundador da Sociologia, isto é, de Augusto Comte. A gravação do evento está disponível no meu canal Positivismo (aqui) e no Youtube em geral (aqui), bem como a exposição para Powerpoint que elaborei está disponível aqui.

Os materiais indicados acima, bem como uma descrição e uma justificativa do evento como um todo, também podem ser obtidos no blogue da prof. Fernanda Alcântara (aqui).

[Nota acrescentada em 9.9.2021 e em 14.9.2021: a omissão da academia brasileira no que se refere ao bicentenário do fundador da Sociologia, em 1998, não foi total; houve três eventos. 

O querido professor Valter Duarte Ferreira Filho, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, realizou dois eventos, um na UFRJ e outro na UERJ, celebrando o bicentenário de nascimento de Augusto Comte. O evento da UFRJ contou com a presença do cônsul da França e com a exposição de membros da Igreja Positivista do Brasil, como o meu caro amigo Hernani Gomes da Costa; o evento da UERJ foi uma apresentação realizada por Danton Voltaire Pereira de Souza, também da Igreja Positivista do Brasil.

Além disso, a UFRGS organizou um evento de vários dias, integrando comemorações internacionais e contando com palestrantes nacionais e estrangeiros. Houve uma sessão na Igreja Positivista do Rio Grande do Sul, presidida por Mozart Pereira Soares.]

Abaixo reproduzo as anotações que elaborei para a exposição de 3.9.2021.

*   *   *

 -        Introdução: definições apofáticas

o   Que é o Positivismo?

§  O Positivismo é:

1)      Uma religião secular, uma filosofia histórica, relativista e objetiva-subjetiva, uma prática humanista, pacifista, tolerante, universalista e includente

a.       É um sistema de educação universal

2)      “Real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico, simpático”

3)      Uma religião que afirma, regula e estimula o altruísmo inato (que, por sua vez, orienta e limita o egoísmo também inato)

4)      Uma política humanista, altruísta, racional, histórica, sensível à opinião pública e baseada em evidências e nas liberdades

5)      Uma afirmação da realidade humana e dos valores humanos

6)      Uma afirmação da historicidade humana e, portanto, do relativismo

§  O Positivismo não é:

1)      Não é ateísmo

2)      Não é uma “teologia científica” (Religião da Humanidade)

3)      Não é um cientificismo nem um academicismo

a.       Não é reducionista (ele afirma a dignidade de cada ciência e, em particular, do ser humano e das Ciências Humanas)

4)      Não é um “naturalismo” (não reduz as Ciências Humanas às Ciências Naturais)

a.       Não é a favor da oposição “explicação” versus “compreensão”

5)      Não é um “empiricismo”

6)      Não é ideológico

a.       Não é uma ideologia burguesa

7)      Não é militarista

8)      Não é uma afirmação do Estado totalitário nem da sociedade sufocante anti-indivíduo

9)      Não é otimismo ingênuo (“pensamento positivo”)

10)  Não é nem idealista nem materialista

11)  Não é fatalista nem nega a liberdade humana

-        Confusão generalizada e intencional:

o   Interpretações nacionais:

§  alemães (Escola de Frankfurt): desumanização do homem por meio da técnica e da razão instrumental; redução do ser humano a “coisas” (a serem manipuladas pelo capitalismo)

§  alemães (Dilthey, interpretativistas): negação sistemática da liberdade e da subjetividade humanas; redução do ser humano a “coisas” (como se fossem objetos das ciências naturais)

§  anglófonos (Stuart Mill, Giddens, Alexander): no caso de Comte: ou uma obra delirante ou um mero prenúncio do “empiricismo” do Círculo de Viena

§  estadunidenses: Sociologia funcionalista, mecanicista e/ou qualitativista

§  franceses (Aron, Alain): há vários “positivismos” e o de Comte não é redutível a outros

o   Interpretações ideológicas:

§  Marxismo: burguês, explorador, dominador, alienante

§  Liberalismo: autoritário, militarista

§  Catolicismo: ateu, totalitário, cientificista, militarista

§  Feministas: machista e patriarcal

§  Movimento Negro: racista, colonialista, desprezo pelos negros, desprezo pela contribuição africana

o   Em suma: Comte e o Positivismo são a Geni (Chico Buarque, Geni e o zepelimhttps://www.letras.mus.br/chico-buarque/77259/):

Joga pedra na Geni! Joga bosta na Geni! Ela é feita pra apanhar! Ela é boa de cuspir! Ela dá pra qualquer um! Maldita Geni!

o   São os inimigos preferenciais, que não precisam nem podem ser conhecidos e que existem apenas para serem desprezados à não importa o que Comte e os positivistas escrevem, mas o que os críticos desejam que eles sejam

-        Comte como “clássico” (J. Alexander)

o   “Positivismo” é a obra de Augusto Comte

-        Vida e obra de Comte

o   França posterior à Revolução Francesa

§  Busca de uma nova organização social e de novos princípios legitimadores, adequados a uma sociedade industrial e com a ciência

o   Obras

§  Opúsculos de Filosofia Social (1816-1828) (em particular: Plano dos trabalhos científicos necessários para reorganizar a sociedade, de 1822 e 1824)

§  Curso de filosofia positiva, em 6 volumes (1830-1842) (em 1848 foi renomeado para Sistema de filosofia positiva) à coleção “Os pensadores” (lições 1 e 2)

§  Curso filosófico de Astronomia popular (1844)

§  Discurso sobre o espírito positivo (1844 – “Introdução” do Curso de Astronomia) à coleção “Os pensadores”

§  Discurso sobre o conjunto do Positivismo (1848) à coleção “Os pensadores” (2/3 do cap. 1)

§  Sistema de política positiva, em 4 volumes (1851-1854)

§  Catecismo positivista (1852) à coleção “Os pensadores”

§  Apelo aos conservadores (1855)

§  Síntese subjetiva (1856)

§  Correspondência, em 8 volumes (1816-1857)

-        Epistemologia comtiana:

o   Questões de estilo de escrita e da forma de raciocinar:

§  Englobamento de contrários (Louis Dumont)

§  Estilo “criptográfico” e “chinês” (Ângelo Torres e Emmanuel Lazinier)

§  Perspectivas “telescópica” e “caleidoscópica” (Angèle Kremer-Marietti)

o   Caráter tríplice da natureza humana: conjugação da espontaneidade com a sistematicidade: “Agir por afeição e pensar para agir”

§  princípio: sentimentos (impulso)

§  meio: inteligência (conselho)

§  resultado: ação prática (execução)

o   Caráter histórico da natureza humana: desenvolvimento de atributos ao longo do tempo

§  Em particular: da paz, da indústria, do trabalho livre, da ciência; do relativismo e da própria historicidade

o   Filosofia positiva: estudo das ciências para determinar: a lógica da ciência, as bases da Sociologia, as bases do novo poder espiritual, a síntese positiva e subjetiva

o   Espírito positivo: bom senso comum, com a continuidade do conhecimento empírico e as elaborações científicas

§  Daí a busca das leis naturais (relações entre os fenômenos) e a rejeição das “causas” absolutas (teológicas e metafísicas)

§  Daí também a combinação entre realidade e utilidade da ciência e a rejeição do academicismo

§  “Para completar as leis são necessárias vontades”

o   Acepções de “positivo”: real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático

o   Síntese subjetiva:

§  Visão de conjunto (em termos de natureza humana, de concepções e de objetivos): filosofia, arte, indústria, política, ciência

·         Todos devem entendimentos gerais sobre tudo; em contraposição, a atuação prática é sempre parcial

§  Subordinação da inteligência à afetividade e à atividade prática

·         Relações íntimas entre simpatia, síntese e sinergia

§  Concepções que explicam e regulam o conjunto das realidades humanas e cósmica

§  Afirmação da preponderância normal das ciências superiores (Sociologia e Moral) sobre as ciências inferiores (Matemática até a Biologia), ao mesmo tempo em que “os fenômenos mais nobres subordinam-se aos mais grosseiros” à “multi” e “transdisciplinariedade”

·         O altruísmo e o egoísmo são inatos (ou seja, são naturais) à mas: a maior fraqueza do altruísmo e o desenvolvimento histórico da paz, da indústria e da ciência exigem o emprego constante e permanente de todos os recursos sociais e individusia disponíveis para a afirmação do altruísmo

§  Unidade da ciência: multiplicidade e autonomia das ciências; homogeneidade de método e de doutrina

§  Estabelece não apenas o que se pode conhecer e fazer, mas, acima de tudo, o que se deve fazer (ou não fazer)

§  Definição da moralidade: estímulo e prática do altruísmo (ternura), compressão do egoísmo (pureza)

o   Lógica positiva:

§  Conjunto dos meios próprios a estimular e a orientar o pensamento humano: sentimentos, imagens, sinais

§  Caráter afetivo da inteligência

§  Subordinação da imaginação à observação (mas reconhecendo a legitimidade da imaginação e a relativa autonomia da inteligência)

§  Incorporação do fetichismo inicial ao positivismo final: radicalização da noção de afetividade

§  Leis da Filosofia Primeira

§  A Humanidade é a única realidade que reúne em si os sentimentos (universais), a atividade (compartilhada com o planeta Terra, ou Grão-Meio) e a inteligência (exclusiva da Humanidade, ou Grão Ser) à isso torna a intencionalidade o atributo exclusivo dos seres humanos

o   Relativismo e subjetivismo:

§  “Relacionismo” cognitivo (sensações) e intelectual (relações entre fenômenos)

§  Antiabsolutismo

§  “Subjetivismo social”, relativo ao ser humano em geral à novo antropocentrismo

o   Historicidade do ser humano e das concepções humanas:

§  o ser humano é um ser social e histórico: afirmação da solidariedade e da continuidade

§  a experiência histórica não é (e não pode ser) desperdiçada: os contextos mudam, mas há grandes continuidades (e mesmo essas continuidades mudam)

§  a história não é passado-presente-futuro, mas passado-futuro-presente

§  essas concepções são o fundamento último da Sociologia (cujo método específico é a “filiação histórica”)

-        Leis dos três estados

o   (1) Leis (2) sociológicas (3) dinâmicas:

§  inteligência: “cada entendimento oferece a sucessão dos três estados, fictício, abstrato e positivo, em relação às nossas concepções quaisquer, mas com uma velocidade proporcional à generalidade dos fenômenos correspondentes”

§  atividade prática: “a atividade é primeiro conquistadora, em seguida defensiva e enfim industrial”

§  afetividade: “a sociabilidade é primeiro doméstica, em seguida cívica e enfim universal, segundo a natureza peculiar a cada um dos três instintos simpáticos” (apego, veneração e bondade)

o   a teologia e a metafísica são absolutas, enquanto a positividade é relativa

o   diferentes formulações ao longo do tempo: de “estados fictício, abstrato e científico” para “estados teológico, metafísico e positivo”

§  entregue a si mesma a ciência tende a tornar-se absoluta à constituição de um quarto estado (filosófico, sintético e relativo) em oposição à mera ciência (analítica e passível de voltar ao absoluto)

o   desenvolvimento histórico da paz, da indústria, do trabalho livre, da ciência, do relativismo, da historicidade

-        Escala enciclopédica

o   lei explicativa da lei intelectual dos três estados

o   multiplicidade das ciências à multiplicidade das leis naturais à autonomia das ciências (relações entre subordinação e dignidade)

§  Anti-reducionismo

§  Mudanças ao longo do tempo: fundação da Moral como ciência suprema; Sociologia como preparatória da Moral (v. II-III da Política)

o   classificação das ciências (abstratas) e respectivos métodos:

§  Matemática: dedução

§  Astronomia: observação

§  Física: experimentação

§  Química: nomenclatura

§  Biologia: comparação

§  Sociologia: filiação histórica

§  Moral: construção

o   critérios:

§  lógicos e históricos

§  generalidade decrescente e especificidade (complexidade) crescente

§  dedutibilidade decrescente e empiricidade crescente

§  quanto mais elevada a ciência, mais complexa e nobre ela é à mais modificável à maior capacidade de intervenção humana

o   espírito positivo versus ciência

§  ciência: conhecimento analítico da realidade, por meio das leis naturais abstratas; conjunto mais ou menos homogêneo de doutrinas e métodos empregados na exploração de um determinado âmbito da realidade

§  espírito positivo: compreensão sintética da realidade, elaborada pela filosofia, abrangendo a ciência, a atividade prática (que deve ser sinergética) e os sentimentos (que devem ser simpáticos)

§  enquanto a ciência tende a secar e a isolar o ser humano (em termos intelectuais, afetivos e práticos), o espírito positivo busca desenvolver o espírito e a integrar o ser humano

·         o objetivo da ciência é auxiliar o ser humano em seu desenvolvimento à antes de mais nada moral e, depois, material à é assim que se deve julgar e avaliar a ciência

-        Sociologia comtiana

o   Busca de um novo poder espiritual: necessidade e oportunidade de fundação de uma ciência relativa à sociedade

§  necessidade de entender o que ocorria na Europa após a Revolução Francesa e de solucionar os problemas sociais e políticos

§  disponibilidade de meios intelectuais para isso (o desenvolvimento do método científico e a conseqüente maturidade intelectual para a criação da Sociologia)

o   Em face da especialização das ciências, como proceder? Por meio da criação de uma nova disciplina

§  caráter múltiplo da Sociologia:

·         afirmação da perspectiva humana (em termos morais)

·         investigação da realidade humana (em termos científicos)

·         investigação de aspectos específicos da realidade social

·         afirmação da perspectiva de conjunto (continuidade e solidariedade) da existência humana

·         proposição de medidas adequadas à solução dos problemas

o   Método específico da Sociologia: filiação histórica:

§  historicismo

§  relativismo

§  visão de conjunto:

·         Estática (sincronia: ordem)

·         Dinâmica (diacronia: progresso)

o   rejeição do materialismo:

§  o método específico da Sociologia é a filiação histórica, não a matematização da sociedade

§  criação da palavra “Sociologia” para marcar a diferença com Quétélet

o   Elaboração de leis sociológicas qualitativas

o   Proposta do “método patológico” (v. II da Política)

o   Não há biologicismo, apenas o emprego eventual de algumas metáforas baseadas na Biologia e plenamente reconhecidas como artifícios lógicos à dignidade da Sociologia e afirmação da “imaginação sociológica

-        Estática social: elementos presentes em todas as sociedades: religião, propriedade, linguagem, família, governo à sociologia comparativa

o   Religião:

§  distinção entre teologia e religião

§  a religião busca a convergência do ser humano (síntese, simpatia, sinergia)

§  relativa continuidade entre a teologia e a ciência

§  teologia: fetichismo, astrolatria, politeísmo, monoteísmo

o   Linguagem:

§  liame intelectual de existência da sociedade

o   Propriedade

§  A teologia e a metafísica são incapazes de abarcar a realidade material da sociedade; portanto, são incapazes de solucionar seus problemas

§  A propriedade enquanto tal sempre existe (privada ou coletiva)

§  Manutenção e aumento dos tipos de capital

·         material, intelectual e moral

·         responsabilidade pessoal pela gestão dos recursos

·         “O capital é social em sua origem e deve sê-lo em sua destinação”

§  Formas de transmissão do capital: guerra: conquista; paz: dádiva, troca, herança

§  Emancipação paulatina dos trabalhadores (e das mulheres): escravos na Antigüidade, servos na Idade Média, trabalhadores livres na modernidade

§  Necessidade de concurso entre o patriciado e o proletariado

·         Riqueza: força concentrada; trabalho: força dispersa

·         Caráter instrumental da luta de classes

o   Governo

§  Conjugação dos princípios de Aristóteles e de Hobbes:

·         Aristóteles: “a sociedade consiste na divisão do trabalho e na convergência dos esforços”

·         Hobbes: todo governo baseia-se na força

§  “Não existe sociedade sem governo”

·         Afirmação das vistas de conjunto da sociedade

·         Preocupação em como se maneja o poder, não com quem o ocupa

·         Dois pólos sociopolíticos: Estado e sociedade civil

§  Poderes:

·         Temporal: manutenção da ordem civil (âmbito de aplicação das ciências inferiores)

·         Espiritual: opiniões e crenças (âmbito de atuação das ciências superiores)

o   Família

§  Principal realidade social dos seres humanos

§  Âmbito sobretudo afetivo, baseado nos três níveis da afetividade (apego, veneração, bondade)

§  Emancipação e dignificação da mulher: reconhecimento histórico da importância e da autonomia feminina; reserva moral da sociedade

-        Dinâmica Social

o   Evolução dos elementos da Estática Social com o passar do tempo

§  Sociologia comparativa e  histórica à Filosofia da História

§  “O progresso é o desenvolvimento da ordem e a ordem é a base do progresso”

o   Três leis dos três estados: inteligência, atividade prática, afetividade

§  Múltiplas relações entre as três leis dos três estados

§  Lei da atividade prática

·         Estado militar-conquistador

·         Estado militar-defensivo

·         Estado pacífico-industrial

§  Lei da afetividade

·         Família: vínculo afetivo

·         Pátria: vínculo prático (econômico e político)

·         Humanidade: vínculo intelectual

o   Marcha histórica:

§  Fetichismo como fase comum a toda a Humanidade, seguida pela astrolatria e pelo politeísmo

§  No Ocidente: após a atuação das grandes teocracias (politeísmo conservador) há o desenvolvimento do politeísmo progressista (Grécia e Roma) e pelo monoteísmo

·         Tríplice transição ocidental: entre Grécia (desenvolvimento da inteligência), Roma (desenvolvimento da atividade) e Idade Média (desenvolvimento da afetividade)

§  Após a Idade Média: duplo movimento ocidental, cada vez mais anárquico:

·         destrutivo: mais rápido, correspondente à corrosão do regime católico-feudal (absoluto, militar)

·         construtivo: mais lento, correspondente à constituição da sociedade positiva (relativista), pacífica e industrial

§  Descompasso crescente entre os movimentos: explosão social e política na forma da Revolução Francesa

·         Revoluções prévias: intelectual (Enciclopedistas); burguesa (fim do Antigo Regime); proletária (afirmação do problema social); faltaria a feminina

·         necessidade de conciliação entre a ordem e o progresso

o   Sociologia da ordem: fundada por José de Maistre

o   Sociologia do progresso: pelo Marquês de Condorcet

o   Contribuição de Augusto Comte: conjugação entre a ordem e o progresso (além do desenvolvimento da reflexão sobre as ciências, sobre o que é a cientificidade, sobre os métodos e o objeto da Sociologia, sobre a aplicabilidade da Sociologia etc.)

·         constituição de vários partidos:

o   militarista (Bonaparte)

o   retrógrado (católico: José de Maistre)

o   revolucionário (democrático e clericalista: Rousseau, Robespierre)

o   revolucionário (monarquista e anticlericalista: Voltaire)

o   construtivo (sociocrático, positivista: Diderot, Danton)

o   Etc.

o   Análises de conjuntura (v. IV e VI da Filosofia; v. III da Política; Apelo): análises dos grupos sociais, suas motivações, suas ações, suas variações históricas

o   Sociologia do conhecimento, Sociologia da ciência: v. IV-VI da Filosofia; v. I-III da Política

-        Indivíduo e individualismo:

o   Ambigüidade no uso da palavra “indivíduo”: realidade de carne e osso; mônada teológica; agente social

o   Como a Sociologia parte do conjunto para as partes, não existem “indivíduos”, apenas seres humanos em sociedades

§  Antepor a análise dos indivíduos à das sociedades resulta em considerar os seres humanos como animais, não como seres humanos

o   As “células sociais”, isto é, as menores unidades de análise sociológica são as famílias

o   Apesar disso, a sociedade possui agentes: são os indivíduos

o   Os “indivíduos” criticados por A. Comte são as elaborações próprias ao individualismo (que rejeita a sociedade e a vida coletiva, em uma busca da satisfação estritamente pessoal), que surgiram na Idade Média teológica e reafirmaram-se na Idade Moderna com a metafísica

o   “Consagrar para regular”: indivíduo buscando a satisfação pelo altruísmo

-        Religião da Humanidade

o   Novo poder espiritual, totalmente humano

§  Aplicação e consolidação dos princípios anteriores

o   Importância central em termos morais, intelectuais e afetivos de Clotilde de Vaux

§  Clotilde é a cofundadora da Religião da Humanidade

o   Sistema de educação:

§  Individual e social

§  para a vida toda

§  objetiva e subjetiva

o   “Humanidade”

§  “Grão-Ser”

§  real, abstrato, histórico, composto

§  “reencantamento do mundo”

§  “humanização do ser humano”

§  Veneração de uma figura feminina

o   Culto: desenvolvimento da moralidade:

§  estímulo do altruísmo e compressão do egoísmo

§  cultos íntimos, privados e públicos

§  cultos abstratos e concretos

§  âmbito da arte

§   “Viver para outrem”

o   Dogma:

§  conhecimento útil da realidade

§  baseado na ciência: espírito positivo

§  “Saber para prever a fim de prover”

o   Regime:

§  ação positiva sobre o planeta (indústria; ecologismo)

§  “Viver às claras”

§  “Ordem e Progresso”

-        Política

o   Em termos gerais:

§  pacifismo, antimilitarismo, rejeição normal da violência

§  política humanista, altruísta, racional, histórica, sensível à opinião pública e baseada em evidências e nas liberdades

§  deveres

§  meritocracia com justiça social

§  afirmação da sociedade civil

o   Governo:

§  republicanismo

§  separação dos dois poderes (“laicidade do Estado”)

§  desenvolvimento econômico e social

o   Justiça social:

§  incorporação social do proletariado

§  “funcionalismo público”

§  conjugação entre liberdades políticas e econômicas e atuação do governo (crítica ao liberalismo econômico)

§  caráter social da riqueza

§  responsabilidades individuais e coletivas

·         noção de deveres: relações mútuas devidas entre indivíduos e grupos entre si

-        (Bons) portais sobre Comte e o Positivismo

o   Auguste Comte et le Positivisme: http://membres.lycos.fr/clotilde/

o   Canal Positivismo: https://www.youtube.com/user/ThePositivism

o   Classiques des Sciences Sociales: http://classiques.uqac.ca/classiques/Comte_auguste/comte.html

o   Filosofia Social e Positivismo: http://filosofiasocialepositivismo.blogspot.com/

o   Igreja Positivista do Brasil: http://www.igrejapositivistabrasil.org.br/

o   Igreja Positivista do Rio Grande do Sul: https://templopositivista.org.br/

o   Maison d’Auguste Comte: http://www.augustecomte.org/

-           Referências bibliográficas

ALCÂNTARA, Fernanda H. C. 2020. Os clássicos no cotidiano. 2a ed. Governador Valadares: s/n.

ARBOUSSE-BASTIDE, Paul. 1990. A grande iniciação do proletariado. In: COMTE, A. Discurso sobre o espírito positivo. São Paulo: M. Fontes.

ARBOUSSE-BASTIDE, Roger. 1957. La doctrine de l’éducation universelle dans la philosophie d’Auguste Comte. 2 v. Paris: PUF.

ARNAUD, Pierre. 1969. Pour connaître la pensée d’A. Comte. S/l: Bordas.

ARNAUD, Pierre. 1973. Le “Nouveau Dieu”: préliminaires à la politique positive. Paris: J. Vrin.

ARON, Raymond. 1999. Auguste Comte. In: _____. As etapas do pensamento sociológico. 3ª ed. Lisboa: Dom Quixote.

BENSAUD-VINCENT, Bernadette. 1999. Atomism and Positivism: A Legend about French Chemistry. Annals of Science, London, v. 56, p. 81-94.

BOURDEAU, Michel & CHAZEL, François (eds.). 2001. Auguste Comte et l’idée de science de l’homme. Paris: L’Harmattan.

BOURDEAU, Michel. 2004. L’Idée de point de vue sociologique. La philosophie des sciences comme sociologie des sciences chez Auguste Comte. Cahiers internationaux de sociologie, Paris, v. 117, p. 225-238.

BOURDEAU, Michel. 2008. La posteridad sociológica de Auguste Comte: Lo normal y lo patológico en Durkheim. Empiria, Madrid, n. 16, p. 43-58, jul.-dic.

BOURDEAU, Michel. 2011. L’Idée de mathématiques appliquées chez Comte. Mathématiques et Sciences humaines, Marseille, 49e année, n. 193, p. 35-44, primtemps.

BOURDEAU, Michel; BRAUNSTEIN, Jean-François & PETIT, Annie. (eds.). 2003. Auguste Comte aujourd’hui. Paris: Kimé.

BOURDEAU, Michel; PICKERING, Mary & SCHMAUS, Warren (eds.). 2018. Love, Order, and Progress: The Science, Philosophy, and Politics of Auguste Comte. Pittsburgh: University of Pittsburgh.

CANGUILHEM, Georges. 2012. Estudos de história e de filosofia das ciências – concernentes aos vivos e à vida. Rio de Janeiro: Forense.

CARNEIRO JR., David. (org.). 1993. Positivismo e humanismo. Curitiba: Centro Positivista do Paraná.

CARNEIRO, David. 1942. História geral da Humanidade através de seus maiores tipos. VII v. São Paulo: Athena.

CHAZEL, François. 2015. Hacia una evaluación del lugar de Augusto Comte en la Historia de la Sociología. Empiria, Madrid, n. 31, p. 15-33.

COMTE, Augusto. 1856. Synthèse subjective ou système universel des conceptions propres a l’état normal de l’Humanité. Paris: Fayard.

COMTE, Augusto. 1890. Système de politique positive ou traité de Sociologie instituant la Religion de l’Humanité. 3ème ed. 4 v. Paris: Larousse.

COMTE, Augusto. 1895. La philosophie positive d’Auguste Comte, condensée par Miss Harriet Martineau. T. II. Paris: L. Bahl.

COMTE, Augusto. 1899. Apelos aos conservadores. Rio de Janeiro: Igreja Positivista do Brasil.

COMTE, Augusto. 1996. Catecismo positivista, ou sumária apresentação da Religião universal. Col. “Os pensadores”. São Paulo: Nova Cultural.

COMTE, Augusto. A General View of Positivism. New York: R. Speller.

COMTE, Augusto. Catecismo positivista, ou sumária apresentação da Religião universal. 4a ed. Rio de Janeiro: Apostolado Positivista do Brasil.

COMTE, Augusto. Discurso sobre o espírito positivo. São Paulo: M. Fontes.

COMTE, Augusto. Opúsculos de filosofia social. São Paulo: USP.

DUCASSÉ, Paul. 1951. La synthèse positiviste: Comte et Spencer. In: BERR, Henri (dir.). La Synthèse: idée-force dans l’évolution de la pensée. Paris: A. Michel.

FEDI, Laurent. 2002. Fétichisme, philosophie, littérature. Paris: L’Harmattan.

FEDI, Laurent. 2008. Comte. Belo Horizonte: Estação Liberdade.

FLETCHER, Ronald. 1974. The Crisis of Industrial Civilization: the Early Essays of Auguste Comte. London: Heinemann.

GANE, Mike. 2006. Auguste Comte. London: Routeledge.

GIDDENS, Anthony. 1998. Comte, Popper e o Positivismo. In: _____. Política, Sociologia e Teoria Social. Encontros com o pensamento social clássico e contemporâneo. São Paulo: Unesp.

Goldfarb, Denis P.; Rodrigues, Domingos G.; Crossi Filho, Onofre & Foelker, Rita C. 2012. A Filosofia da Ciência em Augusto Comte: desvencilhando o pensamento comteano de mal-entendidos históricos. Inquietude, Goiânia, v. 3, n. 2, p. 33-55, ago.dez.

GRANGE, Juliette. 1996. La philosophie d’Auguste Comte. Science, politique, religion. Paris: PUF.

GRANGE, Juliette. 2000. Auguste Comte. La politique et la science. Paris: O. Jacob.

GRANGE, Juliette. 2008. Expliquer et comprendre de Comte à Dilthey. In: Zaccaï-Reyners, N. (ed.). Explication-compréhension. Regards sur les sources et l’actualité d’une controverse épistémologique. Bruxelles: Université de Bruxelles.

HEILBRON, Johan. 1990. Auguste Comte and Modern Epistemology. Sociological Theory, New Jersey, v. 8, n. 2, p. 153-162, Autumn.

HEILBRON, Johan. 1991. Theory of Knowledge and Theory of Science in the Work of Auguste Comte – Note on Comte’s Originality. Revue de Synthèse, Paris, IVe série, n. 1, p. 75-89, janv.-mars.

HEILBRON, Johan. 1993. Ce que Durkheim doit à Comte. In: Besnard, Philippe; Borlandi, Maurice & Vogt, Paul. (éds.). Division du travail et lien social. La thèse de Durkheim un siècle après. Paris: PUF.

HEILBRON, Johan. 2006. La naissance de la Sociologie. Marseille: Agone.

HEILBRON, Johan. 2008. Qu’est-ce qu’une tradition nationale en sciences sociales? Revue d’Histoire des Sciences Humaines, Paris, v. 18, p. 3-14.

KREMER-Marietti, Angèle. 1980. Le projet anthropologique d’Auguste Comte. Paris: SEDES.

KREMER-MARIETTI, Angèle. 1983. Le concept de science positive. Ses tenants et ses aboutissants dans les structures anthropologiques du positivisme. Paris: Klincksieck.

KREMER-MARIETTI, Angèle. 2007. Le kaléidoscope épistémologique d’Auguste Comte. Sentiments, images, signes. Paris: L’Harmattan.

KREMER-Marietti, Angèle. 2009. Lecture des textes de Comte soumise aux méthodes du télescope et du kaléidoscope. Dogma, Paris, avr. Disponível em: http://www.dogma.lu/pdf/AKM-ComteCaleidoscope.pdf. Acesso em: 7.set.2016.

Lacerda, Gustavo B. 2004. Elementos estáticos da teoria política de Augusto Comte: as pátrias e o poder Temporal. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, n. 23, p. 63-78, nov.

Lacerda, Gustavo B. 2008. Dois erros sobre a doutrina política comtiana:autoritarismo” e “funcionalismo público”. Espaço Acadêmico, Maringá, ano VIII, n. 87, ago.

Lacerda, Gustavo B. 2009a. As críticas de Augusto Comte à Economia Política. Política & Sociedade, Florianópolis, v. 8, n. 15, out.

Lacerda, Gustavo B. 2009b. Augusto Comte e o “Positivismo” redescobertos. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, v. 17, n. 34, out.

Lacerda, Gustavo B. 2009c. Fairness in the Thought of John Rawls and Auguste Comte. Brazilian Political Science Review, São Paulo, v. 3, n. 1, p. 58-92.

LACERDA, Gustavo B. 2015a. Positivismo e Educação: algumas idéias pedagógicas de Augusto Comte. In: HENNING, Leoni M. P. (org.). Filosofia e Educação. Caminhos cruzados. Curitiba: Appris.

LACERDA, Gustavo B. 2015b. Vontades e leis naturais – liberdade e determinismo no positivismo comtiano. Mediações, Londrina, v. 20, n. 1, p. 307-337.

LACERDA, Gustavo B. 2016a. Introdução à Sociologia Política. Curitiba: Intersaberes.

LACERDA, Gustavo B. 2016b. Laicidade na I República brasileira: os positivistas ortodoxos. Curitiba: Appris.

LACERDA, Gustavo B. 2016c. Positivismo, Augusto Comte e Epistemologia das Ciências Humanas e Naturais. Marília: Poiesis.

LACERDA, Gustavo B. 2016d. Positivismo, Sociologia e política. Marília: Poiesis.

LACERDA, Gustavo B. 2016e. Política e violência no Positivismo de Augusto Comte. In: PERISSINOTTO, Renato; LACERDA, Gustavo B. & SZWAKO, José. (orgs.). Curso livre de Teoria Política. Curitiba: Appris.

LACERDA, Gustavo B. 2016f. O Positivismo e o conceito de “metafísica”. In: _____. Positivismo, Augusto Comte e Epistemologia das Ciências Humanas e Naturais. Marília: Poiesis.

LACERDA, Gustavo B. 2017a. Pensamento Social e Político Brasileiro. Curitiba: Intersaberes.

LACERDA, Gustavo B. 2017b. A “Teoria do Brasil” dos positivistas ortodoxos brasileiros: composição étnica e independência nacional. Política & Sociedade, Florianópolis, v. 16, n. 35, p. 271-298, jan.-abr.

LACERDA, Gustavo B. 2018. Comtianas brasileiras. Ciências Sociais, Brasil e cidadania. Curitiba: Appris.

LACERDA, Gustavo B. 2019. O momento comtiano: república e política no pensamento de Augusto Comte. Curitiba: UFPR.

lacroix, Jean. 2003. A Sociologia de Augusto Comte (o fundador da Sociologia). Curitiba: Vila do Príncipe.

LAFFITTE, Pierre. 1880. De la morale positive. Havre: T. Leclerc.

LAGARRIGUE, Luís. 1920. Incorporación del Proletariado a la sociedad moderna. Santiago de Chile : Universo.

Laudan, Larry. 2010. Towards a Reassessment of Comte’s “Méthode Positive”. In: _____. Science and Hypothesis. Historic Essays on Scientific Methodology. Boston: D. Reidel.

LAZINIER, Emmanuel. 2002. La Psychologie d’Auguste Comte. Disponível em: http://membres.lycos.fr/clotilde/articles/psychoac.htm. Obtido em: 27.ago.2008.

LAZINIER, Emmanuel. 2019. Qu'est-ce qui rend Auguste Comte si étrange et si “chinois”. Disponível em: http://confucius.chez.com/clotilde/strange.xml. Acesso em: 13.set.2019.

LAZINIER, Emmanuel. 2021. Auguste Comte, un scientiste? Disponível em: http://confucius.chez.com/clotilde/scientis.xml. Acesso em: 18.ago.2021.

Lewisohn, David. 1972. Mill and Comte on the Methods of Social Science. Journal of the History of Ideas, Philadelphia, v. 33, n. 2, p. 315-324, Apr.-Jun.

LINS, Ivan. 1967. História do Positivismo no Brasil. Col. “Brasiliana”, v. 322. Rio de Janeiro: Nacional.

PAULA LOPES, Rodolfo. (org.). 1946. Auguste Comte. Le Prolétariat dans la société moderne. Coll. “Archives positivistes”. Paris : s/n.

PETIT, Annie. (dir.). 2003. Auguste Comte aujourd’hui. Paris: Kimé.

PETIT, Annie. (dir.). 2006. Auguste Comte. Trajectoires positivistes, 1798-1998. Paris: L’Harmattan.

Petit, Annie. 1992. Comte et Littré: les débats autour de la sociologie positiviste. Communications, Paris, v. 54, n. 1, p. 15-37.

PETIT, Annie. 1998. Le corps scientifique selon Auguste Comte. In: Kremer-Marietti, Angèle. (éd.). Sociologie des sciences. Sprimont: Mardaga.

RIBEIRO JÚNIOR, João. 2003. Augusto Comte e o Positivismo. São Paulo: Edicamp.

Robbins, Derek. 2011. John Stuart Mill and Auguste Comte: A Trans-Cultural Comparative Epistemology of the Social Sciences. Journal of Classical Sociology, London, v. 11, n. 1, p. 51-74.

SOARES, Mozarta P. 1999. O Positivismo no Brasil. 200 anos de Augusto Comte. Porto Alegre: UFRS.

STEINER, Phillipe. 2008. La tradition française de critique sociologique de l’économie politique. Revue d’Histoire des Sciences Humaines, Paris, v. 17, p. 63-84, mai.

TEIXEIRA MENDES, Raimundo. 1898. As últimas concepções de Augusto Comte ou ensaio de um complemento ao Catecismo positivista. Rio de Janeiro: Igreja Positivista do Brasil.

TISKI, Sérgio. 2006. A questão da moral em Augusto Comte. Londrina: UEL.

torres, Ângelo. 2020. O léxico de Augusto Comte: criptografia e filosofia. Marília: Poiesis.

TRINDADE, Hélgio. (org.). 2007. O Positivismo. Teoria e prática. 3ª ed. Porto Alegre: UFRS.

WACQUANT, Loïc J. D. 1996. Positivismo. In: OUTHWAITE, William & BOTTOMORE, Thomas. (orgs.). Dicionário do pensamento social do século XX. Rio de Janeiro: J. Zahar.

WERNICK, Andrew (ed.). 2017. Anthem Companion to Auguste Comte. New York: Anthem.