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04 maio 2022

Curso livre de política positiva: roteiro da 9ª sessão

Reproduzo abaixo o roteiro da nona sessão do Curso livre de política positiva, ocorrida no dia 3 de maio , transmitida no canal Positivismo (disponível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=nJ5vwDg9UOA) ou no próprio canal Apostolado Positivista (disponível aqui: https://www.facebook.com/ApostoladoPositivista/videos/797690424535442). Nessa seção, terminei a teoria do governo, em particular a teoria do poder Espiritual; também fiz referência ao Dia do Trabalho (1º de Maio), à celebração dos apóstolos da Humanidade (4 de maio) e à prédica inaugural do Apostolado Positivista da Itália.

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Súmula

Sociologia Estática VII: teoria do governo: o poder Espiritual (concl.)

 

Roteiro

-        Referência a algumas efemérides:

o   Dia do Trabalho (1º de Maio)

o   Celebração dos Apóstolos da Humanidade, no calendário de celebrações da IPB (4 de Maio, data da transformação de Jorge Lagarrigue (1854-1894))

o   Prédica inaugural do Apostolado Positivista da Itália (4 de maio de 2022)

-        Teoria do poder Espiritual (concl.):

o   O meio de atuação própria do poder Espiritual – ou de sua forma institucional, que é o sacerdócio positivo – é o aconselhamento, ou seja, ele modifica as condutas subjetivamente

§  Essa atuação do sacerdócio constitui a opinião pública

§  O aconselhamento implica as ideias, os valores e os sentimentos

§  Há um paralelismo entre a atuação do sacerdócio na cité e a atuação das mulheres no âmbito das famílias: todos eles são conselheiros e modificadores da ação

o   Na verdade, a atuação do poder Espiritual como afirmador subjetivo das vistas gerais pode ser desenvolvida em mais âmbitos:

§  Augusto Comte fala que ele deve atuar como um juiz: conselheiro, consagrador e moderador

§  O fundamento dessa atividade é a educação comum

·         por um lado, isso permite que haja valores compartilhados

·         por outro lado, isso permite que os valores sejam afirmados e mobilizados por uma corporação conhecida, reconhecida e respeitada

§  A educação comum fornecida pelo sacerdócio implica que o sacerdócio pleno tem que ter uma formação plena:

·         A formação plena implica as vistas gerais e o relativismo; o conhecimento científico e histórico; o conhecimento artístico; a responsabilidade política

·         Os meros cientistas, os meros artistas e até os meros eruditos são sacerdotes incompletos e, portanto, desempenham funções importantes mas subordinadas

·         É errado igualar o sacerdócio aos professores e, ainda mais, aos jornalistas:

o   No caso dos professores, eles não têm necessariamente as vistas gerais do ponto de vista intelectual, o que com frequência afeta as suas responsabilidades morais e políticas exigidas do sacerdócio pleno

o   No caso dos jornalistas: com frequência, eles não têm necessariamente nenhum dos requisitos próprios ao sacerdócio (formação intelectual, integridade moral, responsabilidade política); a obrigação de escreverem qualquer coisa periodicamente torna seus escritos, com frequência, superficiais; por fim, eles beneficiam-se da superficialidade e vulgaridade moral, intelectual e política à assim, os jornalistas não são intérpretes nem elaboradores da opinião pública

§  O sacerdócio regula a vida privada e individual dos cidadãos, ao promover os sacramentos positivos

·         Os sacramentos são de base moral, nunca política – ou seja, são opcionais, não obrigatórios (mas, quando aceitos, devem ser aceitos plenamente)

·         Os sacramentos estabelecem a regulação e a periodização das vidas coletiva e individual em base heptenárias (em múltiplos de sete)

·         Os sacramentos, em número de nove, são estes: apresentação, iniciação, admissão, destinação, casamento, madureza (ou maturidade), retiro, transformação, incorporação

§  No âmbito da política interna, o sacerdócio deve regular as relações sociais, evitando, moderando e conduzindo os conflitos sociais, mormente (mas é claro que não principalmente) os conflitos de classe e as disputas políticas

·         A necessidade de autonomia do sacerdócio torna-se mais evidente nesses casos, a fim de que ele seja respeitado por todos e possa, dessa maneira, mediar e sugerir soluções para os conflitos

·         As vistas gerais e a autonomia próprias ao sacerdócio, bem como a separação dos dois poderes, implicam necessariamente a vedação de o sacerdócio ocupar cargos políticos

o   Na verdade, deveria ser estabelecida por lei a proibição de sacerdotes concorrerem a cargos políticos

§  No âmbito internacional, o sacerdócio também deve lidar com os possíveis conflitos, evitando as guerras e o colonialismo (e/ou o imperialismo)

·         Para lidar com os conflitos internacionais, o sacerdócio deve afirmar a superioridade de vistas de conjunto em termos no presente (contra as guerras) e na história (contra o imperialismo)

o   As responsabilidades do sacerdócio, portanto, são enormes:

§  Mais que qualquer outro poder, corporação ou (no caso dos sacerdotes individualmente considerados) ou indivíduos, seu comportamento tem que ser exemplar

§  Sua formação teórica, sua respeitabilidade moral, sua responsabilidade política devem ser superiores e é por meio desses elementos que eles devem ser julgados

§  As condutas exigidas dos cidadãos pelo sacerdócio devem ser exemplificadas pelo próprio sacerdócio

§  Considerando que o sacerdócio positivo é relativo e baseia-se na moral altruísta, além dos deveres de oferecer a educação, de administrar os sacramentos e de atuar como juiz, o sacerdócio deve sempre prestar contas públicas de suas atividades

·         A prestação de contas refere-se tanto às suas atividades (quais foram e quais suas motivações) quanto às suas finanças

·         Essa prestação de contas permite ao público avaliar se o sacerdócio efetivamente desempenha (e em que medida) as funções que lhe cabem, possibilitando, assim, que ele seja justificadamente respeitado e, portanto, apto a cumprir continuamente suas funções

·         A prestação de contas, portanto, não é favor, mas obrigação do sacerdócio

o   Augusto Comte e, depois, Miguel Lemos e Teixeira Mendes prestavam contas rigorosamente, por meio das suas “circulares anuais” e de outros instrumentos (como os prefácios do volumes da Política positiva, no caso de Comte)

Curso livre de política positiva: vídeo da 9ª sessão

No dia 3 de maio ocorreu a nona sessão do Curso livre de política positiva, com transmissão ao vivo no canal do Facebook Apostolado Positivista.

Nessa sessão apresentamos, no âmbito da Sociologia Estática de Augusto Comte, a teoria do governo e, em particular, a continuação e a conclusão da teoria do poder Espiritual. Além disso, fizemos referências especiais ao Dia do Trabalho (1º de Maio), à celebração dos apóstolos da Humanidade (4 de maio) e à prédica inaugural do Apostolado Positivista da Itália.

O vídeo pode ser visto no canal Positivismo (disponível aqui: https://youtu.be/nJ5vwDg9UOA) ou no próprio canal Apostolado Positivista (disponível aqui: https://www.facebook.com/ApostoladoPositivista/videos/797690424535442).

A programação completa do Curso pode ser vista aqui.

03 maio 2022

Curso livre de política positiva: roteiro da 8ª sessão

Reproduzo abaixo o roteiro da oitva sessão do Curso livre de política positiva, ocorrida no dia 27 de abril, transmitida no canal Positivismo (disponível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=OjCAlJl3Q_c). Nessa seção, abordei a teoria positiva do governo, em particular concluindo a teoria do poder Temporal e iniciando a do poder Espiritual.

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Súmula

Sociologia Estática VI: teoria do governo: o poder Temporal (concl.); o poder Espiritual

 

Roteiro

-        Concluindo a teoria do poder Temporal:

o   Augusto Comte observa que o governo tem que pertencer à classe social dominante, o que equivale a dizer que ele tem que ser exercido pelo patriciado

§  A fórmula que condensa as relações entre superiores e inferiores é esta: “dedicação dos fortes pelos fracos, veneração dos fracos pelos fortes”

§  Essa fórmula pode parecer extravagante para alguns, mas é necessário notar dois aspectos centrais a seu respeito para que ela seja entendida:

·         Desde o fim da Idade Média, no Ocidente, vivemos em uma época de crise, de transição, em que os valores antigos não são mais respeitados e o desrespeito sistemático às regras, aos valores, às instituições é considerado o supremo valor e a máxima realização do “progresso”

o   Assim, essa proposta é um princípio que visa a evitar, a solucionar, a orientar e a aproveitar conflitos sociais; é uma proposta normal (isto é, que considera o estado normal) e sua aparente extravagância deve-se ao caráter metafísico, crítico, da civilização da nossa época

·         A dedicação dos fortes pelos fracos, correspondente à orientação social e altruísta das atividades, é uma preocupação maior e de consequências imediatas mais amplas que a veneração dos fracos pelos fortes, que por sua vez é correspondente ao respeito dos subordinados aos seus superiores

o   É claro que se a cobrança da dedicação dos fortes deve ser grande (e até maior que o respeito dos fracos), isso não exime os fracos de serem respeitosos pelos fortes

§  O governo tem que ser do patriciado, não da burguesia

§  O governo tem que ser exercido com fins sociais

§  Como deveria ser evidente, o exercício do governo é diferente das atividades industriais: enquanto estas são parciais e estimulam diretamente o egoísmo, o governo é geral e tem que ser inspirado sempre pelo altruísmo

·         Se o patrício que se torna governante mantivesse o caráter “privado” de sua atuação no governo, ele manteria o espírito da “separação dos ofícios” e negaria na prática a “convergência dos esforços”, que é o objetivo e a justificativa do governo

§  No período de transição, a afirmação do caráter social e de vistas gerais do governo pode ter que ser reafirmado por meio de um governo exercido por um proletário

-        Teoria do poder Espiritual:

o   A teoria do poder Espiritual é complementar à teoria do poder Temporal

§  A sua justificativa teórica, em termos sociológicos, é o aforisma: “nenhuma sociedade pode perdurar sem alguma forma de poder Espiritual”

o   O poder Espiritual, como o poder Temporal, tem por objetivo basicamente a afirmação das vistas gerais

§  As vistas gerais afirmadas pelo poder Espiritual são mais amplas que as do poder Temporal:

·         por um lado, afirmam a realidade planetária do ser humano, ultrapassando as fronteiras nacionais

·         por outro lado, afirmam a realidade histórica do ser humano, afirmando a preponderância do passado e do futuro sobre o presente

§  Augusto Comte (1929, v. II, p. 313-319) estabelece uma série de contraposições sistemáticas entre os poderes Temporal e Espiritual:

§   

CARACTERÍSTICA

PODER ESPIRITUAL

PODER TEMPORAL

Âmbito

Eterno

Material

Duração

Permanente

Temporário

Caráter intelectual

Geral

Especial

Caráter geográfico

Global

Local

Caráter social

Intérprete da continuidade

Organizador da solidariedade

Relação com a história

Passado, futuro, presente

Presente

Fundamento

Conselho

Força

Aspecto-síntese

Teórico

Prático

 

o   Comparando os dois poderes, é fácil considerar que o poder Espiritual é mais representativo da Humanidade que o Temporal

§  Isso pode conduzir com facilidade à presunção do poder Espiritual de ser o responsável pela condução dos negócios públicos

§  Entretanto, o poder Temporal é o prático e o responsável pela gestão dos negócios públicos, ao passo que o Espiritual é o teórico e o responsável pelo aconselhamento

§  Assim, para que as funções sejam claras e bem desenvolvidas, é imperioso que ambos os poderes sejam separados à essa é “separação dos dois poderes”, que corresponde ao princípio político prático fundamental do Positivismo (vulgarmente conhecido como “laicidade do Estado”)

§  Além de separados, os poderes devem ser subordinados em seus respectivos âmbitos de atuação; em termos concretos, isso quer dizer quem conduz efetivamente a política é o poder Temporal, não o Espiritual

§  Essa é uma aplicação prática do princípio teórico segundo o qual os fenômenos mais nobres modificam os mais grosseiros subordinando-se a eles

o   Augusto Comte critica a tendência moderna, prevalecente desde o fim da Idade Média, de considerar as relações sociais e, daí, a teorização sócio-política cada vez mais em termos objetivistas, isto é, temporais, rejeitando as influências morais (muito mais que as intelectuais)

§  A consequência dessa rejeição da moralidade – exemplificada por Maquiavel, que pela Ciência Política é celebrado como o iniciador dessa tendência – é o entendimento de que as relações sócio-políticas são entendidas cada vez mais em termos de força, poder e violência

§  O amoralismo afirmado logo se transformou em imoralismo

§  A consequência moral da negação da moralidade é a afirmação e a celebração do egoísmo como padrão moral humano supremo, explícito (como em Hobbes) ou implícito (na conduta cotidiana)

·         Vale notar que no período entre 1870 (na Europa) e 1920 (no Brasil) até 1945 (no mundo) as concepções mais brutais e violentas da política foram afirmadas, contra o Positivismo, que, aliás, viu-se alvo de desprezo exatamente porque sempre rejeitou por princípio a violência e a brutalidade

·         Esse período que se inicia em 1870 na Europa corresponde à influência de Bismarck na política internacional, bem como ao comunismo; após 1920 começa a ocorrer também a influência dos nazifascismos, todos eles afirmadores do cinismo e da violência

o   Em certo sentido, a teoria do poder Espiritual é a teoria mais importante do Positivismo

§  O estabelecimento de um poder Espiritual positivo é a consequência necessária e desejada pelo Positivismo desde o início da carreira de Augusto Comte

§  Esse estabelecimento decorre também, é claro, dos diagnósticos que Augusto Comte fez da crise moderna:

·         Duplo movimento moderno, com a decadência da antiga organização social (teológica, feudal e militar) e o surgimento de uma nova organização social (positiva, industrial e pacífica)

·         Ultrapassagem da forma de pensar absolutista para a forma de pensar relativista à a mais ampla revolução por que já passou o ser humano

11 abril 2022

Condições e exigências próprias ao sacerdócio positivo

As anotações abaixo correspondem à transcrição de algumas passagens do Catecismo positivista, belíssima obra de divulgação da Religião da Humanidade escrita por Augusto Comte em 1852, voltada às mulheres e aos proletários. 

Essas anotações abordam algumas disposições sobre o sacerdócio positivo: suas funções sociais, sua estrutura, sua base material; implicitamente (mas às vezes de maneira bastante explícita) também seus requisitos morais.

Essas anotações são úteis, ou melhor, são importantes devido a diversos motivos. Por um lado, elas orientam todos aqueles interessados em exercer o belo e exigente ofício de sacerdote da Humanidade; por outro lado, elas indicam os requisitos exigidos de qualquer sacerdote que seja digno desse título e dessa posição, independentemente de se tais sacerdotes são positivos, metafísicos ou teológicos (é claro que as exigências feitas ao sacerdócio positivo são muito superiores, muito mais dignas e muito mais adequadas à realidade humana que aquelas feitas aos sacerdotes "apositivos").

Por fim, vale notar outro aspecto, menos evidente, ou melhor, à primeira vista menos valorizado nos dias atuais, que combinam a decadência da teologia com o cinismo próprio à metafísica. Muitos anos atrás eu ouvi de um professor que as prescrições de Augusto Comte, como as indicadas abaixo, tinham um "ar de século XIX", com isso querendo dizer que eram prescrições exageradas, descabidas e sem sentido... seriam detalhamentos irrealizáveis e irrelevantes. 

Pois bem, o que subjaz a esse gênero de crítica é a concepção de que a indeterminação geral das idéias seria superior à clareza expositiva, que a vagueza seria superior ao exame empírico cuidadoso sócio-histórico e à dedução rigorosa das conseqüências morais, intelectuais, sociais e institucionais dos elementos básicos. Vale notar que esse tipo de crítica provém dos liberais - não por acaso, era justamente um liberal o professor que fez a crítica que comento -; para os liberais, a intuição correta da importância da experiência histórica limita-se e encerra-se na afirmação, vaga, de que a história corresponde a uma espécie de tribunal de longo prazo e que, assim, o que herdamos hoje do passado basta para o futuro... seria uma historicidade pela metade e, no fundo, abortada, estéril. 

De acordo com essa forma de pensar - que, aliás, é amplamente compartilhada com os irracionalistas e os metafísicos pós-modernos -, projetos racionais para a sociedade são sem sentido (embora o ser humano possa e deva empregar a inteligência para entender e projetar a sua existência); as únicas instituições válidas seriam aquelas que reproduzem ou continuam automática e irrefletidamente o que o passado legou, ou, então, o que de maneira confusa, caótica e aos trancos e barrancos o futuro elaborar: em suma, vale qualquer coisa, exceto o que for elaborado racional e conscientemente. Ou seja: a teologia e a metafísica podem continuar exercendo suas influências sociais, por mais impróprias que sejam para a sociedade pacífica, industrial, relativa, humana e positiva - mas a própria positividade é ciosamente proibida de exercer suas influências. Essa crítica, portanto, é uma censura parcial e hipócrita, quando não cínica, cujos efeitos desejados são os piores possíveis. 


*   *   *

 

Funções do sacerdócio:

o   “Eis aí de onde procede este segundo axioma: Nenhuma sociedade se pode desenvolver e conservar sem um sacerdócio qualquer. Semelhantemente indispensável a todos para a educação e para o conselho, só este poder teórico é capaz de consagrar os governantes e de proteger os governados. Ele constitui o moderador normal da vida pública, como a mulher [é] o [moderador normal] da vida privada; conquanto estas duas existências exijam aliás o concurso contínuo da influência moral com o poder intelectual. Podeis resumir o conjunto das atribuições sociais do sacerdócio qualificando-o de Juiz, segundo a expressão bíblica; porquanto seu tríplice ofício de conselheiro, de consagrador e de regulador se efetua sempre julgando, isto é, mediante uma apreciação respeitada” (9ª Conferência (Conjunto do regime); p. 296-297[1])

o   “A MULHER. Meus antigos hábitos católicos inclinam-me, meu pai, a condensar todas as atribuições essenciais do poder Espiritual na direção sistemática da educação universal, onde sua competência exclusiva é incontestável.

O SACERDOTE. Tal é, com efeito, minha filha, o ofício fundamental do sacerdócio, que, quando cumpre dignamente este principal dever, adquire necessariamente uma grande influência sobre o conjunto da vida humana. Suas outras funções sociais constituem apenas a continuação natural ou o complemente indispensável deste destino característico. A prédica torna-se em primeiro lugar um prolongamento necessário desse ofício fundamental, a fim de recordar convenientemente os princípios da harmonia universal, que a atividade especial nos arrasta amiúde a desprezar. É também em virtude daquela base que o poder espiritual adquire sua aptidão para consagrar as funções e os órgãos, em nome de uma doutrina unanimemente considerada como devendo regular sempre a existência humana. Sobre o mesmo fundamento assenta a influência consultiva do sacerdócio acerca de todos os atos importantes da vida real, privada ou pública, em que cada qual sente amiúde a necessidade de recorrer livremente aos conselhos esclarecidos e benévolos dos sábios que dirigirão sua iniciação sistemática. Enfim, a educação permite que o sacerdócio se torne, por um comum assentimento, o regulador normal dos conflitos práticos, por causa da igual confiança que naturalmente inspira aos superiores e inferiores” (9ª Conferência (Conjunto do regime); p. 298-300)

Plena maturidade requerida:

o   “O sacerdócio positivo exige, ainda mais do que o sacerdócio teológico, uma inteira madureza, sobretudo em virtude de sua imensa preparação enciclopédica. Eis aí porque estabeleci a idade de quarenta e dois anos para a ordenação dos padres da Humanidade, pois é então que finaliza todo o desenvolvimento corpóreo e cerebral e termina, ao mesmo tempo, a primeira vida social” (Prefácio; p. 17-18)

Graus do sacerdócio:

o   “[...] Os diversos modos ou graus do sacerdócio positivo, classificados na ordem de sua plenitude crescente. Este grande ministério exige um raro concurso das qualidades morais, tanto ativas como afetivas, com os talentos intelectuais, estéticos e científicos. Se, pois, estes forem os únicos salientes, seus possuidores, após uma cultura conveniente, terão de permanecer, talvez para sempre, simples pensionistas do poder Espiritual, sem aspirarem nunca a ser nele incorporados. Em tais casos, felizmente excepcionais, o maior gênio poético ou filosófico não pode dispensar de ternura e de energia um funcionário que deve estar habitualmente animado de simpatias íntimas e destinado amiúde a lutas difíceis. Este sacerdócio incompleto permite o digno cultivo de todos os verdadeiros talentos, sem comprometer nenhum serviço social.

Quanto ao sacerdócio completo, ele exige, em primeiro lugar, um grau preparatório, que o aspirante não transporá se, apesar de sua vocação proclamada, não passar com bastante êxito pelo noviciado conveniente. Vencida essa prova decisiva, obtém ele, aos trinta e cinco anos, o sacerdócio direto e definitivo, mas exercendo-o durante sete anos no grau secundário, que caracteriza o vigário ou suplente. Depois de ter dignamente preenchido todas as fases de nosso ensino enciclopédico, e mesmo esboçado as outras funções sacerdotais, ele eleva-se, aos quarenta e dois anos, ao grau principal, tornando-se de modo irrevogável um sacerdote propriamente dito. Tais são as quatro classes teóricas que respectivamente celebram as festas hebdomadárias do undécimo mês” (5ª Conferência (Culto público); p. 162-164)

o   “Nosso sacerdócio compõe-se, em geral, de três ordens sucessivas: os aspirantes, admitidos aos vinte e oito anos; os vigários ou suplentes, aos trinta e cinco; os sacerdotes propriamente ditos, aos quarenta e dois.

Conquanto os primeiros, cujo número é naturalmente ilimitado, sejam já considerados como dotados de uma verdadeira vocação sacerdotal, eles não pertencem ainda ao poder Espiritual, do qual não exercem nenhuma função. Por isso sua livre desistência de toda herança é puramente provisória e do mesmo modo seu ordenado, que fixamos em três mil francos. Sem residência sacerdotal, eles são contudo regularmente vigiados em seus trabalhos e costumes.

Os vigários pertencem irrevogavelmente ao sacerdócio, posto que não exerçam ainda senão as funções de ensino e prédica, salvo delegação especial em caso urgente. Além da renúncia definitiva aos bens temporais, sua admissão exige um digno casamento. Eles residem com as suas famílias, porém em separado dos sacerdotes, no presbitério filosófico adjacente a cada templo da Humanidade, paralelamente à escola positiva. A classe que dirige em todas as outras a reação do coração sobre o espírito deve fornecer por sua vez o melhor tipo masculino do surto moral, mediante um pleno desenvolvimento das afeições domésticas, sem as quais o amor universal se torna ilusório. Embora o casamento fique facultativo para os cidadãos ordinários, ele torna-se obrigatório para os padres, cujo ofício não pode ser dignamente preenchido sem a influência contínua, aliás objetiva ou subjetiva, da mulher sobre o homem. A fim de melhor experimentá-los a esse respeito, a religião positiva impõe já esta condição aos simples vigários. Este segundo grau, que conduz sempre ao terceiro, salvo malogro excepcional, proporciona um ordenado anual de seis mil francos.

Durante os sete anos que o separam do sacerdócio completo, cada vigário professou todos os graus enciclopédicos e exercitou suficientemente seus talentos de prédica. Torna-se então um verdadeiro sacerdote e pode preencher, nas famílias ou nas cidades, o tríplice ofício de conselheiro, de consagrador e de regulador, que socialmente caracteriza o clero positivo. Nesse estado definitivo seu ordenado eleva-se a doze mil francos, além das indenizações pelas suas viagens de inspeção diocesana” (9ª Conferência (Conjunto do regime); p. 320-321)

Condições materiais do sacerdócio:

o   “A MULHER. Sou assim levada, meu pai, a pedir-vos que completeis esta apreciação geral indicando a constituição peculiar ao sacerdócio positivo.

O SACERDOTE. Facilmente sentireis, minha filha, que o destino fundamental de nosso sacerdócio exige, como primeira condição, uma renúncia completa ao domínio temporal e mesmo à simples riqueza. É o compromisso inicial que todo aspirante ao sacerdócio deve contrair solenemente ao receber, aos vinte e oito anos, o sacramento de destinação. Nossos padres não herdam nem de suas famílias, quer para se preservarem dos desvios temporais, quer para deixarem os capitais aos que podem utilizá-los. A classe contemplativa deve ser sempre coletivamente sustentada pela classe ativa; primeiro, mediante os livres subsídios dos crentes, depois por intermédio do tesouro público, quando a fé tornar-se unânime. Ela não deve pois possuir coisa alguma em particular, nem terras, nem casas, nem mesmo rendimentos quaisquer; salvo seu orçamento anual, sempre fixado pelo poder Temporal. As vistas gerais e os sentimentos generosos que devem sempre distinguir o sacerdócio são profundamente incompatíveis com as idéias de detalhe e com as disposições orgulhosas inerentes a todo domínio prático. Para que alguém se limite a aconselhar, é necessário que não possa nunca mandar, nem pela riqueza: de outro modo nossa miserável natureza fica disposta a substituir amiúde a força às demonstrações. Essa condição sacerdotal foi sentida até a mais sublime exageração pelo admirável santo que tentou em vão, no XIII século, regenerar o catolicismo exausto[2]. Prescrevendo, porém, aos seus discípulos uma pobreza absoluta, que eles em breve iludiram, esqueceu ele que os distraía assim do seu ofício pelos cuidados diários de sua existência material” (9ª Conferência (Conjunto do regime), p. 318-319)

Sacerdócio, classes sociais e ensino positivo:

o   “A MULHER. Consenti, meu pai, que vos interrompa um momento, quanto a esta última influência. Como nossa instrução enciclopédica não deve nunca tornar-se obrigatória, os ricos talvez sejam levados, por um tolo orgulho, a não deixar que seus filhos participem desse ensino, e sobretudo suas filhas, embora tenham de renunciar aos sacramentos subseqüentes, e mesmo às recomendações sociais que ele há de proporcionar. Isso posto, a influência pessoal que assinalais ficaria essencialmente reduzida à deferência involuntária que por toda parte obtém o talento e a virtude.

O SACERDOTE. Essa objeção incidente, minha filha, é mais forte do que cuidais; entretanto, afastá-la-eis sem custo. De fato, não será necessário ter freqüentado nossas escolas positivistas para ser admitido a receber nossos sacramentos sociais, e mesmo para ser submetido aos nosso exames públicos, nos quais não se indagará nunca de quem provém a instrução, contanto que esta seja real e suficiente. Apenas, quando ela não dimanar do sacerdócio, nossos padres precisarão empregar mais esforços a fim de colher as informações morais que serão sempre tão indispensáveis como os julgamentos intelectuais.

Apesar dessa plena liberdade de ensino, que aliás aumentará o zelo dos professores, as escolas oficiais não serão nunca abandonadas pelos ricos, a menos que o sacerdócio degenere; porquanto eles não hão de querer que seus filhos fiquem abaixo da instrução popular, da qual entretanto não poderão proporcionar-lhes, mesmo com grandes despesas, um equivalente privado. Com efeito, o sacerdócio há de naturalmente absorver os melhores professores, que sua outras funções afastarão sempre do ensino particular, o qual aliás, como sabeis, lhes será severamente proibido. Os mestres privados recrutar-se-ão , pois, entre os homens incapazes de se tornarem padres ou mesmo vigários; de sorte que suas lições serão habitualmente desconceituadas” (11ª Conferência (Regime público); p. 374-376)



[1] A paginação refere-se à quarta edição do Catecismo positivista da Igreja Positivista do Brasil, de 1936. Para entender minimamente o contexto do livro de cada citação, indiquei a conferência (ou seja, o capítulo) de que a citação foi extraída e também o título (ou seja, o tema) de cada conferência.

[2] Nota de Miguel Lemos (p. 482):

“Refere-se a S. Francisco de Assis (1182-1226).

É oportuno observar aqui que a lei religiosa que obriga o sacerdote positivista a desistir de toda herança só será aplicável rigorosamente no estado normal, ou quando o subsídio positivista garantir plenamente a existência material do novo clero. V. sobre esse assunto o trecho da carta de Augusto Comte ao Dr. Foley, reproduzido por nós em nossa Décima Circular Anual (1890), segundo a cópia que nos foi fornecida pelo Sr. R. Congreve. V. também a nota correspondente a esta em nossa edição francesa deste Catecismo”.

Tradução da nota de Miguel Lemos à edição francesa do Catecismo, publicada pela IPB (1891, 2ª ed. 1957; p. 478):

“Augusto Comte fala de São Francisco de Assis (1182-1226). É útil notar aqui que a lei religiosa que obriga os padres a renunciar a toda herança não será aplicável senão no estado normal ou quando o subsídio positivista garantir suficientemente sua existência material. É isso que ensinava Augusto Comte, como se vê no extrato seguinte de uma carta, ainda inédita, que ele endereçou ao Dr. Foley em 17 de Shakespeare de 67 (26 de setembro de 1855): ‘No caso de uma triste eventualidade que vós evitareis, espero, devo aqui prevenir a generosidade demasiadamente irrefletida para a qual vós parecestes-me tender algumas vezes a respeito da herança, sobre o que se poderia impelir-vos mal nesse sentido. Em primeiro lugar, o compromisso normal por essa renúncia não se realiza senão ao receber a ordenação sacerdotal, de que vós estais ainda distante, por mais firme que seja minha segurança de que a obtereis. Sobretudo, é necessário considerar que essa regra é própria ao estado normal e não poderia convir à transição senão quando o subsídio positivista garantir plenamente a existência dos teóricos; de sorte que aceitarei eu mesmo minha parte da herança paterna, por maior que ela jamais fosse’”.

02 novembro 2020

Roteiro da exposição sobre o undécimo mês dos calendários positivistas (Descartes e Sacerdócio)

O vídeo da exposição encontra-se disponível aqui.


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Roteiro da exposição sobre o undécimo mês dos calendários positivistas

 

Parte I – Mês concreto: Descartes



-        11º mês do calendário positivista concreto

o   Considerando o ano júlio-gregoriano de 2020 (ano bissexto), o mês de Descartes começa em 7 de outubro e termina em 3 de novembro

o   O décimo-primeiro mês concreto representa a filosofia moderna

§  É o quarto mês da modernidade

·         Após os meses da Antigüidade e da Idade Média, a modernidade apresenta-se com seus seis meses (Dante, Gutenberg, Shakespeare, Descartes, Frederico, Bichat)

o   A filosofia moderna apresenta um caráter dúplice – na verdade, o conjunto da modernidade tem essa característica, mas na filosofia isso é mais marcante e não por acaso

§  A filosofia moderna é tanto destruidora quanto construtora: destrói a filosofia antiga e constrói a filosofia positiva

§  À primeira vista, a filosofia antiga que é destruída é a filosofia teológica, em particular a teologia católica; mas o movimento construtivo indica que se trata da filosofia absolutista

§  O movimento destruidor é realizado pela metafísica, que, como teologia degradada, também é absoluta; mas ela tende à positividade

§  O movimento construtivo é realizado principalmente pela ciência, que elabora os materiais parciais preliminares da nova síntese, basicamente a partir de uma perspectiva relativa

·         Vale notar que a ciência, quando insiste nos hábitos mentais próprios à antiga síntese, torna-se ou mantém-se absolutista: ou seja, quando pesquisa as causas e não as leis naturais

·         Esse absolutismo científico é característico da ciência acadêmica

§  Mas, ao mesmo tempo que a ciência elaborava os elementos parciais e preparatórios da nova síntese, também havia autores que propunham diretamente novas sínteses, ao mesmo tempo com preocupações científicas e morais

·         Dois ou três autores são particularmente importantes nesse esforço de novas sínteses: Bacon, Descartes e Leibnitz; essas sínteses eram metafísicas e pretendiam-se objetivas

§  Descartes é particularmente representativo do duplo movimento moderno:

·         Sua obra científica respeita plenamente os antecedentes históricos, mantendo a continuidade e a tradição científica anterior a ele

·         Sua obra filosófica, por outro lado, por definição faz tabula rasa do pensamento anterior, negando tudo o que fora feito até então; ao mesmo tempo, como se baseava estritamente no próprio indivíduo, era metafísica

§  A obra científica de Descartes concentra-se na Matemática e, nesse caso, ela é considerada muito importante e exemplar por Augusto Comte, ao criar uma geometria geral, que une e aplica a aritmética à geometria

·         Essa geometria geral é entendida por Augusto Comte como uma aplicação do abstrato (a aritmética) ao concreto (a geometria)

o   Além de ser homenageado como o titular do undécimo mês do ano no calendário concreto, Descartes também é homenageado como o titular do último dos dias das semanas, conforme esta tabela:

 

Dias portugueses

Segunda-f.

Terça-f.

Quarta-f.

Quinta-f.

Sexta-f.

Sábado

Domingo

Dias positivistas

Lunedia

Martedia

Mercuridia

Jovedia

Venerdia

Sábado

Domingo

Consagração histórica

Homero

Aristóteles

César

São Paulo

Carlos Magno

Dante

Descartes

 

o   O mês e as semanas do mês de Descartes correspondem ao seguinte:

§  Descartes – representa a filosofia moderna, ao mesmo tempo destruidora da teologia e construtora da filosofia positiva; também é o esforço de elaboração de uma nova síntese

§  Tomás de Aquino – representa a decadência da filosofia teológica católica, por meio dos metafísicos do final da Idade Média

§  Bacon – representa os pensadores que consideraram o ser humano do ponto de vista individual; também são os pensadores empiristas

§  Leibnitz – representa os pensadores que consideraram o ser humano do ponto de vista coletivo

§  Hume – compreende os pensadores que desenvolveram teorias históricas do ser humano, ou seja, são os autores de filosofias da história

 

Parte II – Mês abstrato: o sacerdócio (providência intelectual)

-        O undécimo mês do calendário positivista abstrato celebra o sacerdócio, responsável pela providência intelectual

o   A providência intelectual, corporificada nos sacerdotes, é a segunda das funções normais; as demais são: a mulher (providência moral), o patriciado (providência material), o proletariado (providência geral)

o   O sacerdócio é uma das principais funções sociais, na medida em que corresponde ao governo espiritual da sociedade

§  No que se refere à Religião da Humanidade, ele é a mais importante função

§  Em termos sociais, sua responsabilidade e sua legitimidade baseia-se neste axioma: “nenhuma sociedade pode-se desenvolver e conservar sem um sacerdócio qualquer” (Catecismo, p. 296)

§  O sacerdócio tem as mais variadas e amplas responsabilidades sociais:

·         Antes de mais nada, é o responsável pela educação – que deve ser universal e principalmente gratuita

·         Além disso, deve atuar como “juiz” em uma tríplice responsabilidade: conselheiro, consagrador e regulador

o   Essas responsabilidades baseiam-se, em última instância, na educação universal por ele ministrada

·         Sua atuação como conselheiro pode assumir um caráter mais individual; já a atuação como regulador assume características mais sociais (na família; nas relações entre classes e grupos sociais; entre países e civilizações)

·         O sacerdócio é o regulador da vida pública assim como a mulher é a reguladora da vida privada

§  O sacerdócio positivo tem, necessariamente, alguns requisitos e algumas restrições:

·         Ele é obrigado a casar-se, a fim de ele dar o exemplo ao sofrer o ascendente doméstico da mulher e cultivar os sentimentos altruístas próprios à família

·         Ele é obrigado a abrir mão do mando e da riqueza, ou seja, não pode exercer o poder político nem o poder econômico; isso garante a sua moralidade e a sua respeitabilidade em sua atuação social

§  A atuação do sacerdócio será tanto maior quanto mais positiva for a sociedade

·         Uma conseqüência da importância social do sacerdócio é a correlata menor importância do poder Temporal, isto é, da atuação repressiva do Estado

·         Uma outra conseqüência da importância social do sacerdócio é a rejeição sistemática e completa de qualquer violência na sociedade: “estigmatizar radicalmente, por tão anárquico como retrógrado, todo processo militar dos superiores ou dos inferiores” (Catecismo, p. 372)

§  O sacerdócio tem três ou quatro graus (Catecismo, p. 163, 296 e 320):

·         Sacerdotes incompletos: pensionistas do sacerdócio, caracterizam-se pelo gênio poético e filosófico, mas sem a energia moral necessária

·         Noviços ou aspirantes: grau conferido aos 28 anos de idade

·         Vigários ou suplentes: grau conferido aos 35 anos de idade, quando o noviço confirma sua intenção de tornar-se sacerdote e é reconhecido em sua capacidade para tanto; inicia seu curso científico septimal e realiza funções secundárias (ensino e prédicas); já deve estar casado na igreja positivista

·         Sacerdócio pleno: grau conferido aos 42 anos de idade, após o curso científico septimal; é o responsável pelas funções sociais de conselheiro, consagrador e regulador

o   São quatro as modalidades determinadas por nosso mestre na providência moral, com as respectivas festas semanais:

1)      Sacerdócio incompleto (Festa da Arte) – correspondente aos artistas e aos indivíduos com perspectivas sintéticas mas sem os conhecimentos e/ou a força moral e/ou a coragem própria ao sacerdócio

2)      Sacerdócio preparatório (Festa da Ciência) – também compreende os indivíduos sem a coragem e/ou a força moral característica do sacerdócio; o seu caráter “preparatório” corresponde à preparação da ciência em relação à síntese positiva e não tanto em relação ao próprio sacerdócio

3)      Sacerdócio definitivo secundário – correspondente aos vigários (ou suplentes), que aos 35 anos de idade comprometem-se a tornarem-se sacerdotes e assumem responsabilidades sacerdotais secundárias (ensino, prédicas)

4)      Sacerdócio definitivo principal – são os sacerdotes plenos, que assumem as funções de “juízes” com 42 anos de idade

 

Parte III – Comemorações de aniversários e feriados cívicos

-        Em termos de aniversários, comemoramos neste mês as seguintes figuras:

o   Em 1º de Descartes (7 de outubro):

§  Nascimento de João de Salisbury (1120-1180)

o   Em 6 de Descartes (12 de outubro):

§  Descoberta da América (1492)

o   Em 12 de Descartes (18 de outubro):

§  Nascimento de Benjamin Constant (1836-1891)

o   Em 18 de Descartes (24 de outubro):

§  Morte de Júlio de Castilhos (1860-1903)

o   Em 27 de Descartes (2 de novembro):

§  Dia dos Mortos

 

René Descartes

Jean de Salisbury ensinando filosofia

Placa em homenagem a Jean de Salisbury, em Chartres

Retrato de homem que se considera ser Cristóvão Colombo


Cristóvão Colombo perante os reis católicos

Benjamin Constant

Medalhão com a efígie de Benjamin Constant


Caixa do exemplar da "Síntese subjetiva" de Benjamin Constant

Júlio Prates de Castilhos

Túmulo de Júlio de Castilhos, em Porto Alegre

Cartaz de comemoração do Dia dos Mortos, de 1924

Referências bibliográficas

Augusto Comte: Sistema de filosofia positiva, Sistema de política positiva, Catecismo positivista, Síntese subjetiva

Frederic Harrison: O novo calendário dos grandes homens

Raimundo Teixeira Mendes: As últimas concepções de Augusto Comte

David Carneiro: História da Humanidade através dos seus grandes tipos, v. 6

Ângelo Torres: Calendário Filosófico