20 fevereiro 2017

Textos sobre Positivismo em várias línguas

No portal e-textes positivistes é possível encontrar milhares de artigos sobre Comte e os positivismos, em inúmeras línguas (francês, português, inglês, espanhol, polonês, russo, chinês, japonês).

Organizado pelo positivista francês Emmanuel Lazinier, esse portal está disponível aqui:

http://confucius.chez.com/clotilde/etexts/etexts.xml

Citações de espírito positivo na ciência

Carlos Augusto de Proença Rosa, diplomata brasileiro e historiador da ciência, faz as seguintes observações que revelam o espírito positivo, conforme definido por Augusto Comte, em alguns momentos da história científica brasileira e universal:


Em minhas pesquisas sobre a ciência no Brasil, encontrei esta pérola do incomparável Claude Bernard:
“Eu ignoro as causas finais porque eu ignoro a causa inicial... eu me privo de ambas”.
Nessa mesma linha, encontrei a seguinte declaração do zoólogo brasileiro e diretor do Museu Nacional do Rio de Janeiro, de 1909, João Batista de Lacerda:
“As causas primeiras, inacessíveis aos nossos meios de investigação, estão fora da órbita da ciência [...] a interrogação ‘por que?’, referindo-se à razão primeira das coisas, é uma palavra surda-muda, que nada pode dizer, nem ensinar. ‘Como’, ‘de que modo’, ou ‘por que forma’, eis a única interrogação que à ciência é permitida fazer, analisando os fatos”.

Cumpre notar que o Museu Nacional foi dirigido, entre 1926 e 1935, pelo também positivista Edgard Roquette-Pinto (como se pode ver na página 26 deste arquivo).

Carlos Augusto de Proença Rosa é autor de u'a monumental História da ciência, em quatro volumes, publicados pela Fundação Alexandre de Gusmão. Eles estão disponíveis aqui, para compra ou para serem baixados:






Blogue francês: Rendre Comte

O positivista francês Emmunel Lazinier mantém o blogue Rendre Comte, dedicado ao pensamento e à obra de Augusto Comte. Além disso, também participa de debates e polêmicas a partir do Positivismo; desse modo, é um "blogue-irmão" deste Filosofia Social e Positivismo.

Emmanuel Lazinier também é o responsável pelo imponente portal Auguste Comte et le Positivisme (que, aliás, tem uma versão-espelho em inglês), que apresenta uma quantidade enorme de informações sobre Comte, o Positivismo, Clotilde de Vaux, positivistas brasileiros, franceses, ingleses, alemães, escoceses, suecos, espanhóis, indianos etc. 

15 fevereiro 2017

Gazeta do Povo: "Pelo universalismo includente, contra a 'apropriação cultural'"

O artigo abaixo foi publicado em 15.2.2017 na Gazeta do Povo, de Curitiba. O original pode ser lido aqui.

*   *   *



Nos últimos dias tem recebido destaque, entre os círculos “socialmente engajados”, a ideia da “apropriação cultural”: de acordo com seus defensores, essa proposta promoveria a justiça social e combateria a exploração. O raciocínio é simples: em nome da defesa da cultura de grupos excluídos e/ou explorados, a “apropriação cultural” propõe ser ilegítimo que um membro de uma “cultura” utilize elementos de outra “cultura”.
Essa proposta tem origem nos Estados Unidos, em que a noção de raça é importante e fundamenta a cultura. Lá, os indivíduos definem-se como membros de grupos específicos, determinados pela origem étnica – que, por sua vez, poderia ser aferida de maneira objetiva por atributos físicos –, em vez de verem-se como cidadãos de uma república e integrantes de uma comunidade cultural e política única, mas plural. Além disso, os grupos sociais são justapostos entre si, não se misturam e evitam a mistura. No lugar de universalismo e integração social e cultural, o que há são censuras, “identidades”, rejeições, desconfiança e, claro, ódio mútuo. Embora chamem-no de progressista, esse modelo lembra as propostas de Donald Trump.
A ideia da “apropriação cultural” resulta em intolerância e divisões de ódio

Pode-se argumentar que essa descrição está errada, mas o fato é que ela corresponde a um modelo sociológico amplamente aceito, divulgado e entendido como válido para organizar a sociedade – e para ser exportado. No Brasil, a despeito de afirmarmos que queremos a emancipação intelectual em relação ao “Norte”, o fato é que consumimos avidamente esse modelo e desde há algumas décadas estamos implantando-o na forma de políticas públicas, grotescamente chamadas de “inclusivas”.
É difícil apresentar a “apropriação cultural” sem evidenciar que ela endurece e objetifica vilmente a cultura, tornando-a algo estático, fechado e exclusivo de grupos determinados; e mais: que ela associa a cultura a traços físicos dos membros desses grupos, de tal maneira que a cultura acaba tendo fundamentos estritamente genéticos. Ou seja, salta aos olhos o aspecto racista da “apropriação cultural”.
Pode-se argumentar que ela busca defender e proteger grupos socialmente frágeis. Mas esse é o caso de um suposto remédio que mata o paciente – e envenena todos ao redor. Pois é disso que se trata: a ideia da “apropriação cultural” estabelece que cada grupo social tem sua cultura exclusiva, que é proibida aos demais. Se a cultura é exclusiva, ela não deve ser misturada: logo, deve haver escolas específicas para cada grupo – para brancos, para negros, para mulatos, para japoneses, talvez para judeus... o século 20 já viu aonde vai dar isso.
No Brasil, pelo menos desde o século 19 celebra-se a miscigenação cultural como constituinte de nossa sociedade: os românticos, os abolicionistas, os republicanos diziam-no. O movimento que se considera fundador da nossa modernidade cultural, a Antropofagia, celebrava a mistura. Assim, a ideia da “apropriação cultural” não apenas é contrária aos fundamentos da sociedade brasileira; ela é retrógrada em mais de um século.
Escrever contra a ideia de “apropriação cultural”, a favor do universalismo, de políticas inclusivas, da fraternidade, da miscigenação étnico-cultural, das trocas culturais é expor-me à acusação de... racismo. Isso deveria ser apenas chocante ou risível, mas é verdadeiro e produz resultados muito concretos. Além do rótulo negativo atribuído injustamente a quem é a favor da emancipação humana e da fraternidade, a ideia da “apropriação cultural” resulta em intolerância e divisões de ódio. Por mais que se propagandeie o contrário, é necessário dizê-lo com clareza: isso simplesmente não é progressista, pois todos saímos perdendo.
Gustavo Biscaia de Lacerda é sociólogo da UFPR e doutor em Sociologia Política.

03 fevereiro 2017

Livro à venda: "Introdução à Sociologia Política"



Finalmente está disponível para venda o livro Introdução à Sociologia Política

Publicado pela Editora Intersaberes, ele pode ser comprado aqui.

Essa obra destina-se ao público em geral, a estudantes de graduação, de especialização, de mestrado e de doutorado das mais variadas áreas do conhecimento!
É uma obra que apresenta os principais conceitos, as discussões fundamentais e a história da Sociologia Política. É o livro mais completo de introdução à Sociologia Política no Brasil.
Além das discussões históricas e teóricas, cada capítulo tem uma sessão didático-pedagógica e extensas indicações de leitura adicional.
Para ter-se uma idéia do conteúdo - e da qualidade! - do livro, o seu sumário é este:


1. INTRODUÇÃO

2. O CONTEXTO HISTÓRICO: COMO FOI POSSÍVEL SURGIR A SOCIOLOGIA POLÍTICA?

2.1. Alguns precursores intelectuais
2.1.1. Aristóteles
2.1.2. Tucídides
2.1.3. Nicolau Maquiavel
2.1.4. Thomas Hobbes
2.1.5. Montesquieu
2.2. Três revoluções
2.2.1. A Revolução Científica
2.2.2. A Revolução Industrial
2.2.3. A Revolução Francesa
2.3. A fundação da Sociologia: Augusto Comte
2.4. Dois autores básicos da Sociologia Política
2.4.1. Karl Marx
2.4.2. Max Weber
Exercícios do capítulo 2
Questões de auto-avaliação
Questões para reflexão

3. OBJETO E MÉTODO DA SOCIOLOGIA POLÍTICA: QUAL SUA IDENTIDADE?

3.1. Definindo o objeto
3.1.1. Ciência, “religião”, filosofia
3.1.2. Ciência Política, Filosofia Política, política prática
3.1.3. Ciência Política, Sociologia Política, Sociologia da Política
3.1.4. Ciência Política e Relações Internacionais
3.2. Definindo o método
3.2.1. A querela Ciências Naturais vs. “Ciências do Espírito”
3.2.2. Métodos quantitativos e métodos qualitativos; a lógica da inferência
3.2.3. Teorias “empíricas” vs. teorias normativas
Exercícios do capítulo 3
Questões de auto-avaliação
Questões para reflexão

4. ALGUNS CONCEITOS FUNDAMENTAIS

4.1. Poder
4.1.1. Características básicas
4.1.2. Concepções subjetivistas do poder
4.1.3. Concepções objetivistas do poder
4.1.4. Concepções do poder nas Relações Internacionais
4.1.5. Outras abordagens: Michel Foucault
4.1.6. Outras abordagens: Hannah Arendt
4.1.7. Outras abordagens: Augusto Comte
4.1.8. Alguns métodos de pesquisa: posicional, decisional e reputacional
4.2. Estado
4.2.1. Definição básica
4.2.2. Algumas características da burocracia
4.2.3. Legitimidade, dominação e autoridade
4.2.4. Evolução histórica do Estado: da Antigüidade à globalização
4.3. Governo
4.3.1. República vs. monarquia
4.3.2. Presidencialismo vs. parlamentarismo
4.4. Regimes políticos
4.4.1. Democracia
4.4.2. Totalitarismo
4.4.2. Autoritarismo
4.5. Partidos políticos
4.5.1. "Partidos" na história e funções dos partidos políticos
4.5.2. Condições sociais dos partidos políticos
Exercícios do capítulo 4
Questões de auto-avaliação
Questões para reflexão

5. PALAVRAS FINAIS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BIBLIOGRAFIA COMENTADA

RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS

Capítulo 2 – O contexto histórico
Questões de auto-avaliação
Questões para reflexão
Capítulo 3 – Objeto e método da Sociologia Política
Questões de auto-avaliação
Questões para reflexão
Capítulo 4 – Alguns conceitos fundamentais
Questões de auto-avaliação
Questões para reflexão

NOTA SOBRE O AUTOR

31 janeiro 2017

Informação histórica ou fofoca jornalística?

A leitura do livro Impérios do mar - sobre o conflito entre cristãos e muçulmanos no século XVI, no Mar Mediterrâneo, e escrito por Roger Crowley, um historiador profissional, "formado na Universidade de Cambridge" - suscitou-me algumas reflexões à margem das suas páginas.

Esse é um livro muito interessante, mas um aspecto em particular chamou-me a atenção. Logo no início do livro há uma ilustração de Carlos V, que foi imperador da Espanha, do Império Romano-Germânico, dos Países Baixos e de um sem-número de outras possessões.

Mas a legenda da foto indicava, além de nomear Carlos V, que ele tinha problemas digestivos e um pouco de gagueira, devido à sua mandíbula proeminente.

Conclusão: a ilustração evidencia que o importante a respeito de Carlos V é que ele tinha problemas gastrointestinais e de fala. Nada a respeito do grande líder político que ele foi e da dificílima conjuntura que ele enfrentou.

Esse é um traço muito comum hoje em dia. Os historiadores adotam uma postura próxima aos jornalistas - no Brasil, o mais ilustre jornalista que adota esse hábito é o Elio Gaspari - e, talvez com o objetivo de "desconstruir" os "grandes homens", talvez com o objetivo de evitar a "monumentalização" dos "grandes homens", talvez com o objetivo de "mostrar que eram homens de carne e osso", apresentam picuinhas, trivialidades e fofocas como se fossem grande coisa e como se isso fosse "história".

(Para Elio Gaspari, por exemplo, um dos principais traços do Gal. Figueiredo era que ele tinha problemas cardíacos. A ênfase dada por Gaspari a esse traço, realçado nas ilustrações de seus livros, sugere que a cardiopatia de Figueiredo determinava suas idéias e, portanto, a política seguida no início dos anos 1980 no Brasil. Isso é o que se vê no livro A ditadura acabada, que corresponde ao volume 5º e final da sua aclamada coleção "Ditadura"; esse traço, de qualquer maneira, encontra-se em todos os seus livros e em todos os seus artigos hebdomadários.)

Eu não aprendi nada de verdade e de sério ao saber que Carlos V tinha problemas gastrointestinais e de fala devidos à sua mandíbula proeminente; mas, sem dúvida nenhuma, fiquei "sabendo", graças ao destaque dado na ilustração, que o que há de importante sobre Carlos V eram esses problemas físicos.

Em suma: esse traço contemporâneo dos historiadores, ao serem "irônicos", ao "desconstruírem", somente rebaixa as grandes personagens históricas. Não há nada de "humanização" aí, mas, bem ao contrário, há apenas degradação e imbecilização.

29 janeiro 2017

Dados e membros do Círculo de Proletários Positivistas

Uma entidade francesa chamada Comitê de Trabalhos Históricos e Científicos (Comité des Travaux Historiques et Scientifiques) realizou um interessante trabalho de arrolamento dos dados do Círculo de Proletários Positivistas, entidade criada em 1865, reunindo os proletários parisienses com objetivos políticos, intelectuais e morais, de acordo com as prescrições políticas feitas por Augusto Comte para o proletariado. Fundado por Fabien Magnin, foi levada a cabo depois por Isidore Finance. 

Os dados obtidos pelo CTHC seguem abaixo; eles incluem algumas categorias gerais, o endereço da instituição, o ano da fundação e os seus diversos membros. É um material interessantíssimo e riquíssimo.
*   *   *
Cercle des prolétaires positivistes
10, rue Monsieur le Prince
75006 Paris
Année de creation : 1865 ?
Présentation de la société :
F. Magnin, ouvrier menuisier, sensibilise le premier les positivistes sur la question du travail. Il appelle à la création d’un Mouvement prolétaire positiviste au début des années 1860, sans qu’aucun document n’établisse clairement la fondation d’un groupe. Laffitte atteste une première réunion d’un « groupe de prolétaires positivistes » autour de Magnin, premier président du Cercle, en 1865. On trouve la première trace concrète du Cercle dans une intervention du prolétaire positiviste Gabriel Mollin dans le courant de l’année 1869 au Congrès Ouvrier de Bâle, dans lequel il intervient « au nom du cercle des prolétaires positivistes de Paris », sans doute délégué par Magnin. Il semble que les prolétaires positivistes interviennent régulièrement au nom de ce Cercle entre 1872 et 1878 dans les congrès ouvriers et y soient très actifs. 
Magnin est alors désigné comme « Président du Cercle des prolétaires positivistes de Paris ». En 1878, sur l’initiative d’Isidore Finance et d’E. Laporte, le Cercle des prolétaires positivistes de Paris décide de créer en son sein un « Cercle d’études sociales des prolétaires positivistes », afin d’approfondir les solutions envisagées par le positivisme concernant les diverses questions sociales et de les faire connaître au public via les publications assurées par les délégations ouvrières. 
En octobre 1878, le Cercle des prolétaires positivistes délègue les pleins pouvoirs à Finance pour le représenter au Congrès ouvrier de Lyon, en lieu et place de Magnin, de plus en plus malade. Finance est alors président du cercle, E. Laporte en est le secrétaire et A. Keufer le trésorier.
Après la mort de Magnin en 1884, Finance décide de reconstituer le Cercle « sur de nouvelles bases ». La première réunion du Cercle a lieu le vendredi 25 septembre. Le cercle a pour but : « de mettre ses membres au courant (...) de tous les faits se rattachant directement aux rapports du capital et du travail ; ensuite, des principales études faites sur ce sujet par les différentes écoles socialistes et économistes. 2° De rechercher les solutions fournies par le Positivisme pour les questions sociales sur lesquelles l’attention générale est attirée, soit par les faits eux-mêmes, soit par l’action de la presse, soit par l’action gouvernementale ; 3° De porter à la connaissance du public les solutions positivistes au moyen de circulaires, brochures, affiches, pétitions, correspondances et délégations aux réunions ouvrières. » 
Pour être reçu comme membre du Cercle, le postulant doit adhérer sans réserve à la doctrine positiviste et estimer : « que les phénomènes sociaux et moraux sont soumis (...) à des lois naturelles qui sont indépendantes de toute volonté arbitraire, divine, royale ou populaire ». Les membres du Cercle doivent ainsi être émancipés de toute théologie et de toute idée métaphysique, suivant ainsi les préceptes d’Auguste Comte. Le Cercle n’admet en outre que les « ouvriers manuels et employés » et exclut ainsi les « marchandeurs et membres d’associations coopératives ». Il admet en tant que membres correspondants, des ouvriers « de la province et de l’étranger qui désirent être tenus au courant de ses travaux et y participer ».
Le Cercle est administré par un président, un vice-président, un secrétaire et un trésorier. Les réunions se déroulent le dernier samedi de chaque mois. En 1886, le Cercle compte 31 membres, 49 en 1887, 55 en 1888, au moment de son apogée. Bien qu’il ait eu des ramifications en Province (Lyon, Clermont-Ferrand, Le Havre notamment), il n’a jamais eu une grande envergure du fait de l’initiation préalable et obligatoire au positivisme pour les futurs adhérents. A l’époque de Magnin, le cercle était constitué uniquement de travailleurs manuels mais s’ouvre progressivement à partir de 1885. Le Cercle fonctionne comme un groupe de réflexion et de propositions essayant le plus possible d’être en phase avec les différents mouvements ouvriers des années 1880-1890. Après Finance (1884-95), c’est Auguste Keufer qui prend la direction du Cercle à partir de 1895. Ils ouvrent le Cercle vers les Internationales ouvrières.
Bien que participant à des congrès d’envergure comme ceux de Paris en 1889 et de Zurich en 1893, le Cercle se marginalise par son idéologie libérale et moralisante et son influence décline. Le Cercle établit tout de même des rapports annuels réguliers entre 1885 et 1900. Le Cercle semble alors cesser progressivement son activité (vers 1905).
Fiches prosopographiques : 
ALLEGRE Jules (1854-1891) - Membre (1887)
BESSOT Emile (1841-1891) - Membre en 1869.
BODIN Edmond (1860-1928) - Membre (1887)
BRECVILLE Félix (1851-1904) - Membre (1885)
BRIAS Eugène (1858-1911) - Membre (1885)
BRUHAY Auguste (1835-1912) - Membre (à partir de 1878); Trésorier (1885)
CLAIR Arsène (1859-1887) - Membre (1886-87)
COTARD Jules (1840-1889) - Membre honoraire
DELPEY Henri (1848- ) - Membre 
DESCHAMPS Paul (1857-1840) - Membre (1880)
FAGNOT François (1866-1939) - Membre (1890)
FINANCE Isidore (1848-1918) - Président (1885-1895)
FOUCART Paul (1848-1902) - Membre (1887)
GAZE Amable (1824-1882) - Membre (1879- ??)
GIMOT Pierre (1845-1904) - Membre (1878)
GRANJON Léopold (1845-1874) - Membre
KEUFER Auguste (1851-1924) - Membre (1878-1900), Trésorier (1878-1895) puis Président (1895-1900)
KIN Arsène (1822-1890) - Membre (1881-1890)
LAPORTE Emile (père) (1840-1890) - Membre (1870-1890)
MACHY Edouard (1858-1886) - Membre (1878-1886); secrétaire (1880)
MAGNIN Fabien (1810-1884) - Membre fondateur, Président (1865-1884)
MICHAULT Jules - Membre
MORLOT Eugène ( -1885) - Membre
PELLETAN Edouard (1854-1912) - Membre (1885)
PIERREDON (1859- ) - Membre (1885)
REHM Jules (1833-1907) - Membre (1880-1900)
RENY Emile (1841-1895) - Membre (1878)
ROBINET Gabriel (1849-1887) - Membre (1886-89)
ROUSSEAU Fernand (1860-1940) - membre (1890- 1900), secrétaire (1890-1900)
SAINT DOMINGUE Antoine (1845-1902) - Membre (1885)
SAINT DOMINGUE Jean-Baptiste (1854-1932) - Membre (1885)
TINAYRE Julien (1859-1923) - Membre (1885)

Dados e membros da Sociedade Positivista de Ensino Popular

Uma entidade francesa chamada Comitê de Trabalhos Históricos e Científicos (Comité des Travaux Historiques et Scientifiques) realizou um interessante trabalho de arrolamento dos dados da Sociedade Positivista de Ensino Popular, entidade criada em 1876 - mas com numerosas alterações nas décadas seguintes - para levar conhecimentos filosóficos e científicos para o proletariado, a fim de elevar seus espíritos, pô-los ao nível dos conhecimentos de sua época e prepará-lo para a participação cívica.

Os dados obtidos pelo CTHC seguem abaixo; eles incluem algumas categorias gerais, o endereço da instituição, o ano da fundação e os seus diversos membros. É um material interessantíssimo e riquíssimo.

*   *   *


Société positiviste d'enseignement populaire

10 rue Monsieur-le-Prince, Paris 6e (en 1911 par ex.)
54 rue de Seine, Paris 6e (en 1928 par ex., en 1931, 1933)
  
75006 PARIS
France
Région d'origine : Société nationale
Année de creation : 1876

Domaines d'activité :
philosophie
sciences sociales

Domaines géographiques :
International
Domaines chronologiques :
Contemporain - Temps présent
Présentation de la société :
Historique
Fondée en 1876, réorganisée le 1er février 1904, première réunion plénière le 8 mars 1904, à l'Hôtel des Sociétés Savantes, salle D, 28 rue Serpente, Paris 6e, à 20h30. 

Emile Corra (1848-1934), directeur.

Statuts provisoires, suite à la crise de Janvier 1904 (entre Jeannolle et les positivistes français), puis statuts conformes à la loi de 1901 sur les associations.
Elle vise d'acquérir la reconnaissance d'utilité publique et la personnalité civile.

Durée illimitée.

Objet : « enseigner gratuitement par tous les moyens, les doctrines philosophiques, politiques, sociales et morales du Positivisme dans le milieu français, et, spécialement à Paris, en s'inspirant de l'esprit relatif ou scientifique, source originelle de toutes ces doctrines. » (17 AS 3, « Projet de statuts » - Article 1er) 

But : Propagande positiviste à l'aide de l'enseignement, avec des procédés propres au milieu français. En communion d'idées avec les groupes britannique, suédois, mexicain, le groupe français, désireux de profiter des avantages que lui offre la nouvelle législation sur les associations, ne peut pas revêtir entièrement un caractère international. 

« L'expérience faite lors de l'érection du monument d'Auguste Comte [place de la Sorbonne, Paris Ve, en 1902] a révélé qu'un très grand nombre d'excellents esprits, qui n'acceptent pas intégralement toutes les conceptions de notre maître, le regardent, néanmoins, comme le plus grand philosophe contemporain et comme le penseur qui a projeté, sur le passé et l'avenir humains, les lumières les plus éclatantes. » D'où une nouvelle façon d'être positiviste, revendiquée par cette nouvelle société : « convictions moins crédules, plus rationnelles, plus expérimentales, plus positives, en un mot. » D'où, également, le fait que les fondateurs n'exigent pas des adhérents une pure orthodoxie.

Ne porte pas le nom de « Société positiviste » pour se distinguer la société fondée par Auguste Comte lui-même. Faute de mieux, le titre de Société positiviste d'enseignement populaire a été adopté.

Membres titulaires (fondateurs - 50 fr. / an, donateurs - 25 fr. / an, sociétaires - 12 fr. / an, ou participants - 6 fr. / an), membres correspondants (dont des étrangers, 12 fr. / an) et membres adhérents (12 fr. / an ; montant abaissé à 6 fr. dès mars 1904 pour faciliter l'accès des prolétaires). En outre, le membre titulaire doit prendre part à la souscription annuelle destinée à assurer la conservation de l'appartement et le souvenir d'Auguste Comte.
Activités : cours et conférences, publiques et gratuites (au 2e étage au-dessus de l'entresol) ; commémorations, visites de monuments historiques, célébrations de centenaires des grand hommes.

Comité de direction : Emile CORRA, président ; GRIMANELLI, Auguste KEUFER, vice-présidents ; Paul BOELL, trésorier ; VAILLANT, secrétaire : Dr CANCALON ; Dr DELBET : Dr DUBUISSON ; FINANCE : Dr HILLEMAND ; Camille MONIER ; Gaston PRUNIÈRES.
110 membres annoncés.

Il existe une bibliothèque de la Société.

Présidence du Comité positif occidental : Pierre DUCASSÉ ; Secrétaire : Lucile CORRA ; Trésorier : Fernand FAGNOT ; Trésorier-adjoint : Jacques COSSON. Membre actif : 300 frs ; Membre bienfaiteur : 500 frs ; Membre donateur : à partir de 1000 frs.
55 bulletins pré-imprimés de « demande d'admission » à la SPEP, complétés, retrouvés dans les fonds Emile Corra 17 AS 1 (Archives nationales, Pierrefitte/Seine). Seuls 10 d'entre eux comportent une date : 5 en 1904, 2 en 1905, 3 en 1906. Ils concernent 9 sociétaires, le reste sont des adhérents.

« Société positiviste d'Enseignement populaire. Sa constitution définitive », Extrait de la Revue Occidentale du 1er Mai 1904, Les demandes d'admission ou de renseignements doivent être adressées au président, 6, rue Chauveau, Neuilly-s-Seine, Paris, Imprimerie Émile Kapp, 1904, 12 p.

Bibliographie des publications relatives à la société 

« Société positiviste d'Enseignement populaire. Sa constitution définitive », Extrait de la Revue Occidentale du 1er Mai 1904, Les demandes d'admission ou de renseignements doivent être adressées au président, 6, rue Chauveau, Neuilly-s-Seine, Paris, Imprimerie Émile Kapp, 1904, 12 p.

Publications
Brochures à très bas prix. Les deux premiers, parus en 1904, consacrés à la Philosophie positive et à la Politique positive.

Noms antérieurs :
Société positiviste (1848-1885)
Société positiviste d'enseignement populaire supérieur (1885-1904)
Société positiviste d'enseignement populaire (1904-1909)
Société d'enseignement populaire positiviste (1905-1937)

Dépouillement :
Archives nationales - Pierrefitte, Fonds 17 AS Emile Corra.
Centre de documentation de la Maison Auguste Comte.

Fiches prosopographiques: 
AJAM Maurice(1861-1944) - Membre
ALVIN Pierre (1872-1950) - membre (1905)
BARRET Charles (1862-1907) - membre 
BEAUSSANT Ange (1877-1967) - membre (1904)
BILLBERG C. (1868- ) - membre correspondant 
BLIM Louis (1853- ) - membre 
BOELL Paul (1858-1909) - membre fondateur (1906) et trésorier 
BOQUET Alfred (1879-1947) - membre sociétaire 
BOUDEVILLE Raoul (1877-1918) - membre
BRESSOT Joseph (1865- ) - membre 
CAHEN Jules (1864-1950) - membre 
CANCALON Antoine-Auguste (1843-1920) - membre fondateur, membre du Comité directeur
CATTIN Théodore (1855- ) - membre 
CAVIALE Victor (1850-1908) - membre 
CORRA Edmond (1872-1904) - membre 
CORRA Émile (1848-1934) - fondateur, président (1904-1928), puis président d'honneur
CORRA Alice (1876- ) - membre
COUR Pierre Armand (1870-1923) - membre 
DELARUE Paul (1859-1906) - membre 
DELBET Ernest (1831-1908) - membre du Comité directeur 
DEMAZIER Arthur (1877-1904) - membre 
DENNERY Alfred (1871-1904) - membre 
DUBUISSON Edmond (1847-1934) - membre
DUBUISSON Paul (1881-1913) - membre 
DUBUISSON Paul (1847-1908) - membre du Comité de direction
DUBUISSON Frédéric (1876-1929) - membre (1904)
DUBUISSON Thérèse (née Robinet ) (1852-1920) - membre sociétaire (1904)
DUBUISSON Albert (1850-1937) - membre (1904)
DUPOND Emile (1840-1911) - membre 
FINANCE Isidore (1848-1918) - membre du Comité de direction
GODON Charles (1854-1923) - membre 
GRIMANELLI Périclès (1847-1924) - membre fondateur et vice-président (avec A. Keufer) 
GROULT Auguste (1880- ) - membre 
HAARBLEICHER André (1873-1944) - membre 
HAZART Jules (1863- ) - membre sociétaire 
HYARD Eugène (1867-1959) - membre sociétaire 
JOUSSERAND ? (1867- ) - membre 
JUNG Henri (1869- ) - membre 
KEUFER Auguste (1851-1924) - membre fondateur et vice-président (avec P. Grimanelli) 
LAPORTE Emile (fils) (1866- ) - membre sociétaire 
LAVERTUJON André (1827-1914) - subside seul
LAVOINNE André (1836- ) - membre sociétaire
LEFEBVRE DE RIEUX Camille (1889-1971) - membre (1920)
LEGARDEUR J. (1876- ) - membre sociétaire 
LÉVY Édouard (1871- ) - membre 
LOGEAT Lucien (1869-1946) - membre 
MAHY Jules (1849-1880) - conférencier 
MARIS Georges (1861-1924) - membre sociétaire 
MICHAUD Gaspard (1795-1880) - membre correspondant
MIÉLET Victorien (1870-1914) - membre
MORUCCI Paul (1871- ) - membre 
PELLETAN Edouard (1854-1912) - membre (1872-76, 1887-)
PERCHER Louis Jean (1856-1919) - membre sociétaire 
PERSIGOUT Gabriel (1873-1950) - membre 
POUQUET Jean (1849- ) - membre 
ROBINET Virginie (1851-1910) - membre sociétaire 
ROUSSEAU Fernand (1860-1940) - membre sociétaire
ROUSSY Jean-Baptiste (1856-1926) - membre sociétaire 
SAURET Henry Sébastien (1853-1935) - membre 
THÉVENIN Fernand (1876-1939) - membre sociétaire (1905)
THIBOUT Ernest Auguste (1860-1921) - membre sociétaire 
TISSOT Emile (1880- ) - membre 
TRARIEUX L. (1873- ) - membre 
VAILLANT Adolphe (1842-1927) - membre fondateur (1904)
VOISIN Etienne (1859-1930) - membre